handporn.net
História Wicked Game - Two Parts of you - História escrita por Minke- - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Wicked Game >
  3. Two Parts of you

História Wicked Game - Two Parts of you


Escrita por: Minke-

Notas do Autor


Oioooooi o/

Como cês tão? Espero que bem!

Vamos ao capitulo? Boa leitura u.u

Playlist Oficial da Fanfic: https://open.spotify.com/playlist/1fbNE67XQWBVZzV0u1UwsX

Capítulo 18 - Two Parts of you


Fanfic / Fanfiction Wicked Game - Two Parts of you

 

 

Yuri-

 

Sentia meu corpo ser pressionado contra o chão duro da minha cela, seus murros e golpes faziam machucados realmente sérios em minha face onde começava a derramar sangue sobre o meu uniforme alaranjado que agora ganhava tons de vermelho. Eu estava sozinha. Hyeri tinha ido para o refeitório pegar nosso jantar e não poderia me ajudar agora. Ninguém poderia me ajudar agora.

Eram três delas. Uma era alta e esguia, cabelos longos escondendo parcialmente o seu rosto. A segunda era um pouco mais baixa porém musculosa, seus cabelos castanhos eram curtos e picotados como se uma criança travessa com uma tesoura com pontas tivesse se encarregado de cortar seus cabelos. A terceira que me acertava com golpes no estômago e nas costelas era a líder delas, uma mulher de estatura mediana com um corte de cabelo masculino e tatuagens estranhas pelos braços e pescoço. A ideia de vir até a minha cela apenas para me dar uma surra sem motivo aparente com certeza tinha vindo dela.

Elas eram as mesmas com quem me encontrei no banheiro daqui logo quando cheguei ao presídio. Duas delas me seguravam pelos braços e pernas para que eu conseguisse me debater o mínimo possível enquanto a terceira me atingia com socos e chutes no meu estômago me fazendo desejar estar morta. Elas revezavam entre si como num parque de diversões, cada uma tinha a sua vez de me acertar algumas vezes e por um determinado espaço de tempo. Queria que aquilo fosse tão divertido pra mim quanto era pra elas.

Estava chegando ao o ponto em que não conseguia mais achar fôlego, os chutes da mais forte delas era tão doloroso que meus pulmões se desligavam me fazendo entrar em desespero a procura de um pouco de ar. Quando perceberam que eu estava quase perdendo os sentidos suas caras se transformaram em puro medo, talvez me matar não fosse sua real intenção mas era o que parecia naquele momento.

As duas que me seguravam pelos braços me soltaram jogando meu corpo sobre o chão frio e ensanguentado da cela. “Essas são suas boas vindas, Princesinha Kwon.” Disse a mais velha e líder delas, antes de saírem todas juntas aos risos. Meus pulmões ainda tentavam se recuperar do dano causado por minhas novas colegas quando Hyeri me encontrou ainda no chão. Quando ela se aproximou me levantando do chão e me colocando em seu colo, lágrimas de medo escorreram por meu rosto com o pensamento de que as mulheres tivessem voltado para terminar o que começaram. Meus olhos estavam inchados e minha visão comprometida devido aos golpes. Se eu não reconhecesse a voz de Hyeri gritando incessantemente por ajuda, eu não saberia quem era ela.

A ajuda que não veio. Hyeri gritava a plenos pulmões enquanto me segurava em seus braços mas ninguém parecia dar a mínima para seus gritos. Os guardas fingiam ser surdos e as detentas das celas ao lado apenas tapavam seus olhos e ouvidos para a situação. Eu achei que morreria, achei que morreria ali jogada ao chão nos braços da minha colega de cela. Nunca mais veria meu pai ou ouviria seus sermões irritantes, nunca mais veria os olhos dourados de Jessica e o seu sorriso doce. Nunca mais. Foi o que eu pensei, mas Hyeri pensava o contrário.

Seus braços finos e longos me carregaram com dificuldade mais muita perseverança levando o meu corpo quase inconsciente até a enfermaria do presídio. Eu chorava durante nosso caminho até lá, os braços de Hyeri eram fracos demais para me aguentar, eu era um fardo pesado demais para qualquer um. Seus braços fraquejavam fazendo meu corpo tremer e doer ainda mais, eu gritava de dor mais só um gemido agudo saia da minha boca. Minha mente já sem esperanças de que minha colega conseguiria me levar viva até a enfermaria gritava: “Eu vou morrer aqui.” Mas como se Hyeri pudesse ouvir meus pensamentos ela retrucava firme de volta pra mim “Fique viva!” A quem eu deveria obedecer?

Apaguei antes que chegássemos a enfermaria, o lugar ficava longe demais das celas e Hyeri tinha um peso muito grande em seus ombros que a impedia de correr até lá. Quando meus olhos se fecharam e tudo ficou escuro foi como pegar no sono. Era fácil respirar, não existia mais dor ou ansiedade ou medo, nada. Acho que a sensação era a mesma que as pessoas sentem ao morrer, mas eu não estava morta. Pelo menos ainda não porque suas mãos frias estavam sobre meu rosto e seus lábios tocavam o meu ouvido sussurrando apenas um comando: “Fique viva, Kwon. Fique viva por mim.” E como eu poderia recusar um pedido da pessoa que eu mais amava em todo o mundo? Por mais que aquilo fosse uma alucinação devido a dor e aos golpes que levei na cabeça, ainda assim eu não podia ignora-la.

Acordei chamando o nome dela com lágrimas salgadas molhando o meu rosto inchado e dolorido. A enfermeira se levantou rapidamente tentando me acalmar o suficiente para que eu não me desligasse dos aparelhos presos em mim ou caísse no chão e piorasse ainda mais o meu estado atual. Hyeri veio logo atrás dela o que me deixou mais calma e me fez finalmente relaxar. Ela sorriu pequeno pra mim e eu sabia que aquilo tinha sido só o começo do que eu iria ter que enfrentar enquanto vivesse aqui dentro.

—Você tá horrível. - Disse ela apertando uma bolsa de gelo sobre meu olho direito.

—Obrigada por dizer, eu não imaginava. - Falei sentindo minha voz falhar em algumas palavras. Ainda era desconfortável respirar e falar só piorava isso.

—Me desculpe, Kwon… eu queria ter estado lá para impedir isso. - Falou com tristeza em sua voz e eu só consegui agradecer mentalmente por ela não ter estado lá naquele momento ou seríamos duas detentas mortas naquela noite.

 

                                                                                            ***

 

O dia amanheceu e com as drogas/remédios fornecidos pela enfermeira de plantão minhas dores estavam diminuindo consideravelmente porém uma costela havia sido quebrada assim como meu braço esquerdo e alguns dedos. Os danos foram grandes mas eu estava viva e isso já era um milagre. Hyeri havia dormido na enfermaria, sentada em uma nada confortável cadeira de plástico ao lado da minha cama. Com sua cabeça debruçada sobre meu colchão ela cochilava por passar a noite em claro tentando evitar que alguém tentasse me matar enquanto eu dormia.

Não sei porque exatamente mas Hyeri estava demonstrando uma dedicação comigo que eu nunca havia recebido de ninguém. Pelo menos não sem que tivesse segundas intenções envolvidas. Ser rica significa ser rodeada de amigos e puxa sacos por toda parte, mas nenhum deles te quer verdadeiramente bem, só quando eles podem desfrutar disso também. Eu nunca tive quem se preocupasse comigo quando estava doente, quando batia o carro, quando dormia bebada em boates. Não havia ninguém que ao menos me ligasse para saber se eu estava me sentindo bem, mas em compensação existiam várias pessoas que me pediam favores, que estavam sempre presentes em minhas festas ou viagens.

Alguém disse uma vez: “Você reconhece seus verdadeiros amigos quando está no fundo do poço, porque são eles que te puxam pra cima.” Essa pessoa estava certa mas eu nunca tive quem me puxasse pra fora do poço. Eu não sabia qual era a sensação. Acho que agora eu sei.

Estamos em um presídio, o julgamento de Lee Hyeri já aconteceu e ela foi condenada a cinco anos de cadeia. Hyeri não tem nada a ganhar me protegendo aqui além de uma grande dor nas costas mas mesmo assim ela continua aqui, mesmo assim ela me pediu desculpas por não ter estado ao meu lado quando tudo aconteceu. Meus olhos se encheram de lágrimas sem que eu ao menos percebesse, encontrei uma amiga de verdade no lugar mais improvável que poderia existir.

O meu café da manhã já estava posto ao lado da cama, me coloquei sentada na mesma com um pouco de dificuldade devido às dores e logo peguei o recipiente com o que parecia ser sopa. Estava nevando lá fora então sopa não seria tão ruim assim. Enquanto bebia o líquido quente minha colega se remexeu em seu lugar acordando. Sua cara não era das melhores, seu rosto estava todo marcado demonstrando que sua noite não foi a melhor de todas, mesmo assim eu recebi um sorriso pequeno ao encontrar seus olhos.

—Ainda bem que pode comer. Achei que teria que te dar comida na boca. - Ela riu se levantando enquanto seus ossos estalavam a cada movimento de seus braços e seu rosto fazia uma careta a cada estalo.

Não respondi nada apenas retribui o sorriso pequeno e voltei a tomar minha sopa. Hyeri passou a se afastar logo saindo porta a fora, provavelmente tinha ido até o banheiro para fazer sua higiene já que estava quase na hora de todas as detentas se amontoam aos montes pelos banheiros do presídio. Para a minha sorte ou não eu não precisava me preocupar com isso, na enfermaria existia um banheiro exclusivo para os pacientes e como só havia eu por lá, o banheiro estaria a minha disposição sem necessidade de filas ou mulheres observando todas as partes possíveis do meu corpo sem permissão.

Suspirei aliviada só de imaginar, poderia tomar um bom banho demorado e não precisaria me preocupar com nada. Já existiam roupas limpas dentro de um pequeno armário perto da cama, agora eu só precisaria conseguir me levantar e andar até lá. Andar era um grande problema. Se minhas costelas já doíam apenas por eu respirar, andar então era uma tortura. Quando desci da cama que meu pés tocaram o chão gelado senti minhas vistas ficarem embaçadas, apoiei minhas mãos sobre a cama fazendo o possível para não dar de cara com o chão. Quando consegui manter meu equilíbrio fui até o banheiro a passos lentos, pra minha sorte não precisei me esforçar muito.

Ao sair do banheiro da enfermaria o que me esperava era uma surpresa e tanto. Com seus smokings pretos e cabelos bem penteados os meus dois advogados estavam em pé ao lado da minha cama, a enfermeira estava ao lado deles todos com os olhares sobre mim. Eu não tinha ideia de que eles poderiam vir a essa parte da cadeia, talvez isso só tivesse sido possível pelos meus ferimentos. Dois polícias estavam do lado de fora do lugar guardando a entrada da enfermaria e tomando conta para que a visita dos meus advogados não fosse algo violento. Algumas detentas tinham o péssimo hábito de agredir seus advogados durante a visita mas isso não aconteceria comigo, só dependeria deles me darem boas notícias.

Sorri me imaginando dando uma surra naqueles homens engomadinhos pela demora de não me tirarem daqui mas isso além de me dar uma baita dor, ainda me faria ser posta na solitária e eu realmente não queria ir pra um lugar pior do que a minha cela. Me aproximei sentando a cama enquanto eles sentavam em cadeiras ao meu lado, a enfermeira se retirou da sala ficando do lado de fora com os policiais esperando que eu precisasse de algo em que ela pudesse me ajudar.

—Vocês vinheram me dar boas notícias, não é? Porque não sei se perceberam mas minha estadia aqui não tem me dado bons frutos. - Falei percebendo que minha voz ainda não estava das melhores. Estava arrastada e rouca devido as detentas apertando o meu pescoço.

—Estamos fazendo o possível senhorita Kwon, mas devido às provas que foram achadas em seu quarto, tudo tem ficado mais difícil. - Hyuk, o mais novo entre os dois se manifestou.

—Soubemos pela direção do presídio que a senhorita foi agredida enquanto estava na sua cela. Podemos usar isso para que o juiz nos dê um habeas corpus. - O mais velho completou.

—Isso é bom… façam de tudo para conseguir isso, eu preciso sair daqui o mais rápido possível. Pelo menos até…

—Até o Julgamento, Senhorita. - Hyuk completou minha fala, me lembrando de algo que me parecia muito importante agora.

—Hyuk, quero que pesquise e fale com o advogado que cuidou do caso de Lee Hyeri, minha colega de cela. Quero saber o que foi feito para que ela fosse tirada daqui e porque não conseguiram isso. - Seu rosto se tornou confuso diante do meu pedido mas ele concordou em fazer o que mandei.

—Sim senhora.

 

A visita não durou muito tempo, como era na enfermaria nós tínhamos meia hora a menos. Ali não era lugar para conversa e isso ficou claro quando os policiais tiraram meus advogados quase os carregando no colo daqui até lá fora. Eu esperava que o pedido de habeas corpus desse certo para que eu conseguisse sair daqui e sobre a Hyeri… Eu me sentia na obrigação de pelo menos tentar ajudá-la a sair daqui. Ela merecia isso depois de como agiu comigo.

Assim que os policiais saíram com meus advogados ao lado, minha enfermeira fez alguns poucos exames em mim e me deu alguns remédios para que a intensidade da dor não aumentasse novamente. Hyeri voltou ao quarto ainda com uma cara amassada e eu não tive coragem de dizer o que pedi a Hyuk, não queria lhe dar falsas esperanças de que um dia ela pudesse sair daqui. Nem eu sabia se sairia. Dar esperanças falsas a Hyeri poderia quebrá-la agora depois dela já ter se conformado com a sua sentença.



 

 

Jessica-


 

Os olhos castanhos de Tiffany me encaravam com medo e os de Taeyeon com súplicas silenciosas para que eu me calasse. O que eu deveria fazer? Respirei fundo lembrando do que aconteceu quando Taeyeon não era ela mesma. Me lembrei da sua respiração pesada contra o meu pescoço, da dor das suas mãos apertando meus pulsos contra a cama, do meu desespero ao perceber que aquilo não era uma brincadeira idiota dela. Era real, foi real e por mais que Tiffany e eu tivéssemos nossas desavenças eu não desejava que ela passasse pelo mesmo que eu.

Taeyeon estava mentalmente doente e não fazia ideia das suas próprias condições psicológicas. Ela era como uma bomba relógio só que sem os números. Ninguém sabia quando ela explodiria e se o estrago seria grande. E Tiffany era como uma criança inocente entrando na toca do lobo mal, ela não sabia o que poderia lhe atingir, do mal que sua amada poderia lhe fazer.

Com minhas pesquisas e a grande ajuda da doutora Kim Seolhyun eu já tinha aprendido muito sobre as condições da minha prima. Sabia que Taeyeon tinha duas personalidades, uma tomava o poder sobre o seu corpo sem que ela se desse conta disso. Enquanto a segunda personalidade controlava tudo, a consciência da verdadeira Taeyeon apagava não se dando conta do que estava acontecendo consigo mesma ou ao seu redor.

Nem ela nem nós poderíamos saber quando esses eventos aconteciam, a não ser pela mudança brusca de personalidade que acontecia com ela. Em alguns casos as personalidades fingiam ser a própria pessoa, tentando não serem descobertas pelos parentes próximos. Era como se Taeyeon realmente tivesse duas dentro dela. A outra era manipuladora, egoísta, violenta e muito, muito inteligente.

Pelas minhas pesquisas uma dupla ou tripla personalidade só surgia devido a algo traumático que tenha ocorrido com a pessoa que as carrega dentro de si. Eu não podia dizer que isso tinha acontecido com a minha prima, mas não posso descartar essa possibilidade também.

Na nossa infância Taeyeon me visitava muito pouco e parecia uma criança normal e feliz, ela só mudava quando precisava voltar pra casa. Isso sempre a deixava chateada e triste pelos cantos. Na época eu achava que poderia ser pelo fato dela ser muito sozinha em casa, eu era a única amiga que ela tinha mas que ela só podia ver nas férias e isso era ruim para qualquer criança, mas hoje em dia não tenho mais certeza de que era só por isso aquela irritação e tristeza.

Quando me mudei para a Coreia já éramos pré adolescentes, Taeyeon com seus quatorze anos e eu com os meus doze. Me lembro do quanto ela ficou feliz ao me ouvir dizer que moraria perto dela por algum tempo. Fomos felizes naquela época mas ela mudava de humor drasticamente em algumas ocasiões, principalmente quando estava na presença do irmão de seu pai. Depois do episódio de violência que tive com minha própria prima só o que eu consigo pensar é nos eventos do passado, como se procurasse uma explicação, uma razão para que Taeyeon esteja tão quebrada por dentro que precisou ser dividia em dois.

—Sica, você não pode contar a ela. Não agora. - Taeyeon pediu, seus olhos já vermelhos ameaçando começar a chorar a qualquer momento.

—Eu preciso, é pro seu bem. Não entende? - Tentei explicar.

—Taeyeon, vai ficar tudo bem. Deixe que a Jessica fale, eu estou preocupada. Preciso saber o que está acontecendo com vocês. - Falou Tiffany tentando acalmar minha prima que só parecia ter ficado mais nervosa ainda.

O clima estava pesado e eu tinha uma sensação ruim sobre aquilo, não só porque Taeyeon se magoaria comigo por contar a Tiffany sobre o que aconteceu conosco mas porque por algum motivo algo parecia estar errado. Eu estava fazendo aquilo apenas para que Tiffany ajudasse a minha prima. Ela sempre está perto de Taeyeon e provavelmente estará por muito tempo. Temos que aprender a lidar com a Tae e saber como ajudá-la ou ela nunca mais será a mesma.

—Taeyeon tem dupla personalidade. Sua segunda personalidade é agressiva, violenta e perigosa. E com perigosa eu quero dizer que não sabemos quais os seus limites, ela pode machucar você, Tiffany. De verdade. Até pior do que me machucou - Falei sentindo a minha boca amargar como se tivesse acabado de tomar um remédio ruim. Eu sabia que era pro bem mas o gosto ainda era péssimo. As mãos de Taeyeon se fecharam em punho e a respiração de Tiffany ficou audível para todos do quarto.

Já estou diagnosticada, doutora Jung? - Falou com sarcasmo.

 

Meu corpo foi paralisado por sua voz, um arrepio percorreu por toda a extensão do meu corpo me fazendo suar imediatamente. Era ela, aquela era a voz dela. Da criatura que me destruiu por completo em uma só noite. Ela estava aqui e agora me olhava fixamente dentro dos meus olhos com tanta raiva que eu perdi a respiração e meu equilíbrio. Me apoiei sobre a cama de Tiffany tentando evitar que minhas pernas cedessem e percebi que Tiffany estava petrificada enquanto olhava para o que a dois segundos atrás era sua namorada.

Eu deveria ter cortado a sua língua naquela noite sua vadia de merda! - Falou novamente, sua voz rouca e diferente da que eu estava acostumada a ouvir cortava o silêncio entre nós. —Eu tinha tudo planejado pra acabar com essa maldita mas você tinha que dar com a língua nos dentes. - Gritou novamente, ela estava irada e perigosamente perto de nós.

Eu não conseguia falar, minha voz simplesmente havia sumido da minha garganta assim como a de Tiffany parecia não estar mais lá. Taeyeon não estava mais no controle de seu corpo, agora a sua segunda personalidade estava e pelo que ela disse veio para despejar sua fúria sobre mim.

Taeyeon tinha razão, eu não deveria ter contado. Não agora. Não assim.

 

—Q-Quem é você? - A voz de Tiffany saiu arrastada e fraca, ela mal conseguia falar e seu medo estava estampado em sua feição pálida. Os olhos negros da mulher a nossa frente se voltaram para Tiffany com ódio e um sorriso sarcástico sobre os lábios.

Agora que fui descoberta não faz mais sentindo não te contar quem eu sou, não é vadiazinha? - Sua voz era cheia de malícia e nojo, eu me sentia suja só de ouvi-la perto de mim. —Me chamo Taeha.

Disse com um sorriso orgulhoso, como se ela realmente fosse alguém, como se fosse uma pessoa de verdade. As mãos de Tiffany tremiam sobre seu ventre assim como as minhas. Eu não sabia o que esperar dessa pessoa que auto se nomeava como “Taeha”. Meu coração batia rápido e desesperado enquanto eu tentava pensar em um jeito de trazer Taeyeon de volta ao comando do seu próprio corpo mas nada me vinha a mente e antes que eu pudesse ter uma boa ideia, Taeha já estava com seu rosto a poucos centímetros de Tiffany, segurando seu pescoço com uma força que eu jamais imaginaria que o corpo pequeno de Taeyeon pudesse ter.

—Solte ela! - Gritei sem pensar e puxei seu pulso na intenção de libertar Tiffany do aperto. Falhei miseravelmente. Seu braço nem se mexeu, eu estava desesperada e Tiffany começava a se debater sentindo a falta de ar afetar os seus pulmões que já não estavam em boas condições.

—Taeha, solte-a agora! - Alguém distante gritou. Todas nós olhamos juntas para saber de onde vinha a voz e nossos olhos encontraram juntos por Kim Seolhyun que adentrava o quarto a passos largos e pesados ficando a poucos metros de Taeyeon, ou Taeha.

Mas vejam só, a minha curandeira chegou. Já sabe como me fazer sumir, doutora? - Falou soltando Tiffany do seu aperto que tossia procurando por ar. Seus passos agora eram direcionados a doutora a sua frente, cada vez mais perto dela. —Eu definitivamente não queria ser descoberta por você agora, mas graças a essa idiota eu não tive escolha.

—Quero que chame Taeyeon, chame-a de volta. - Falou de forma firme mas Taeha não parecia se sentir retraída com isso.

O que quer com ela? Taeyeon é fraca, não sabe o que é melhor nem para si mesma. Por isso eu a protejo, não vê?

—A protege tentando machucar quem ela ama? - Respondeu Seolhyun. Eu tentava acalma Tiffany ao meu lado mas nós duas não conseguíamos parar de tremer diante daquela pessoa que se parecia tanto com Taeyeon e ao mesmo tempo era tão diferente dela. Aquilo era um monstro que eu, nós não podíamos controlar ou se livrar.

O que? Essa vadia? Ela dormiu com outra enquanto nós duas estávamos no hospital. Ela não merece amor nenhum, Taeyeon sabe disso.

—Se machucar Tiffany ou Jessica você pode destruir a si mesma, Taeha. - A garota pareceu assustada com as palavras da doutora Seolhyun. Suas mãos foram parar em sua cabeça e ela começou grunhir como se algo doesse dentro de si. —Se machuca-las Taeyeon não vai se perdoar por isso. - Continuou a doutora.

Taeha se virou nos mostrando o seu pior olhar, seus dentes rangeram e seus punhos se fecharam. Tiffany gritou por Taeyeon e o corpo de Taeha foi ao chão. A Doutora que era a mais próxima se ajoelhou ao chão verificando o que tinha acontecido enquanto Tiffany chorava aos prantos querendo sair da cama e ir até Taeyeon. Eu segurava seu corpo impedindo que ela tocasse o chão mas até eu estava preocupada e queria ficar perto da minha prima.

Seolhyun puxou a cabeça de Taeyeon a colocando em seu colo e dando pequenas batidas em seu rosto. Como se despertasse de um sono seus olhos abriram castanhos e brilhantes e eu quase cai no chão devido ao alívio que eu senti em perceber que ela havia voltado.

—O que aconteceu? - Perguntou minha prima ainda retomando a consciência e sendo ajudada pela doutora ao seu lado a se levantar do chão.

—Taeyeon, nós realmente precisamos conversar. - disse Seolhyun e por algum motivo, talvez pelas lágrimas e o medo evidente no meu rosto e no rosto de Tiffany, Taeyeon entendeu o que a doutora quis dizer.

Aquilo deveria ser levado a sério, seu estado de saúde deveria ser levado a sério e tratado o quanto antes ou todas nós estaríamos em perigo se seu corpo fosse controlado por Taeha novamente. Taeyeon precisava se proteger dela mesma.

 

 


Notas Finais


Ta bom ou quer mais? Parei kkk'

Comentem o que acharam do capitulo se acharem que devem e até a proxima o/
Bjoxxx


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...