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História Words - Time Gone By - História escrita por Allexyaa - Spirit Fanfics e Histórias
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História Words - Time Gone By


Escrita por: Allexyaa

Notas do Autor


Capítulo novo...

Boa leitura❤️

Capítulo 60 - Time Gone By


Fanfic / Fanfiction Words - Time Gone By


Amy

...

- Já está tarde, né? – Steve me dá um sorriso tímido enquanto caminhamos pelo corredor do prédio.

- Está sim, mas confesso que nem vi a hora passar. Achei que a garçonete da cafeteria iria nos pôr para fora do local. – Digo risonha.

- Eu nem havia percebido que só tinha sobrado nos dois e que já tinha passado do horário de fechar. – Steve diz.

- Ah mais foi bom ela ter dado aquele toque. Andamos um pouco, paramos em uma sorveteria. – Digo parando em frente a porta do meu apartamento.

- Eu sou um burro, não é mesmo? Que ideia te levar para tomar sorvete. Pelo horário deveria ter te convidado para jantar. – Ele bate a mão na testa.

- Eu adorei o sorvete. Nem me lembro quando foi a última vez que tomei. Estou sempre tão atarefada com as coisas da banda e da faculdade que quase não tenho saído para me divertir. Acredita que a última vez foi com a Ellen? Há uns dois dias atrás.

- Sério? Mas...e suas amigas? – Ele questiona. Dou um longo suspiro pensando se respondia ou não.

- Na verdade...eu praticamente não tenho amigas. – Falo.

- O que? Por quê? – Steve me encara surpreso.

- É complicado. – Olho para baixo.

- Pode me dizer. – Ele insiste.

- A maioria das garotas, bem, quando descobrem de quem sou irmã, elas simplesmente se transformam. Ficam loucas, querem foto, telefone, exigem que eu as apresente para o Axl. Isso quando já não se aproximam de mim pelo interesse em se aproximar do meu irmão. – Conto cabisbaixa.

- Deve ser difícil para você. – Steve me olha com pesar. – Mas devem ter garotas que realmente gostam de você e não apenas pelo Rose. Você é uma garota bacana. – Ele diz.

- Não sei...fico com medo que aconteça...bem...as poucas garotas que se tornaram minhas amigas, acabaram se afastando por causa do meu irmão. Sabe que ele é impossível com garotas.

- É sei bem. – Steve faz uma cara de descontentamento. Poxa, havia me esquecido da confusão entre eles e Adriana. – Mas Amy, você não pode deixar isso afetar a sua vida. Imponha limites tanto no seu irmão como nas suas amigas. Se elas forem realmente suas amigas saberão valorizar a sua amizade.

- É mais difícil do que você pensa, Steve. Até porque eu tenho medo de que aconteça de novo...de...eu...eu me culpo por esse modo do Axl, sabe? Teve uma época que ele não foi assim e eu estraguei as coisas justamente por ciúme do meu irmão e de uma amiga.

- Sério? Não sabia. – Ele me fita confuso.

- Não teria como saber, isso foi há tanto tempo. – Conto.

- Amy...acho que isso está lhe impedindo de viver plenamente. – Ele segura as minhas mãos. – Não sei o que fez, mas tenho certeza de que não queria causar nenhum mal para o seu irmão. Se já tem tanto tempo como você diz, acredito que está na hora de se perdoar. – Ele me fita nos olhos.

- Não sei, Steve.

- Foi tão ruim assim o que você fez? – Ele questiona e eu abaixo a cabeça. – Então por que não conta para ele?

- Não!!! – Interrompo. – Ele não me perdoaria, ele....

- Axl é seu irmão, Amy. Ele vai te perdoar. – Steve aperta minha mão me dando segurança.

- Vamos mudar de assunto? – Peço.

- Claro, desculpa. Isso só diz respeito a vocês, mas se quiser conversar sobre isso outra hora. – Ele diz.

- Obrigada.

- Bem, já está tarde e talvez eu deva ir indo. – Ele fala olhando sutilmente para dentro do meu apartamento.

- Na verdade, eu acho que faltou algo no nosso encontro de hoje. – O fito nos olhos.

- O jantar? – Ele questiona e eu rio.

- Não...- Me aproximo dele. – Isso. – Falo colando nossos lábios em um doce e sutil beijo.

Steve coloca suas mãos em minha cintura e continua o beijo doce e delicado. Admito, eu me sentia nas nuvens. Ele era tão fofo e há tanto tempo eu sonhava com isso, confesso.

No entanto nosso momento mágico foi interrompido de repente com um empurrão em Steve vindo de ninguém menos que o meu irmão.

- Axl...ficou louco? – Vou até Steve que se equilibrava junto a parede.

- Eu disse que ninguém iria se meter com a minha irmã. – Axl diz alterado com uma garrafa de whisky na mão e só então noto o quão bêbado ele estava.

- Que isso, cara? – Steve o enfrenta.

- Isso é vingança, Adler? Pelo que fiz com Adriana?

- Axl isso não tem nada ver com vingança. – Digo.

- Você é muito inocente, Amy, de cair no papo desse ...

- Já chega! Eu gosto da sua irmã, Axl. E não iria me aproveitar ou usar de um artificio tão mesquinho para me vingar de você. O que aconteceu com Adriana ficou no passado, éramos jovens, eu mesmo a traía e ela só ficou com você para me dar o troco. Mas isso...com a Amy... é diferente.

- Conversa fiada, seu...seu... – Axl tenta vir para cima de Steve, mas meio que se desequilibra esbarrando na parede e caindo no chão.

- Já chega!

- Eu vou arrebentar a cara desse infeliz. – Rose o ameaça tentando se levantar.

- Você não vai fazer coisa nenhuma. – Falo sério. – Steve, me desculpa por tudo, mas por favor me deixa com o Axl. Depois conversamos.

- Tem certeza, Amy? – Ele pergunta preocupado.

- Tenho, será melhor. – Falo enquanto ele se despede de mim com um aceno passando em seguida por Axl com cara de poucos amigos.

- Isso mesmo, fuja Adler. – Rose o provoca.

- Sinceramente, no seu estado, eu deveria deixar ele te dá uma surra. – Ajudo meu irmão a se levantar.

- Ele não teria chance. – Diz.

- O que deu em você? – Sinto seu bafo de álcool tomar o ambiente.

- Você é uma baixinha assanhada. – Ele aponta para mim.

- Vem, vamos para o meu apartamento. Vou te jogar no chuveiro e você dorme por aqui mesmo. – Adentro com ele.

- Eu não quero tomar banho, eu quero beber. – Diz levando a garrafa na boca.

- Me dá isso aqui. – Tiro o whisky de suas mãos.

- Me devolve! – Diz chateado. – Você é uma malvada, uma malvada igual aquela metida e arrogante. – Ele fala enquanto olho-o confusa.

- Quem? – Questiono enquanto o levo para o banheiro.

- Aquela nerd arrogante...ela...ela...acha que pode pisar em mim de novo... quer me humilhar novamente.... me prender....

- Prender? Ora de quem está falando? – Ligo o chuveiro na água gelada enquanto ele se escora na porta.

- Da...da...advogada...

- Ah sim...da Gabrielle?

- Ela quer me humilhar...nerd arrogante...não basta o que... ela...ela...fez...ainda quer ter razão e pensa que tem...tem...alguma razão...mas eu vou mostrar....pra ela...que...que...eu não tô nem aí para ela....não tô...mesmo ela me aparecendo com aquela boca vermelha...e ...e...aqueles olhos doces....e ....e...aquela boca carnuda e vermelha...

- Agora você já não está falando nada com nada. – Falo. – Anda, vai para o banho. Vou procurar uma roupa pra você, deve ter alguma aqui. – Digo e ele começa a se despedir. – Aiiii...espera eu sair, eca. – Saio rapidamente do banheiro.

Pego umas roupas e deixo pendurada na maçaneta da porta enquanto ajeito a cama do quarto de visitas para ele dormir. Nem o levaria para o seu apartamento porque o conhecendo da forma que estava capaz de caçar confusão novamente com a vizinha. Penso novamente no que ele disse. Essa advogada deveria ser boa para deixá-lo com tanta raiva, se bem que para deixar meu irmão bravo não precisa de muito.

Por fim, faço uma sopa quente para nós dois. E bem, esse seria o resto da minha noite, cuidando do meu irmão.


Ellen

...

- Jeffrey!!!! – Grito em meio ao corredor. Ele se vira assustado.

Corro até ele e pulo em seu colo lhe dando um beijo longo e apaixonado.

Voltamos para o meu quarto aos beijos, com o pé empurro a porta a fechando completamente. Ele deposita suas mãos em minha cintura com tranquilidade enquanto mantemos o beijo parados no meio do quarto. Noto seu beijo calmo e lento, suas mãos deslizarem minha cintura com suavidade, mantendo-as quase paradas no mesmo lugar como nos tempos de outrora.

Cesso o beijo e me afasto poucos centímetros mirando seus olhos, ele me dá um sorriso doce enquanto o fito com malícia e desejo, sentindo meu corpo em completa ebulição. Com urgência o empurro contra a porta fazendo o barulho alto do choque do seu corpo contra a madeira ecoar por todo o quarto, rapidamente levo minhas mãos em sua camisa e sem muita paciência puxo cada parte do tecido para sentidos opostos abrindo-a rapidamente, mas não sem antes notar alguns botões voarem pelo ar.

Jeffrey rapidamente segura minhas mãos me fitando assustado estranhando talvez minha reação.

- Eu não tenho mais 17 anos, Jeffrey. – Digo para o moreno que me encarava em choque.

Dito isto, ele entendeu. Rapidamente ele me puxou em sua direção me dando um beijo molhado e urgente, suas mãos deslizaram descontroladamente por meu corpo, apertando-o com voracidade como se fosse me arrancar um pedaço. Agora sim ele parecia com o famoso Izzy que por tanto tempo ouvir. Não que não gostasse de algo mais carinhoso, mas já havíamos perdido tempo demais e a necessidade de senti-lo era mais forte do que qualquer coisa. Eu precisava dele, necessitava de seus beijos, dos seus toques, como por muito tempo sonhei e precisava que fosse agora, antes que eu me arrependesse.

Jeffrey rodou com meu corpo de modo que agora eu estava “presa” contra a porta. Seus lábios famintos desceram por meu pescoço enquanto suas mãos desatavam o nó do meu hobby tirando-o em seguida. Suas mãos contornaram minha silhueta indo até o meu quadril e subindo novamente por debaixo da blusa de cetim do meu baby-doll. Ele voltou a me dar um beijo de língua indecente difícil de acompanhar seu movimente enquanto devorava minha boca com desejo, suas mãos foram de encontro meus seios os quais ele apalpou com gana me arrancando um gemido baixinho. Seus dedos contornaram meus mamilos intumescidos, circulando e tracionando-os ao mesmo tempo.

Isbell tornou a descer com seus lábios por meu pescoço, passando pelo vão dos meus seios por cima da blusa e por fim levantando-a uma parte do tecido delicado deixando meu seio esquerdo a mostra o qual impetuosamente ele chupou.

- Awn... – Senti meu corpo todo estremecer com o toque da sua língua quente sobre o meu mamilo.

Não satisfeito seus lábios foram de encontro ao meu outro seio degustando do mesmo assim como fizera antes. Sua língua insistia em me maltratar numa brincadeira que estava me levando a loucura.

Minhas mãos acariciavam seus cabelos macios enquanto eu me deliciava com a sensação da sua língua em minha pele. Jeffrey desceu com seus lábios pela minha barriga, com beijos quentes e chupões sobre a minha pele, indo até meu baixo ventre junto ao cós do meus shortdoll. Após me torturar um pouquinho com a expectativa dele prosseguir, ele se põe de pé a minha frente e rapidamente tira minha blusa. Ele volta e me beijar, andando comigo até o meio do quarto e novamente girando meu corpo e se colocando atrás de mim.

Ele afasta meus cabelos para o lado deixando minha nuca amostra, sua boca vai de encontro a minha orelha direita a qual ele mordisca delicadamente, depois desce com seus lábios até o meu pescoço, ergo meu braço direito e adentro meus dedos em suas madeixas escuras, giro minha cabeça em sua direção onde trocamos um beijo indecente enquanto suas mãos arteiras apalpam meus seios, apertando-os e estimulando-os.

- Você me deixa doido, Ellen. – Ele sussurra em meu ouvido enquanto sinto seu membro duro sob a calça jeans preta atrás de mim.

- Você também. – Falo sentindo sua mão descer pela minha barriga, adentrando meu short e indo de encontro minha intimidade quente e molhada.

Com habilidade, seus dedos tocam meu centro num doce e torturante dedilhar.

- Awn... Jeffrey! – Arfo de desejo, confesso, pedindo por mais.

Isbell entende meu pedido, era estranho que apesar desse tempo todo afastados ele ainda sabia exatamente o que eu estava sentindo, ele me conhecia e não adiantava eu tentar disfarçar eu sabia que ele saberia perfeitamente o que estava sentindo naquele momento.

Por fim me leva até a cama, tirando meu short e minha peça íntima, fazendo o mesmo com sua calça e sua box. Ele se deita sobre mim, me dando um beijo ardente enquanto sinto sua mão percorrer a lateral da minha coxa, apertando com gana. Aos poucos sinto seu membro duro e pulsante em minha entrada.

- Tudo bem? – Ele cessa o beijo e me fita nos olhos.

- Sim. – Balanço a cabeça afirmativamente enquanto o sinto pressionar ainda mais a minha entrada.

Me perco em seus olhos castanhos esverdeados que me levam para um deja-vu, um deja-vu da minha primeira vez, da nossa primeira vez.

Assim que o sinto completamente em mim, noto minha respiração alterar, meu coração acelerar e uma onda de prazer tomar meu corpo pedindo por mais. Ele começa os movimentos devagar, beijando meu pescoço e voltando para os meus lábios, por fim acelera um pouco me alucinando.

- Já disse que você me deixa doido? – Ele questiona.

- Posso deixar mais. – Falo alternando nossas posições num rápido movimento.

Me coloco por cima dele lhe arrancando uma cara surpresa e um sorriso safado no rosto. Ele apoia suas mãos em meu quadril enquanto começo o movimento de subir e descer, por vezes acelerando, por vezes rebolando, deixando-o louco.

...

Já estávamos exaustos aproveitando o restinho de energia que nos sobrava, nem mesmo as batidas na porta do quarto trazendo o meu jantar nos desconcentraram.

Agora Jeffrey estava sentado sobre a cama, comigo em seu colo, com as pernas envoltas ao seu quadril. Eu estava ligeiramente mais alta que ele, sentindo seus dedos percorrem delicadamente minhas costas, acariciando minha pele, enquanto minhas mãos faziam o mesmo. Seus lábios beijaram meu ombro, meu pescoço e por fim meus lábios. Jeffrey apoiou suas mãos em meu quadril me ajudando com o movimento e quando estava próximo ao meu ápice joguei meu corpo para trás sentindo-o mais fundo. Meu corpo todo se contraiu seguido do dele e logo caímos exaustos na cama, um ao lado do outro.

Havia sido simplesmente incrível que dificilmente eu saberia descrever.

Ele me puxou para junto de si, me fazendo apoiar minha cabeça sobre seu peito enquanto deslizava sua mão em minhas costas.

Eu não sabia o que fazer, nem o que falar, mas acredito que ele também não, no entanto apesar de ser esperado, não nos sentimos estranhos, pelo contrário, eu me sentia bem, diria até mais que bem. Por fim cair no sono, me aconchegando nele, sabendo que aquilo apesar de real era como a realização de um sonho, sonho este que eu sabia que teria uma hora que acordar.

Manhã seguinte

Axl

...

- Puta merda, que dor de cabeça! – Faço careta me levantando da cama. – Eu tô na casa da Amy? – Franzi o cenho olhando a minha volta. – Ah agora me lembrei que flagrei aquela baixinha assanhada com meu ex-amigo. – Recordo-me.

Saio do quarto e a encontro na cozinha preparando o café da manhã.

- Pega! – Ela me estende uma xícara de café preto e amargo. – Imagino que esteja precisando. – Fala séria.

Tomo um gole que me desperta, mas ainda sinto minha cabeça pesar.

- Temos que conversar. O que você fez ontem com Steve...- Ela começou.

- O que eu fiz? Eu devia ter arrebentado a cara daquele traidor...tentar se aproveitar da minha irmã? Ah mas ele vai me ouvir. – Digo.

- Não vai ouvir coisa nenhuma, Axl. Eu não sou mais criança e você não tem o direito de dizer com quem eu posso ou não sair. – Ela diz.

- Amy...você não conhece aqueles garotos, eles só querem farra e...

- Eu não conheço? Ah Axl...faça mil favores...eu os conheço muito bem, mas acredito que as pessoas mudam. Algumas amadurecem, ao contrário de você. – Ela diz enquanto a fito sem humor.

- O que quer dizer com isso?

- Olha o estado que você chegou aqui ontem. Espero sinceramente que não tenha ido ao tribunal assim. – Ela diz.

- Eu bebi depois da merda da audiência. – Conto.

- Foi tão ruim assim? Imagino que Gabrielle te provocou então.

- Não, foi a arrogante da advogada dela. – Digo.

- Ela deve ser mesmo muito boa para te deixar assim. – Amy dá um sorriso, enquanto a fito sem humor.

- É uma arrogante, aquela...quer saber, deixa pra lá, depois eu resolvo isso. – Falo sem mencionar de quem se tratava a tal advogada.

- Agora saiba que quanto ao Steve, bem, se ele quiser, nós continuaremos saindo. – Ela me diz.

- Não acredito que você... – Me altero, mas levo as mãos a cabeça. – Tem alguma aspirina? – Peço.

- Não, mas tem no seu apartamento. – Ela diz.

- Tá...entendi...vou embora. Mas essa conversa sobre Adler não acabou, não vou deixá-lo se aproveitar de você.

- Ele não está se aproveitando de mim. – Ela diz enquanto lhe dou as costas indo em direção a porta. – E se estivesse isso diz respeito a mim. Eu posso querer que ele se aproveite de mim também, sabia? – Da porta da sala a fito sem humor, que baixinha assanhada. Novamente lhe dou as costas sem dizer nada. – Axl volta aqui, volta aqui.

- Vai queimar as panquecas. – Digo batendo a porta enquanto ela volta para a cozinha para apagar o fogo do fogão.

Pego o elevador até o meu andar, mas assim que as portas se abrem vejo uma garota parada em meio ao corredor procurando pelo número o apartamento.

- Só pode ser brincadeira. – Digo. – Está me seguindo também? – A fito de cima a baixo reparando em seu terninho preto justo.

- Seguir você? – Ela ri debochada. – Faça mil favores!

- Então o que faz aqui? – Me aproximo dela.

- Minha cliente mora nesse prédio, esqueceu? – Ela me mostra o papel que segurava em mãos com o endereço da louca da Gabrielle.

- Talvez seja só um pretexto. – Me aproximo ainda mais, ficando a centímetros de seu corpo. A fito nos olhos enquanto ela me encara séria.

- Pretexto de que? Não teria outro interesse em vir aqui se não conversar com a minha cliente. Não vejo nada mais aqui que me desperte qualquer interesse. – Ela me responde com um sorrisinho debochado no rosto dando as costas.

- Por que pegou esse caso, Fran? – Seguro seu braço a puxando de volta para mim.

Ficamos cara a cara, seus olhos castanhos fitam o meu e sinto um certo nervosismo da sua parte pela proximidade, assim como quando éramos adolescentes e ela aparentemente uma garota frágil e assustada. Ela entreabre seus lábios carnudos preenchidos com um batom vermelho que desperta em mim apenas uma vontade incontrolável de beijá-los. Aproximo-me de seu rosto sentindo seu hálito quente e quando estava prestes a beija-la, ela se esquivou.

- Me solta. – Ela murmura abaixado a cabeça enquanto solto seu braço..

- Por que pegou esse caso depois de tudo que fez, Fran? – A fito nos olhos tentando entender o que havia feito para ela me odiar tanto. Ela me deixou, ela me humilhou me deixando plantado no dia do baile, deixando claro que eu não passava de um zé ninguém.

- Ainda pergunta. Tem muita cara de pau. – Ela me fita agora com raiva.

- Eu? Você....você que... – Iria falar poucas e boas para ela quando fomos interrompidos.

- Axl, você não vai mais ficar se intrometendo na minha vida, está me ouvindo? – Amy aparece alvoroçada no corredor. – Nós vamos ter uma conversa séria e...

De repente a garota para atônita junto a nós dois encarando a advogada a nossa frente.

- Fran? – Ela diz com os olhos arregalados.

...

Ayla

Já havia me arrumado para o trabalho quando ao sair do quarto encontro Mary de saída na sala.

- Saindo tão cedo? – Comento.

- Anastasia me avisou que chegou uns vestidos novos na loja e fiquei de dar uma olhada. Quero ser a primeira a chegar antes que essas invejosas dessa cidade peguem os melhores.

- Já não tem um vestido?

- Não acho que aquele vestido seja adequado, resolvi procurar outras opções.

- Mary aquele vestido foi caríssimo. – Relembro.

- Ai Ayla, vai ficar me regulando? – Ela me fita sem humor.

- Não, tudo bem, você sabe o que faz. – Falo enquanto ela vai em direção a porta da sala. – Mas antes de sair queria falar com você.

Ela se vira em minha direção já sem paciência, mas para pra me ouvir.

- Eu quero que a gente converse com a Ellen quando ela voltar para que ela fale com o John e ... – Antes que eu concluísse Mary cai na risada.

- Você quer que eu ajude você a aproximar a Ellen do John? Só pode estar brincando, Ayla. – Ri.

- Mary...eu não acho que isso seja bom para a Ellen. Esse distanciamento do John, ele é pai dela...

- Ele que quis assim. – Mary diz séria.

- Não, ele não quis e você sabe bem. Não é porque vocês não estão mais juntos que...

- Ele que escolheu viver como um...doente...

- Mary, você sabe que isso não é doença e que não há nada de errado. Por muito tempo ele foi infeliz e ...

- Vai defendê-lo agora Ayla, vai ficar contra a sua própria irmã?

- Não estou contra você. Tudo bem, olha, eu só quero a felicidade da Ellen e acho que se ela não...

- O que? Já não basta ele ter estragado tudo na formatura dela depois de aparecer com aquele outro, agora quer que ele venha para a festa.

- Ele não estragou nada. Você que fez uma cena, “sentindo-se mal” depois que os viu.

- Ela não havia o convidado, Ayla. E sabe, tenho certeza que tem dedo seu nessa história.

- Sim, fui eu sim. O John ia perder a formatura da própria filha e...

- Francamente Ayla...não sei onde estava com a cabeça.

- Eu só quero o melhor para a Ellen e eu sei que ela sofre com a ausência do pai.

- E você acha que eu não quero o melhor para minha filha?

- Sabe que também amo a Ellen como uma filha...

- Mas ela não é...não é sua filha...e você não pode saber como é um amor de mãe porque não tem filhos... – Ela me diz furiosa enquanto me calo imediatamente.

Abaixo a cabeça e sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

- Eu...eu não quis dizer isso. – Mary abaixa a voz parecendo um pouco arrependida por sua fala anterior.

- Sabe que se não tenho filho foi porque o perdi. – Falo com a voz trêmula.

- Ayla...desculpe...eu só queria...quero...John não é um bom pai, abandonou a Ellen e acho que ela está melhor sem ele. Ela não o quer na sua vida, então respeitemos a decisão dela. – Ela diz enquanto permaneço calada. – Agora já vou indo. – Ela sai porta a fora.

Permaneço um tempo na sala refletindo o que ela me disse. Eu sabia, sabia que mesmo que não demonstrasse a Ellen sofria pela ausência do pai e eu tinha certeza que tudo daria certo na formatura se não fosse o “piti” da Mary.

Subo as escadas rapidamente para pegar um brinco que deixei no quarto da Ellen quando ao sair novamente no corredor e ir em direção a escada vejo a porta do quarto da Mary aberta. Ela nunca deixava a porta dela destrancada quando saia de casa. Aproveito e adentro seu quarto e vou em direção a gaveta que outro dia tão repentinamente ela fechou ao notar minha presença.

Abaixo e abro a última gaveta do guarda-roupa dando de cara com diversos papeis, envelopes e outros folhetos. Pego alguns só então me dando conta do que se tratava.

- O que faz aqui? – Vejo Mary parada no batente da porta de seu quarto. Pelo visto ela havia esquecido algo. – Por que está mexendo nas minhas coisas? – Ela vem até mim e fecha rapidamente a gaveta.

- Por que nunca contou sobre isso?

- Isso não é da sua conta, Ayla! – Mary diz incisiva e brava.

- Tem razão, não é. Mas é da conta da Ellen e eu vou contar para ela. A Ellen vai saber. Vai saber, Mary.

...

Izzy

Acordei pela manhã sentindo meu corpo relaxado e minha mente leve. Aos poucos fui me acostumando com a claridade quando sinto um peso sobre meu peito. No primeiro momento, minha reação era sair dali o mais discreto possível e me livrar da garota da noite passada, afinal força do hábito, mas só então me dei conta e me recordei quem era a garota. E não, não era um sonho.

Por muito tempo eu sonhava com isso, por muito tempo várias garotas passaram por minha cama, e eu, bêbado ou entorpecido, só conseguia pensar nela. Cada uma dessas garotas refletiam a imagem dela, toda noite, toda transa era como se estivesse com ela, imaginando-a, pensando nela, alucinando com ela. Mas pela manhã a realidade vinha à tona e nunca, nunca era ela.

Mas hoje...hoje finalmente era diferente...eu não estava de ressaca, nem alto, e tudo retornava claramente a minha mente.

Sua cabeça se apoiava em meu peito, seus cabelos loiros espalhados sobre meu tórax e seu perfume...ah esse perfume...o qual nunca me esqueci...o perfume da sua pele que sempre esteve em minhas lembranças não me deixava dúvidas que hoje...hoje era realmente ela a estar aqui comigo.

Eu não poderia estar mais feliz.

Ela se remexeu um pouco entregando que havia acordado. Eu sabia que ainda tínhamos muito o que conversar, mas depois de ontem eu sabia que tudo poderia ser resolvido entre nós...porquê...porque eu queria que essa noite se repetisse pelo resto das nossas vidas...era isso o certo...ela aqui comigo.

Passo as mãos em suas costas e ela ergue a cabeça me olhando. Dou-lhe um sorriso enquanto ela me fita um tanto surpresa, talvez ainda assimilando a noite que tivemos.

Ela leva a mãos a testa como se pensasse e relembrasse tudo que aconteceu. Puxa o lençol se cobrindo mais pouco.

- Own my gosh! – Exclama. – Jeffrey...precisamos conversar. – Ela diz me fitando.

- Eu sei...nos vamos conversar...mas o que acha de agora só aproveitarmos mais um pouco? – Dou-lhe um sorriso safado.

Ela não diz nada.

- A gente precisa...

- Eu sei, Ellen. Não se preocupe, não vou mais fugir, só queria que antes a gente... – Pego sua mão direita entrelaçando com a minha. – Tá uma bela manhã, podemos sair um pouco, te levo em meu apartamento. – Acabo por dar um beijo em seu dorso enquanto a convido.

No entanto, só então reparo...

- Isso é... – Olho novamente. - ...uma aliança?

Ela abaixa a cabeça respirando fundo.

- Sim, é uma aliança. Eu estou noiva. Me caso mês que vem.

 ***





Notas Finais


Espero que tenham gostado ❤️


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