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História Yeon - JIKOOK - Dez - História escrita por JhamilleBelmino - Spirit Fanfics e Histórias
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História Yeon - JIKOOK - Dez


Escrita por: JhamilleBelmino

Capítulo 12 - Dez


Fanfic / Fanfiction Yeon - JIKOOK - Dez

Assim como na manhã anterior, na terça, quando Jimin acordou, a casa estava vazia, a cama da sua mãe feita, a cozinha limpa e o café preparado, mas dessa vez o bilhete fora menos explicativo. Ele tinha um pouco de dor nas costas na região da lombar e preferiu por tomar um banho antes de acordar a filha para o café. Não se demorou debaixo do chuveiro, mas lavou bem os cabelos e esfregou os braços e as pernas com a esponja de banho, aquele dia parecia mais difícil também, se na segunda ele soube lidar bem com as coisas e segurado bem a barra, naquela manhã o trabalho parecia duas vezes pior. Jimin sentia que tudo estava começando a desmoronar na sua cabeça e acredite, não tem sensação mais desesperadora que essa.  

Na noite passada, depois que ele colocou a filha para dormir, ele se pegou chorando perto da janela do quarto, os acontecimentos das últimas 72h rodando em sua mente como um filme. Se viu outra vez na sala da sua casa ouvindo a notícia da morte do seu pai, a viagem repentina, o enterro, a mãe fragilizada, Yeon se encontrando com Jungkook e como se nada pudesse ficar pior, Kim Dar-hu usando aqueles termos podres com a sua pequena menina. Deus, Jimin não queria, mas pensar nisso fez ele chorar duas vezes mais, mas daquela fez de pura raiva porque a sua criança não merecia aquilo, Park Jeongyeon merecia todo o amor do mundo e não que um homem como aquele usasse aqueles termos para consigo, droga, doía tanto no peito dele, tanto, mais tanto que chegava a lhe deixar sem ar. Aquela menina era seu pequeno raio de sol, a luz que iluminava sua vida, que aquecia seu coração, o motivo por ele ainda está em pé lutando contra o mundo como um gigante, ela e somente ela era a razão por ele se levantar todas as manhãs e rezar todas as noites para isso continuar acontecendo. Então ouvir aquele homem a chamando de criança maldita foi como se tivesse cravado um punhado em seu peito.  

Droga! Aquela era a sua criança! A sua criança! Ninguém ia chama-la de maldita e ele ficaria de braços cruzados! Jimin preferia morrer a permitir uma coisa daquela.  

No quarto, já vestido, ele tratou de acorda-la antes que ficasse tarde demais pra ir fazer companhia a sua mãe na oficina, não queria deixa-la sozinha e nem que o café esperasse tanto tempo assim por eles. Com cuidado, ele subiu na cama vendo o modo como Yeon resmungava durante o sono, os braços jogados acima da cabeça, os lábios formando um biquinho e a testa franzida em uma expressão sofrida que fez com que Jimin acabasse enfim sorrindo pela primeira vez desde que abriu seus olhos assim que acordou.  

- Bebê, vamos acordar, amor. - disse do seu jeitinho manhoso que só ele e a filha tinham. O nariz de Jimin raspando na bochecha gordinha em um afago carinhoso, Yeon, ainda de olhos fechas, empurrou o rosto do pai para longe e soltou um resmungo sonolento, ela até tentou virar para o outro lado, mas o pai a conhecia o suficiente pra saber que se isso acontecesse ela ia voltar a dormir e por isso ele não deixou que fizesse - Não, você precisa acordar pra tomar café e ir ficar com a vovó, hum? 

- “Nom” querer, querer “mimi”, papai. 

- Oh, mas a vovó fez um café tão gostoso, meu amor, e a gente vai ver o Taeyong e o Chang-kyun, os seus amigos, não quer ir?  

- Os amigos? - aquilo foi o suficiente pra ela abrir os olhos e levantar a cabeça, os olhinhos arregalados em pura animação, um sorriso aparecendo em seu rostinho sonolento – Eu gostar dos oppas, eles ser legais com eu e dar doce.  

- Você gosta de doces, não é?  

- Eu amar doces, papai, mas eu amar mais a panda, os vovôs, a vovó, o tio Gil e o tio Yoon e o papai.  

- Por que eu venho por último?  

- “Puque” eu amar mais, do tamanho de dois “lefantes”.  

- E eu te amo do tamanho de três, mas agora precisa se levantar pra podermos se ajeitar, a vovó precisa da gente.  

Naquela manhã ele resolveu dar um banho na filha antes de sair e lhe colocar roupas decentes antes de ir, tomaram café de forma calma, a menina querendo comer tudo que tinha na mesa enquanto seu pai tentava controla-la para comer só o que aguentasse comer. Jimin não queria ter que lidar com vômitos tão cedo pela manhã já que a filha costumava sempre vomitar quando inventava de comer mais do que seu pequeno estômago conseguia suportar. Enquanto lavava a pouca louça que sujaram, Yeon ficou entretida com os desenhos animados que passava pela manhã, ela não era do tipo de criança que ficava constantemente presa em coisas eletrônicas, ela tinha sua hora de televisão na escola e as noites antes de dormir e tinha alguns dias que Jimin queria um tempinho pra si e dava o celular para a menina se distrair, ele sempre tentava fazer outros tipos de atividades com ela para lhe distrair, então era bem provável que sempre ficasse um tantinho confusa ao que assistia os desenhos.  

No caminho Jimin deixou que a filha andasse livremente mesmo que isso significasse que ele tinha que a cada dez passo repreende-la por querer pegar algo jogado pelo chão ou que chamasse seu nome alto quando ela queria correr para longe de si. Chegaram rápido na oficina, o movimento parecia um pouco maior por ali, tinha alguns carros parados na frente e seus respectivos donos perto do escritório esperando sua vez para que Eun-ju ou os meninos fossem avaliar o problema deles, não era lá um movimento que não desse pra dar conta, mas era definitivamente maior que na manhã anterior. Jimin, antes de chegar no escritório para ajudar sua mãe, pode constar que o tal novo funcionário havia chegado e se tratava de uma garota, ela estava dentro de um macacão da oficina, os cabelos cobertos por uma toca e suas mãos já estavam sujas de graxa enquanto trocava um pneu de um carro velho, ele não a conhecia e também não teve tempo para tal já que precisou ir ajudar a mãe com os papeis.  

As duas primeiras horas do dia eles gastaram naquele processo de encerrar contratos e assinar novos, eles tinham fechado três concertos naquele período de tempo que ia de troca de bateria até mesmo a polimentos, e de quebra ainda trocaram uns sete pneus. Diante de todo o negócio, Jimin ficou abismado de como tudo aquilo podia ser estressante e cansativo. Quando enfim eles tiveram uma pausa, Jimin deixou que a filha saísse do escritório para ir falar com os meninos da oficina e ele resolveu então ir conhece a nova funcionária, do lado de fora já dava para ouvir a barulho que sua filha fazia junto com o pessoal na maior algazarra. Ele se apresentou a garota que agora trabalhava ali, Byun Yura e pela primeira impressão que teve ela parecia ser uma boa garota e todos se dariam bem ali, até onde soube Yura e os garotos já se conheciam assim como Dong-run a conhecia e foi o responsável por formular o contrato de trabalho.  

- Olha, papai! - Jeongyeon gritou ao que tentava imitar os passos de dança que o Taeyang lhe ensinava, o que era engraçado já que ela ficava balançando pra cima e pra baixo em cima das perninhas gordinhas enquanto chacoalhava o bumbum - Dançando! 

- Você dança bem, amor, olha, está fazendo melhor que o Taeyang. - incentivou o que fez ela rir ainda mais alto ao que os demais se empolgaram com a sua dança desengonçada - Vai, amor.  

- Com licença, poderiam me dizer se a senhora Park está? - a voz de uma mulher se sobrepôs a toda a barulheira que estava ali para poder chamar a atenção deles. Era uma mulher do carreio, ela tinha passado na casa dos Park, mas como não encontrou ninguém por lá foi orientada pelo vizinho a ir até a oficina e ela não teria tanto trabalho assim se a encomenda não fosse assinada – Eu preciso entrar uma encomenda para ela ou alguém responsável.  

- Oh, eu sou filho dela, serve?  

- Claro, eu só preciso da sua assinatura e do número da sua identidade, por favor.  

- Certo.  

A encomenda não era grande e nem pequena, tinha mais ou menos o tamanho no antebraço de Jimin e não pesava muito, parecia mais um presente com uma fita de seda vermelha ao redor. Era bonito, e ele quase sorriu com aquilo, mas bastou ele ver o que tinha no recado sob a tampa em uma caligrafia bonita e bem elaborada para mudar de ideia. Kim Gayoung. Era esse o remetente e ele sentia seu estômago se revirando dentro dele só com a menção daquele nome, seu humor mudou drasticamente e mesmo que alguém ali tenha percebido a forma como o sorriso sumiu de seu rosto, ninguém falou nada, apenas continuaram a brincar com Jeongyeon quando ele deu as costas para todos meio aéreo e seguiu firme até o escritório. 

Eun-ju parecia perdida demais em seus próprios pensamentos que sequer deu conta quando o filho adentrou a pequena sala de trabalho, seus olhos estavam focados na parede a sua frente, em suas mãos estava uma xicara de café que parecia gelado demais para qualquer um ingerir, seus ombros caídos para frente e ela sequer sabia no que exatamente estava pensando. Talvez estivesse preocupada demais com os problemas na oficina, ela já estava familiarizada com muita coisa, mas ainda assim era bem complicado ter que lidar com tudo praticamente sozinha. Porque Jimin estava ali, mas até quando ele poderia ficar? E por mais que ele não falasse a respeito, ela sentia que as cosias não estavam bem para ele, pelo contrário, Eun-ju podia sentir que a carga dele era pesada e se sentia egoísta em pedir mais do que ele estava fazendo. Ou ela só estivesse pensando em como o marido estava fazendo falta, ela chegou erroneamente a pensar que as coisas se resolveriam rápido e a saudade não seria tão grande, teria sua mente ocupada com o trabalho e as lembranças de Dong-run morreria com o passar dos dias, ela jurou que se levantou na manhã anterior tudo tomaria um bom rumo e o marido só iria lhe assombrar a mente quando voltasse a se deitar na casa que dividiu com ele por mais de duas décadas.  

A senhora Park não podia está mais enganada, porque tudo a fazia lembra-lo, tudo naquela oficina tinha um toque dele, a casa ainda tinha muito dele e a cama seu cheiro. Dong-run ainda estava ali vivendo completamente dentro do coração dela e muito diferente de como ela imaginou que seria, em vez de melhorar, a cada dia que passava mais doloroso tudo aquilo se tornava. Eun-ju queria o seu amor de volta, seu marido, seu companheiro, seu melhor amigo e pai do seu filho, por mais que tenha prometido ao Jimin de ser forte, era quase uma tortura ter que se levantar pela manhã sabendo que Dong-run não estaria por perto, que ela não teria mais a companhia do homem que amava e que quando o filho e a neta fossem embora, tudo ia se tronar tão vazio e silencioso que era até deprimente pensar.  

E naquela manhã não parecia diferente, distante em seus próprios pensamentos Jimin precisou chamar pela mãe três vezes até que ela o olhasse, notando por fim o olhar irritado e abatido no rosto do filho. Jimin estava com os olhos baixos, suas sobrancelhas retas camufladas sob os cabelos na testa, as bochechas levemente infladas e os lábios projetados pra frente quase de modo superficial, os ombros caídos e a coluna curvada para frente dando a entender de que algo não estava legal ali e isso despertou todos os instintos existentes em Eun-ju, porque Park Jimin podia já ser um adulto, pai e independente, mas ele seria para sempre filho dela e contra todos os extintos maternos que lhe apoderavam em situações como aquela,  ela jamais lutaria contra.  

- Algum problema, meu bem?  

- Chegou correio pra você e é algo enviado pela senhora Kim.  

- Gayoung? O que será? 

- Não sei, parece um presente. - entregou a ela vendo o olhar confuso da sua mãe sobre aquilo, céus, Jimin não deveria está com vontade de chorar por conta daquela merda, era apenas uma encomenda, mas isso despertava algum sentimento ruim dentro dele. Talvez pelo fato da mulher ser uma Kim e ele enfim ter visto o quão grande era o contato dela com sua mãe, por um segundo Park se sentiu desesperado com aquilo, sabia que Eun-ju jamais falaria de Yeon para ninguém sem a permissão dele, porém até onde Gayoung sabia sobre aquela história e o quanto ela estava disposta a intervir nisso? Pensar em perder sua menina deixava ele quebrado – Ela sabe de alguma coisa sobre a Jeongyeon, mãe? Vocês já conversaram a respeito disso alguma vez?  

- Claro que não, Jimin, fizemos um acordo anos atrás de que eles nunca iriam ficar sabendo, então não vai ser através de mim que a verdade vai aparecer.  

- Tudo bem, mamãe, me desculpe por isso.  

- Não precisa se desculpar, eu entendo sua aflição e... - à medida que ela ia falando, ia desembrulhando a embalagem, primeiro a fita, depois a tampa, os papéis seda até dar de cara com um vestido preto. Era um tubinho que ia mais ou menos até a altura do joelho, o corte era simples e comportado na parte do busto, mas tinha uma leve fenda no final dando um charme a peça. Eun-ju e Jimin abriram a boca quase de imediato e ele nem precisou tomar a frente e falar alguma coisa já que a mulher fez isso por si só, ao que alcançava o cartão que estava dentro da embalagem - “Espero que te sirva, estou ansiosa pelo nosso jantar. Fique bem. Gayoung”... Minha nossa.  

- Não sabia que vocês iam jantar. 

- Na verdade, ela convidou nós três, eu só não tinha achado uma boa oportunidade pra te falar isso. - deu de ombros tentando parecer vaga quanto aquele assunto, mas pelo modo como Jimin suspirou e esfregou a mão no rosto, ela percebeu que não tinha passado tanta segurança com o seu ato.  

- Eu, você e a Jeongyeon? Quando isso aconteceu?  

- No domingo, ela apareceu lá em casa logo após você ter saído e conversarmos...  

- Espera um pouco... - as mãos dele estavam em sua cintura, sua expressão ainda mais séria quanto ao que tinha entrado naquela sala e seu humor ainda pior do que quando acordou, aquilo não estava nos seus planos, Jimin nunca tinha imaginado que a amizade da mãe com a ex-sogra era tão firme ao ponto da Kim frequentar sua casa, ele nunca tinha conversado com a mãe a respeito daquilo porque achou que não era necessário, mas então se depara com essa informação deixa ele ainda mais aflito – Se eu ainda estivesse em casa, ela teria visto a minha filha, mãe, é isso?  

- Ninguém por aqui conhece a Jeongyeon, Jimin, como ela vai saber?  

- A senhora sabia que Jeon Jungkook já viu ela? Na manhã que eu fui levar o Yoongi no aeroporto, quando eu voltei eu encontrei a minha filha do lado de fora dos braços do Jungkook, ai de tarde Gayoung aparece assim em casa sem mais nem menos? Coincidência, mãe? 

- Você está fazendo tempestade em copo d’água, uma coisa não tem nada haver com a outra.  

- Até onde, mãe? É isso que eu quero saber, eu não estou disposto a deixar que eles cheguem perto da minha filha, você viu o que aconteceu ontem com o Dar-hu aqui, e não posso deixar a Jeongyeon perto desse homem.  

- O pai dela é o Taehyung, não Dar-hu, independente do que esse homem queira ou não, uma hora ele você vai precisar contar a verdade.  

- Eu sei, mas isso quem decide sou eu e não eles. Se algum dia eu quiser contar ao Taehyung, eu irei da mesma forma que se eu não quiser, ele nunca vai ficar sabendo. A filha é minha e vai continuar sendo só minha. - os ânimos não estava legal, o pessoal do lado de fora até podia ouvir o quanto as vozes pareciam alteradas, não se dava para entender o que diziam, mas era fácil de perceber que parecia sério. Yeon também escutou e a sua animação para dançar até passou, se Chang-kyun não tivesse lhe pegado no colo e ido distrai-la com seus doces preciosos, a menina tinha ido atrás do pai porque Jeongyeon não estava acostumada em ver o pai irritado e isso sempre lhe deixava assustada.  

- Você está se comportando como um lunático, eu não falei nada para a Gayoung, eu nem dei um parecer sobre esse jantar, iria conversar com você, mas veja só, não dá pra falar com você dessa forma.  

- Mãe, entenda, eu não vou levar a Jeongyeon para ficar no mesmo espaço que o Dar-hu, eu não vou fazer isso com a minha filha.  

- Dar-hu nem vai estar lá, Jimin, Gayoung marcou o jantar essa noite exatamente porque ele não vai estar lá. O que acha que eu sou pra te propor esse jantar sabendo que aquele homem já te fez? Eu não sou idiota, Jimin.  

- Eu não acho que seja, essa não é a questão. - mais uma vez ele passou a mão no rosto, quando tinha subido no avião e voado até a cidade natal não passou pela cabeça dele algo como aquilo, para ser bem honesto, Park não pensou em muita coisa durante o percurso, só queria chegar rápido e saber como a mãe estava. Mas diante uma situação ele percebeu que deveria ter agido com mais cautela e sabedoria. Deveria ter pensado primeiro antes de se deixar levar pela emoção - Eu tenho medo, mãe, deles me tirarem a minha menina, eu não iria suportar uma coisa dessas.  

- Ninguém vai tirar sua filha de você, Jimin, mesmo que tentem, ninguém pode tirar ela de você. 

- A gente não tem certeza de nada, mãe, eu não sou ninguém nessa cidade, se for pra brigar com eles eu não tenho a menor chance pra lutar contra a família de um senador. - a voz dele estava claramente embargada e ele odiava se sentir daquele jeito, mas era inevitável, falar naquilo lhe deixava aflito demais para se manter imparcial. Jeongyeon era tudo que ele tinha e perder ela seria pior do que arrancar seu coração com as unhas. - Eu não estou dizendo pra senhora não ir nesse jantar, não tenho direito nenhum de te pedir isso, mas eu não sei se posso fazer isso.  

- Então não vamos, nem eu nem você. Porque eu não vou te fazer ir contra sua vontade e nem vou sozinha.  

- Mãe, ela te mandou um vestido, não vai fazer essa desfeita.  

- Então vamos comigo. - falou decidida, os braços cruzados em cima do estômago e o olhar duro no rosto, sempre era muito irritante para ela ter que lidar com um Park Jimin falando alto consigo e agindo daquele modo, entendia que era difícil pra ele toda a situação com os Kim, mas seu orgulho de mãe sempre ficava mexido demais. - Dar-hu não vai estar lá, então vamos comigo.  

- Ele não, mas todo mundo vai.  

- Ninguém que saiba sobre ela, aposto que os Kim vão saber da existência dela assim que ela chegar lá, Gayoung pode desconfiar que você pode ter uma filha, no máximo, então não tem perigo.  

Nesse meio tempo, o celular de Eun-ju passou a tocar desesperado sobre a mesa do escritório chamando a atenção dos dois, era Kim Gayoung o que pareceu deixar Jimin ainda mais irritado. Ele sabia que não devia exigir tanto da mãe, a questão sobre os Kim era sua e não dela e mesmo assim a mulher tinha lhe dado apoio esse tempo inteiro, mas isso não excluía seus sentimento quanto aquilo, pensar em Jeongyeon perto dos Kim deixava ele as vias de ter uma síncope e ninguek podia interferir quanto a isso.  

Jimin não se imaginava na casa dos Kim depois de tudo que aconteceu e de todo aquele tempo, não se imaginava parado diante o Taehyung com a filha deles juntos, por mais que tenha pensado nisso muitas vezes durante aqueles anos, a ideia de ter que apresentar Jeongyeon para os Kim como filha do Taehyung era assustadora. Na cabeça dele, mesmo que de alguma forma ele sentisse que as coisas não seriam sempre assim, Jimin acreditava que ele seria o único pai que ela teria, apenas ele teria o prazer de ser pai dela e mais ninguém, Yeon era sua e dividir ela com mais alguém estava fora de cogitação.   

Certo, ele também avaliava as coisas na pespectiva do Kim, tinha plena consciência de que ele tinha todo o direito de saber da existência da menina e que as coisas seriam bem mais complicadas quando ela crescesse e quisesse ir atrás dele por conta própria. Jimin podia sair como vilão de uma história onde claramente ele não era. Mas na mesma medida, ele levava aquele ditado que diz “a gente não sente falta do que nunca teve” muito em conta, Jeongyeon não sentiria falta de um outro pai já que ela sempre teve só um, e Taehyung não sentiria falta da filha quando ele nunca teve. Podia parecer cruel esse tipo de pensamento, putz, acredite, Park sabia disso também, mas aquele sentimento era muita mais forte do que ele.  

Mas naquela soma, ele infelizmente não podia pensar só em si ou até mesmo no Taehyung, tudo ali se resumia a Eun-ju e se ela queria ir até aquele jantar acompanhada do filho depois de tudo que aconteceu, bem, Park não podia tirar isso dela e nem iria. Enquanto falava no telefone, os olhos da mulher estavam presos no filho atenta a reação dele quando conversava com a mulher, e não deixou de perceber o modo como os glóbulos oculares dele se reviraram para trás ao que acenava positivo ao que ela dizia que iria ao jantar. Jimin nem olhou para trás quando deu as costas e saiu do escritório, passou onde a filha estava e não falou com ninguém ao que pegava ela e ia embora dali, já tinha dado seu tempo naquela oficina.  

*   *   * 

Jimin precisava falar com Yoongi, era quase como uma necessidade e foi por isso que ele não pensou duas vezes antes de agarrar sua filha e ir voltar para casa onde teria liberdade suficiente para isso. Desde que o conheceu que Min sempre esteve ali do seu lado lhe dando apoio e amparo, foi ele quem passou os primeiros meses de vida de Yeon ajudado Jimin, ele chorou junto ao Park quando o mais novo se sentia sobrecarregado demais, ele sorriu também nos momentos felizes e vibrou por todas as suas conquistas mesmo que as mais pequenas delas. Yoongi não costumava disse isso, mas ele amava Jimin e sentia-se orgulhoso demais do mais novo por ser quem era e por ter lutado por tudo que tinha, e Park sabia disso, porque era um sentimento verdadeiro e quando é assim não precisa de palavras para que podemos sentir.  

Quando um sentimento é real, ele apenas é e a pessoa a quem lhe é destinado pode senti-lo sem que nunca seja dito. E Park sentia todo o amor que o seu hyung tinha por si e pela sua filha e sabia que Min sentia o amor que os dois lhe destinava.  

Naqueles anos eles construíram uma boa amizade e pensar no mais velho fazia Jimin sentir-se em casa, protegido e seguro, era boa a sensação que ele lhe passava e por isso que não pensou duas vezes em ir para casa em busca de algum tipo de apoio vindo dele. Não deu a mínima se ainda era de manhã e possivelmente estava lotado de trabalho, sequer se importou se fosse ouvir um xingamento por está atrapalhando ele porque Min não se negava a lhe xingar se fosse inconveniente, assim como Park fazia com ele. Ele apenas ligou. Deixou Jeongyeon na sala distraída com alguns papeis e lápis de cor, ligou a tv no canal de desenhos e ainda alguns biscoitos de chocolate para que ela ficasse quietinha enquanto conversava ao celular, assim ele foi se abrigar na cozinha longe das vistas dela. Se a menina lhe visse nervoso ou chorando era bem capaz de chorar também e não era isso que ele queria. Já bastava todo o estresse da manhã anterior. 

Em todo caso, Min Yoongi não estava ocupado naquele horário, a reunião da manhã anterior tinha sido deveras cansativa e se estendido até o começo da tarde, estava tão nervoso depois do ocorrido e tão estressado que nem conseguiu ficar no trabalho, ele simplesmente foi para casa e dormiu até que a terça-feira viesse. Tinha passado um final de semana estressante e cansativo com toda aquela história sobre a morte de Dong-run e a viagem às pressas com Jimin, não se arrependia de ter ido com o amigo, Yoongi teria até mesmo remarcado a reunião caso fosse preciso porque seu amigo vinha primeiro que qualquer outro compromisso. Mas então, quando ele chegou no domingo em casa ele se dedicou única e exclusivamente aos preparativos da reunião, organizando as planilhas e documentos, os balancetes e a contabilidade de todos os negócios, apesar de ser muito eficiente na sua atividade, alguns acionistas costumavam duvidar da sua capacidade devido à pouca idade e Yoongi se sentia na obrigação de passar na cara de todos eles o quão bom era.  

E com isso sua saúde ficava fragilizada já que ele sempre se esquecia de coisas básicas quanto estava no trabalho como comer e dormir. Kim Namgil era um dos que mais cobrava sobre aquilo, ele sabia que o noivo não era nenhum viciado no trabalho e que só era ansioso demais e muito cobrado, Min era perfeccionistas e não gostava que duvidassem de si e isso sempre ativava o pior lado da sua personalidade, porém saber disso não deixava seu noivo menos preocupado, por isso ele meio que raptou Yoongi naquela manhã de terça-feira no trabalho e segundo o mesmo passariam a manhã inteira juntos e nada que o outro fizesse iria mudar isso.  

Assim, quando Jimin ligou Yoongi estava sentado na varanda da casa do noivo olhando para a bela vista que tinha ali apreciando de uma xicara de chá bem quentinho usando apenas uma camiseta do Namgil e meias, enquanto tinha o resto do corpo coberto por um dos lenções que retirou da cama dele. Era uma boa hora e ele até mesmo estava pensando em ligar para o melhor amigo perguntando sobre como as coisas estavam quando Park antecipou isso lhe ligando. Quando a introdução de “Butterfly” começou a tocar no seu celular, ele já sabia de quem era a ligação, ele não conhecia muito os sete cantores da música, mas era a favorita de Jeongyeon desde que estava na barriga e Jimin cantava para a filha quando a menina estava agitada demais dentro de si, então ele acabou colocando como toque de chamada para identificar a chamadas dele.  

- Jimin, estava pensando em você. - disse sincero assim que atendeu, ele sequer disse oi e não se sentiu pressionado a dizer, nunca acontecia mesmo. Yoongi acreditava que era próximo de Park o suficiente para não precisar de introduções formais em suas conversas – Como você está? E a sua mãe e a Yeon?  

- A Yeon está na sala entretida atacando os seus biscoitos de chocolate enquanto desenha e ver tv e a mamãe está bem na medida que dá pra ficar, ela resolveu abrir a oficina e tem se mantido ocupada desde então.  

- E você, como está?  

- Sinceramente eu não sei, hyung, está tudo tão estranho. Tem tanta coisa acontecendo.  

- E o que seria? 

- No domingo quando eu cheguei do aeroporto eu encontrei o irmão do Taehyung aqui na porta de casa com a Jeongyeon, a mamãe não prestou atenção e ela foi para o lado de fora sem supervisão e ele acabou pegando ela. E eu só faltei surtar, fiquei tão apavorado que só peguei minha filha e entrei, cheguei a bater à porta na cara dele. Mas isso nem é o pior. - Jimin suspirou agoniado, a mão livre apoiada na testa e os olhos pesados de quem já tinha chorado por uma hora inteira quando na verdade ele não tinha derrubado nem uma lágrima. Do seu lugar mesmo ele arriscou um olhar em direção a filha e acabou sorrindo de leve ao vê-la concentrada diante a tv, a mão que levava o biscoito até a boca parado no meio do caminho enquanto encarrava uma cena de um desenho que ele não fazia a menor ideia de qual era. - Dar-hu apareceu na oficina ontem e fez uma cena. 

- Dar-hu é o seu ex-sogro? O que aconteceu? 

- O próprio. Ele gritou um monte de ofensas dizendo que eu voltei pra dar o golpe no Taehyung e ele não ia deixar, que eu não ia atrapalhar a relação dele com o noivo e um monte de merda, hyung, e isso não me afetou em nada, ele iria passar a tarde inteira ali gritando e eu não iria fazer nada. Mas então ele chamou minha criança de maldita e eu juro que ia arrancar os olhos dele com as unhas se os garotos da oficna não tivessem me segurado.  

- Espera um pouco... Ele chamou a Jeongyeon de maldita? Foi isso mesmo? - Yoongi até se sentou direito na espreguiçadeira onde estava e deixou o seu chá de lado ao ouvir aquilo, não podia ser que estivesse ouvindo certo, não mesmo. - Não, Jimin, ele não falou isso não.  

- Pior que falou, hyung, ele estava descontrolado então eu falei para ele não usar certos termos por conta que tinha uma criança na oficina e ele saiu dizendo que queria que nos dois fosse se fuder, que eu não tinha conseguido dar um golpe no Taehyung com a minha maldita crianças então estava usando a mamãe como amiga da mulher dele pra isso... Eu nunca senti tanto ódio de alguém como eu sinto desse homem, Yoongi e eu quis mata-lo por falar daquele jeito dela, é a minha criança e ninguém vai trata-la dessa forma.  

- Quem queria mata-lo agora era eu, como ele pode ser tão filho da puta assim? Ele que te confrontou, te exigiu que tirasse o bebe e depois usar esses termos com ela? Ah, que se eu estivesse aí ele estaria a sete palmos sob o chão e as larvas comendo o corpo desse nojento, como pode?  

- Ela ficou tão assustada que eu precisei de quase uma hora pra acalma-la. - suspirou vendo agora que Yeon não parecia mais tão animada com a tv e estava ocupada empilhando os biscoitos na mesa de centro, cada vez que um cai ela resmungava enquanto a sua testa estava franzida e um bico enorme nos lábios. Jimin jamais deixaria de achar a sua menina linda – E pra completar a mulher dele convidou a gente para um jantar na casa dela, como Dar-hu não vai estar ela resolveu fazer isso acho que como meio de deixar a amiga bem nesse momento difícil e eu sinceramente não sei como vou agir diante de todos eles com a Yeon do lado.  

- Você agira da forma que tem que agir, cabeça erguida e peito estufado, eles não são melhores que você e eles não podem fazer nada contra você.  

- O problema é esse, hyung, eles podem fazer sim algo contra mim e até... - a palavra ficou presa na garganta dele e Park precisou se levantar e dar uma volta pela cozinha ou acabaria chorando e isso ele não queria fazer, porque se começasse seria bem complicado parar. Respirou fundo procurando se acalmar e agradecia aos céus por Yoongi lhe conhecer bem o suficiente para saber que ele necessitava daquele tempo, ao menos o fato de pensar a respeito já lhe deixava mal – Dar-hu agora é senador, a família dele é uma da mais abastarda da cidade, ele é influente em todo canto e eu não posso ignorar isso quando...  

- Amor, ele é isso tudo e eu sou Min Yoongi, caralho de Kim nenhum vai tirar a nossa menina da gente, Jimin, porque se for preciso eu aciono o melhor advogado da Coréia inteira, vulgo meu noivo maravilhoso, e dou um jeito nesses fudidos. Basta só eles tentarem. Você não precisa ter medo quanto a isso, porque você não está sozinho, eles não sabem quem ela e se descobrirem e quiserem levar isso para o lado mais difícil, bem, que venham, a gente vai lutar por ela. Pronto, acabou! Você só não pode viver à sombra dessa história, vá nesse jantar e relaxe mesmo que isso seja muito difícil de fazer, se perguntarem sobre o outro pai dela você não precisa dizer nada porque não deve explicação a ninguém e deixem que eles morram de curiosidade.   

- Acho que eu não poderia ter encontrado amigo melhor mesmo se tivesse pedido aos deuses, sabia? - enfim ele conseguiu sorrir naquele dia forçando todas as suas lágrimas para o fundo da sua mente e se focando apenas no momento e na voz do seu hyung. Yoongi lhe dava uma sensação quase paternal, não por ser mais velho até porque só era dois anos de diferença, mas pelo simples fato de ter cuidado de si desde o primeiro momento que se conheceram, Min sempre esteve ali ao seu lado lhe dando proteção e isso ele não encontraria com mais ninguém na vida. Foi um verdadeiro encontro de almas o que aconteceu entre eles.  

- Eu tenho certeza disso, eu sou a segunda melhor coisa que você tem nessa vida, aceite isso. - disse debochado, nesse momento Yoongi viu Namgil entrando no varanda onde estava, seu corpo coberto por menos roupas do que o Min pelo simples fato dele ter normalmente o corpo bem quente e sentia pouco frio, diferente do outro que só faltava congelar. Ele fez um simples gesto para que o noivo se colocasse melhor na espreguiçadeira e assim pudesse sentar junto dele, as costas do menor encostadas no seu peito e seu rosto enfiado no pescoço dele – O Gil está aqui e não parou de me encher dizendo estar com saudades da Yeon, acredita?  

- Ela também chorou dizendo que queria ir pra casa e tomar sorvete com os tios, vocês deixaram minha filha muito dependente. Vou chama-la pra falar com voces. - assim Jimin foi até a sala, o celular agora no viva voz dando a liberdade dos quatro falarem ao mesmo tempo sem interferência, ele até ouviu uma conversa distraída entre o casal do outro lado da linha, algo sobre a menina e sobre o que eles tinha acabado de conversar. Não era como se Namgil não tivesse uma participação na vida de Jimin, eles eram amigos e próximos, mas Yoongi só contava ao coisas do mais novo ao noivo quando sentia que podia assim fazer e aquele era um caso em tanto já que possivelmente ele teria que entrar em jogo caso os Kim quisessem agir – Filha, olha, tem alguém querendo falar com você no telefone.  

- Quem ser? - perguntou já se levantando do chão, as mãos apoiadas na mesa do centro enquanto fazia mais força do que parecia necessário nas pernas para se colocar de pé, os biscoitos antes empilhados se espalhando pela mesa de centro.  

- Oi, Yeon, o tio está com saudades. - a voz potente do Namgil atravessou os fones do celular despertando a atenção da menina para ele, os olhinhos arregalados e a boca aberta na sua famosa cara de espanto – Como você está, bebê? 

- Eu acho que ela não está, amor, acho que a Yeon fugiu – Yoongi brincou porque ele amava perturbar a menina sempre. O Kim só conseguiu rir junto com o noivo.  

- Tio Gil e o tio Yoon... - sussurrou olhando para o pai – Eu “tô” “qui”, tio, a Yeon “nom” fugir, eu “tô” “qui”! 

- Eu não consigo ouvi-la.  

- Papai, fala pra ele que eu “tô” “qui”!  

- Vocês vão fazer a minha filha chorar, parem com isso. - ralhou ao que colocava a menina do colo e lhe dava o celular, Yeon segurava aquilo como se fosse algo precioso a boca colada no fone do aparelho e os olhos quase vesgos ao que via a tela acesa com a foto do Yoongi no remetente.  

- Tio Yoon, a Yeon “tá” “qui”, eu “nom” fugi.  

- Oh, você está aí, bebê, o tio não conseguiu te ouvir, como você está? 

E foi daquele jeito que Jimin acabou se esquecendo do compromisso de mais a noite, ver sua filha tão empolgada falando com os tios sorrindo totalmente alheia a toda confusão que lhe cercava fez ele enfim relaxar naquele assunto e deixar a preocupação quando fosse necessário. Naquele momento ele só iria aproveitar a melhor coisa que a vida tinha lhe dado, sua filha e seus amigos, porque isso ninguém seria capaz de tirar de si.  

*    *    * 

O jantar foi marcado as 19h pensando exclusivamente em Jeongyeon, Eun-ju tinha explicado a anfitriã que a menina tinhas seus horários e que Jimin gostava de segui-la, não entrou em muitos detalhes até porque não era necessário, Gayoung entendia e não ligou para isso. Até preferia que fosse cedo assim podia curtir mais tempo com os filhos, desde que Jungkook se mudou de casa tinha ficado cada vez mais raro ter um momento com ele e o Taehyung juntos. Quando ela falou sobre o jantar com os dois, foi fácil de notar o quão receosos estavam, Jungkook não era de falar muito e daquela vez parecia ainda pior, ele apenas acenou com a cabeça e estranhamente questionou sobre o que Jimin tinha tido daquilo e pasmem, Taehyung teve a mesma reação e Gayoung não sabia o que fazer, ela sequer soube o que pensar, porém também não fez muito caso a respeito. Assim que Dar-hu saiu pela manhã cedo e falou com os meninos, ela apenas se dedicou ao jantar e nada mais. A casa dos Kim estava movimentada e todo mundo parecia correr de um lado para o outro para deixar tudo pronto.  

Na casa dos Park as coisas pareciam mais tranquilas. Jimin não voltou a oficina naquele dia, depois que terminou sua ligação com Yoongi, ele e a filha se dedicaram em fazer algo bom para o almoço e ele até ligou para a mãe pedindo para que manda-se alguém ir buscar para ela, já que se recusava a voltar na oficina e passar mais um tempo junto da mulher. Era um tanto idiota pensar naquilo, mas não podia controlar aquele tipo de coisa. Depois que comeram, pai e filha foram para o quarto e tiraram um cochilo de quase duas horas, Jeongyeon deitada sobre o peito do pai ao ponto de baba na camisa dele, mas Park não ligou, não quando podia ficar ali encostadinho na filha naquele aperto que só cabia eles. 

Jimin amava aquela simplicidade que sua vida impunha, amava dormir agarrado a filha, de comerem na mesa pequena da cozinha e depois ficar no sofá fazendo carinho no gato enquanto assistiam TV até a hora de dormir. Gostava de como tudo se encaixava e até mesmo da sua rotina doida e cansativa, porque aquele era quem ele era e o que aprendeu a ser e não saberia ser de outra forma. Ter voltado para sua cidade tinha mexido com tudo e o deixado a beira do precipício, porque ele estava apavorado com toda aquela interação com os Kim e isso ficou bem claro quando o relógio marcou cinco da tarde e ele precisou se movimentar.  

Escolheu a melhor roupa que tinha levado na mala, o que não era muito já que tinha levado poucas coisas. Suas roupas e a da filha se resumiam a jeans, pijamas e moletons que era o que na cabeça dele seria mais usado, por isso ele quase agradeceu aos céus ao encontrar uma camisa social azul entre suas roupas e uma jardineira nas coisas da filha, ficando assim decidido a roupa. Depois ele foi cuidar da pele, tinha apenas hidratado e feito o mesmo com a filha porque aquilo era outra coisa que costumava fazer com a menina, ficar com máscaras de hidratação na pele circulando pela casa. Depois tomaram um banho juntos e se aprontaram, quando Eun-ju chegou os dois já estavam prontos.  

O clima entre mãe e filho estava tenso, mas nenhum dos dois pareciam muito preocupados em desfazer aquilo, ela por não saber exatamente o que falar e ele por estar coma cabeça longe demais para fixar naquilo. Jimin estava suando de nervosos e ele sabia que aquilo não lhe ajudaria em nada, ficar nervoso e apreensivo só deixava tudo ainda mais tenso, mas também não era como se tivesse controle sobre isso. Era fácil lembrar a última vez que se sentiu daquela forma, era fácil lembrar de todas as vezes que se sentiu assim, da primeira quando era criança que tinha medo de palhaços e foi levado a um circo, Park nunca achou que ficaria tão desesperado. E a última quando soube que sua filha com menos de quinze dias de nascida teria que fazer uma cirurgia de risco e esteve na eminencia de perde-la. Era terrível a sensação e tão pesada que mesmo sentado Jimin podia sentir seus ossos estralarem.  

Por isso ele permaneceu muito tempo em silêncio, não estava necessariamente mal humorado principalmente com a mãe, ainda era o lance de ser compreensivo e saber entender que Eun-ju não estava passando por um momento legal e era direito seu querer mudar isso, ficava feliz em vê-la querendo dar a volta por cima depois de tudo que aconteceu e esse era o único motivo por ele não ter se opor totalmente em ir naquele jantar. Fazia pela mãe mesmo que não conseguisse se sentir feliz com isso.  

No carro, ele fez questão de dirigir seguindo pelo caminho que ainda lembrava, Yeon conversava coisas aleatórias com a avó e brincava enquanto falava e falava o quão bonita estava, porque ela amava colocar aquela jardineira junto dos seus sapatos de luzinhas e passar batom, certo que amava mais seus pijamas de bicho e meias, mas ela também gostada daquele estilo. Seu pai tinha lhe passado algumas instruções mesmo sabendo que a menina esqueceria a metade delas, mas para ele era importante reitera-la a sempre tratar todos de modo respeitoso e obedecer a suas ordens, se Jimin dizia não, era não, sem espaços para contestações. E Jeongyeon era uma menina esperta o suficiente para conhecer o pai e saber daquilo, sério, ela era tão ligada a ele que chegou a pergunta-lo o porquê de estar triste aquela tarde, o que forçou Park a fingir um sorriso e mentir dizendo que estava tudo bem.  

Era exatamente 19h15 quando o antigo carro de Dong-run parou diante os portões dos Kim, Jimin lembrava bem daquele lugar e ficou surpreso em está do mesmo jeito de antes, sem mudanças alguma, a cor continuava a mesma, a estrutura e até as flores ali pareciam iguais da última vez que as viu. Parecia bem iluminada também e silenciosa, quando estacionou o carro e olhou para o lado de fora, Jimin se perguntou se não podia desistir de entrar ali e não estragar tudo que ele vinha fazendo nos últimos anos da sua vida, merda, ele só queria poder se esconder dentro de casa e só sair quando fosse voltar para seu vida. De certo modo, o arrependimento até lhe bateu, como se ele não devesse está ali e até mesmo o fato de ficar ao lado da mãe não valesse a pena. Seus olhos se encheram de lágrimas e talvez ele tivesse começado a chorar ali mesmo se sua mãe não tivesse lhe tocado no ombro em um gesto carinhoso e afetivo.  

- Vai ficar tudo bem, não vai, mamãe? - perguntou arriscando um olhar trêmulo em direção a mulher que sorriu em sua direção ao que acenava de forma positiva.  

- Vai sim, amor.  

- Promete que se Dar-hu estiver ali ou se algum deles fizerem algum comentário comparativo com a minha filha, a gente vai embora. Promete isso pra mim, mamãe.  

- Eu prometo, Park Jimin e vou te falar mais, ninguém vai tirar sua filha de você, meu bem, você é o pai dela e ninguém pode ir contra isso. - assim ela plantou um beijou altura da têmpora dele e sorriu ainda mais largo quando ele sorriu também, não um sorriso de verdade daqueles que chegam até seus olhos, mas o suficiente para aquecer o seu coração de mãe. 

Taehyung, Hoseok e Jungkook estavam sentados lado a lado no sofá da sala conversando sobre o quadro de esportes enquanto esperavam os convidados da noite. O casal tinha pedido para serem dispensados uma hora mais cedo naquele dia para poder assim terem tempo de tomarem banho e estarem no mínimo descente para recebe-los. Kim estava ansioso para vê-los, enfim iriam rever Park Jimin e conhecer a sua tão comentada filha, desde que ouvira a conversa dos pais na noite anterior que algo começou a zumbir na parte de trás do seu cérebro e ele sinceramente não sabia dizer o que era, mas estava disposto a descobrir o mais rápido possível. Seu noivo parecia compartilhar do mesmo sentimento, diferente do mais novo, Jung tinha suas leves certezas e acreditava que estando diante dos Park lhe faria tirar algumas dúvidas. Ele não tinha se convencido muito da última conversa que tivera com Taehyung sobre a filha do Jimin e certo, ele sabia que podia está sendo precipitado e vendo coisas onde não existia, sua irmã mesmo lhe disse para parar de pensar naquilo ou acabaria tirando conclusões precipitadas.  

Porém Hoseok sabia o que tinha visto no supermercado, ele tinha feito as contas e a cada vez que pensava a certeza de que aquela menina também ser filha do cara com que estava prestes a se casar ficava dava ver mais clara. Ele conseguia ver o obvio, pelos deuses e mesmo que no final tudo fosse mesmo coisa da sua cabeça, qualquer um no seu lugar estava propenso a pensar igual.  

Jungkook por outro lado, sequer saberia classificar que tipo de sentimento estava sentindo. Naquela tarde ele tinha tido uma conversa longa com o Namjoon sobre o que o mesmo achava sobre toda aquela história, mas o Kim não foi muito exato nas suas respostas, até porque não tinha como ser. Era tudo muito complicado de compreender e a única pessoa capaz de desvendar esse mistério era o próprio Jimin, mas algo fazia o rapaz acreditar que se dependesse dele, tudo ficaria na incógnita pelo resto da vida. E falando de Park Jimin, céus, ele vinha consumindo cada pensamento do Jeon desde o fatídico domingo, era como se a imagem dele tivesse sido colada nas paredes do seu cérebro de uma forma que por mais que tentasse se esquivar, sua mente continuava lhe levando até ele. Era como uma roda girando e girando sem parar, não dava descanso algum pra sua mente ao ponto de lhe dar dor de cabeça.  

Segundo Namjoon e Seokjin aquilo era sentimento reprimido, os dois acreditam que aquilo não passava dos sentimentos adormecidos na adolescência estava acordando depois de um longo tempo de hibernação, mas para Jungkook aquilo não tinha muita credulidade. Espera aí, ele tinha revisto jimin fazia 48h, não tinha condições de já ter algum tipo de sentimento ali por ele e tem mais, Jeon não tinha tanta certeza sobre seus sentimentos na adolescência. Jimin era um bom hyung que sempre lhe tratou bem e possuía o sorriso mais lindo de toda o continente asiático. Puts, isso não queria dizer nada. Seu coração ficava agitado e ele suava perto dele, mas toda vez que assistia filmes de terror com fones de ouvido Jungkook sentia as mesmas coisas, não podia determinar nada quanto aquilo.  

Kim Gayoung, no entanto, andava de um lado para o outro na sala agoniada demais para se sentar, ela já tinha tomado uma taça de vinho e conferido se as coisas do jantar estavam prontas umas três vezes e marcado uma sequência de diálogo em sua mente. Nada podia dar errado, tinha certeza disso, ela tinha até tomado um calmante para ver se aguentava o impacto da noite, porém ainda continuava agitada demais para apenas relaxar. Estava curiosa para saber sobre Jimin, pelo pouco que teve conhecimento, ele parecia bem e muito mais bonito, tinha perdido aquela carinha de bebê fofo e tinha agora uma postura de homem adulto e decidido, e isso tinha ativado sua mente a saber exatamente como ele estava porque nada seria como efetivamente vê-lo. Contudo, nada se comparava a sua ansiedade para enfim conhecer a pequena Park Jeongyeon, céus, ela estava a ponto de pular só de se imaginar ali frente a frente a ela, podendo vê-la de pertinho e saber de todos os seus detalhes.  

Assim como muitos ela tinha suas desconfianças, e genuína vamos ser sinceros e só a ideia de estar diante a menina deixava a mulher as vias de uma sincope bem no meio da sala.  

- Ele perdeu aquela bola livre, meu bem, não tinha ninguém na marcação e ele meteu a bola pra longe, se isso não é ser ruim, eu desconheço o que ele é. - Hoseok argumento em apoio do cunhado que falava sobre o mal desempenho de um determinado jogados de futebol. Era até engraçado como Taehyung podia se prender aquelas coisas bestas e ainda ficar irritado quando contrariado, seu rosto ficava sério com direito a sua testa franzida, e foi por isso que Jung deixou um beijo no cantinho dos lábios dele ao terminar de falar.  

- Falar é fácil, pow, quero ver ir lá e fazer igual.  

- É claro que eu não ia conseguir, eu não sei nada sobre futebol, mas o cara treina todos os dias por horas ele devia pelo menos saber dominar uma bola. Eu mexo com tecidos todos os dias, eu crio modelos de roupas e planejo projetos, eu treino diariamente para exercer meu trabalho bem se eu errar foi porque eu não dei o meu melhor, a mesma coisa com ele, não executou direito porque não exerceu o suficiente. Ele foi tão bosta naquela jogada que o treinador gastou a última substituição pra tirar ele e por um cara que acabou de subir da categoria de base.  

- É por isso que gosto de conversar com o Hoseok hyung e não com você, seu puxa saco de jogador ruim. - Jungkook implicou com irmão que lhe estirar a língua de modo infantil antes de rir alto com a cara que o mais novo fez. Quando eram mais jovens os dois não sabiam ter momentos assim, eles sequer conseguiam ficar no mesmo lugar por muito tempo ou trocarem mais de duas palavras, mas então cresceram, amadureceram e se redimiram o que resulto na amizade fraternal entre eles.  

Mas o mundinho deles logo se desfez assim que o som característico da campainha soou por toda a sala de visitas e a empregada da casa passou apressada em direção a porta para atender os convidados. Os rapazes se colocaram logo de pé, Jungkook segurando seu copo quase vazio com a dose quente de conhaque que tomou e ao seu lado Taehyung com um dos braços pousados na cintura do noivo enquanto a mão livre estava enfiada no bolso, o pescoço transpirando a medida que o som dos passos vindo da porta se tornava mais e mais alto, ele podia reconhecer fácil a voz da senhora Park junto o da empregada, as duas tinham se cumprimentado de uma forma quase acalorada, como se já se conhecessem em algum momento e todos puderam ouvir quando a mulher falou algo como “é bom te ver outra vez, Jimin”, mas não veio nenhuma fala em seguida. Tudo se tornou assustadoramente silencioso.  

A primeira pessoa a aparecer foi Eun-ju e ela estava linda dentro do vestido ganho e os cabelos presos, ela era uma mulher muito bonita que nunca tinha perdido a vaidade da juventude. Seu rosto tinha um pouco de maquiagem, mas mesmo assim era fácil perceber as grandes olheiras sob seus olhos e o sorriso triste e quase forçado estava ali, bem na curva dos lábios dela sem nenhum disfarce e todos ali entendia. Era admirável o quão corajosa estava sendo mesmo diante um momento tão difícil e ninguém seria capaz de tirar o mérito de Park Eun-ju quanto a isso.  

Gayoung não se fez de rogada e tratou de abraçar forte a amiga assim que a teve próxima o suficiente para isso, ela não era uma mulher de muito contato físico, mas aprendeu a apreciar abraços após fazer amizade com Eun-ju, porque mesmo que a mais nova tivesse um gênio difícil e uma personalidade forte ela era carinhosa e sempre mostrava afeto as pessoas que gostava. Jimin tinha puxado isso da mãe e do pai também, os Park eram uma família calorosa e esse era um dos motivos para tantas pessoas tivesse apresso por eles.  

Em seguida a imagem de Park Jimin se mostrou para todos ali e todos – leiam – todos sentiram suas respirações ficarem presas na altura da garganta. Ele estava majestoso, a camisa azul aberta discretamente em cima dava uma elegância a figura dele juntamente ao cabelo mais claro que parecia realçar a cor da sua pele e suas feições, Jimin tinha o peito estufado e o queixo erguido assim como Yoongi tinha lhe dito para fazer, quem o olhasse diria que ele estava pronto para enfrentar um leão de frente se fosse necessário, desconhecendo seu interior assustado. Park sabia que a primeira impressão sempre era a que falava mais alto e ele queria passar a melhor delas. Ao seu lado, agarrado em sua mão vinha a pequena Park Jeongyeon e seu olhar curioso para o lugar desconhecido. Ela tinha dito discretamente ao pai que não queria ir para aquele lugar, que preferia ficar em casa e comer um milho no palito e dormir com a panda e ele no quentinho, Yeon chegou a recusar o frango quando ele disse que teria no jantar.  

Apesar de ter apenas 3 anos, Jeongyeon era uma criança esperta que sabia reconhecer quando algo não lhe parecia bem e sintia isso desde que o pai saiu da oficina em silêncio e sério. Com o tempo e a convivência ela aprendeu que se o seu papai estava sério daquele jeito era porque ele não estava bem e por isso a recusa da menina em sair, sabia que Jimin sempre gostava de jantar e dormir com ela em dias como aquele e se para vê-lo bem teria que recusar até mesmo o frango frito, bem, ela faria em toda a sua esplêndida inocência de criança. Ela comeria até os matos verdes que odiava se isso fosse fazê-lo ficar feliz de novo. Park precisou convencê-la de que tudo estava bem e quando ela colocou as roupas tudo tinha ficado melhor, mas não quer dizer que ela não estranhasse um pouco estando em um lugar diferente.  

- Papai! É o oppa bonito! - pronto, não precisava de mais nada para que ela se distraísse de vez, bastou seus pequenos olhinhos baterem na imagem de Jungkook do outro lado da sala para o sorriso nascer em seu rosto e ela se esquecer de tudo. Jimin não entendia, mas Jeongyeon parecia ter gostado mesmo de Jeon – Oi, oppa, eu chegar.  

- Olá, Yeon, é bom te ver de novo, como está? - acenou contente em direção a menina recebendo um olhar ladino do irmão e do cunhado, é teria algumas coisas para explicar depois, mas naquele momento ele só conseguia sorrir diante a imagem dos seus dois Park preferidos... Não que alguém precisasse saber disso, claro – Hyung, é bom te ver também.  

Jimin não falou nada, ele se curvou levemente em cumprimento e abriu um sorriso raso, fazendo o mesmo gesto ao que olhava para o casal parado ao lado do Jungkook que lhe cumprimentou da mesma forma. Antes dele ter mais alguma reação, Kim Gayoung já estava a sua frente com os braços estendidos em sua direção pedindo um abraço porque sim, por mais que soasse falso, ela estava com saudades daquele garoto e mesmo que as circunstâncias não fosse uma das melhores, era bom vê-lo outra vez. Precisou soltar a mão da filha para retribuir o abraço e quase sentiu as costelas estralarem.  

- É tão bom te ver, achei que nunca mais teríamos essa oportunidade – disse sincera, desde da época em que ele namorava com Taehyung que ela tinha uma carinho genuíno por ele, apesar de tudo o seu filho sabia escolher bem seus companheiros já que Hoseok também não fica atrás, pelo contrário, Gayoung agia como se ele também fosse seu filho – Sinto muito pelo que aconteceu, Dong-run era um bom homem.  

- Obrigada por suas condolências e por tudo que fez pela mamãe, sei que a senhora quem tomou todas as providências do enterro e fico muito agradecido por isso. - disse ao que se afastava dela, seus olhos discretamente procurando pela filha e acabou por perceber que ela estava junto da avó conversando com Jungkook, Taehyung e Hoseok.  

- Não precisa, Jimin, Eun-ju é minha amiga e eu não podia deixa-la nesse momento difícil e seu pai também, fiz de coração.  

- Mais uma vez obrigada, nunca terei como retribui-la quanto a isso.  

- Você está aqui já significa muito.  

- Acho que agora chegou a minha vez de cumprimenta-lo, hum? - a voz potente de Taehyung se fez presente por toda a sala tomando a atenção de Jimin para si, não seria mentira dizer que o Kim tinha esperado muito por o momento que poderia ficar cara a cara com Park outra vez e principalmente terem uma conversa séria sobre o que tinha acontecido anos atrás para ele sumir de uma hora para outra. Poxa, Jimin era seu amigo, independente das coisas entre eles terem acabado de uma forma ruim, pensava que ele teria ao menos consideração em lhe mandar uma mensagem avisando que estava vivo, mas também não podia culpa-lo, vendo a filha dele podia imaginar o quanto ocupado Jimin tenha se mantido naquele período de anos – Achei que nunca mais ia ter ver, Park Jimin.  

- Acredite, eu estava contando com isso, Kim Taehyung. - era verdade, mas o tom risonho que Jimin usou fez com que todos rissem achando não passar de uma brincadeira. Com o sorriso ainda preso no rosto, os dois se abraçaram de forma calorosa na frente de todos, Kim não tinha o que esconder e mesmo que Jimin tivesse, não era como se ele fosse ignorar um gesto como aquele. Apesar de qualquer coisa aquele era o outro pai da sua filha e isso nunca ia mudar - É bom ver que você está bem, feliz e finalmente com juízo.  

- Eu tento, vai, mas veja só você, não cresceu nada.  

- Não me faça te xingar. - disse indignado. Ao que se afastaram, Jimin foi cumprimentar Hoseok com um rápido abraço dizendo que era bom vê-lo e parabenizando pelo noivado. Nesse instante ele sentiu um par de bracinhos em volta das suas pernas e acabou levando institivamente a mão até as costas da filha, era automático e isso chamou atenção de todos. Todo mundo olhou em direção a Jeongyeon, principalmente Taehyung que até então tinha ficado tão preocupado em olhar para Jimin que não deu a devida atenção a ela. Era uma criança linda e sem saber exatamente o porquê, assim que seus olhos bateram nela uma sensação quente e confortável se instalou em seu peito, era aconchegante e a sua única reação foi sorrir bem largo.   

- E essa menina linda, como se chama? - Hoseok tomou a frente se baixando sobre os calcanhares para ficar perto dela, Yeon olhou para ele e quase sorriu também, mas acabou desviando o olhar para o pai.  

- Apresente-se, amor.  

- Eu ser a Yeon, oppa, Jeongyeon e eu ter “teis” anos, sou um bebê do meu papai.  

- Oh, mas você é muito esperta, Jeongyeon, meu nome é Hoseok e eu nem vou comentar minha idade com você. - fez graças e ainda cosquinha na barriga fofinha dela vendo como ela ria alto, ele tinha percebido, mas fingiu muito bem não ter. A menina tinha o mesmo sorriso do seu noivo, o mesmo formato dos olhos e até mesmo a pintinha fofa no nariz, olhar para ela era quase como olhar para as fotos de Taehyung quando criança. Aquela era a filha dele, ele soube, porém, fingiu que não. - Você é muito linda, sabia?  

- Eu saber. - sorri convencida, em seguida ela levou a pequena mão a uma mexa de cabelo de Hoseok caída em sua testa e olhou para o pai, o sorriso maior em seu rosto – Papai, é “vemelho”, papai! Eu querer no meu ‘tombém”.  

- Quando você tiver maior o papai deixa, agora você ainda é muito pequeno.  

- “Kay”.  

- E eu, não vou ser apresentado a essa moça linda? - suas bochechas doíam um pouco e talvez estivessem até um pouco trêmulas, mas Taehyung não conseguiu desfazer o sorriso em seus lábios. Ele amava criança, tinha sido assim desde que era muito novo e sinceramente aquela era a mais linda que já tinha visto em toda vida, olha-la lhe causava uma sensação tão boa e única que ele não se importou em se ajoelhar em frente a menina e estender os braços em um pedido de abraço, só queria senti-la junto ao seu peito. Kim nem mesmo percebeu a forma como Jimin ficou tenso ou o olhar estupefato de todos ali quando Yeon se desprendeu do pai e correu para seus braços - Oh, que abraço mais gostoso.  

Olhando para aquela cena Jimin só queria colocar a sua bebe debaixo do braço e correr para longe dali, seus olhos voltaram a se encher de lágrimas e sua respiração travou no meio do caminho. Ver Taehyung ali com sua filha nos braços, um sorrindo para o outro totalmente alheios de toda a verdade fez o coração dele se sentir fraco e ele só queria fugir, porque Jimin tinha se tornado muito bom nisso, de fugir quando um lugar parecia hostil demais para permanecer. Não era para as coisas estarem seguindo daquele jeito, não era para os dois chegarem assim tão pertos, não era para o Kim saber que ele tinha uma filha, céus, ele prometeu a sua menina que não deixaria que nenhum deles chegaria perto o suficiente para lhe ferir, mas então lá estava Jeongyeon nos braços do pai e isso deixaria ele desesperado.  

Ele quis chorar e ir embora, sair dali sem dar explicações e nunca mais voltar a vê-los. Jimin viu o modo como os olhos de Taehyung brilharam pela filha, a forma como ele a segurou nos braços com cuidado, a maneira inconsciente como ele a tratou com proteção e carinho. Qualquer um teria visto isso da mesmo forma que puderam ver o olhar desolado estampado em seu rosto. Jamais teria sentimentos ruins pelo Kim, ele tinha lhe dado o seu maior presente no mundo, ele era o pai da sua filha e se não fosse por ele, Yeon não teria existido. Mesmo com todas as dificuldades e percalços, o menor agradecia sempre por Taehyung ter lhe dado aquela menina, mas isso não anulava os sentimentos negativos, a sensação de que aquela era sua filha e apenas sua, que ele não precisava de mais ninguém para cuidar dela e os dois estavam melhor daquele jeito. Eles não precisavam de mais ninguém fazendo parte do que eles tinham, porque sim, podem julga-lo, mas Jimin tinha ciúmes da sua menina, da criança que ele levou no ventre por sete meses, que quase morreu pra dar a vida, que lutou e lutava dia e noite para lhe proporcionar uma boa estabilidade. Mesmo sem culpa, ele sentia que era injusto Taehyung chegar agora e tomar um espaço ali que só deveria ser dele.  

A situação ficou ainda mais desesperadora quando Gayoung se aproximou da menina e lhe deu um abraço caloroso de cumprimento, a mulher olhou bem no rostinho dela e lhe elogiou antes de arriscar um olhar significativo para Jimin. A senhora Kim sabia, ele soube disso no segundo seguinte, e mesmo que não houvesse uma certeza ali, existia no mínimo uma desconfiança. E ele não estava aperto aquela hipótese.  

- Ela é uma menina muito linda, Jimin, parabéns pela filha. - Taehyung reafirmou ainda com a menina nos braços, Jungkook ao seu lado brincava de querer morder seus dedinhos da mão levando Yeon a rir alto com aquilo e o próprio Jeon também - Eu não soube de muita a seu respeito durante esse tempo todo, não sabia que tinha tido alguém a ponto de ter uma filha ou que já era casado.  

-  Eu não estou casado, Jeongyeon foi um bom descuido – disse desconfortável, ele até olhou em direção a mãe procurando algum tipo de apoio, mas acabou por perceber que estava sozinho naquela quando a mulher lhe olhou quase em pânico sem saber como ajudar – Somos só nós dois.  

- E o Gun, papai, “nom” “equece” do “datinho” nosso. - disse risonha fugindo das mordidinhas que Jungkook tentava dar em suas mãos, Taehyung riu alto quando ela se agitou afoita em seus braços, seu braço livre agora em volta do seu pescoço - “Nom” come dedinhos meu, oppa.  

- Hum, mas eu vou comer sim. - Jeon respondeu baixinho ao que ria.  

- Cuidado com os pés, querida, pode acabar chutando alguém. - Jimin alertou.   

- Mas, que mal te pergunte, Jimin,  e o outro pai dela? - Gayoung entrou na conversa, foi algo tão inesperado e aleatório que a própria Jeongyeon olhou para a mulher com a testa franzida em confusão, todo mundo parando meio estático com a pergunta - Porque suponho que você quem engravidou, então deve ter um outro pai, hum? 

- Eu sou o pai dela, fui eu quem tive e sou eu quem cuido, então eu sou o único que pode e merece receber esse título. - ele não tentou parecer cordial com a mulher, pelo contrário, a expressão em seu rosto deixou bem claro que ele não queria tocar naquele assunto e não iria abrir brecha para ninguém fazer isso. Gayoung percebeu, Taehyung, Hoseok e Jungkook também, ficou bem claro o quanto Jimin ficou incomodado e irritado com a pergunta e ninguém tentou mais adentrar aquele assunto.  

Até o jantar enfim ser servido, Jimin se limitou a ficar observando Jeongyeon brincando e conversando animada com Jungkook e Taehyung, ela parecia à vontade no meio deles e até tentou fazer com que o pai interagisse também, mas Park não parecia muito animado com isso. Hoseok tinha ido ajudar a sogra em algum momento e só voltou quando o jantar foi anunciado, Jimin enfim tendo a filha próximo de si outra vez.  

O resto da noite se seguiu daquela forma, todo mundo parecia muito encantado com a menina e ela adorava a atenção destinada a si, o sorriso em seu rosto e o modo despreocupado que conversava com os oppas deixava isso bem claro. Por outro lado, ela não pareceu querer muita conversa com Kim Gayoung, claro, ela respondeu todas as suas perguntas e aceitou educadamente quando a mulher lhe ofereceu a sobremesa, mas fora disso ela se manteve afastada. Não tinha gostado da mulher e Jimin controlou bem a filha pra que ela não dissesse isso em voz alta, já bastava todo o transtorno que estava passando. As horas pareciam estar se arrastando durante a noite, por mais que o Park constantemente olhasse as horas o ponteiro nunca parecia andar, esse comportamento foi o motivo por Jungkook ter lhe sussurrado baixinho se estava tudo bem com ele, forçando o mais velho a lhe dar um sorriso forçado e sem graça. Quando enfim marcou nove da noite, foi de Eun-ju a iniciativa de ir embora alegando que precisava dormir cedo já que acordaria mais cedo ainda na manhã seguinte. 

E foi no instante em que o carro dos Park deu a volta na esquina que o carro de Dar-hu parou em frente à casa, diferente do que a esposa tinha suposto, ele não dormiria na cidade vizinha e se Jimin tivesse passado mais dez minutos na casa dos Kim eles teriam tido outro encontro desagradável. O que não seria nada bom.   


Notas Finais


Me desculpem pela demora e por isso está tão ruim, eu estou com tanta vergonha do que escrevi porque ficou terrível.
Promete melhorar no próximo.

Ps: Eu só queria reiterar que a Yeon tem TRÊS ANOS, é NORMAL crianças de TRÊS ANOS falarem errado e eu NÃO pretendo mudar isso. Passar bem.

Obs: Eu mudei a capa e mais uma fez essa coisa linda foi feita pela DinoKimJin e eu simplesmente amei de coração. Ficou tão linda que eu sai mostrando a todo mundo em casa e mais uma vez chorei feito uma boba. São gestos como esse que faz a gente se sentir um tantinho especial nesse mundo e por isso que fico tão grata pela sua dedicação, a unnie agradece mais uma vez.


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