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História You are my angel -Fillie - 13 It never ends - História escrita por MabelSousa - Spirit Fanfics e Histórias
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História You are my angel -Fillie - 13 It never ends


Escrita por: MabelSousa

Notas do Autor


Boa leitura ♥️

Capítulo 70 - 13 It never ends


"Eu disse uma, eu disse duas
Eu disse mil malditas vezes
Que estou bem, que estou ótimo
Que isso tudo é coisa da minha cabeça
Mas isso custou o melhor de mim
E eu não consigo dormir
E não é porque você não está comigo
É porque você nunca vai embora"


Millie. 

Vou até o banheiro do meu quarto e deixo a água gelada da pia umedecer minhas mãos para que eu lave meu rosto logo em seguida.

Estou tentando digerir o que escutei enquanto minha mente projeta os mais variados tipos de fantasias. Cada uma delas piores que as outras.

Ele não fez.

Pensar nisso traz certo alívio.

Mas ele queria fazer.

Todo o alívio se vai quando penso nesse pequeno detalhe que querendo ou não muda tudo.

Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa e que isso era grave. Cogitei a possibilidade de Simon ter aparecido, mas ao que parece, Matheo ter sido encontrado em seu lugar foi muito pior.

Tento ser compreensiva. Pensar sobre justiça e sobre como as pessoas só recebem o que elas mesmo plantam, mas é muito complicado para mim compactuar com a violência, embora eu entenda que muitas vezes ela é necessária. E pensar em Finn envolvido nisso tudo me traz um enorme peso ao peito. Não é que tenho qualquer pena ou compaixão por um bandido horrendo como Matheo, apenas não quero que em circunstância alguma, Finn tenha que se igualar a ele, praticando o que ao meu ver é algo extremamente condenavel.

Escuto um barulho vindo do lado de fora do quarto. São de pratos e talheres. Então lavo de vez o meu rosto e contenho minha respiração para poder sair lá fora.

Encontro nossa mesa, antes posta, vazia. E vejo Finn do outro lado do meu balcão guardando os utensílios dentro do armário.

Ele se alerta com o som da porta sendo batida e me encara. Seu semblante é de derrota. Ele abaixa a cabeça e sai de trás do balcão. Suspira alto, mas não se aproxima demais.

-Vou atrás de um quarto de hotel para passar a noite. -Explica, enquanto massageia o pescoço tensionado.

Olho para o vazio da mesa e perdendo que ele estava retirando toda a refeição que antes estava posta.

-Porque? Quer ir embora?

Finn franze o cenho sem entender.

-Achei que quisesse ficar sozinha.

Suspiro e esfrego a raiz do meu cabelo na parte de trás da minha cabeça. Estou exausta pelo dia corrido e minha mente está um caos por completo, mas ainda assim não quero que ele vá embora.

Finn poderia ter mentido para suavizar as coisas e o simples fato de que ele foi sincero mesmo sabendo que minha reação seria negativa, já me deixa um pouco menos angustiada.

-Não quero ficar sozinha. Precisava de um momento, mas quero que você fique aqui. -Aponto para a mesa. -Sadie nos fez um jantar. Não posso disperdisar comida.

Finn fica tão surpreso que não tem nenhuma reação, provavelmente esperando que eu diga que estou mentindo e o mande ir embora, então tomo a iniciativa e me sento de volta a mesa.

-Você tem certeza? Achei que...

-Eu tenho, Finn. -Suspiro, precisando interrompe-lo. -Traga a comida de volta e sente-se, no momento a única coisa que quero é comer alguma coisa.

Ele ainda fica hesitante, mas assente e volta para cozinha para pegar o que havia guardado. Sei que vou ter que voltar ao assunto, mas de verdade, não quero e nem consigo pensar nisso agora, então prefiro me enganar por enquanto e fingir que isso tudo só faz parte de um dia normal como qualquer outro.

O noto quieto e em silencioso enquanto põe a mesa e serve o meu prato, mas isso no fundo é algo bom pois vejo em seu semblante o arrependimento, o que me diz que nem tudo está tão perdido assim.

Realmente comemos. Apenas isso. Sadie adivinhou em fazer o meu prato preferido e está uma delícia. Observo Finn, notando que enquanto ele come, também aprecia a comida.

-Sadie cozinha muito bem. -Comenta ele depois de mastigar, mas apenas para quebrar o gelo e dizer alguma coisa.

Sorrio de lado e concordo.

-Tudo o que ela faz fica gostoso. Sadie é uma cozinheira de mão cheia.

O assunto morre e nós dois voltamos a nos concentrar apenas na comida em nossos pratos. Como termino primeiro recolho o que sujei e o primeiro ruído que quebra o silêncio é o toque do celular de Finn soando de algum lugar.

Ele levanta rapidamente para atender na sala e eu fico observando seus passos e movimentos de um lado para o outro.

-Tem certeza? Então ele ainda não disse nada? -Pergunta aflito enquanto corre os dedos entre os fios de cabelo.

Já sei que estão falando de Matheo e engulo em seco ao perceber mais uma vez o quanto isso o deixa perturbado.

Finn senta-se no meu sofá e esfrega o rosto, ainda concentrado o que dizem a ele do outro lado.

-Sei disso, mas não posso comparecer. Estou em Ohio agora, você pode falar diretamente com Jack. Ele está apto para tomar qualquer decisão no meu lugar. -Finn olha para mim e suspira. -Eu ainda não sei, mas não tenho previsão para voltar.

Meu coração de enche de esperanças ao ouvi-lo e esqueço até mesmo de por a cápsula de café na máquina. Finn escuta o que lhe dizem e depois, sem responder qualquer coisa,desliga o telefone e joga a cabeça para trás no sofá.

-Esta tudo bem? -Não resisto e acabo perguntando, já nervosa com o que vejo em sua expressão.

Ele não me encara. Olha para o teto e confirma com a cabeça.

-Nada concreto, mas acham que sabem onde Simon pode estar escondido. Vão averiguar amanhã pela manhã e queriam que eu estivesse presente.

Constatando o que isso significa, deixo a máquina de café do jeito que está e saio de trás do balcão. Coração acelerado e meu corpo inteiro tremendo.

-Você quer ir?

Espero a confirmação, mas Finn se senta direito no sofá e sacode a cabeça em negação.

-Quero ficar aqui. -Ele diz e ergue a mão para mim. -Se você quiser que eu fique.

Deixo o orgulho de lado e vou até ele, nos atando em um abraço apertado enquanto me sento em seu colo. Finn me aperta inteira e é um abraço tão diferente do que havia me dado quando chegou mais cedo, completamente fraco, que parece que esse é finalmente o reencontro que eu tanto queria.

Respiro fundo, aliso seus cabelos macios e tento acalmar as batidas do meu coração.

-Claro que quero que você fique. E significa muito para mim que você queira, ao invés de largar tudo e ir correndo para lá. -Me afasto para olhar em seus olhos.

Finn põe as mãos em meus ombros, mais relaxado, mas ainda consigo ver uma sombra de preocupação em seu rosto.

-Mas você sabe que isso pode significar que finalmente vão encontra-lo, não sabe?

Meu coração aperta e eu assinto com a cabeça.

-Sei. Eu quero que isso aconteça. -Admito, resignada.

Finn parece mais calmo quando digo isso e me abraça mais apertado deixado meu rosto contra seu peito. Em contrapartida escuto o retumbar forte do seu coração.

-Talvez assim seja melhor. -Ele murmura. -Se eu estivesse lá nessa hora não sei o que seria capaz de fazer quando o visse de novo. Guardei tanta raiva que tenho certeza de que não iria me controlar.

De novo seu comentário me deixa aflita e eu o abraço com toda força que consigo. Também não quero imaginar o que Finn faria.

-Isso tudo vai acabar do jeito certo. Simon vai ser preso e vai pagar pelo que fez com todos nós. -Tento parecer confiante, mesmo sabendo que não é assim que Finn pensa. -A vida vai voltar a ser boa.

Ele não responde e isso não me surpreende. Para alguém que viveu os últimos meses arquitetando uma vingança horrível, ele não pode simplesmente dizer que não pensa mais nisso.

-Se eu tivesse machucado Matheo, você teria me perdoado?

Volto a afastar meu rosto e observo o dele. Apreensivo esperando minha resposta.

-Eu não sei. -Sou sincera. -Não acho que deveria perdoar alguma coisa, mas acho que eu perderia um pouco da fé que tenho em você. Você precisava ver a forma como chegou até aqui. Estava totalmente destruído. Passei o dia inteiro preocupada e...

-Eu sei. -Finn bufa e encosta a cabeça em meu peito. -Quando estou lá é tudo tão diferente. Tão difícil de controlar. Eu acabei quebrando a promessa que te fiz.

Ergo seu rosto quando ele começa a se martirizar desse jeito e me encho de culpa por ter colocado tanta pressão em cima dele só para que eu me sentisse melhor com sua partida.

-Não fui justa com você. -Digo e ele se surpreende. -Não era direito meu pedir que você não se importasse com isso. Tudo bem, nós não sabíamos o que ia acontecer, mas mesmo assim. Te impus algo que não deveria. Você é assim, Finn.

-Um doente descontrolado?

-Não. Impulsivo. -Complemento segurando seu rosto. -Mas tudo isso é válido. É o seu jeito e se você não consegue mudar eu não posso te forçar a ser diferente só porque não quero que seja assim. Nós somos diferentes e foi assim que me apaixonei por você. Pela sua determinação, pela sua coragem. Sua mania de nunca aceitar as coisas como são e não abaixar a cabeça para ninguém.

-Você... -Finn engole em seco. Embargado com minhas palavras. -Não me acha um monstro?

Abro um pequeno sorriso e faço carinho em seus cabelos.

-Era assim que eu chamava Simon quando era criança. -Confesso, sentindo um nó na garganta e Finn abaixa a cabeça para não me olhar. -Depois que ele me tocou pela primeira vez passei a não vê-lo mais como um homem, mas como um bicho. Ele me fez tanto mal que eu distorci as imagens. Mas nunca enxerguei você assim. Você nunca fez mal a ninguém que não merecesse e mesmo que você chegasse ao ponto de mata-lo... Ainda não te veria como um monstro.

Os olhos dele brilham e vejo que minhas palavras restauram pelo menos parte de sua auto confiança.

-Você não existe... -Finn suspira, enquanto alisa o comprimento curtinho dos meus cabelos. -Achei que tinha fodido tudo de novo.

Sorrio, mais leve por ve-lo aliviado, embora essa questão ainda me deixe um pouco temerosa.

-So não gostei do que vi quando você chegou aqui. Você realmente estava destruído, achei que estivesse bêbado, mas sei que não estava.

Finn assente em concordância, depois sacode a cabeça como se quisesse se livrar dos pensamentos.

-Fiquei tão envolvido em tudo que acabei esquecendo de mim mesmo. Faziam alguns dias que eu não comia nada nem dormia. Jack me arrastou para o primeiro avião que encontrou porque viu que eu não estava nada bem daquele jeito.

-Então foi ele quem te fez vir mais cedo? -Indago e Finn assente se sentindo culpado.

-Para ser sincero eu não sabia se viria. Se não fosse por ele, acho que eu nem mesmo estaria aqui agora.

Sei que deveria ficar chateada com sua confissão, mas não fico totalmente, pois mais uma vez percebo o quanto ele se esforça para ser 100% honesto.

-Não vamos mais pensar nisso. Você está aqui, é isso que importa.

O abraço com força e ele se prende a mim concordando enquanto esfrega o rosto pelo meu pescoço.

-Eu precisava. Jack sabia disso. Nunca precisei de você mais do que preciso agora. -Murmura, arrastando os lábios aquecidos pela minha pele. -Você é minha única salvação.

Sinto seus dedos se enfiarem por debaixo do meu cabelo e ele puxa minha nuca com desespero para beijar minha boca.

Minha mente vai se apagando e meu corpo vai derretendo conforme sinto o calor que esse beijo me transmite. Apalpo seu peito e seus ombros por sobre a camisa, sinto os músculos rígidos enquanto ele também explora meu corpo com as mãos, indo das minhas costas até minha bunda, apertando a carne entre as mãos.

-Desculpa por ter te deixado tanto tempo sem resposta e por ter te preocupado...

-Pare. -O silencio com um dedo sobre seus lábios enquanto uso meu corpo para me esfregar descaradamente contra o dele. -Me leve para a cama.

Finn sorri sugestivamente e agarra minhas pernas para se levantar comigo no colo do sofá.

Ansiosa, vou tentando abrir sua camisa enquanto ele anda em direção ao quarto. Míseros dias sem ele já foram o bastante para me deixar decadente de seu corpo e de seu toque.

Ao encontrar a cama ele me deita, mas assim que o vejo começar a se desvencilhar das roupas eu me sento.

-Espere!

--

Finn.

-Espere! -Ela pede alarmada quando me vê tentando desabotoar a camisa e eu paro no ato, assustado pela possibilidade de ter feito algo errado.

Millie levanta da cama e vai em direção ao armário e eu fico dividido entre estar preocupado e excitado ao vê-la se mexendo dentro do pijama minúsculo que está vestindo.

Ela só pode ter escolhido isso para me provocar! De certo é bem confortável, mas também extremamente sexy e ousado pois a seda brilhante faz um contraste perfeito em sua pele alva e gostosa.

Quando ela se abaixa para pegar algo em uma das gavetas do armário, tenho que me conter para não avançar sobre ela ao ver a bunda empinada para cima.

-Achei. -Millie diz sorrindo e volta a se virar para mim, agora trazendo nas mãos uma caixinha pequena de madeira com um laço azul na parte de cima.

Franzo o cenho quando pego e ela trata de explicar.

-Eu não sei exatamente o dia, acho que me perdi nas contas, mas sei que é por esses dias que completamos um ano desde que nos vimos pela primeira vez, então resolvi comprar um presente

Paro em seco e olho para ela ainda segurando a pequena caixa na mão, que agora parece ter aumentado em relação ao peso de antes.

-Um ano... -Repito pensativo e indeciso se isso é tempo demais ou muito pouco. -Eu não lembrei.

Espero ver decepção em seus olhos pela minha franqueza, mas ela apenas sorri docemente e põe os fios de cabelo para trás das orelhas.

-Esta tudo bem, não é nada demais. Abra!

Nego com a cabeça pois ela está errada. Isso deveria sim ser algo do qual eu tinha que me lembrar.

-Finn. -Millie chama minha atenção e me empurra suavemente contra a cama onde me sento. -Isso é para ser um momento bonitinho e você está estragando. De verdade, não se sinta culpado por não se lembrar. Eu também nem lembro o dia.

Assinto tentando me convencer disso também e então tiro a tampa de madeira. A princípio não entendo o que vejo. É um pequeno quadrado de vidro em cima de umas folhinhas finas de papel colorido, mas quando pego o quadrado, percebo finalmente do que se trata.

-Isso...

-É uma arte em areia colorida. -Millie explica. -Eu não sei como é na Califórnia, mas pedi para o artesão pesquisar uma imagem e ele fez isso. Você gostou?

Pego o quadradinho de madeira e o coloco contra a luz branca do quarto. A imagem esculpida em areia congelada entre os filetes de vidro se transformam em uma paisagem, cada cor representando alguma coisa.

Há coqueiros altos, sol, areia da praia e lá no fundo, colorido de azul o mar com pequenos pontinhos sobre a água representando golfinhos.

É de fato uma paisagem da qual me recordo e por isso perco as palavras tamanha a delicadeza e a beleza que esse pequeno gesto me provoca.

-Se não tiver ficado bom, eu posso...

-É perfeito. -Digo, quando ela demonstra insegurança. -A coisa mais perfeita que já ganhei na vida inteira.

Millie fica com as bochechas coradas e me dá um sorriso estonteante, me provando mais uma vez o quanto a amo enlouquecidamente.

-Eu sei que você sente falta de lá. -Ela murmura, enquanto senta no meu colo e envolve meu pescoço com os braços. -Eu nunca vi o mar de perto, mas sei que deve ser algo muito difícil de esquecer.

Coloco o pequeno quadrado de volta na caixa e uso as mãos para afastar seus cabelos, agora muito mais certo e decidido que preciso faze-la conhecer o mar.

-Você não faz ideia. Não é apenas a imagem, mas a sensação. Só dá para saber quando você está perto. O vento sopra diferente, tem o cheiro da maresia, o sol que é mais lindo do que visto de qualquer outro lugar do mundo. E o mar... Não dá para descrever o quanto é maravilhoso sentir as ondas, a água gelada e salgada batendo na pele.

Enquanto descrevo, Millie sorri e seu peito arca de ansiosidade. Ela enfia a mão por dentro da minha camisa e puxa de dentro meu colar com o pingente de sol que nunca retiro do pescoço.

-Isso é você Finn. -Diz, enrolando o metal grosso entre os dedos. -Sempre sonhei com a ilusão de ter te conhecido naquela época. Quando você morava lá e surfava. Seria tão diferente, não é?

Aperto o pingente junto com ela e assinto. Não consigo esconder a saudade que sinto de Malibu, nem de tudo o que vivi naquela cidade.

-Eu era muito metido. Você teria me odiado. -Revelo, achando graça ao me lembrar da época.

Millie ergue uma sobrancelha contrariada.

-Será mesmo? Não consigo te imaginar assim. -Ela ri infeliz. -Se bem que talvez você nem mesmo me daria bola se me visse. As californianas tem fama de serem bem mais encorpadas do que eu.

Primeiro fico chateado com seu comentário. Insegurança não combina com a nova Millie, mas depois sorrio, levando isso para outro lado.

-Fiquei com muitas garotas. -Confesso e ela arregala os olhos. -Mas nenhuma delas era como você.

Millie franze o cenho desaprovando meu comentário.

-Essa não cola...

-Não quero dizer que elas não prestavam. -Explico rapidamente. -Era eu que não prestava. Quero dizer que você é diferente porque foi a primeira mulher que eu olhei sem pensar em como você ficaria bonita deitada na minha cama. Eu quis isso também, admito, mas foi a primeira vez que quis muito mais do que apenas isso, tanto que só sosseguei quando te fiz minha.

Millie não contém e abre um sorriso, gostando do que está ouvindo.

-O que mais? Me fala o que você pensou sobre mim naquele dia. -Pede, se aconchegando mais em meu colo.

Minha mente viaja e eu recordo tudo com tanta perfeição que é como se estivesse naquele lugar de novo. Angela havia saído e eu lhe ajudei cuidando da loja em sua ausência, sem saber que naquele dia tudo mudaria para sempre.

-Você parecia um anjo. -É a primeira coisa que digo e aliso o comprimento de seu cabelo. -Nunca vi algo tão bonito na vida. Pelos primeiros segundos achei mesmo que estava vendo uma miragem. Não me lembro de ter reparado tanto em alguém antes de você entrar por aquela porta. Seu cabelo era tão comprido que parecia um manto dourado. Aquele vestidinho branco, os sapatos meio surrados...

-Eu era esquisita. -Millie me interrompe, fazendo careta.

-Você era perfeita. Ainda é. -Enlaço sua cintura e aproximo ainda mais seu corpo do meu. -Estava tão assustada que acho que nem reparou no quanto estava mechendo comigo. Me senti um daqueles velhos babão que não podem ver uma garotinha indefesa, até pensei que fosse menor de idade...

-Eu também reparei em você. -Ela confessa, o rosto tomado por rubor. -Eu sabia que você não era da cidade, se vestia todo morderno e diferente. Fiquei com medo de me aproximar.

-Você me chamou de senhor. -Lembro rindo e ela cora ainda mais. -Porque fez isso?

Millie dá de ombros desconcertada.

-Não sei. Achei que você fosse mesmo parente da Ângela e poderia ser alguém que me daria um emprego então achei certo te chamar assim.

-Eu me senti mais velho ainda. -Encosto nossas testas e Millie sorri. -Foi por causa desse sorriso que me apaixonei por você naquele dia mesmo.

Ela afasta um pouco de mim e me encara.

-Meu sorriso? -Pergunta incerta.

-Sim.

Contorno o desenho de seus lábios com um polegar e ela fecha os olhos.

-Eu percebi naquele momento que você não sorria muito e quis saber o porquê você parecia sempre tão triste. Não consegui te tirar da cabeça. Jack achava que eu estava ficando louco porque eu só falava do anjo que tinha aparecido na loja da mãe dele. Depois disso fiz de tudo para te ver de novo.

-Nosso primeiro beijo. -Millie recorda, abrindo os olhos e beijando meu dedo sobre os seus lábios. -Tomamos banho de mangueira depois que você cortou meu jardim.

A lembrança aquece meu peito e também dói profundamente dentro de mim pois me faz lembrar do quanto ela já havia me dado tantos sinais de que havia sofrido abuso e eu nunca havia reparado. Só conseguia pensar em beja-la.

-Eu tirei proveito da situação.

Millie nega e segura meu queixo.

-Nunca. Você nunca tirou proveito de nada em relação a mim. Tudo bem, você mentiu se passando por outra pessoa, mas naquele momento eu não sabia. Só queria que meu primeiro beijo fosse especial, queria que você tirasse as lembranças ruins e foi o que você fez.

Foi ela que me beijou. Fecho os olhos e me lembro perfeitamente da sensação. Millie puxou meu colar e tocou nossos lábios.

Nesse momento ela repete o gesto como se lesse meus pensamentos e puxa meu colar de novo, rememorando a cena, mas não me beija, fica a centímetros do meu rosto e eu a encaro.

-Meu primeiro beijo tinha que ser seu. -Diz e sinto o hálito morno por todo meu rosto. -Eu não fazia ideia do que iria acontecer depois, mas quis tanto fazer aquilo que sabia que nunca me arrependeria. Naquele momento você era tudo para mim e eu precisava saber como era ser beijada, ser tocada e ser amada por alguém que nunca me machucaria.

E essa confissão faz todos os meus medos evaporarem de vez. Nosso casamento nunca foi certo. Erro com ela desde o momento em que a conheci, mas estou mais do que ciente de que se não tivéssemos passado por tudo aquilo, não estaríamos aqui agora, mesmo com todos os empasses da vida.

Millie finaliza o momento com um beijo calmo, mas profundo, me dizendo e provando coisas sem verbalizar, mas com a doçura de seu beijo.

Consigo me concentrar ao ponto de esticar o braço para deixar a caixinha com seu delicado presente em cima da mesinha ao lado da cama e nos viro sobre o colchão para me deitar em cima dela, fazendo tudo isso sem deixar de tocar sua boca nem por um instante sequer.

Millie ergue os braços para cima de sua cabeça e eu entendo o gesto, me apressando em passar a blusa do pijama para cima, revelando parte do corpo lindo no qual quero me enfiar ainda no decorrer dessa noite.

Traço a pele fina e delicada de sua barriga com a ponta dos dedos, sentindo a textura e as ondas de calor que me provocam. A barriga é lisinha, sem qualquer sinal de imperfeição, ou apenas é assim que eu a enxergo.

Aproximo o rosto e beijo o local logo acima do umbigo. Millie se arrepia e puxa o ar entre os dentes quando desço e contorno o pequeno orifício com a língua.

Sua pele tem um sabor indescritível e o cheiro que exala é uma mistura entre sabonete e o óleo de jasmin que ela sempre passa pelo corpo e que sempre se torna doce em contato com minha boca.

Olhando para cima aprecio os dois montes dos seios redondinhos e empinados. Os mamilos já túrgidos, ansiosos pelo toque das minhas mãos e minha boca.

Começo com os dedos enquanto deixo os lábios resvalando pela barriga. Os bicos se endurecem ainda mais com o aperto suave que eu os provoco, a pele se enruga inteira e Millie geme baixinho.

Adoro o fato de que tenho esse poder sobre ela e ela sobre mim. Essa entrega mútua mesmo depois da conversa fodida que tivemos no sofá sobre meu descontrole. É inacreditável a forma como ela me aceita e como esse casamento, mesmo completamente errado, ainda funciona.

Chego no final da barriga e meus lábios encostam no suave tecido de seda do shortinho escandalosamente curto do pijama que ela usa. Mesmo com essa barreira ainda sou capaz de sentir o cheiro de sua excitação daqui e minha mente fantasia imaginando o quão molhada ela já deve estar.

Sinto vontade de arrancar pedaço por pedaço de seu short com os dentes, mas me contenho para não fazer isso e para não acelerar esse processo.

Ao invés disso deslizo as mãos sobre suas coxas macias e beijo-a por cima da linha do short. Millie se retesa. Os pelos finos e loiros se eriçam ficando arrepiados sob meus dedos e eu a escuto arfar com o pescoço se dobrando inteiro.

Esfrego a língua e os lábios sugando o tecido, desesperado para o gosto de sua excitação ultrapasse a seda direto para minha boca faminta.

Prendo sua carne sensível entre os lábios e Millie agarra meus cabelos no intuito de me fazer aplicar cada vez mais pressão contra sua boceta.

Também adoro isso. Essa alteração em seu comportamento de agora onde ela sempre demonstra com muita eficiência o que quer que eu faça. O que sabe que vai lhe dar mais prazer.

Só paro de chupar quando sinto a seda completamente molhada, então me sento em cima dos tornozelos para olha-la melhor.

Não há visão mais bonita e excitante do que essa. Millie esparramada no colchão, ainda com a blusinha enrolada acima de seus seios com o rosto corado, os lábios vermelhos dos meus beijos e os olhos fervendo me encarando.

-Lembra do que conversamos? Que iríamos tentar aquilo de novo quando eu voltasse? -Lembro-a, deslizando os dedos na fenda entre seus seios.

Sua respiração se altera ainda mais e Millie suga o lábio inferior fazendo meu pau de contorcer dentro da calça.

-Você quer tentar agora? -Pergunta ela com a voz rouca, mas sinto uma leve hesitação que me preocupa.

-Apenas se você estiver preparada. Não quero que se sinta obrigada a fazer nada apenas porque eu quero.

Ela fecha os olhos e ofega baixinho, pensativa. Morro de vontade de fazer isso desde nossa primeira vez e sei que no fundo ela também sente esse mesmo desejo.

-Não vou te machucar. -Susurro a promessa enquanto desfiro beijos úmidos na parte interna de sua coxa. -E se você quiser, prometo que vai ser bom para nós dois.

Afasto o tecido do pijama para o lado e enfio um dedo em sua fenda úmida e quente. O indicador desliza com tanta facilidade que chego rapidamente onde quero. Em seu clitóris inchado.

Millie se contorce inquieta quando mexo o dedo de um lado para o outro e se ergue sobre os cotovelos para olhar para mim

-Eu quero... Quero tentar. -Declara completamente ofegante.

A afirmação me deixa tão exultante e excitado em expectativa que a simples imaginação de isso vai mesmo acontecer, faz meu pau salivar, ficando cada vez mais duro e dolorido dentro da calça.

Ergo sua bunda para cima e num gesto só, a faço se virar e ficar de bruços na cama. Ajudo Millie a se livrar do restante da blusa e tenho suas costas lindas inteiramente nuas na minha frente.

Claro que não resisto a tentação e antes de qualquer coisa, beijo-a na curva do pescoço com o ombro, descendo uma trilha molhada com a boca por toda suas costas branquinhas, com eventuais pontinhos marrons. São pequenos sinais dispersados pela pele que me fazem lembrar uma constelação cheia de estrelas.

Toco cada um dos pontinhos com a boca, minha língua ondula pela saliência suave de suas vértebras até a região do cóccix.

Millie tenta ficar quieta e se esforça para isso apertando a colcha branca da cama com os dedos, mas ainda escuto o sua respiração falhar com meus carinhos indecentes.

Apalpo seu quadril, afundando os dedos na carne macia ainda protegida pelo shortinho do pijama. Millie pode ser magra, o oposto do um dia foi minha preferência, mas é toda bem distribuída, não tem nada fora do lugar e é perfeita para a preferência que tenho agora. Ela e apenas ela.

Ergo um pouco seus quadris para cima e ela fica sobre os joelhos, de quatro na minha frente. O movimento é hesitante, resquício talvez de algum temor que ainda sente pela posição em que a coloquei.

-Não vamos fazer dessa forma. -Informo, para deixa-la tranquila. -Apenas quero te fazer gozar primeiro.

Millie olha para trás, para mim, e seus olhos quentes me transmitem a confiança que preciso para seguir em frente com o plano.

Estou suando. Com certeza é uma das vezes em que está sendo mais difícil me conter, mas espanto minha própria loucura e renego meu próprio prazer para provocar o dela.

Beijo o topo de sua bunda com cuidado. Um carinho simples antes de apertar um pedaço da carne entre os dentes e ela geme, deixando o tronco cair de encontro ao colchão e deixar a bunda ainda mais levantada na minha direção.

Deslizo os lados de seu short para baixo e ela me ajuda lavantando os joelhos. Dessa forma tenho a visão completa das parte do seu corpo que mais me alucinam.

A boceta pequena e apertada encontra-se brilhante de tanta lubrificação e o orifício anal minúsculo implora por uma atenção, se contraindo quando faço carinho na pele entre suas coxas.

-Você pensou em como seria isso enquanto eu estive longe? -Indago, necessitando ouvi-la enquanto beijo novamente a parte de cima e redonda de sua bunda.

-Uhumm... -Ela ofega, rosto totalmente contido contra o colchão.

-Ah é? E você ficou excitada quando imaginou? -Continuo a provoca-la, agora tocando a boceta molhada com os dedos.

Millie choraminga e assente, mas sabe que não é o bastante então se esforça para responder.

-Sim. Todas as vezes.

-Ficou molhada como está agora?

-S-sim...

Caralho! Enfio os dois dedos em seu interior e desço a língua atravéz da linha de sua bunda bonita. O contato da ponta da minha língua com o pontinho minúsculo do ânus rosado a faz gritar contra o colchão, enquanto fodo sua boceta com os dedos.

Ela de mexe, vindo de encontro aos meus dedos e boca, aumentando seu prazer e minha excitação com os gemidos altos. Abro bem suas nádegas, enfio a língua no orifício até onde consigo, um prelúdio do que quero fazer imediatamente com meu pau, mas espero. Sugo-a inteira até que ela se desfaz, moendo-se contra mim, tremendo toda.

Meus dedos sentem as vibrações internas que seus músculos provocam com o orgasmo, se melam com o líquido poderoso que produz enlouquecidamente em seu gozo.

Somente quando ela se recupera um pouco do orgasmo é que retiro meus dedos e paro de lambe-la, mas arrasto toda sua lubrificação para a parte de trás, sabendo que vou precisar que ela fique muito escorregadia para o que pretendemos fazer.

A deito no colchão de lado e ela me assiste enquanto retiro minha calça e a blusa, despindo meu pau dolorido para fora. Seus olhos estão nublados pelo prazer, a boca inchada dos meus beijos, a pele inteira marcada pelas minhas mãos e boca.

-Você pode me pedir para parar se quiser. -A lembro, lambendo meus dedos para umedecer ainda mais a cabeça vermelha do meu pau.

-Eu não vou pedir. -Millie afirma, mas percebo insegurança em sua voz rouca quando me instalo, também de lado, atrás dela.

Passo um braço por baixo de sua cabeça para lhe sustentar e puxo seu corpo para mais perto do meu com o outro braço. Millie deixa a perna por cima da minha coxa e é assim que o encaixe é perfeito.

Nunca muito adepto a fazer sexo anal dessa forma, de lado e tomando todo cuidado do mundo, porém com ela eu preciso fazer isso. Pode não ser sua primeira vez e isso me deixa enraivecido ao pensar em como deve ter sido, mas evito pensar nisso.

Nossas mãos se encaixam ao lado de sua cabeça e antes de tentar investir, beijo seu pescoço, o ombro nu repleto de uma camada fina de suor.

-Estamos juntos, ok? Lembre-se disso. -Murmuro em seu ouvido.

Ela já não responde. Apenas assente com a cabeça e aperta minha mão com força e enquanto fecha os olhos.

Suando eu tento manter a calma, tanto para não acabar gozando antes da hora por antecipação, quanto porque quero dar a ela a experiência completa, de como sei que isso pode ser bom para nós dois.

Arrasto meu pau entre as dobras de sua boceta úmida de novo e só então me instalo contra o pequeno canal. A primeira tentativa de investida exige tudo de mim para ir com calma. Ela é muito apertada e eu tremo para me controlar.

-Você precisa relaxar, meu anjo. -Volto a murmurar em seu ouvido, afastando o cabelo molhado para o lado. -Consegue fazer isso?

Novamente ela não responde. Apenas assente, mas relaxa e eu consigo penetrar mais alguns centímetros.

Meu corpo vibra, minha mente fica zonza pois o prazer é tão descomunal que ameaça me tirar o controle.

Um centímetro a mais e eu a sinto ficar tensa de novo. Percebo uma inquietação e olho para ela percebendo que seus olhos estão totalmente cerrados, a boca branca de tanto que ela comprime os lábios juntos.

Fico em alerta automaticamente.

-Finn... Eu... -Ela para soluçar. -Eu... Não consigo!

Me afasto imediatamente e Millie se encolhe no colchão feito uma bola. Todo o tesão e a euforia pela expectativa do sexo se transformam em desespero quando percebo que ela está chorando, ainda de olhos fechados e balançando a cabeça como se tentando espantar algo em sua mente.

Asembranças.

-Ei! Acabou! Não vou tocar em você. Não vou te machucar! -Tento acalma-la, notando que apenas eu estou desesperado quando levanto abruptamente.

Millie apenas nega algo com a cabeça e se recusa a abrir os olhos. Arfante, não de prazer, mas conturbada, totalmente perdida em pensamentos.

Que merda eu acabei de fazer?

Achei que ela estivesse pronto, mas é claro que não estava, porra!

-Não, não faça isso! -Me forço a toca-la segurando seus pulsos mesmo quando ela tenta me afastar parecendo estar em um delírio doloroso. -Olhe para mim. Sou eu. Venha para mim!

Millie se debate um pouco mais, quase a largo para ver se o tormento de seu devaneio passa, mas ela abre os olhos. Pouco a pouco as pupilas voltam ao tamanho normal e sua visão se foca em meu rosto.

Assim que ela percebe o que está acontecendo, chora ainda mais e ao contrário do que imagino, me abraça com tanta força que meu peso recai sobre ela.

Me sinto um merda maior ainda quando a abraço de volta e ela chora em meu ombro. O seu corpo ondulando de soluços embaixo do meu e os ruídos de seu choro que não sei se é de alívio ou de medo, acabam totalmente comigo.

-Me desculpe, eu nunca deveria ter insistido. Nunca... -Digo em seu ouvido, cheio de arrependimento e de culpa.

Como pude não cogitar a possibilidade de que isso poderia acontecer? Claro que Millie demonstrou grandes avanços em relação a nossa intimidade, mas isso não significa que estava pronta para fazer isso assim. Por insistência minha.

-Não quero ser como ele. -Confesso meu maior medo. O peito doendo cada vez que a escuto chorar mais e não sei o que fazer.

Millie recusa imediamente com a cabeça. Se afasta para que eu possa olhar em seu rosto, mesmo que me custa muito fazer isso.

-Você.. não é! Não é como ele! -Garante, se esforçando para parar de chorar. -Fui eu que pedi. Eu que insisti...

Encosto minha testa com a dela, pois sei que isso não é totalmente verdade. Sinto aquele velho medo me tomar, a necessidade de me afastar e me punir por ter sido de novo o maior filho da puta possível.

-Finn. -Millie ergue meu rosto com as mãos e me força a encara-la. -Não é culpa sua. Eu achei que estivesse pronta, mas quando começou... Eu não consegui.

-Shii... -Silencio seus lábios com um beijo suave. Ouvi-la se culpar é ainda pior. -Não pense mais nisso. Acabou.

Millie respira devagar, tentando convencer a mim e a ela de que isso é verdade, mas não sei mais e se é que isso é possível, odeio Simon e Romeo ainda mais. Por terem tocado nela principalmente, mas também por se fazerem presentes entre nós, por serem a porra de todos os problemas que minha esposa talvez irá passar o resto da vida para conseguir superar inteiramente.

-Eu ainda quero você. -A voz sussurrada em meu ouvido me faz despertar do ódio em que me instalei.

Olho para ela prestes a negar, mas Millie é mais rápida e com a mão em nosso meio, me acaricia, descendo os dedos pequenos ao redor da minha espessura, que embora genha sido afetada, ainda continua em riste.

-Não precisamos..

-Sim. Precisamos. -Ela me para quando tento desconversar. -Eu preciso, por favor.

É ela quem faz o trabalho de afastar as pernas, de me guiar até seu sexo e nos encaixar da única forma que agora parece seguro.

Eu tento me animar. Voltar ao normal e dar o que ela precisa, mas não consigo. Minha mente está longe. Focada no desgraçado causador de toda a merda que nos persegue.

-Agora é você que precisa voltar para mim. -Millie segura meu queixo para manter minha atenção. -Se desistirmos ele vence e ele não pode vencer. Não pode acabar com a gente.

Não quero fazer isso, mas sei que ela tem razão e isso tira um pouco da minha culpa. Nós precisamos enfrentar, não apenas as experiências sexuais, mas em tudo, em cada coisa que ele destruiu em nós dois. Talvez tenha sido um erro levar as coisas para esse lado tão cedo, mas se não tentarmos, como vamos superar?

Com a mente mais tranquila, tento focar apenas nela. Tomo o controle e ergo seus braços para cima enquanto a beijo e finalmente me mexo. Em cada envestida lenta e apaixonada, minha mente vai se esvaindo, me trazendo de volta ao lugar em que quero estar.

Millie me beija com a mesma intensidade. Geme contra minha boca enquanto se aproxima de mais um orgasmo.

-Eu amo você. -Diz por cima dos meus lábios e se entrega de vez.

E é nesse momento que tenho absoluta certeza de que a amo mais e de que faria qualquer coisa por ela. E isso inclui, fazer algo que talvez a decepcione, mesmo quando ela insiste em dizer que não.

Gozo forte sentindo ela me acompanhar arranhando minhas costas com as unhas. Dizendo meu nome, sentindo-me inteiro, mesmo que eu já nem me sinta mais dessa forma. Inteiro.

Quando termino, dou um tempo para que se recupere e então me deito ao seu lado. Millie se agarra em meu peito e rapidamente adormece.

Exige um pouco de esforço da minha parte deixá-la, mas aproveito o que imagino ser o único momento propício e saio da cama.

Ponho a calça de qualquer jeito e vou para a sala alcançando o celular para ligar para Jack.

-Ja ficou sabendo? O Dr. Roberts acabou de me avisar. -Ele dispara imediatamente quando atende.

-Fiquei. -Suspiro alto, mas tento falar baixo, Cansado e resolutivo acima de tudo. -Quais as chances de encontrarem Simon de verdade?

Ele hesita, claramente se esforçando para não querer me encher de esperanças.

-É a melhor pista que temos em muito tempo. Logo menos vamos saber a resposta. -Responde, decidindo ficar em cima do muro a ter que me dar uma resposta concreta.

-Deixei o delegado ciente de que você vai tomar todas as decisões por mim enquanto eu estiver aqui.

-Então você vai ficar? -Ele soa ridiculamente surpreso.

-Vou. Preciso ficar com ela um tempo. -Digo, decidido de que não é apenas eu que preciso dela, Millie precisa de mim depois do que aconteceu tenho certeza disso -Mas quero que se prepare Jack, ele não pode escapar.

-Não se preocupe. -Ele garante. -Se acharmos ele vai ser preso e...

-Não. Não é isso que preciso que você faça. -O interrompo, falando ainda mais baixo quando minha vontade é gritar.

-Não? O que você está pensando? Quer que o matem se o encontrarem?

-Eu o quero vivo! -Grunhi contra o telefone. -Pensei bem Jack, Simon não pode simplesmente ser preso e morrer atoa. Eu preciso olhar nos olhos dele, preciso...

-Achei que você indo para aí Millie iria por juízo em sua cabeça. -Me interrompe, claramente decepcionado.

A verdade é que ela pôs juízo sim em minha cabeça, mas também o tirou completamente com o que acabei de presenciar. Millie se faz de forte, tenta parecer que é inesgotável e inquebrável, mas o que eu vi hoje foi uma fragilidade tão imensa que é impossivel pensar em Simon tendo outro destino além de padecer sobre minhas mãos.

-Apenas faça o que eu mandei Jack. Não é mais questão de eu precisar pensar ou não. Está decidido. Não vou voltar agora, mas preciso que arrume isso para mim. Preciso que ele seja pego vivo, que espere até eu chegar para por um ponto final nessa história. -Explico, cansado de tentar lutar contra o instinto violento que sempre correu em minhas veias.

E se é assim que vou me equiparar de vez com meu pai e Simon, que seja, pois a única coisa que tenho certeza é que só serei capaz de respirar aliviado outra vez quando o desgraçado estiver morto. Por mim.

Jack suspira alto e parece ter ouvido meus pensamentos, assim como repudiado cada ideia que acabei de tomar.

-Vou garantir que se ele for pego, que fique vivo para você. -Ele diz por fim e eu me acalmo. -Mas espero que esteja ciente das consequências, Finn. Elas não podem fazer sentindo para você agora, mas depois farão. Talvez mata-lo não te trará prazer algum.

Rio, descontrolado, mas baixo. Jack está tão errado. Infelizmente ele não pode sentir o que eu sinto para saber como é.

-Eu tenho a sua palavra? -Forço-o, precisando de uma promessa.

E sem outra escolha, Jack faz o que faz de melhor. Me apoia, quando sabe que é inútil tentar me parar.

-Você tem. 


Notas Finais


A tensão foi grande...

Até breve ♥️


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