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História Words - Revelation - História escrita por Allexyaa - Spirit Fanfics e Histórias
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História Words - Revelation


Escrita por: Allexyaa

Notas do Autor


Aeeeee consegui postar!!!
Espero que gostem ❤️

Capítulo 64 - Revelation


Fanfic / Fanfiction Words - Revelation

 

Axl

...

- O que? – Ela me encara, se fazendo de surpresa e confusa.

- Francamente Fran, acha que isso vai colar para cima de mim? Fingir que não se lembra? Pelo menos assuma o que fez? – Digo irritado.

- Fingir que não me lembro? Que armação tosca é essa? Já não basta o que me fez anos atrás? Agora vai inventar...

- O que eu te fiz? – A interrompo indignado. - O que você me fez! – Aponto o dedo em sua direção.

- Abaixa esse dedo. – Ela o afasta de seu rosto. – Não vou mais deixar que você zombe de mim. – Ela alteia o tom de voz. – Não como fez no dia do baile. – Fala.

- No dia do baile? – Franzo o cenho. – Eu não fiz nada no dia do... – Murmuro.

- Perturbando a minha advogada, Rose? – Sou interrompido por Gabrielle. – Sempre assim, né? Sempre atacando mulheres indefesas. – Ela me provoca.

- Não se intrometa, Gabrielle. Esse assunto é entre mim e a Fran. – Digo ríspido.

- Não venha com intimidades. É Dra. Thompson para você, Rose. Não vou deixar que desrespeite minha advogada. Seu roqueirozinho sem modos.

- Já disse que a conversa não é com você. – Rebati, tentando ignorar sua intromissão.

- Você está querendo desestabilizar minha advogada para me atingir. Está procurando uma maneira de me afetar para ver se ganha e se livra das acusações porque sabe que está perdendo e que sua reputação vai para o ralo.

-  O que? Isso não tem nada a ver com você.

- Gabrielle, de fato, o que estávamos falando não tinha nada a ver com a causa e... – Fran tenta explicar, mas Gabrielle estava fora de si.

- Não vou deixar que ganhe, não vou. Você é um roqueirozinho metido, que se acha superior a todos e que acha que pode se livrar de tudo por ser famoso. Eu não vou deixar você se livrar dessa, Rose, não me importa o que faça, você vai me pagar. – Ela se virou para mim, seus olhos queimavam de raiva.

- O que eu te fiz? Você é uma louca que vivia me espionando e que inventou tudo isso para chamar a atenção e sabe que vai perder porque tudo que está falando é absolutamente mentira...

- Voltaremos a sessão. – A voz do juiz ecoou pelo recinto, então me calei.

- Vamos resolver isso no tribunal. – Fran respira fundo tentando encerrar a discussão.

Francine se virou para pegar alguns documentos atrás de si. Nesse momento, Gabrielle deu um passo à frente, aproximando-se até ficar a poucos centímetros de mim, nossos olhares se encontraram em uma tensão palpável.

- Veremos, Rose. – Ela apontou o dedo na minha cara, imediatamente afastei sua mão num movimento firme.

Rapidamente, Gabrielle ao ver a presença do juiz, deu dois passos para trás levando rapidamente as mãos ao peito num gesto teatral.

- Como pode fazer isso, seu...seu...? – Ela sobressaltou chamando a atenção de todos.

- O que? – Fiquei encarando a garota sem entender nada.

- Você me empurrou, seu covarde. – Ela se fingia de assustada e perplexa.

- Eu? Eu mal encostei a mão em você. – Digo.

- Por favor, tirem-no de perto de mim. – Ela rapidamente se apoiou em Fran que nos olhava sem entender nada. – Estou com medo que ele avance novamente para cima de mim.

- Avançar? Eu só afastei sua mão, sua louca, sua desequilibrada... – Estava indignado com tamanha dissimulação.

- Rose, o que você fez? – Goulart chegou preocupado até mim.

- Eu não fiz nada, essa louca está mentindo que... – Tento explicar.

- O que está acontecendo aqui? – O juiz se aproximou com sua presença imponente dominando o ambiente.

- Ele me empurrou, meritíssimo. – Gabrielle diz com a voz trêmula, mantendo a mão acima do seu seio esquerdo fingindo estar com dó.

- O que? Isso é mentira, eu não a empurrei, apenas...

- Está doendo muito. – Me interrompe. – Não acho que tenha condições de ficar no mesmo local que esse...esse... – Ela leva as mãos a boca contendo seu choro falso.

- O que a senhora Baker diz é verdade, senhor Rose? – O juiz perguntou, dirigindo-se a mim.

- Claro que não. – Respondi, indignado.

- Mais alguém viu? – O juiz se virou para todos na sala.

Os assistentes e seguranças se olharam entre si, ninguém havia prestado atenção.

- Eu estava conferindo alguns papeis. – Goulart diz.

- Sim, viu, a minha advogada viu. – Rapidamente Gabrielle acrescentou.

Fran arregala os olhos olhando de mim para o juiz sem dizer uma palavra.

- Bem, eu...- Ela começa a falar, mas imediatamente se cala.

- Assim como eu está abalada, a coitadinha. – Gabrielle continuou. – Não sabemos que retaliações podemos sofrer ao sair daqui. – Fala com os olhos lacrimejados.

Fran novamente me encara enquanto espero que ela diga a verdade, ela também não viu, estava de costas recolhendo seus papeis, mas mesmo assim era claro que eu não havia feito nada a Gabrielle, não daria tempo e eu nem seria maluco de fazer algo do tipo, mas a advogada manteve-se calada.

- Senhor Rose, você está preso! – O juiz decretou e imediatamente dois seguranças vieram até mim.

- Eu não fiz nada. Diga a verdade, Gabrielle! Diga!!! – Esbravejei em meio ao salão.

Os dois seguranças seguram meus braços me algemando com as mãos nas costas e me conduzindo para uma cela provisória.

...

 

Ellen

...

Estava sentada no chão junto a gaveta do guarda-roupa em meio a tantas cartas, cartões de aniversário, cheques e tantos outros papeis direcionados a mim. Cartas estas que nunca me foram entregues, cartões de aniversários e cartões postais, convites de aniversário os quais nunca tive conhecimento. Peguei entre os papeis cheques com valores substanciais direcionados ao pagamento das minhas mensalidades e gastos da faculdade.

- Você sabia disso, tia Ayla? – Pergunto atônita em meio a tudo aquilo.

- Eu soube há pouco tempo, queria ter te contado logo que voltou de Los Angeles, mas você já estava com tantos problemas. – Ela conta.

- Como ela pode me esconder isso? – Murmuro perplexa.

- Ellen, nem acredito que vou dizer isso, mas: sua mãe sofreu muito com a separação, o casamento para ela era a vida dela, ela nunca aceitou que John a deixou por um ... bem... Mary não soube lidar com isso e infelizmente achou que dessa maneira de alguma forma estaria se vingando do John e...

- ...prejudicando a mim?! – Interrompo. – Ela não se importou um instante que fosse comigo e como me afastar do meu pai me afetaria. – Pontuo.

- Mary nunca foi boa em...

- Vai defender ela, tia Ayla? Depois de tudo que ela fez. – Me levanto do chão e aponto para as milhares de cartas no chão. – Depois do que ela fez a você? – Encaro minha tia.

- Eu só não quero que você ...

- O que? Estrague a “relação maravilhosa” que tenho com a minha mãe? Não fui eu que fiz isso, tia Ayla, foi ela. – Pego alguns papeis do chão e saio do quarto apressada.

- Ellen, Ellen...o que vai fazer? – Tia Ayla vem correndo atrás de mim.

Desço as escadas rapidamente indo em direção a sala onde encontro minha mãe sentada no sofá tomando um copo de água com ajuda de Kenny.

- Como pôde fazer isso? – Encaro minha mãe.

- Ellen, eu...eu...não estou me sentindo bem...

- Chega...chega de mentiras? – Digo em alto e bom som.

- Ellen, meu amor, não acha melhor conversar com sua mãe depois... – Kenny se levanta vindo preocupado em minha direção.

- Ela não está passando mal, Kenny. Está mentindo, mentindo como fez todos esses anos. – Me afasto dele, indo até ela e jogando as cartas e cheques em cima dela.

- Kenny, melhor deixar elas... – Tia Ayla o puxa de lado, porém ambos permaneceram na sala preocupados com minha reação.

- Por que mentiu para mim? Por que disse que o meu pai nunca se importou comigo? Que nesses anos todos apenas me excluiu da sua vida...vivia jogando na minha cara que ele não se importava comigo, que nunca me ligou, nunca se interessou por mim ou pelo que eu fazia. Por quê???

- Ellen, ele...ele nos abandonou, ele...

- Você fazia questão de a cada aniversário me lembrar que ele não estava lá junto de mim, que não se importava em me mandar um relés parabéns, uma felicitação que fosse...todo aniversário você me recordava disso...passava o dia martelando isso na minha cabeça...

- Mas ele nunca esteve presente e...

- Você me fazia sentir culpada se fizesse algo que a desagradasse porque você sim...você estava lá...

- Eu estava porque eu te amava, Ellen. – Ela diz.

- Quem ama não fica cobrando e jogando na cara...usando o amor como moeda de troca...me fazendo acreditar que talvez se eu fizesse algo errado você assim como ele também me deixaria.

- Ele achava que as coisas iam continuar da mesma forma depois que foi embora. Que não teria consequências? Para ele seria muito fácil, Ellen, abandonar a nos duas e ficar com você apenas nas datas comemorativas.

- Ele não abandonou a nos duas, mãe...ele abandonou você e não a mim. – Grito.

Ela leva as mãos ao peito me encarando assustada, eu nunca havia falado assim com ela.

- Como pôde fazer isso comigo?

- Eu fiz isso para te proteger, Ellen. Imagina o que as pessoas iriam falar quando a vissem com um degenerado como seu pai. Imagina ter que explicar que seu pai vivia com um homem. Imagina a vergonha que você passaria na rua, na faculdade...eu fiz isso por você, minha filha.

- Por mim? Por mim?!!! – Profiro exacerbada. – Você nunca fez nada disso por mim, você fez por você...apenas por você, mãe.

- Não, Ellen, não diga isso... – Ela tenta se explicar, mas a interrompo.

- Sempre o que fez foi como forma de punir o meu pai por tê-la deixado, me usou para atingi-lo, sem se importar como isso me afetaria...sem se importar como me sentiria ao me afastar dele e...

- Nos estávamos sozinhas, Ellen. Eu achava que apenas o meu amor por você bastava...e bastou. Eu te criei, eu ajudei na faculdade e...

- Ele pagou a faculdade. – Aponto para o cheque caído no chão. – Você sempre me fez acreditar que era o dinheiro que recebia do governo...que você administrava tão bem...quantas vezes me disse que havia deixado de comprar algo para si para pagar a minha mensalidade, novamente me fazendo sentir culpada...

- Meu amor, mas com a miséria que ele mandava realmente não dava para nada...

- Miséria??? Isso aqui não é miséria... – Pego o cheque do chão mostrando o valor para ela.

Ela se cala olhando para baixo.

- Mas eu não me importo com esse dinheiro, me importo dos cartões que ele mandou, dos cartões postais que me enviou, dos convites para passar os aniversários dele ao seu lado...como pôde ser tão egoísta? – Sinto minha voz fraquejar e as lágrimas brotarem em meus olhos.

- Posso não ter feito as coisas com perfeição, Ellen, mas eu tentei fazer o melhor para nós duas...

- Você só pensou em si...dizia que ele não me amava, mas agora penso se em algum momento você também me amou, ou só me usou como uma arma para atingi-lo.

- Não diga isso, Ellen. Nunca duvide do meu amor por você, mesmo que eu tenha errado...tudo que fiz foi para te ver feliz minha filha...e deu certo... se formou, está para se casar e...

- Feliz, mãe? Acha que todo esse tempo eu fui feliz? Você sabe que por muito tempo eu não fui feliz...desde que o papai foi embora daqui, desde que o... - Me calo abaixando a cabeça.

Minha mãe me encara atônita, talvez pela primeira vez tivéssemos tido uma conversar verdadeiramente sincera. E talvez pela primeira vez ela tivesse saído de seu mundinho e enxergado as coisas a sua volta. Nem tudo era como ela queria e achava...

Ficamos alguns segundos em silêncio. Então dei meia volta indo em direção a porta.

- Aonde vai, Ellen? – Minha mãe veio atrás de mim.

- Ellen... – Ouço tia Ayla chamar, mas continuo andando até a calçada.

De repente sinto Kenny segurar meu braço e me puxar para junto de si. O abraço e acabo desabando em lágrimas enquanto ele me conforta entre seus braços.

- Me tira daqui, Kenny. – Peço.

Rapidamente seguimos para o seu carro.

Ele acelera seguindo pelas ruas de Lafayette enquanto vou calada me recuperando da discussão no banco ao seu lado.

- Onde quer ir? – Kenny me fita.

- Me leva até meu pai. – É tudo que digo.

...

 

Amy

...

Aguardava do lado de fora da sala de audiência esperando o segurança permitir a entrada novamente para assistir a sessão. Estava impaciente pela demora, não via a hora disso se resolver logo. De repente vejo Dr. Goulart vir apressado em minha direção.

- Já retomaram? – Pergunto.

- Ah Amy...uma confusão...por que as coisas com seu irmão são sempre tão complicadas? – Ele diz afrouxando sua gravata.

- O que houve? Onde está o Axl? – O fito preocupada.

- O juiz deu voz de prisão. Está em uma cela provisória. – Conta.

- O que? O que ele fez?

- A senhora Baker o acusou de empurrá-la na sala durante o recesso. – Conta.

- Ele fez isso? – Questiono surpresa. Tá...que meu irmão era pavio curto eu sabia, mas não era burro de fazer algo tão estúpido...ou era?

- Bem, não sabemos ao certo o que houve, eu estava arrumando uns papeis, mas a advogada de Gabrielle viu o que aconteceu. O juiz o prendeu por seu depoimento, não havia como contestar uma advogada credenciada.

- Fran? – Murmuro.

- Eu vou tentar ver o que posso fazer...

- Posso ver meu irmão por um instante? – Peço.

- Acho que consigo alguns minutos antes dele ser transferido para a delegacia local.

...

- Consegui alguns segundos. – Dr. Goulart retorna.

Seguimos até a sala onde Axl estava detido aguardando a transferência. Ele estava sentado com as mãos algemadas e presas a mesa a sua frente.

- Isso é mesmo necessário? – Me viro para o segurança da sala que apenas me ignora. Meu irmão não era um bandido, podia ser burro às vezes, mas não era mal.

- Até que enfim. Já vão me tirar daqui? – Axl nos fita.

- Infelizmente, não. – Dr. Goulart conta.

- Ora...então o que está fazendo? Pede um habeas corpus. – Ele indica.

- Você não é réu primário, Rose. – Dr. Goulart explica. – Francamente, agredir a garota na frente do juiz e...

- Eu não agredi aquela maluca, ela que fingiu que...- Ele tenta explicar, mas o Dr. Goulart parecia não acreditar.

- Dr. Gourlar poderia me deixar sozinha com o meu irmão? – Peço.

- Claro, nos vemos lá fora. Irei ver o que posso fazer para te tirar da delegacia o quanto antes, Rose.

O advogado sai deixando apenas eu e Axl.

- O que você fez? – O fito indignada.

- Até você Amy? Eu não fiz nada, já disse. Gabrielle armou para cima de mim.

- Se foi armação não deveria estar aqui. Dr. Goulart disse que a Fran afirmou.

- Ela não afirmou, mas também não negou e deu a entender que sim, eu havia empurrado a Gabrielle.

- Então eu falo com ela...

- Não, Amy! – Ele me interrompe bruscamente. – Não quero que fale com ela. Francine não é a garota que você pensa. – Ele suspira. – Acredito até que tenha feito de propósito. Ela me odeia. Como pude me enganar tanto com uma pessoa.

- Não acredito que ela tenha feito de propósito, Axl...

- Sei que é difícil acreditar, mas sua amiga é uma descarada e manipuladora. Ela até fingiu que não se lembrava do bilhete que enviou para mim no dia do baile. Acredita nisso? – Ele diz indignado.

- Você...você...ainda tem aquele bilhete? – Pergunto.

- Tenho. – Responde enfadado. – Guardei para me lembrar de tão longe eu cheguei e poder esfregar na cara dela, mas ela se fez de desentendida. – Ele conta irritado.

- Onde está?

- Sei lá...caiu no chão..ou ficou com ela. Foi em meio a confusão, mas pouco me importo. Só queria um dia ter a oportunidade de mostrar para ela que não sou nada daquilo que ela escreveu. – Ele pontua.

- Acabou o tempo, senhorita. – O segurança comunica.

- Eu precisava de mais uns minutinhos. – Peço.

- Sinto muito, tem que sair. – O segurando diz, aproximando-se e me puxando pelo braço.

- Axl, eu vou te tirar daqui. Não se preocupe.

Saio deixando meu irmão cabisbaixo preso a uma mesa como se fosse um criminoso. Aquilo acabou comigo e eu sei que ele não estava assim apenas por estar preso.

- Rose já vai ser transferido. – Dr. Goulart avisa.

- E agora?

- Tentarei entrar com um pedido de liberdade provisória enquanto aguarda o julgamento. Baker ganhou mais uma vantagem contra o Rose. Vai ser difícil dessa vez.

Ele sai apressado enquanto fico pensando no que fazer.

...

 

Ellen

...

Kenny me levou até o hotel onde meu pai estava hospedado. Eu precisava falar com ele, me sentia tão culpada por tudo que disse.

Chegamos até a recepção, confesso estava ansiosa para vê-lo.

- Por favor, gostaríamos de falar com o senhor Collins. Poderia informá-lo que estamos na recepção. – Kenny pede ao atendente, estava tão nervosa que mal conseguia falar.

O funcionário da recepção checa o número do quarto.

- Lamento informar, mas o senhor Collins deixou o hotel tem mais ou menos meia hora.

- Ele foi embora? – Pergunto.

- Sim. – O recepcionista confirma me deixando completamente sem chão.

Abaixo a cabeça triste, eu havia sido tão má com ele, eu tinha que vê-lo, eu precisava falar com ele.

- Ele foi embora, Kenny. E agora? – O abraço.

- Vamos até ele.

- O que?

- Vamos para Nova York, Ellen. – Ele sugere.

- Mas...

- Você precisa se resolver com seu pai. Nós vamos para lá. – Afirma.

Deixo um pequeno sorriso brotar em meu rosto por sua ideia. Era isso, eu iria até Nova York.

...

Cheguei em casa e fui rapidamente para o meu quarto. Peguei uma pequena mala às pressas e comecei a colocar algumas mudas de roupas.

- Ellen...aonde vai? – Tia Ayla entrou no meu quarto.

- Eu preciso falar com meu pai, tia. Vou até Nova York. – Aviso.

- Sério? Resolveu conversar com ele? – Ela pergunta animada. – Mas vai sozinha? Não está em condições...

- Kenny irá comigo. Ele só foi pegar a mala dele.

- Ele é ótimo, Ellen. Fico feliz que tenha resolvido esquecer aquela história para lá. – Ela recorda.

Não falo nada, apenas me calo. Acho que se não fosse essa confusão eu teria contado tudo para ele.

Logo ouvir o carro de Kenny parado na calçada e saí apressada descendo as escadas.

- Ellen...aonde vai, minha filha? – Mamãe apareceu na sala. – Vai embora de casa? Não saia minha filha, não me abandone. – Ela pede desesperada.

- Não que você mereça satisfação, mas não estou saindo de casa. Estou apenas indo atrás do meu pai. – Conto.

- O que? Não, Ellen...o que vai fazer? O que? – Ela ficou falando, mas apenas ignoro seguindo apressada até o carro onde Kenny me aguardava.

- Liguei no aeroporto e tem um voo daqui três horas de Indianópolis para Washington e de lá pegamos um voo para Nova York. – Kenny me conta.

- Então acelera. Não podemos perder esse voo. – Peço.

...

 

Amy

...

Cheguei no apartamento de Axl em desalento. Esperava que Dr. Goulart conseguisse soltar meu irmão ainda hoje. Ao entrar, me deparei com Izzy parado junto ao telefone próximo ao sofá.

- Jeffrey...nem sabe o que aconteceu. – Fui logo lhe contando.

- Mas onde Axl estava com a cabeça! Ele realmente empurrou Gabrielle? – Pergunta.

- Ele disse que não.

- Mas se a advogada dela disse que sim, como vamos provar o contrário? – Ele questiona.

- Dr. Goulart está tentando entrar com um pedido, mas ele disse que acha muito difícil pelo histórico do Axl. – Conto.

- Eu vou falar com ele, qualquer coisa me ofereço como testemunha, não sei...digo que o Axl mudou, não é mais como antes....me responsabilizo por ele. – Ele se oferece, preocupado.

- Eu agradeço, Izzy.

Seguimos rumo a porta quando reparo em sua mala parada junto a poltrona.

- Ia embora? – Pergunto.

- É...é...ia...

- Mas como você é teimoso, já disse que aqui terá mais cuidados.

- Eu sei, eu sei...é que...deixa para lá. Vamos lá ajudar seu irmão.

Saímos apressados até o escritório do Dr. Goulart na Geffen.

...

 

Ellen

...

Chegamos à noite em Nova York, apesar da minha ansiedade em resolver logo tudo isso, Kenny me convenceu a ficarmos em um hotel e só amanhã ir até a casa do papai.

Era muito bom ter ele ao meu lado me ajudando e me dando força nesse momento.

...

A noite passou rapidamente, confesso que mal havia pregado os olhos, sem mesmo tomar café da manhã seguimos para o endereço que Kenny havia conseguido com tia Ayla. Ela pegou uma das correspondências que o meu pai havia enviado.

O táxi parou junto a um prédio alto que ficava um pouco mais afastado do centro da cidade. Minhas mãos tremiam tamanho era meu nervosismo. Ele podia ter ficado muito magoado comigo, penso.

Seguimos até o quinto andar e paramos em frente o apartamento 505.

- Vai dar tudo certo. – Kenny olhou para mim antes que eu tocasse a campainha.

Respirei fundo e então ouvi o toque suave ecoar do lado de dentro do apartamento.

- Um minuto. – Ouço alguém dizer.

Assim que Bob abre a porta arregala os olhos surpreso pela minha presença a sua frente.

- Oi, Robert...meu pai está? – Pergunto.

- Ellen... – Ele põe em seu rosto uma expressão de felicidade. – Entre, entrem. – Ele nos dá passagem.

Um tanto sem jeito paro em meio a sala enquanto ele fecha a porta.

- John está saindo do banho.

- Poderia avisá-lo que estou aqui, Robert. – Peço.

- Por favor, me chame de Bob, tio Bob se preferir. – Ele diz e não falo nada. – John chegou ontem um tanto arrasado, Ellen. Não quero ser intrometido, mas...

- Não vim aqui para brigar. – Esclareço.

- Tá, tudo bem. Vou chamá-lo. – Ele se retira da sala indo até os fundos.

Fico junto a Kenny sentindo minhas mãos suarem frio.

- Calma. – Ele diz.

- Tem uma pessoa lhe aguardando lá na sala. – Ouço Bob avisar para o meu pai.

- Tão cedo? Não estou com cabeça para visitas. – Ouço meu pai falar.

- Anda, John. Vai lá. – Bob insiste.

Alguns segundos se passam quando vejo o homem vir desanimado de seu quarto, não demora ele para estático ao final do corredor me olhando confuso e surpreso.

- Ellen? – Me fita.

- Me perdoa! – Corro até ele lhe dando um abraço apertado.

Sinto seus braços me envolverem retribuindo meu abraço. Ele passa sua mão em minha cabeça fazendo um leve cafuné enquanto me desmancho em lágrimas.

- Me perdoa, pai. Me perdoa. Eu fui tão boba, tão cega. Eu não devia ter lhe dito aquelas coisas, eu não devia ter lhe tratado daquela forma. – Peço desculpas.

- Oh meu amor...não tem que me pedir perdão. – Ele me diz carinhoso.

- Eu pensei que você não me amava, que havia me esquecido e me abandonado todo esse tempo. – Conto.

- Eu nunca te esqueci, minha princesa. Eu sempre quis estar ao seu lado.

Torno o abraçar novamente.

Um silêncio toma conta do ambiente até Bob sobressaltar nos chamando a atenção.

- Estou tão feliz que esse momento finalmente aconteceu. – Ele fala empolgado nos arrancando risos.

Me sentei no sofá junto ao meu pai. Kenny e Bob se sentaram do outro lado nos acompanhando. Então pus a falar tudo que havia descoberto.

...

- Mary fez tudo isso? – Papai estava perplexo.

- Eu sabia que aquela bruxa... – Bob ia dizendo, mas rapidamente se corrigiu. - ...desculpa, ela é sua mãe. Mas eu sabia que tinha dedo dela nessa separação. Que ela havia colocado caraminholas em sua cabeça. – Ele comenta.

- Eu também fui errada, eu devia ter te ouvido. – Assumo minha parte.

- Eu lamento que sua mãe tenha feito uma coisa dessas. Eu nunca te esqueci ou deixei de te amar, Ellen. Eu sempre quis ser presente na sua vida, queria que viesse aqui, passasse as férias, mas você nunca respondia minhas cartas, não atendia meus telefonemas. Imaginei que estivesse zangada comigo.

- Estava, mas não sabia que me ligava ou mandava cartas, muito menos que enviava dinheiro para minha faculdade. Eu vou devolver tudo e...

- Não, não...não se preocupe...era o certo a se fazer, como seu pai eu queria contribuir de alguma forma com sua formação e tudo que enviei fiz de bom grado... não me deve nada.

- Mas...

- Foi um acordo que fiz com sua mãe e achei justo.

- Ela nunca me falou.

- Eu tentei falar com você na formatura, sua tia Ayla havia me chamado e como sempre foram tão próximas imaginei que talvez você tivesse pedido. Iria conversar com você melhor lá, mas infelizmente houve aquele incidente da sua mãe passando mal.

- Na verdade, hoje penso, que tudo não passou de encenação.

- Eu bem que falei. – Bob cruzou os braços indignado.

- Depois daquilo ela só veio me procurar agora para ajudar no seu casamento...

- Como? Ela pediu dinheiro também para o casamento? Não posso acreditar.

- Eu pensei que soubesse...até fiquei esperando que me convidasse, mas...bem... – Ele falou cabisbaixo.

- Eu cheguei a dizer para o John ir atrás de você. Porque estava achando essa história muito esquisita. Até admito que já te julgava como uma péssima filha. – Bob deixou escapar.

- Então Kenny entrou em contato e eu pensei que...

- Eu não sabia que você havia enviado dinheiro para o casamento. Que vergonha, que vergonha. – Levo as mãos ao rosto. – Eu vou devolver, eu vou devolver tudo...

- Eu e a Ellen iremos te pagar pelos gastos ... – Kenny me apoia.

- Não, não...vocês não entenderam...eu não ligo para o dinheiro, mesmo que nunca mais falasse comigo, Ellen, eu ficaria feliz em saber que ajudei a concretizar um dia tão importante na sua vida. A única coisa que queria mesmo era poder fazer parte disso tudo, era poder me aproximar e assistir a minha filha se casar, vê-la nem que fosse de longe no seu dia mais feliz.

- Ah papai. – Novamente o abraço. – Por favor, me perdoa. E saiba que não teria como me deixar mais feliz se aceitasse entrar comigo na igreja. Aceita? – Pergunto.

Noto seus olhos se encherem de lágrimas e ele olhar radiante para Bob.

- Claro, Ellen. A levarei com maior orgulho. – Ele responde entusiasmado.

Novamente o abraço, feliz como há muito tempo não me sentia.

- Claro que o convite também se estende a você, tio Bob. – Falo e recebo um abraço carinhoso.

Kenny me olhava feliz por ver a felicidade estampada em meu rosto ao me reconciliar com meu pai.

...

Passamos o dia com o papai e com o tio Bob. Agora eu voltava para o hotel junto com Kenny andando pelas ruas de Nova York. Amanhã cedinho voltaríamos para Lafayette.

Íamos atravessando uma pequena ponte quando segurei Kenny pela mão.

- Obrigada.

- Por quê? – Ele me fita.

- Por tudo, se não fosse você talvez eu não tivesse me reconciliado com meu pai. Você o levou até lá, me trouxe até aqui, esteve ao meu lado durante tudo isso, não sei se teria conseguido sem você. – Falo fitando seus olhos.

- Claro que teria. Você é uma garota incrível, forte, determinada, que consegue tudo que quer. Fiquei muito orgulhoso pela forma como lidou com sua mãe, por tê-la enfrentado e por ter vindo aqui conversado com seu pai. E sei que teria conseguido fazer tudo isso com ou sem a minha ajuda.

- Talvez eu tivesse conseguido, mas com a sua ajuda tudo ficou mais fácil. – Dou-lhe um beijo.

- Tenho certeza de que teria, afinal é a mulher mais incrível que já conheci e por isso não vejo a hora de tê-la como minha esposa. – Ele me fita.

- E eu prometo que serei a melhor esposa de todo o mundo. – O abraço apertado.

Era o mínimo que podia fazer. Sei que havia errado com ele e o correto seria contar toda a verdade, mas talvez tia Ayla tivesse razão, o que eu iria falar apenas o magoaria e o feriria, aliviando mais a mim e minha consciência do que a ele mesmo. Eu guardaria esse erro e essa culpa para sempre, mas prometeria que iria recompensar por toda a vida sendo a melhor esposa que ele pudesse ter.  

Seguimos abraçados pelas ruas de Nova York até o nosso hotel. Para mim uma noite mágica onde uma ferida do meu peito pode finalmente cicatrizar.

...

 

Amy

...

Eu e Izzy havíamos voltado tarde da noite sem resolução alguma. Infelizmente meu irmão passaria a noite em uma cela na delegacia central de Los Angeles enquanto aguardava o julgamento o qual agora Gabrielle fazia questão de postergar dizendo está sofrendo de crises de ansiedade.

- Infelizmente acho que o Axl terá que aguardar. – Izzy fala para mim ao chegarmos no apartamento.

- Amanhã Dr. Goulart vai recorrer, tenho fé que dará certo. Ele pegou os meus dados, eu me responsabilizo por ele.

- A justiça acredita que ele de alguma forma fuja. Como se não fossem o reconhecer por aí. – Izzy diz indignado. – Lamento não ter conseguido ajudar, minha ficha também não é das melhores. – Dr. Goulart rapidamente descartou a ideia de Jeffrey servir como pessoa responsável visto que a ficha dele era pior que a de Axl.

- Tudo bem, Izzy, mesmo assim agradeço.

- Eu vou descansar. – Ele se levanta do sofá e só então noto sua perna.

- Jeffrey, como seu joelho está inchado, não está doendo? – Pergunto preocupada.

- Só uma dor leve, nada demais. – Ele responde.

Esses garotos nunca demonstram quando estão com dor.

- Amanhã vá ao médico. – Peço.

- Depois eu cuido disso, antes temos que ajudar o Axl. – Ele fala seguindo mancando para o quarto. Que garoto teimoso.

...

 

Na manhã seguinte

 

Havia passado a noite em claro. Estava preocupada com Axl e também com Izzy. Ele não podia fazer muito esforço e sei que não sossegaria até tirar o Axl da delegacia.

Cedinho saí do meu apartamento indo até o de Rose para saber de Jeffrey. Chegando lá ele estava preparando o café na cafeteira.

- Tive uma ideia para tirar o Axl de lá... – Começou a falar vindo até a mesa mancando da perna.

- Dr. Goulart ligou, disse que já está tudo certo para o Axl sair da cela, não precisa mais se preocupar.

- Sério? – Ele questiona.

- Sim, logo logo meu irmão será solto.

- Ah que alívio. Ruivo maluco. – Izzy respira aliviado.

- Agora, vá ao médico ver essa perna e faça repouso. – Peço.

- Eu estou bem. – Ele diz rabugento mordendo o pão. Pior que criança.

- Por favor, Izzy. – Insisto.

- Tá, tá...tudo bem. – Concorda tomando seu copo de café com leite.

Eu me levando da mesa para sair quando o albino me chama novamente.

- Tem certeza de que não vai mesmo precisar de mim? – Pergunta.

- Não, pode ficar tranquilo. Já estou indo buscar meu irmão. – Afirmo.

Ele sorri e volta a comer seu pão.

- Ah e não esquece de ir ao médico. – Ele concorda, mas não sem antes me fazer cara feia.

Por fim saio do apartamento.

Claro que havia mentido, ele tinha que repousar e cuidar de sua perna e sei que não o faria até saber que Axl ficaria bem.

Assim que peguei o elevador dei de cara com Steve.

-Steve, o que faz aqui? – Pergunto.

- Vim saber do ruivo. Ainda preso? – Pergunta.

- Infelizmente sim. – Conto. – Mas não podemos ficar aqui, não quero que Izzy saiba.

Seguimos até uma cafeteria que havia ali do lado do prédio, então conto tudo que havia acontecido e como as coisas haviam se complicado.

- Acho que esse juiz cismou mesmo com o Rose. Bem, sabem como aumentam nossa fama de baderneiros na tv e revistas e por isso já somos meio que julgados previamente. A maioria dos juízes não vão muito com a nossa cara.

- É eu sei o que pensam do meu irmão. – Suspiro. – Mas isso é uma injustiça, ele não fez nada. Se tem uma coisa que posso falar do meu irmão é que ele não esconde quando faz alguma burrada, sempre foi meio que “boca aberta”, às vezes fala até demais. – Comento.

- Isso é verdade. – Steve sorri.

- Eu acho que sei como ajudar o Axl, mas esperava não precisar ter que...

- O que, Amy? – Steve me olha curioso.

- Algo que...Ai Steve, eu fiz algo horrível, imagino que quando você souber nunca mais me verá como antes.

- E quem sou eu para julgar alguém, Amy? – Steve me fita. – Muito menos alguém como você. – Ele passa a mão carinhosamente em meu rosto.

- Se eu soubesse que o Axl me perdoaria. Eu vou perdê-lo quando ele souber o que fiz. – Falo.

- O que você fez?

- Eu não quero contar, não para você. Você vai me achar horrível. – Abaixo a cabeça.

- Se você está arrependida, Amy, então você não é uma pessoa horrível. – Ele segura minha mão. – E se tem a chance de corrigir o que fez, então o faça. – Ele fala. – Eu queria ter segundas oportunidades para corrigir algumas burradas que já fiz. E foram muitas. – Ele sorri.

- Ah Steve. – Deixo escapar um sorriso fraco.

- Faça o que é acha que é certo, Amy. Não perca mais tempo.

- Mesmo que o meu irmão me odeie para sempre? – Questiono.

- Ele não vai te odiar. O Axl te ama, ele pode ficar chateado, mas sei que isso vai passar com o tempo.

- Talvez você tenha razão, Steve. Acho que já passou da hora de eu resolver isso de uma vez por todas. – Me levanto decidida da cadeira.

- Quer que eu vá com você? – Ele pergunta.

- Não, tenho que fazer isso sozinha.

Saio apressada até o hotel que a Fran estava hospedada. Estava decidida a falar com ela, mas para o meu azar ela não estava mais hospedada lá.

Eu precisava encontrá-la, mas como?

Fui atrás do Dr. Goulart na esperança que ele tivesse o contato da Fran, no entanto, ele também não tinha, mas disse que faria o possível para conseguir.

Já era final do dia quando voltei para o meu apartamento. Fiz milhares de ligações, fui até diversos tribunais e nada. Estava completamente frustrada.

Resolvi dar uma passadinha no apartamento do Axl para ver o Izzy, mas o albino não estava. Talvez tenha se rendido e finalmente procurado o médico ou provavelmente uma groupie qualquer, como era mais esperado.

Acabei voltando para o meu apartamento sem nenhuma outra novidade. E mais uma vez meu irmão dormiria em uma cela fria. No entanto estava decidida, amanhã eu iria procurar a Fran até encontrá-la, nem que tivesse que ligar em todos os hotéis da cidade.

...

 

Na manhã seguinte

 

Ellen

...

Já havia um dia que havíamos voltado de Nova York e o clima entre mim e minha mãe não era dos melhores. Ela sempre procurava se aproximar ou falar alguma coisa, mas eu apenas acabava por sair do local que ela estava. Realmente eu estava muito magoada com o que ela fez. Tivemos outra briga quando voltei de Nova York e perguntei sobre o dinheiro que ela pediu para o casamento. Ela ainda tentou se justificar, como se houvesse justificativas.

A única coisa que aliviava um pouco mais era a presença da titia e do Kenny, mas logo eu iria me mudar daqui e isso poderia amenizar como eu me sentia em relação a ela.

Já passava das 09h da manhã, havia acabado de chegar do mercado com o Kenny, guardava alguns produtos na geladeira enquanto o aguardava com o resto das compras.

- Kenny...o que aconteceu? – Saio a sua procura.

Ele não estava na sala então resolvo ir até a calçada onde ele havia deixado o carro com as compras.

Ao sair finalmente o avisto parado junto ao carro com o porta-malas aberto.

- Sei que está enrolando para não levar todas as compras sozinho, né? Pronto, já estou aqui, vim ajudar. – Sorrio.

- Ah, desculpe Ellen, estava cumprimentando o seu vizinho. – Ele diz.

Aos poucos, aproximei-me dele, tentando ver quem estava do outro lado, oculto pelo carro.

- Jeffrey? – Parei, atônita.

- Oi Ellen. – Ele sorriu para mim.

...

 

Fran

...

Ajeitava alguns documentos e já me preparava para sair quando ouço batidas na porta.

Quem será? Não pedi serviço de quarto.

Assim que abro a porta, vejo uma Amy atordoada entrar sem nem ao menos me esperar convidá-la.

- Amy...o que faz aqui? – Pergunto.

- Precisamos conversar, Fran. – Ela diz ansiosa.

- Como me encontrou? – Pergunto surpresa.

- Dr. Goulart conseguiu seu contato com um promotor. Você mudou de hotel e não havia avisado. – Ela explica.

- Ah sim, acabei esquecendo de alterar, mas encontrei com Ruppert por um acaso e comentei que estava aqui porque ficava mais perto do tribunal e...

- Eu vim falar do meu irmão. – Amy me interrompeu.

- Fran, sei que somos amigas, mas eu não posso falar desse caso com você. Sou advogada da vítima e...

- Ela não é vítima coisa alguma. – Amy me interrompe.

- Sei que o Axl é seu irmão e é difícil acreditar nas coisas que escuta, mas...

- Fran...ele não está mentindo. – Ela me fita.

- Venha. – A levo até duas poltronas que havia no quarto e me sento de frente para ela. – Sei como se sente, quando é um familiar nosso é...

- Não, Fran...você sabe que Gabrielle está mentindo, não sabe? Você não viu o Axl empurrá-la, ou viu? – Ela pergunta.

- Bem, eu admito que estava de costas no momento, mas...olha...o Bi..digo...o Senhor Rose estava muito estranho naquele dia. Parecia desesperado para se escapar do julgamento, até tentou me enganar com uma história mal elaborada, uma alegação improcedente...já vi muitos réus desesperados tentarem de tudo e...

- Ele não mentiu, Fran...ele...

- Amy...olha que absurdo. – Vou até a mesinha do centro e pego o papel que Bill me entregou naquele dia. Volto e mostro para ela. – Eu li e reli sem entender nada. Ele disse que eu escrevi isso para ele no dia do baile. – Me sento na poltrona. – Não sei que artimanha era essa que ele pretendia, mas sem condições. Eu nunca teria escrito uma coisa dessas, olha para esse bilhete, tão poucas palavras escritas, mas com tanto erro de sintaxe, concordância e ortografia. Um absurdo alegar que eu escrevi isso. – Ressalto.

- Mas você escreveu. – Ela diz séria.

- O que? Também está nessa, Amy. – Rio. – Olha, se precisa de ajuda e...

- Não, Amy, você não entendeu. Para ele, você escreveu. Ele realmente acredita que foi você que escreveu isso no dia do baile. – Ela conta.

- Mas porque ele acha que fui eu que escrevi isso? – Franzo o cenho confusa.

- Porque eu disse isso para ele. – Ela fala.

- Que brincadeira é essa Amy? – Questiono, desfazendo o riso que tinha em meu rosto.

– O Bill nunca te deu bolo, ele nunca soube o que aconteceu com você no dia do baile, Fran.

Fiquei encarando a Amy tentando assimilar suas palavras. Não conseguia nem pensar direito ouvindo o que ela acabara de me dizer.

- Tudo que aconteceu foi por culpa da Gigi e por minha culpa... 

***

 

 

 

 


Notas Finais


Então... consegui postar de outro dispositivo! Entrei em contato com o suporte e acho que foi o jeito mais fácil...
Enfim...espero que tenham gostado!
Até o próximo 😘


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