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História Why are you so obsessed with me? Minsung - Capítulo 33 - História escrita por OhayoKat - Spirit Fanfics e Histórias
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História Why are you so obsessed with me? Minsung - Capítulo 33


Escrita por: OhayoKat

Notas do Autor


Boa leitura! ♡

Capítulo 34 - Capítulo 33



     - Seungmin -


 O clima na cabine do jatinho estava pesado, e eu me sentia como se estivesse assistindo a um trem descarrilhar. A determinação nos olhos de Lee Know era tão intensa que parecia que ele estava lutando contra um inimigo invisível. Hyunjin, por sua vez, parecia tão preocupado quanto eu, mas ele ainda tentava encontrar uma maneira de fazê-lo reconsiderar.

 — Você não pode fazer isso! — Hyunjin insistiu, a voz subindo um pouco. — Olha, eu entendo que você se sente culpado, mas você não pode deixar isso estragar sua felicidade. E Han... ele é especial para você, certo? 

Lee Know balança a cabeça, seus olhos cheios de uma mistura de dor e raiva.

— É exatamente isso, Hyunjin. Ele é tão especial que eu não posso correr o risco de machucá-lo com a minha distração. Eu não posso deixar que algo assim aconteça novamente. Nunca.

Nesse momento, uma ideia surge na mente de Hyunjin. Ele faz uma pausa antes de continuar, suas palavras mais cautelosas.

— Olha, eu também tenho alguém. — Ele hesita por um momento, como se estivesse pesando suas palavras. Como se o que fosse dizer fosse errado.— É o Felix.

— O amigo do Han? — Lee Know olha indignado.

A gente começou a namorar há pouco tempo, e eu sei como é estar apaixonado....

—Como eu não sabia disso? — Ele balança a cabeça em negação — Está vendo, mais uma coisa que estava bem de baixo do meu nariz e eu não vi!

— Deixa ele falar, Minho! — Cruzei as pernas por cima do banco e fiz um gesto com as mãos para Hyunjin continuar.

E mesmo que as coisas sejam complicadas, você não pode deixar que um erro destrua tudo o que você construiu. Se o Felix estivesse na sua posição, eu não teria coragem de deixá-lo por causa de um erro.

Eu não sabia como reagir a isso. A revelação de Hyunjin me deixou um pouco atordoado. Ele estava namorando Felix? Como assim? Quando isso aconteceu? Quem é Felix? E o que mais me chocou não era nem isso, e sim, que ele estava colocando sua própria felicidade em jogo para tentar ajudar Lee Know.

— Como...— olho para Hyunjin, tentando absorver a nova informação. — Você também... tem alguém especial?

Hyunjin sorri levemente, um sorriso tímido, mas um sorriso ainda assim.

— Sim. Mas esse não é o ponto, tá. O ponto é que vocês dois têm algo verdadeiro! Algo raro. Não deixe isso ir embora por causa de um erro!

Lee Know está em silêncio, e eu vejo a luta interna passando por seu rosto. A angústia de ter cometido um erro, a luta entre o amor e a responsabilidade. É um conflito que conheço bem,  sabia que ele enfrentaria algo parecido, mas não nesse nível. 

— E eu... — finalmente, decido me abrir também, sentindo que a sinceridade é o caminho a seguir. — Eu gosto do Bang Chan! Eu sei que pode parecer bobo, mas eu realmente gosto dele. E a última coisa que eu quero é que um erro me impeça de ser feliz com ele.

Os olhos de Lee Know se arregalam, e ele me observa, um misto de surpresa e preocupação.

— Você gosta do Bang Chan? — ele pergunta, a expressão ficando tensa. — O Bang Chan? Logo ele...você poderia ter qualquer um, mas decidiu ser o Bang Chan?

— Qual é o problema do Bang Chan? Ele é tudo que um dia eu pedi, agora não muda o foco da conversa Minho! — Eu respiro fundo. — Então, como você pode deixar o que você tem com Han ir embora por causa de um erro? Isso não faz sentido!

Lee Know fica em silêncio, seus olhos mirando para o chão. Ele parece estar refletindo sobre nossas palavras, mas a tensão ainda está no ar.

— Olha, eu vou dizer uma coisa — Hyunjin tenta novamente, sua voz firme. — Eu não vou deixar que você termine com Han! Você precisa conversar com ele. Precisamos resolver isso antes de você tomar uma decisão tão drástica.

A tensão da conversa toma um rumo inesperado. Lee Know levanta a cabeça e fixa os olhos em mim e em Hyunjin.

— Vocês dois... — ele começa, e sua voz é mais suave agora, cheia de confusão. — O que está acontecendo com a gente? Como nossa vida virou de cabeça para baixo por causa de dois homens? O seu não conta Seungmin, vamos conversar sobre isso mais tarde!

Eu reviro os olhos, mas sei que ele só quer o meu bem. E, assim que essas palavras saem da boca de Lee Know, uma onda de entendimento percorre a cabine do jatinho. O que antes era um conflito só dele agora se torna um ponto de união entre nós. A vida pode ser estranha, mas, por um momento, o peso da realidade se dissolve, e rimos da ironia que nos uniu.

— Dois homens maravilhosos — eu digo, e Hyunjin concorda, quebrando um pouco da tensão.

— E, aparentemente, todos complicados. — Hyunjin conclui, e nós dois olhamos para Lee Know, esperando que ele possa encontrar uma maneira de lidar com a situação.

Lee Know sorri levemente, mas ainda há um brilho de preocupação em seus olhos. Ele respira fundo, e então, pela primeira vez desde que entramos no jatinho, parece um pouco mais relaxado.

— Eu não sei o que vou fazer... — ele murmura, mas nós sabemos que ele precisa conversar com Han. Ele não pode deixar que essa situação termine de forma abrupta sem antes dar uma chance ao que realmente sente.


- Hyunjin -

A Romênia apareceu como um borrão diante de seus olhos enquanto o avião aterrissava. O aeroporto de Bucareste parecia simples à primeira vista, mas havia algo a mais ali — a mistura do tradicional com o moderno, com seus prédios de vidro e concreto cercados por faixas de grama verde e montanhas ao longe. Hyunjin sentiu uma pontada de apreensão crescer em seu peito, enquanto pegava sua maleta e seguia Seungmin para fora do jato.

Lee Know ia na frente, passos rápidos e firmes, com uma expressão sombria. Na verdade, Hyunjin nunca o tinha visto tão tenso. Seungmin, por outro lado, parecia mais perdido, afundado em pensamentos que claramente o atormentavam.

Ao chegar na pista, três carros particulares já aguardavam, motoristas de terno prontos para levá-los ao destino. Hyunjin suspirou, entrando em um dos veículos, e viu os outros dois rapazes fazerem o mesmo. Ele apoiou a cabeça na janela, observando a paisagem de Bucareste enquanto o carro avançava pelas ruas da cidade.

O contraste era impressionante — prédios antigos, igrejas ortodoxas com cúpulas douradas e o ar pesado de uma história centenária que se misturava ao trânsito urbano e às construções modernas surgindo por todos os lados. A cidade fervilhava de vida, e ele sentia o peso do que estava por vir.

Uma vibração suave em seu bolso o tirou dos pensamentos. Era Felix. Uma mensagem simples, mas suficiente para fazer um sorriso involuntário surgir em seu rosto: "Oiii, tudo bem aí?" e " Quando você volta?".

Hyunjin digitou rapidamente de volta: "Sim, mas acho que vai demorar alguns dias. Talvez até semanas. Mal posso esperar para voltar para o meu loirinho!"

Ele desligou o celular assim que o motor do carro parou. O sorriso que ele tinha desapareceu assim que olhou para fora e viu o prédio imponente da Cobalt Eletrônicos e Lazer, uma das maiores empresas da Romênia. Lee Know e Seungmin já caminhavam em sua direção.

— Estão prontos? — Seungmin perguntou, as sobrancelhas franzidas de preocupação.

— Eu sempre estou pronto! — Lee Know respondeu com um sorriso de canto, aquele sorriso confiante e um pouco amargo que ele usava nas situações mais tensas.

— Esse é o espírito!  — Hyunjin respondeu, tentando manter a confiança no ar, embora soubesse que o desafio que tinham pela frente seria gigantesco.

Eles caminharam juntos até a entrada da corporação. O edifício era imenso, com vidros refletindo o céu nublado, e o logo da empresa cintilava no alto. O contrato com a Cobalt era vital para a expansão da empresa deles em Bucareste. Eles tinham dois contratos em jogo: um com a construtora, que já havia se tornado um problema enorme por causa do erro de Lee Know, e outro diretamente com a Cobalt, que estava ameaçando revogar o acordo por conta do escândalo.

Precisavam de um milagre. Ou melhor, de muita persuasão, dinheiro, e, claro, a habilidade inigualável de Lee Know de lidar com situações críticas.

Ao entrarem no prédio, uma recepcionista os guiou até o décimo sétimo andar, onde uma grande sala de reuniões os esperava. Os sofás de couro eram confortáveis, mas a tensão no ar os impedia de relaxar. A mulher ofereceu bebidas e petiscos, mas Hyunjin recusou com um aceno de cabeça, percebendo que ninguém ali estava no clima para comer.

A porta da sala se abriu, e o cheiro de perfume barato invadiu o ambiente. Um homem velho e repulsivo entrou, acompanhado por duas mulheres em roupas que mal cobriam o corpo. As duas pareciam mais adereços do que acompanhantes, alimentando e servindo o homem como se ele fosse um rei em uma festa grotesca.

O velho se acomodou em uma poltrona, seu olhar afiado pousando nos três como se os analisasse. Hyunjin sentiu um calafrio. Aquele homem irradiava arrogância, como se estivesse julgando-os desde o momento em que colocaram os pés no prédio.

— Seungmin, é um prazer revê-lo, — o homem disse, sua voz soando como uma cobra sibilando.

Seungmin tentou abrir a boca para falar, mas foi interrompido pelo velho, que levantou a mão.

— Eu não estou aqui para ouvir desculpas. — O homem murmurou com desprezo, um sorriso condescendente nos lábios enquanto as mulheres ao seu lado o serviam.

A sala ficou em silêncio por um momento, o som dos copos e talheres sendo manipulados por aquelas mulheres como um pano de fundo desagradável. Hyunjin se remexeu no sofá, sentindo a tensão subir a níveis insuportáveis.

— Comida, bebida... — o velho ofereceu, olhando para eles como se estivessem ali para um banquete e não para resolver uma crise. — E as senhoritas... — Ele fez um gesto amplo com a mão, como se fosse generoso. — Usem como quiserem.

Hyunjin travou o maxilar, sentindo uma onda de repulsa atravessar seu corpo.

— Não estamos aqui para isso. — Ele respondeu, tentando manter o tom o mais calmo possível, mas suas palavras saíram firmes.

Seungmin assentiu rapidamente, sem conseguir esconder o desconforto. Lee Know, no entanto, manteve-se em silêncio, seus olhos fixos no velho, avaliando a situação.

O ambiente estava carregado. A tensão poderia  escorrer pelas paredes, o cheiro de poder mal usado pairava no ar, e Hyunjin sabia que cada palavra dita ali poderia definir o futuro da empresa e talvez até das suas vidas.


- Seungmin -

Eu odiava aquele lugar desde a primeira vez que botei meus pés ali.  Esse velho me dá nojo. O ambiente me deixava com um gosto amargo na boca, como se algo estivesse constantemente errado. Aquele velho tarado, sentado em sua poltrona, cercado por mulheres quase nuas... o nojo que eu sentia por ele era impossível de esconder. Tudo nele me dava asco, o jeito que ele olhava, como se fosse dono de tudo, e o modo repugnante como tratava as mulheres ao redor e até os homens. 

Esse bosta, da primeira vez que vim aqui me deu um tapa na bunda, contei para Lee Know e ele ferveu em raiva.

Respirei fundo, tentando manter a compostura. Eu precisava ser profissional, apesar de tudo e Minho pela cara que tinha, tentava fazer o mesmo.  O contrato precisava ser discutido, e, claro, sabíamos que estávamos em uma posição vulnerável, mas eles também. 

— Estamos aqui para discutir os termos do contrato. — Minha voz saiu firme, mas eu podia sentir o nervosismo rastejando sob minha pele. — Sabemos que houve um incidente na obra, mas estamos prontos para remediar a situação e garantir que tudo fique conforme o planejado.

O velho nem se deu ao trabalho de responder, me olhou fixamente e molhou os lábio. Continuou bebendo seu copo de licor barato, como se nossas palavras não tivessem qualquer peso. O silêncio se estendeu de forma desconfortável, e ficou claro que ele estava se divertindo com a nossa tensão.

Antes que eu pudesse continuar, Hyunjin tentou suavizar as coisas, sempre com aquele jeito conciliador.

— Pedimos desculpas pelo ocorrido, senhor, — disse ele, o tom de sua voz calmo, tentando reverter o clima tenso. — Podemos garantir que isso não voltará a acontecer. Estamos comprometidos a resolver o problema o mais rápido possível.

O velho levantou a cabeça, balançando-a com desdém.

— Promessas jogadas ao vento não voltam, garoto. Já ouvi muita conversa mole como essa.

Senti o clima mudar instantaneamente. Lee Know estava quieto até então, mas eu conhecia bem aquele olhar, ele estava no limite. Antes que qualquer um de nós pudesse reagir, ele se levantou, os olhos fixos no velho, a tensão em seu corpo evidente.

— Esta cidade é um buraco. — Sua voz era fria e cortante, cada palavra saindo como uma lâmina. — Esse tempo miserável, esse escritório imundo, essa comida nojenta que você tem a ousadia de nos oferecer, e essas... — Ele lançou um olhar de nojo para as mulheres quase nuas. — Essas prostitutas. Tudo isso é ridículo e nojento!

Eu congelei na cadeira. Lee Know caminhou até o velho e, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o pegou pelo colarinho, erguendo-o como se fosse um boneco de pano.

— Escuta bem, — ele disse, a voz baixa, mas mortal. — Eu assumo a responsabilidade pelo erro na obra. Foi minha falha, e vou consertar. Mas você vai fazer a sua parte e assinar o contrato. Esse negócio não é só importante pra gente, é vital pra você também. Então para de nos enrolar com esse jogo sujo.

Eu estava em choque. Lee Know nunca tinha perdido o controle assim na minha frente, e ver isso me deixou atordoado. Olhei para Hyunjin, que tentava desesperadamente se esquivar das investidas de uma das mulheres, mas seus olhos estavam arregalados, quase tanto quanto os meus.

— Certo, certo! — O velho resmungou, ajeitando o colarinho quando Lee Know finalmente o soltou. — Eu vou assinar o contrato, mas quero a obra pronta em um mês. E vocês três vão ficar aqui para supervisionar. Tanto o final da obra quanto os primeiros meses de operação. Posso contar com isso?

Lee Know nem hesitou.

— Feito. — Ele disse, o olhar mortal fixo no homem.

Eu e Hyunjin trocamos olhares de pura incredulidade. Como assim "feito"? Ficar aqui na Romênia por meses? Minha mente estava em um turbilhão. Mesmo assim, eu apenas assenti, ainda tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer.

Quando o velho pediu o contrato, minhas mãos tremiam um pouco enquanto entregava os papéis e a caneta. Ele assinou com um sorriso irritante no rosto, e, logo depois, Lee Know também assinou.


- Lee Know -

Apertei a mão do velho com força, mais do que o necessário, e peguei o contrato. Só de sentir a pele asquerosa dele, me deu repulsa, porém a sensação de vitória era amarga, como se eu tivesse lutado no meio de lama para conseguir algo que deveria ser simples. Hyunjin e Seungmin já caminhavam para fora da sala, mas antes de sair, eu olhei para aquele homem asqueroso uma última vez.

— Seja profissional, seu velho tarado, — soltei, a voz baixa, mas carregada de desprezo. — Vive andando com essas porcarias, essas… moqueiras, se agarra a hábitos nojentos e imorais, e se esquece que é dono de uma das maiores empresas da Romênia. Faça algo útil com a sua vida antes que tudo desmorone sobre sua cabeça. E se olhar novamente para Seungmin como olha agora, eu te mato!

O velho não respondeu, me olhou com olhos erregalados. Eu segui Hyunjin e Seungmin, meu corpo inteiro tenso. Entramos no elevador em completo silêncio. Ninguém ousava dizer uma palavra, mas a tensão estava ali.

Quando finalmente saímos do prédio, o ar parecia um pouco menos sufocante, mas não muito. Seungmin quebrou o silêncio.

— Apenas um carro — disse ele ao motorista, dispensando os outros dois. Não havia necessidade de mais luxo ou espaço. Já bastava o que tínhamos enfrentado naquele escritório.

Caminhamos até o carro, ainda em silêncio. Íamos rumo à construção que deu errado, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Eu só conseguia pensar em uma coisa: não havia espaço para erros. E esse velho desgraçado, assim como essa cidade, eram o menor dos meus problemas agora.

Quando o carro parou em frente à obra, a atmosfera parecia mais pesada do que o habitual. Desci primeiro, sentindo o vento frio cortar meu rosto. O céu de Bucareste estava nublado, o que combinava com o humor sombrio que eu carregava desde o encontro com o velho nojento.

A obra estava à nossa frente, um prédio gigantesco, mas com a estrutura ainda exposta. Havia máquinas estacionadas, operários andando de um lado para o outro, e pedaços de concreto espalhados pelo terreno. Tudo estava em andamento, mas lento demais para os nossos prazos. Eu passei a mão pelo cabelo, tentando controlar a frustração crescente.

Seungmin e Hyunjin desceram logo atrás de mim, ambos em silêncio. Seungmin olhava para o prédio com um olhar crítico, já calculando o que teria que ser feito. Hyunjin, por outro lado, apenas observava, mas eu podia sentir que ele estava tão inquieto quanto eu.

— Não podemos perder mais tempo aqui, — murmurei, caminhando em direção ao engenheiro responsável, que nos aguardava do lado de fora. — O prazo já está estourado, e agora com esse maldito acordo, temos menos de um mês para entregar isso aqui.

O engenheiro se aproximou, visivelmente tenso.

— Senhor Lee Know, estamos trabalhando duro, mas houve alguns contratempos com os fornecedores e...

Levantei a mão, interrompendo-o.

— Não quero desculpas, quero soluções. Vamos dar uma olhada por dentro.

Começamos a caminhar pelo terreno, o som das máquinas e o cheiro de cimento fresco enchendo o ar. Cada detalhe parecia errado, fora de lugar. Era tudo o reflexo do meu erro, da minha distração. E agora, eu teria que consertar, custe o que custar.

Entramos no prédio em construção, e o eco das nossas botas batendo contra o chão de concreto inacabado ecoava como um lembrete sombrio do que havia acontecido ali. As paredes ainda estavam sem revestimento, algumas janelas mal encaixadas, e o lugar cheirava a poeira e suor. O aroma de risco pairava no ar, intensificado pela lembrança do recente desmoronamento que havia ferido três trabalhadores.

O engenheiro começou a nos guiar, explicando cada detalhe técnico, mas eu mal conseguia prestar atenção. Meu foco estava nas rachaduras que via, tanto nas paredes quanto no cronograma. A cada passo, só conseguia pensar no que poderia ter acontecido. A culpa queimava dentro de mim.

Seungmin, ao meu lado, estava calado, mas eu sentia seu desconforto. Ele sempre foi mais sensível aos detalhes e sabia que, com o que aconteceu, o clima estava tenso. Hyunjin, atrás de nós, permanecia observador, com uma expressão preocupada, como se estivesse esperando a qualquer momento que a situação piorasse.

— Aqui é onde o desmoronamento aconteceu, — o engenheiro apontou para uma grande área ainda marcada por destroços e sujeira. — Tivemos problemas com a estrutura, e isso resultou no acidente. Infelizmente, três pessoas foram para o hospital.

A menção ao hospital atingiu como um soco no estômago. Eu sabia que a responsabilidade pesava sobre mim e sobre a nossa empresa.

— E o que você fez para evitar que isso acontecesse novamente? — perguntei, controlando a raiva que fervia dentro de mim. — Você não pode ficar simplesmente parado enquanto vidas estão em risco.

O engenheiro engoliu seco, sua expressão cheia de apreensão.

— Estamos revisando todos os protocolos de segurança, senhor. Vamos aumentar a equipe e trabalhar 24 horas, se necessário, mas precisamos de mais recursos. Sem isso, é difícil garantir que não haverá mais acidentes.

Respirei fundo, sentindo o peso de tudo isso sobre os meus ombros. A pressão estava aumentando, e eu sabia que cada segundo perdido poderia custar mais vidas e nossa reputação.

— Faça o que for preciso, mas não quero mais desculpas. A partir de agora, eu vou acompanhar cada etapa de perto. Se algo acontecer de novo, você será o próximo a cair.

Minha voz saiu mais fria do que eu pretendia, mas não havia espaço para complacência. Seungmin e Hyunjin permaneciam em silêncio, sabendo que esse era meu jeito de lidar com as coisas.

Terminamos o tour pela obra e saímos novamente para o exterior, onde o vento frio nos atingiu. Olhei para o prédio à nossa frente, tão cheio de falhas quanto a minha própria conduta nos últimos meses. As consequências do desmoronamento estavam apenas começando a se revelar.

— Vamos embora — falei, caminhando em direção ao carro. — Temos que achar um hotel.

Seungmin fez um sinal  e todos nós entramos no mesmo veículo. O silêncio era quase sufocante enquanto o carro nos levava de volta à cidade. Eu encostei a cabeça no vidro, olhando para fora, mas minha mente estava longe, perdida no caos que eu mesmo criei.

Eu tinha que consertar isso. Mesmo que para isso precisasse sacrificar tudo que eu mais queria..






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