Dahyun point of view
Acordei e fiz minhas higienes matinais, desci e comi cerais, e meu pai me levou para a faculdade. Eu passei a noite pensando no que fazer agora que Momo espera uma resposta minha, afinal, eu beijei Sana também, então não pude deixar de passar a noite pensando no que fazer. Não cumprimentei nenhuma das duas nessa manhã, esperei passar as três aulas e chegar o almoço, para poder conversar com Sana. Preciso ser franca com ela.
Sana saiu da sala e foi para o refeitório, a segui e Momo percebeu.
— Sana!
— Dahyun. – Ela diz surpresa, se virando para me olhar.
— Você está bem?
— Estou. E você? – Ela fala e sorri fraco. Não sei porquê, mas ela parece estar triste ao meu ver.
— Eu preciso conversar com você. Pode ser agora? – Pergunto, quero resolver logo o que fazer.
Sana assente e caminha até uma mesa vazia, eu a sigo e me sento assim que ela se senta.
— Aconteceu alguma coisa, Dah?
— Não. Quer dizer...mais ou menos. Eu preciso decidir o que fazer sobre a minha vida amorosa.
— Dahyun...
— Ontem a Momo foi até a minha casa e me pediu desculpas.
— Ah, que...
— Na verdade, ela cantou para mim e se mostrou arrependida de verdade. – Conto tudo, mas sem nenhuma empolgação na voz.
— Nossa. – Ela diz e arregala os olhos, surpresa. — Você perdoou ela?
— Eu não a perdoei, e as coisas não são tão fáceis assim, Sana. Mas eu estou tentando perdoar você, não é justo não dar a mesma chance para ela.
— Eu sei. – Ela suspira, cabisbaixa.
— Eu pensei muito, mas ainda não tenho certeza da minha decisão. – Digo, pegando nas suas mãos.
— E q-qual é-é? – Sana pergunta, encarando nossas mãos dadas por cima da mesa.
— Eu conheço Momo faz muito tempo. Nós temos uma história, uma vida juntas e um namoro de um ano.
— Isso quer dizer que...
— Que eu estou pensando eu voltar a morar com ela, mas ela vai ter que compensar por tudo que fez.
— Você vai ser a namorada da Momo...de novo... – Sana falou baixinho, parecendo estar falando mais para si mesma do que para mim.
— Sana, eu não vou fazer isso agora se você estiver gostando mesmo de mim.
— Por que?
— Porquê...eu...acho que sinto por você, a mesma coisa que você sente por mim.
— Então não vai voltar a morar com a Momo agora se eu também, assim como ela, quiser namorar com você?
— Exatamente. Se eu tiver certeza do que você sente por mim, não vou correr para ela agora. Vou me dar um tempo e pensar no que realmente quero, preciso, e sinto.
Sana abriu um meio sorriso, mas logo fechou a cara e tirou suas mãos das minhas.
— Eu acho que você deveria ficar com ela, Dahyun.
— O que? – Perguntei, incrédula. Não acredito nisso. Por que ela me beijou se não gosta de mim?
— Vocês duas tem uma história juntas, como você mesma disse.
— Sim, mas você também está tomando conta dos meus pensamentos, Sana.
— Eu...você precisa voltar a morar com ela. Tudo tem que voltar a ser como era. – Ela diz, se levantando. Sana parece estar estressada.
— Tudo bem. – Digo firme.
Sana me fita por um minuto todo, e depois se afasta. Eu acho que ela não esperava que eu fosse dizer “Tudo bem”. Mas o que eu posso fazer? Tentei me abrir, e ela pareceu nem dar muita bola. Acho que ela não gosta de mim, se gostasse não teria me dito para reatar com Momo.
Não almoço, e quando o sinal bate, volto para a sala. Não falo com Sana e nem com Momo no restante do dia. Quando o sinal para irmos embora toca e eu estou com a minha mochila nas costas, pronta para sair da sala, sinto o braço de Momo na minha cintura e me assusto um pouco.
— Mas o que...Momo?
— Por que não falou comigo hoje?
— Você disse que ia me esperar, não me pressionar para te perdoar.
— Me desculpe. Apenas não consigo ficar longe de você. – Ela diz, bem próxima do meu ouvido.
— Você pode tirar o seu braço da minha cintura para eu poder ir embora? – Peço, gentilmente. Não quero brigar.
— Eu te acompanho até a casa dos seus pais. – Ela fala quase como um sussurro no meu ouvido, o que me faz arrepiar.
— Por que está agindo assim? – Digo, tirando seu braço de mim.
— Não estou agindo de jeito nenhum. – Ela diz irritada e revira os olhos.
— Está tentando flertar comigo no meio da escola. – Rebato, irritada.
— Tá bom. Talvez eu esteja tentando...não sei...reacender alguma coisa.
— Reacender o que? Hirai.
— Não quero te perder para a Sana.
— De onde você tirou isso? – Pergunto arregalando os olhos.
— Eu sei que ela sente alguma coisa por você. Dahyun, a Sana é uma garota bonita e atraente, ela é engraçada e outras coisas. Não quero que você acabe preferindo ela.
— Ah, do jeito que você fala dela parece até que é você que sente algo por ela, e não ela por mim.
— Não, não é verdade. – Momo diz irritada. — Me dê um beijo.
— Não, Momo. Você não está com condição de me pedir e nem de exigir nada.
— Você gosta da...– Momo ia dizendo mas a interrompi.
— Se você terminar essa frase, eu vou embora e as suas chances comigo acabam aqui. Não posso acreditar que você está tão insegura assim.
Momo olha para o chão e parece triste de repente. Acho que ela sabe que Sana e eu fizemos algo, ou então, sente que Sana gosta de mim. Porque de onde ela tiraria tanta insegurança de repente?
— Me desculpe, novamente. – Ela fala baixinho.
Como não tem mais ninguém na sala porque todos foram embora quando o sinal bateu –menos eu, porque Momo impediu-, me aproximo dela e deposito um beijo em seu rosto.
— Eu estou pensando sobre a gente. Prometi que ia pensar em te perdoar, certo?
Os olhos dela se enchem de esperança e ela sorri para mim.
— Prometo que nunca mais vou te machucar. – Ela diz, e consigo sentir a sinceridade exalando de cada palavra.
— Você não pode mais agir com essa insegurança sobre a Sana, certo?
— Dahyun, você sente algo por ela?
Sinto meu coração pular com essa pergunta, e eu sei que não deveria fazer o que vou fazer agora, mas como estou próxima de Momo e não quero responder a sua pergunta...selo nossos lábios.
Sinto que ela vai dizer alguma coisa, então eu a impeço, aprofundando o beijo, pedindo passagem com a língua, que ela cede.
O único problema disso –fora eu ter beijado ela só para não assumir que sinto algo por Sana-, é que agora ela vai levar o beijo como a resposta NÃO.
— Vou levar isso como um não. – Ela diz sorrindo, assim que paramos o beijo.
Não estou bem com o que fiz, e me sinto suja de alguma forma. Parece que estou mentindo para Momo e para Mim. Eu realmente amo Momo, mas também gosto de Sana e agora sei disso. Mas talvez seja melhor fingir que tudo isso com Sana, nunca aconteceu. Momo e ela nunca se beijaram, e eu nunca fui ao parque com Sana. É, Sana é só uma colega da nossa sala. Pronto.
— Vou levar as coisas para a sua casa hoje. – Digo rapidamente, sem pensar direito.
— Sério? Eu vou te ajudar. – Momo fala, distribuindo vários beijinhos em meu rosto.
Por um lado, estou feliz por sentir os toques de Momo novamente. Eu senti falta dela, senti falta de seus beijos, do modo como me acorda todas as manhãs, e até do jeito como ela come desesperadamente. Mas por outro lado, me sinto chateada por não ter vivido nada com Sana. Gostaria de ter tentado, mas acho que não daria certo. Talvez não fosse para ser, certo? Afinal, eu e Momo sempre namoramos, Sana apareceu depois e se infiltrou em tudo –sem querer, claro-, mas ela não faz parte disso. Mesmo que talvez, no fundo, eu queira que ela faça.
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