[…] R: Eu te amo…
Emma segurou a respiração, Regina arregalou os olhos e foi ai, que elas notaram o que realmente tinha acabado de acontecer [….]
E: Você o que? [perguntou dando um passo para trás]
R: Eu… eu… Eu não disse nada.
E: Você… você disse que me ama [sussurrou incapaz de se conter]
E: Eu não disse isso [respondeu friamente]
E: Eu posso não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas isso foi exatamente o que você disse.
R: Você acha que eu realmente iria disser que te amo? Não seja tola, Senhorita Swan.
E: Agora nós voltamos para o senhorita Swan? [perguntou incrédula]
R: Eu gosto de manter as formalidades [respondeu recolhendo suas roupas no chão]
E: Bom, você aparentemente esqueceu da formalidade enquanto gemia o meu nome.
R: Você é tão cheia de si, não é? [perguntou com raiva]
E: Engraçado, Regina [se aproximou da mulher] Alguns minutos atrás, era você que estava cheia de mim, se é que você me enten… [ Emma não conseguiu terminar, a mão de Regina veio de encontro ao seu rosto]
E: Que diabos.
R: Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando eu permiti que isso acontecesse. Mas você pode ter certeza de uma coisa, Swan. Essa foi a ultima vez que você chegou perto de mim.
E: Qual é o seu problema? [perguntou passando a mão pelo rosto dolorido]
R: Você é o meu problema [gritou] esse casamento estupido, essa vida estupida que temos que fingir.
E: Eu não pedi por isso [disse irritada] ou você acha que eu escolheria me casar com alguém como você? [gritou se arrependendo dois segundos depois]
R: Alguém como eu? [perguntou levantando a sobrancelha] Engraçado, a algum tempo atrás eu era apenas Regina para você.
E: Regina [suspirou] Eu não quis dizer isso.
R: Acho que nós duas dissemos coisas das quais nos arrependemos, não é? [perguntou friamente] Isso [apontou para as duas] Foi um erro que não vai se repetir. Eu vou dormir, você pode ficar com o sofá, ou no chão se quiser.
...
Emma se jogou no sofá irritada consigo mesma. Tinha sido um dia difícil e cansativo e então ela chegou e casa e se sentiu melhor. Regina estava lá, estava esperando por ela. Depois o jantar, a conversa, os beijos, os gemidos, o sexo. Emma não entendia as mudanças constantes de humor de Regina, era como se a morena fosse algum tipo de bomba que tem que ser manter estável a todo momento, ao menor erro de calculo, a bomba explode. Ela queria concertar as coisas, mas não sabia o que fazer. Exausta, Emma adormeceu.
...
H: Mãe? [chamou] Mãe? O que você está fazendo no sofá?
E: Filho.. eu.. eu comecei a assistir tv e peguei no sono.
H: Você e a mamãe brigaram? [perguntou]
E: Não.. nós.
H: Mãe [sorriu de lado] não minta para mim.
E: Eu sinto muito [murmurou]
H: O que você fez dessa vez?
E: Por que eu tenho que ter feito alguma coisa?
H: Tudo bem vitima, o que ela te fez?
E: Ela disse algo que bom, que eu não esperava, que ela não esperava.
H: Concerte [ele disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo]
E: O que?
H: Concerte, você sabe como a mamãe é, ela faz toda essa postura forte, mas ela é sempre a que fica pior quando vocês brigam.
E: É? [perguntou chocada]
H: Você sabe que é.
E: Espera [olhou para o relógio] O que você faz chegando em casa às duas da manhã?
H: Vim buscar meu videogame [deu de ombros] Não esperava encontrar alguma de vocês na sala.
E: Você está andando por ai, na rua, sozinho a essa hora?
H: Não estou sozinho mãe, Pedro está la fora, e eu não estou "andando por ai". Pedro é nosso vizinho e você sabe disso, eu basicamente pulei a cerca do gramado porque o videogame dele estragou.
E: Eu vou te levar até a casa dele [levantou do sofá]
H: Sério?
E: Sério.
H: Você pode me olhar porta [sorriu] Não conte para a mamãe que eu fiz isso..
E: Eu deveria contar.
H: Você deveria fazer as pazes com ela.
E: Você já tentou fazer as pazes com sua mãe? Ela é impossível.
H: Mas você a ama [sorriu] eu posso ver isso até quando você está brava. Vá falar com ela mãe.
E: Amanha nós vamos ter uma conversa sobre essas suas saídas [resmungou mudando de assunto]
H: Nós vamos [abraçou a mãe] Resolva a coisas.
E: Eu vou tentar [sussurrou vendo Henry se afastar e entrar na casa ao lado]
Emma começou a andar pela sala novamente sem saber o que fazer. O que tinha acontecido na cozinha ainda vagava pela sua mente, seu sono tinha a muito tempo sumido. Ela precisava de uma distração, um livro talvez. Fuçando as gavetas, Emma acabou achando um caderno de couro marrom com seu nome escrito. Curiosa, a loira abriu, olhando para primeira folha, pode ler uma frase escrita com sua própria letra. "Sempre lembrar." Emma folheou o caderno com curiosidade esperando encontrar coisas sobre seu trabalho, mas o caderno era mais como um diário, tinhas algumas notas e fotos coladas ao longo das páginas. Emma parou em uma página aleatória reparando imediatamente que aquela letra não era sua, era a letra de Regina. Sentado no sofá, ela leu.
"Eu vou gritar e você vai correr. Nós sabemos que vai ser assim, nós nunca fomos o tipo de casal normal, e agora, eu não acho que gostaríamos de ser. Você vai bater a porta e eu vou fingir que não me importo, mas no fim do dia, você vai entrar de mansinho no nosso quarto e vai me abraçar como você sempre faz, e eu vou fingir que estou dormindo e que não esperei o dia todo para que você voltasse. Mas você vai saber que é mentira, porque você sabe melhor que qualquer um que eu não consigo dormir sem você."
Emma sorriu imaginando se algum dia, no mundo real, Regina simplesmente escreveria aquilo para ela. A loira estava cansada disso, ela precisava falar com Regina, precisava resolver isso. Um grito interrompeu seus pensamentos. Emma precisou de um segundo grito para finalmente se dar conta do que estava acontecendo, jogando o diário no chão, a loira subiu correndo as escadas até o quarto de Regina.
Emma entrou apavorada esperando ver alguém atacando Regina, mas tudo o que ela viu, foi a morena se debatendo contra a cama de novo. Nos dia dias em que elas compartilharam o quarto, Emma foi acordada no meio da noite pelos soluços quase silenciosos de Regina. Toda noite, Emma fazia a mesma coisa, abraçava a morena e beijava sua testa. Regina não chegava a acordar, mas Emma sabia que o que quer que a morena tivesse sonhando, tinha ido embora com seu abraço. Regina nunca soube que Emma fazia isso, e por alguma razão, a loira achava que assim era melhor. “porque eu não consigo dormir sem você” as palavras ecoaram na cabeça de Emma. Aclamar Regina não foi tão fácil dessa vez. Em vez dos pequenos soluços diários, Emma podia ouvir gritos agoniantes. Emma ficou assustada quando sentiu que a pele da morena parecia estar queimando. Sem saber o que fazer, Emma tocou o braço de Regina, tudo o que aconteceu depois foi rápido demais.
Um fumaça, um grito e uma dor enorme na cabeça, foi apenas isso que Emma sentiu...
"Filha", uma voz doce e doentia gritou. Emma olhou para os lados com medo, ela não sabia onde ele estava. Tudo era diferente, ela se encontrava em um quarto roxo e pequeno. Seu coração bateu acelerado, onde Regina estava? O que tinha acontecido? O som de algo batendo contra batendo contra a porta tirou Emma de seus pensamentos, a loira não teve escolha a não ser recuar. Dando mais uma olhada no quarto, a loira avistou uma pequena garotinha sentada no canto, sua visão estava embasada, mas ela podia chutar a idade da menina, uns oito anos no máximo ela pensou.
A garota chorava baixinho com sua cabeça enterrado em seus joelhos, Emma tentou chama-la, mas a menina não parecia ouvir.
C: O que eu disse a você sobre mau comportamento? [Uma voz soou atras de Emma e ela pulou de susto quando a reconheceu]
E: Cora? [ela gritou, mas a mulher a ignorou completamente]
R: Eu sinto muito, mãe. [Uma voz estridente soou]
E: O que está acontecendo aqui? Quem é você? [gritou na direção da pequena garota, não obtendo nenhuma resposta]
C: Você está sempre sentindo muito [Cora respondeu asperamente]
R: Eu sou. Eu sinto muito, mãe. Eu não vou desobedecer você de novo [a menina chorou, e Emma sentiu vontade de chorar junto com ela]
C: Eu sei que você não vai, querida. Eu vou ter certeza disso.
O rosto cruel de Cora foi a última coisa que Emma viu antes de de seus olhos piscarem compulsivamente. Agora, ela não estava mais em um quarto roxo e a pequena menina não estava mais chorando. Emma encontrava-se agora, em algum tipo de estábulo. Emma sorriu de leve ao encarar os dois jovens que conversavam enquanto alimentavam um cavalo. Emma reconheceu a voz, embora aquele sorriso tivesse a muito tempo desaparecido. Aquela era definitivamente Regina e o garoto, ela não reconhecia era, a não que…
E: Daniel [Emma sussurrou chegando mais perto] Isso não é real [disse para si mesma] Eu não deveria estar aqui, essas são as memórias de outra pessoa. Essas são... essas são as memórias de Regina.
Emma notou que Regina estava diferente, como se sentisse se sentindo segura, amada ela sorria largamente para o garoto enquanto ele se despedia. Mas então, o rosto de Regina mudou completamente. Emma se recusou a olhar para trás para ver o que Regina estava vendo. De alguma maneira desconhecida, ela tinha uma ideia do que iria acontecer. Ela não conseguia explicar como sabia. É como quando você ouve alguém contar um história e depois você assiste o filme. De alguma maneira, você sabe o que vai acontecer, mesmo que não saiba realmente. Emma olhou para trás no exato momento em que Regina gritou.
R: Não. Não, não Daniel. Por favor [ gritou]
Emma tentou correr até ela, tentou chama-la, segura-la, mas não conseguiu se mover. Ela só pode ficar ali olhando Regina chorar abraçada a um corpo no chão. Emma queria gritar, mas não saia palavra alguma. Depois de um tempo, ela começou a sentir dor, mas de alguma maneira, ela sabia que essa dor não era dela, essa dor era de Regina. Lágrimas correram por suas bochechas enquanto ela observava Regina desejando que ela pudesse ter feito alguma coisa.
Tudo ficou embaçado novamente. Emma se viu em um enorme salão. Ela ficou um pouco confusa no começo, tudo o que ela conseguia ver eram vultos de pessoas aleatórias, muitas pessoas, como em uma festa. Seus olhos vagaram pelo salão, e quado ela estava quase desistindo de procurar, ela a viu. Regina estava em um canto afastada de todos, seu vestido longo perfeitamente alinhado e um anel em seu dedo. Emma sentiu um aperto no coração, ela sabia que lugar era esse, e que dia era esse.
Assim que ela se deu conta de onde estava, sua visão embasou novamente. Agora ela se encontrava em um quarto. Não um quarto roxo e infantil como na primeira vez. Esse quarto era grande, rustico, era um quarto de adulto, um quarto de casal. Um homem estava deitado em uma cama no centro do quarto, Emma nunca o tinha visto, mas de alguma forma, ela sabia quem ele era. Rei Leopold estava deitado na cama com um manto branco, seu sorriso se alargou quando a porta abriu.
E: Oh deus não. [Emma gritou quando viu Regina entrando pela porta]
O rei levantou-se da cama e desamarrou o seu manto com pouco alarde.
L: Temos de fazer o nosso casamento oficial [sorriu]
Emma tentou correr até regina quando o Leopold atravessou o quarto e roçou os dedos contra as lágrimas que escorriam no rosto manchado de Regina. Emma teve que segurar a vontade de vomitar quando viu os dedos do rei desatarem os nós do vestido de morena. Emma virou a cabeça para o lado e fechou os olhos, desejando que sua mente voltasse ao mundo real, ela não queria ver aquilo, ela não podia ver aquilo. Ela chorou alto quando ouviu Regina gritar pela primeira vez desde que ela tinha entrando no quarto. Ela queria gritar, correr, bater em alguém, mas ela não conseguia se mexer. Era como se tudo ao seu redor fosse uma grande cena e ela, fosse a espectadora como em um filme. Um filme de terror.
Assim que como a lembrança veio ela se foi. Emma pode sentir seus olhos voltarem a escuridão do quarto. Regina ainda chorava, mas não gritava, suas mãos seguravam Emma com firmeza.
E: Regina? [chamou sem se dar conta de que chorava também] Eu estou aqui, vai ficar tudo bem, eu prometo que vai.
R: O que você está fazendo aqui? [perguntou sonolenta escondendo o rosto no pescoço de Emma]
E: Eu só achei que.... eu só queria estar aqui [não era uma mentira, não era toda verdade, mas não era mentira]
“porque eu não consigo dormir sem você”
Emma puxou Regina e abraçou dando um beijo em sua testa. Algumas lágrimas ainda escorriam pelo rosto da morena que tinha adormecido novamente. Emma não sabia o que fazer, Regina iria matá-la se ela contasse a verdade. Emma suspirou, ela não queria se importar tanto com Regina, e se odiava por querer confortar a morena tão desesperadamente.
"I know. Is like when you love the song, but not the singer."
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