Clear acordou na manhã seguinte com o barulho de alguém andando no corredor bem em frente ao seu quarto. Olhou para o lado onde Aoba ainda dormia tranquilamente e lhe deu um beijo na testa calmo antes de sair do cômodo em silêncio para ver quem era que estava do lado de fora. Quando saiu acabou se deparando com Akise caminhando em direção as escadas, mas não foi isso que ele estranhou, e sim o fato de que ele tinha saído apenas com as roupas íntimas vestidas.
-Akise-san? O que está fazendo aqui fora desse jeito? – perguntou Clear meio confuso, mas num tom baixo para não acordar Aoba.
-Hm? Eu ia descer só para buscar algo para beber e depois ia voltar por isso que não vesti nada ainda. Além do mais minhas roupas estão meio destruídas ainda, ia te pedir para remendar aproveitando que já acordou. Tem algum problema? – perguntou com a voz meio sonolenta.
-Tudo bem posso remendar agora, mas não quer ao menos pegar o casaco que já costurei?
-Deixei lá embaixo então ia sair desse jeito de qualquer forma...
O albino parou de falar quando ouviu o som de outra porta se abrindo, e tanto ele como Clear se viraram em direção ao quarto por onde Shion estava saindo. Ele parecia estar vestindo apenas o sobretudo e tinha acabado de acordar pelo que podiam deduzir já que seus olhos estavam meio fechados e com um pouco de olheiras.
-Bom dia... – disse Shion bem cansado. – Hm... porque estão os dois só de cueca aqui fora?
-Só estava descendo para pegar um pouco d’água. – respondeu Akise.
-E eu saí do quarto para ver quem estava aqui fora e acabei encontrando o Akise-san. – disse Clear meio sem jeito.
-Bom, já que estamos os três aqui vamos descer. – dizia Shion enquanto fechava a porta do quarto
Os outros dois albinos concordaram, e Clear fechou a porta de seu quarto e os três desceram juntos as escadas. Porém Clear parou de se mover quando escutou um som vindo direto da sala, um que parecia ser a respiração de alguém um pouco alta, como se estivesse roncando.
-Tem alguém lá embaixo. – disse Clear num tom de voz bem baixo.
-Deve ser ou o anjo ou o parceiro dele... – respondeu Akise meio intrigado.
-Vamos ver quem é. – dizia Shion enquanto começava a empurrar Clear que estava na sua frente para fazê-lo apressar o passo.
Assim que os albinos chegaram no andar térreo, viram que três dos sofás estavam vazios, e o som parecia estar vindo do sofá que ficava de costas para as escadas, por isso não podiam ver quem estava nele. Os três se aproximaram do móvel e se surpreenderam quando viram que Shinji e Kaworu dormiam abraçados, e pareciam bem calmos, o que contradizia muito a situação que tinham no dia anterior.
-Pelo visto conseguiram se acertar sem problemas. – dizia Shion feliz, mas num tom baixo para não acordar os dois.
-E aproveitaram bem a noite pelo visto... – disse Akise ao notar algumas das roupas de Kaworu jogadas no chão.
-....talvez seja melhor deixar eles sossegados agora... – disse Clear enquanto ia em direção a cozinha.
-Eu estou acordado para a informação dos três. – disse Kaworu num tom baixo enquanto encarava o trio de albinos.
Os três acabaram levando um susto, pois não esperavam que ele realmente estivesse acordado, já que parecia bem cansado no dia anterior, então imaginavam que ele fosse dormir ao menos até de tarde.
-Acordou cedo anjo. – disse Akise um tanto surpreso.
-Já me sinto bem melhor, então não preciso dormir tanto. – respondeu Kaworu enquanto se levantava do sofá.
-Ah.....não é melhor vestir algo Kaworu-san? – perguntou Shion assim que notou que o albino não vestia nada agora.
-Acho que não. Devo admitir que acho meio incompreensível o porque de humanos gostarem de usar tecidos para se cobrirem, é meio estranho isso. – respondeu Kaworu meio cansado.
-....se você diz...
Kaworu foi para a cozinha do jeito que estava, e mesmo os outros albinos estando meio sem jeito já que ele estava andando nu pela casa, decidiram deixar isso de lado e foram até a cozinha também, e assim que entraram fecharam a porta do cômodo.
-No fim acabamos cozinhando a comida para nada ontem, dormimos sem comer. – dizia Shion num tom de voz normal, agora que não precisava se preocupar em acordar os outros na casa.
-Fazer o que, estávamos todos cansados fisicamente e emocionalmente, iriamos acabar dormindo. – disse Kaworu enquanto tomava um pouco de água.
-Mas pelo visto ninguém dormiu sem antes aproveitar a noite. – disse Akise um pouco irônico, já que pelo modo como todos estavam agora, tinham tido uma noite prazerosa.
-Especialmente um certo robô aqui. – disse Kaworu irônico enquanto olhava diretamente para Clear.
-Ah.... – Clear não conseguia dizer nada agora, pois sabia que tinha sido um pouco escandaloso na noite anterior.
-Bom ninguém pode dizer nada dele, fizemos a mesma coisa depois. – respondeu Shion num tom calmo.
-Digam isso por vocês. Eu contive minha voz. – dizia Kaworu enquanto se apoiava no balcão.
-Que tal mudarmos de assunto? – perguntou Clear meio nervoso por conta da timidez.
-Seria uma boa ideia mesmo, não é como se o barulho que fizemos fosse mudar algo agora, já aconteceu. – respondeu Shion enquanto se apoiava em uma das paredes.
-Certo, mas o que faremos agora? Os outros ainda estão dormindo e duvido que acordem tão cedo. – dizia Akise.
-Que tal ao menos prepararmos algo para eles comerem agora? Podemos usar o que já tínhamos feito ontem.
-Hm....ainda acho que podíamos fazer mais algo para agradarmos eles ao menos. Sabe para aproveitar enquanto podemos... – disse Kaworu num tom de voz calmo.
-Bom....acho que tenho uma ideia, mas não sei se vocês vão topar.... – disse Clear meio sem jeito.
-E o que seria Clear?
Clear ficou um tanto tímido para falar sobre a ideia que teve, por isso chamou os outros para poder contar sobre isso num tom de voz mais baixo. Os outros mesmo que confusos foram até ele, e logo depois que o albino contou sobre o que sabia, Shion e Akise entenderam o porque dele ter ficado tão tímido em falar sobre aquilo, mas Kaworu continuou achando que era besteira ficar envergonhado em falar sobre aquilo em voz alta.
-Bom.....não é uma mentira, mas não sei se eles vão gostar da ideia. – disse Shion bastante corado e tímido.
-Mas não custa arriscar, afinal já estamos assim mesmo. – respondeu Akise um tanto envergonhado também.
-Ainda não entendi o problema de fazer isso, então topo sem problemas. – disse Kaworu enquanto se apoiava de novo no balcão.
-Deu pra notar já que está andando pelado por ai....
-Então acho que temos um “plano” para agradar eles. – disse Clear tímido.
-Por acaso você já fez isso antes para saber disso Clear-san? – perguntou Shion curioso.
-Sim, só que acabei levando um chute nesse dia, por isso achei que podia não ser uma ideia tão boa assim. - respondeu meio sem jeito.
-Caramba. Um chute vindo daquele cara é uma surpresa pra mim. – disse Kaworu um tanto irônico.
-Aparências enganam muito facilmente anjo. – disse Akise num tom calmo. – Mesmo nós não aparentamos tanto o que somos realmente, o próprio Shion já é exemplo disso.
-Eu tenho tanta cara de inocente assim? – perguntou Shion um tanto revoltado.
-Nem adianta porque você parece sim Shion, mas isso não muda tanta coisa assim então não ligue tanto. – respondeu Kaworu.
-Bom deixando isso de lado, vamos seguir com a ideia do Clear então? – perguntou Akise.
Depois de mais um tempo discutindo, todos os albinos acabaram concordando com a ideia, mesmo que alguns ainda estivessem um tanto envergonhados, pois a reação deles podia ou ser boa, ou como Clear disse, podiam acabar levando um chute.
Shinji acordou com as costas um pouco doloridas, mas o que ele estranhou mesmo foi o fato de que estava deitado sozinho no sofá. Ele se sentou assustado nele e olhou por todo o cômodo procurando pelo albino, até que ouviu um barulho vindo da cozinha e se tranquilizou um pouco, pois imaginou que ele devia estar lá. O garoto se levantou do sofá e caminhou até a porta da cozinha, que estava fechada.
Ele encostou o ouvido na porta para ver se tinha alguém lá dentro, e para a surpresa dele, escutou não somente a voz de Kaworu, mas de pelos menos mais três pessoas diferentes. E o que ele mais estranhou era a conversa deles, não parecia algo normal ao que ele pensava ao menos.
-Ainda acho que alguma coisa vai dar errado. – dizia Shion um tanto nervoso.
-Calma e deixe as coisas acontecerem. No máximo vamos levar um belo de um tapa, nada demais. – disse Kaworu.
Shinji começou a estranhar muito a conversa, e não sabia direito como iria reagir, então acabou decidindo por entrar no cômodo, então abriu a porta. E com o que se deparou ele não esperava nem um pouco. Os quatro estavam vestindo um avental de cozinha branco, e até onde ele conseguia ver ao menos estavam de cueca, exceto por Kaworu que estava só de avental, o que fez Shinji cair direto no chão assim que entrou no cômodo.
-M-m-m-m-mas o que diabos está acontecendo aqui?! – perguntou Shinji muito confuso.
-Ah bom dia Shinji-kun. – disse Kaworu enquanto caminhava até onde o garoto estava caído no chão. – Está tudo bem?
-Com um susto desses que levei, lógico que não. – reclamou enquanto se levantava e dava um tapa na cara do albino. – Ainda quero entender o que está passando na sua cabeça para me dar um susto desses.
-Só queria te animar um pouco caramba. – reclamou Kaworu enquanto massageava no local onde levou o tapa.
O garoto olhou para o albino que parecia um pouco chateado agora, e depois suspirou pensando em como ele era um tanto inocente em vários assuntos, mas como ele sabia que ele era um anjo, em partes tudo fazia sentido já que ele não devia entender muitos dos conceitos dos humanos, por isso agia daquele jeito.
-Tudo bem eu entendi o que você queria fazer. – disse Shinji enquanto abraçava Kaworu. – Mas por favor não repita isso quando voltarmos que vai causar uma série de problemas por lá tudo bem?
-T-tá. – respondeu Kaworu agora um tanto tímido.
-Pelo visto até mesmo o anjo ai tem seu lado mais envergonhado. – dizia Akise irônico.
-Não provoca Akise.
-Ai ai, to vendo que hoje vai ser um dia daqueles. – disse Shion um tanto preocupado.
-Bom, ao menos por hora a reação não foi das piores. – disse Clear num tom baixo.
-Ao menos, mas não sei como o Nezumi vai reagir.
Não demorou muito para Clear ouvir alguém descer as escadas, e ficou atento ao som tentando descobrir que era, e por conta do jeito lento e calmo de andar, além de estar fazendo mais barulho com apenas um dos pés, ele pode perceber na hora que era Aoba, já que ele estava com um pouco de dificuldade de mover um dos pés, e isso ele já tinha percebido no dia anterior.
E não demorou para ele confirmar sua suspeita quando o jovem de cabelos azulados entrou na cozinha bocejando e coçando os olhos. E não demorou para Aoba se assustar com a cena que viu, e assim como Shinji ele caiu direto no chão.
-Está tudo bem Aoba-san? – perguntou Clear preocupado enquanto ia até onde o amado estava.
O jovem estava corado por inteiro agora, e seu rosto era praticamente vermelho de tão envergonhado que ficou. Clear ajudou ele a se levantar, e mesmo que com um pouco de dificuldade, logo Aoba estava de pé novamente, mas ainda não conseguia entender nada do que acontecia. Ele tentou perguntar, mas estava com dificuldade demais para até mesmo mover seus lábios.
-EITA!!!!! – todos se viraram para a entrada da cozinha, onde estava Nezumi, que olhava perplexo para aqueles albinos. – O que está acontecendo por aqui? Putaria em conjunto?
-Nezumi! – disse Shion envergonhado.
-Ora ora. – o jovem de olhos cor de mercúrio se aproximou de Shion, e logo ficou encarando o albino de cima a baixo. – E não é que vossa majestade sabe sensualizar?
Shion nada disse, apenas corou tanto que sua marca no rosto sumiu em meio a sua vermelhidão. Ele já esperava a costumeira ironia do amado, mas não esperava que fosse reagir daquela forma com tão poucas palavras, e o albino estava querendo se enfiar num buraco agora.
-Calma calma majestade que isso lhe caiu bem até, mostra bem uma certa serpente. – dizia Nezumi enquanto se aproximava do ouvido do albino e passava seus dedos pela marca vermelha do corpo de Shion. – Acho que alguém não é tão inocente assim como eu imaginava, sabe bem mais truques do que aparenta.
-N-nezumi!! Eu tenho tanta cara de inocente assim, pra todo mundo dizer o mesmo?!!!!! – perguntou Shion revoltado.
-Sim! – responderam todos em coro.
Shion ficou sem resposta, pois não sabia mais como reagir a não ser esconder seu rosto no pescoço de Nezumi, que ria com a reação do albino sem parar. Os outros também riam um pouco, pois era divertido ver como tudo que acharam que ia acontecer não aconteceu, exceto pelo tapa que Kaworu levou de Shinji.
-O que está acontecen.... – Yukiteru não terminou sua frase enquanto entrava na cozinha, e se deparava com aquela cena um tanto vergonhosa.
O garoto corou por inteiro, até o pescoço ficou vermelho, e quase que desmaia direto no chão, se não fosse por Akise ter corrido até ele e impedido a queda. Yukiteru demorou um tempo até finalmente se acalmar, mas mesmo assim não esperava ver Akise vestido daquele jeito então ainda não sabia direito como reagir.
-Desculpe se assustamos você Yukiteru-kun, não sabia que iria reagir desse jeito. – disse Akise um pouco preocupado.
-N-n-não tem p-p-problema, só não e-estava esperando por i-isso. – o garoto conseguiu ficar de pé sem a ajuda do albino e depois voltou a falar. – Mas não acho que seja tão ruim... – disse enquanto corava um pouco mais.
Akise sorriu agora que viu que o amado estava bem e o abraçou com calma para ver como ele estava, e para seu alivio ele não tremia, apenas estava um pouco febril, mas nada muito preocupante.
-Acho melhor você descansar um pouco depois, parece estar com febre Yukiteru-kun. – disse Akise enquanto colocava a mão na testa dele, confirmando a temperatura anormal do corpo dele.
-T-tá, acho que vou descansar mais tarde. – respondeu Yukiteru mais calmo agora.
-Bom estamos todos acordados, podemos decidir as coisas com mais calma agora certo? – perguntou Kaworu enquanto se apoiava no balcão.
-Sim. Mas acho que podemos manter o plano de antes. – dizia Akise. – Melhor nos recuperarmos completamente antes de mais nada. Até porque se aquele cara quisesse interferir teria feito ontem.
-Nesse ponto concordo com você, mas não sei se seria uma boa demorar tanto para voltar.
-Fala a pessoa que estava desmaiando ontem. – disse Shinji num tom sério.
-*Suspiro* tudo bem entendi, será melhor ficarmos por aqui pelo menos mais um dia e depois podemos ir.
-Bom, quanto aos suprimentos. – disse Shion enquanto já deixava no balcão um pouco da comida que já estava pronta. – Não poderemos levar a comida daqui, já que estragaria em poucas horas. O que faremos quanto a isso?
-Vamos precisar de sorte para achar alguma fruta no meio do caminho, duvido que tenha algum animal fácil de ser caçado. Ao menos estamos bem de munição e armas. – dizia Akise enquanto se apoiava na parede.
-Tem mais algumas facas aqui, podemos levar elas. – disse Clear enquanto pegava as lâminas.
-Vai ser útil, embora que nosso inimigo tenha pelo menos cinco metros de altura agora é melhor que nada.
-Bom, mas se vamos andar por um bom tempo depois que sairmos daqui, o que faremos se tivermos que fazer alguma pausa? – perguntou Nezumi.
-Acho que tenho uma ideia. Você anjo vai evitar de se desgastar demais agora. Se precisarmos de algum momento de pausa, quero que fique encarregado de nos proteger com aquele seu campo, acha que dá para fazer isso? – perguntou Akise sério.
-Posso fazer isso por no máximo cinco minutos sem descanso, então é bom estarem preparados para correrem por suas vidas quando sairmos daqui. – respondeu Kaworu muito sério.
-Pelo jeito não vamos ter escolha mesmo. – dizia Shion preocupado.
-Bom ainda não testamos isso, mas posso ao menos testar minha canção nos lobisomens. Como eles são meio humanos, deve fazer algum efeito. – dizia Clear.
-Pode funcionar. Podemos ao menos testar em um deles, pode criar um problema a menos para nós.
-E podemos contar com o diário ainda. – continuou Akise. – Posso prever alguns movimentos deles e avisar para onde devem atacar também.
-Então temos um plano. – disse Nezumi. – Ao menos é melhor do que nada. Mas me digam, será que não vamos ter que enfrentar aquele ser estranho que apareceu uma hora?
Os albinos pararam para pensar naquilo, e não tinham planejado nada caso F resolvesse acabar com seu jogo e os atacar. E o maior problema é que não tinham a mínima ideia de como enfrentar um deus, sendo que os poderes dele eram fortes o suficiente para reviver mortos sem grande problemas.
-Se o F aparecer....se preparem para 99,99% de chances de morte certa. – disse Akise um tanto nervoso.
-......não duvidei que isso pudesse ser sua resposta, mas tem certeza que não há nada a se fazer? – perguntou Nezumi sério.
-Estamos falando de um deus Nezumi. Aquele cara foi forte o suficiente para unir nós de quatro dimensões diferente sozinho, interferindo no tempo e espaço sem muito esforço. As chances estão em algum milagre acontecer. - disse Shion sério
-Por isso que não disse que era 100%. Se fosse eliminar o milagre, ai estaríamos na morte certa. – respondeu Akise sério.
-Se bem que os gostos daquele cara são bizarros. – dizia Kaworu um tanto despreocupado. – Criar um jogo tosco desses, sequestrar humanos, ver a gente sofrer, e não duvido que tenha visto tudo o que aconteceu ontem. Acha mesmo que não existe a chance de ele sequer se interessar em nos matar?
-Ai estamos pensando nas chances de sobrevivência Kaworu-san. – disse Shion. – Mas se for pensar nisso, talvez tenhamos uma chance de ao menos os quatro saírem vivos de 40%.
-Sendo muito realista sim. Se bem que com o anjo ai, talvez uns 45% até dê. Com ele as chances deles sobreviverem aumenta. – disse Akise um pouco mais calmo agora.
-Confiam tanto assim no meu campo A.T.? – perguntou Kaworu surpreso.
-Se for pensar que você um anjo pode destruir uma cidade inteira e se proteger de bombas atômicas sem grandes problemas, acho que seria meio óbvio que sim Nagisa. – disse Shinji.
-Hm....bom se for pensar por esse lado, faz sentido.
-Ao menos ainda temos esperança de tudo dar certo. – disse Clear calmo. – Quem sabe não podemos pensar que ele vai se cansar da gente e nos enviar para casa?
-Acho que o mais provável seria ele nos eliminar....mas não custa ter esperança.
-Sim...
-Só uma pergunta. – disse Yukiteru. – Se alguém morrer aqui, não volta de jeito nenhum para casa certo?
-Exato, e pelo que sabemos sua existência é apagada de seu mundo original. Além disso se nós voltarmos, o que morreu será esquecido por nós também. – respondeu Clear um tanto preocupado.
Aoba notou o quão preocupado Clear estava, e ele tinha razão de estar, afinal ser esquecido por todos não é a melhor das coisas que poderia acontecer com alguém. O jovem abraçou o albino tentando o acalmar, e sorriu ao ver o amado mais calmo agora.
-É só pensar que ninguém vai lutar sozinho aqui. – disse Akise. – Iremos lutar todos juntos agora, portanto nada de ninguém ficar para trás de novo.
-Acho que isso foi para você Nagisa. – dizia Shinji com um sorriso torto.
-Tsc. Tudo bem, não vou fazer outra loucura dessas. – respondeu Kaworu um tanto sem jeito.
Depois que finalmente tinham tudo decidido resolveram ir para a sala para poderem comer com calma, e sentaram-se em casais, cada um em um sofá diferente. O clima ficou descontraído a maior parte do tempo, com conversas sobre como era o mundo de cada um deles, como viviam antes, e também sobre como estavam as coisas entre cada um deles agora, ora rindo, ora felizes por tudo estar bem melhor agora, e ficaram nisso, enquanto Clear e Aoba começavam a costurar as roupas dos albinos que ainda estavam rasgadas.
-Bom ao menos o anjo ai já não precisar ficar todo depressivo. – comentou Akise irônico.
-Tsc. To vendo que está com a língua afiada hoje. – disse Kaworu um tanto irônico também.
-*Suspiro* vai começar de novo... – dizia Shion num tom exausto, mas ele não estava chateado com a situação, e sim já estava até se acostumando com aquelas frequentes trocas de farpas dos dois.
-Vejo que as coisas vão ser bem agitadas durante a viagem. – disse Nezumi enquanto observava a situação.
-Vai. Mas nada vai ser pior do que já aconteceu antes.
-O que exatamente aconteceu antes de nos encontrarem Shion-san? – perguntou Yukiteru curioso.
-Bom lembram que contamos que o Kaworu-san se estressou com o Akise antes? Digamos que o Kaworu quase matou o Akise na verdade, e me sufocou também em uma das dimensões.
-Além de ter se estressado muito na cópia da dimensão dele. – respondeu Clear enquanto costurava algumas roupas.
-QUE?!!! – gritaram Yukiteru, Nezumi e Shinji ao mesmo tempo, enquanto que Aoba apenas observava um tanto atordoado a conversa.
-Peraí, então ele sufocou você Shion? – perguntou Nezumi preocupado.
-Com razão na verdade. Eu fui meio irresponsável na cópia da nossa dimensão, e por isso ele tinha direito de ficar bravo comigo.
-Hm.....ainda acho que quase matar alguém não seja um tanto justo...
-E ele quase te matou também Akise? – perguntou Yukiteru preocupado.
-Digamos que sim. Ele literalmente me sufocou até eu ficar roxo, e só me soltou quando eu o chutei na bacia. Depois ainda lutei com ele até sermos impedidos pelos outros. Nada demais.
-Isso é nada demais por acaso? – perguntou Yukiteru surpreso.
-Vocês realmente são estranhos.... – disse Nezumi.
-Olha, perto do que passamos, o que fiz é basicamente nada. – respondeu Kaworu despreocupado.
-Bom, pelo estado que te vi da primeira vez nessa dimensão, acho que vou concordar. – disse Shinji.
A conversa continuou por quase uma hora, agora com cada um dos albinos contando os diversos problemas que passaram antes de terem resgatados seus amados. Yukiteru e Nezumi se surpreendiam com cada coisa que Akise e Shion contava, enquanto que Aoba ajudava Clear a costurar as roupas deles, mas ainda ouvia curioso as histórias que eles contavam. Enquanto isso Shinji apenas ouvia a tudo quieto no canto dele enquanto comia, mas ficava observando o modo como Kaworu agia enquanto falava com os outros.
-Acho que depois de contar tudo isso, podemos pensar que se sobrevivemos a tudo isso até agora, vamos ter chances agora. – disse Kaworu.
Mal disse aquilo, e uma grande tempestade começou, assustando um pouco a todos dentro da casa, já que um grande raio caiu praticamente ao lado da casa, criando uma luz muito forte que incomodou muito a todos lá dentro. Todos os casais acabaram se abraçando por conta do susto, e ficaram assim por um tempo enquanto encaravam abismados, a chuva torrencial que tinha começado.
-.....não esperava por uma chuva dessas... – disse Kaworu surpreso.
-Acho que isso não me parece um bom sinal... – disse Akise preocupado.
-Só espero que essa chuva não piore muito, se for durar muito, irá dificultar nossa locomoção quando sairmos daqui. – dizia Clear preocupado.
-Também espero....
-Eu também... - disse Shinji preocupado, pois temia pelo que podia acontecer já que isso aconteceu bem depois que Kaworu falou sobre eles sobreviverem. - Realmente um raio desses não é bom sinal...
De longe em sua pequena biblioteca aquele deus observava a situação atual dos albinos, rindo e se divertindo com o que acontecia com eles. Ele sabia muito bem quais eram os próximos passos a serem seguidos, e por isso ria como um bobo das esperanças dos amados dos albinos.
-Ai ai, cômico, não tem como não me divertir com esse jogo. – dizia enquanto ria. – Acho que vou me divertir mais um pouco.
Ele pegou um livro em sua estante e ficou observando as palavras em uma língua antiga descritas nele. Com curiosidade ele via as imagens perturbadoras nelas, pensando no seu próximo plano que iria iniciar o clímax daquele belo jogo que criara. Era a parte que mais ansiava para realizar em seu pequeno divertimento, querendo o quanto antes poder fazer aquilo.
-Esperem e verão meus caros albinos. O melhor ainda estar por vir. – disse enquanto pegava uma pequena mariposa pelas asas, que estava voando por cima de si. – Algo que vai transformar seus corpos na mais bela obra prima. O grand finale se aproxima meus caros, logo poderão ver como acabará a tudo. E mal posso esperar para ver como seus amados reagirão, será tão perfeito. – disse enquanto esmagava a pobre mariposa com as mãos. - UM FINAL DE MATAR MUWAHAHAHAHA!!!!!!
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