História You belong with me - Yeonbin - Capítulo 10 - Apaixonado?

Final do último capítulo… 

Quando senti seus lábios descerem até minha clavícula, um arrepio tomou meu corpo e logo os pensamentos e memórias ruins vieram à tona, fazendo com que eu me sentisse inseguro no mesmo momento. Levei as mãos em seus ombros e o empurrei de cima de mim com certa força, quase o fazendo cair no chão. Não demorou muito tempo para que sua expressão de surpresa se fizesse presente em seu rosto, sua cabeça se inclinou um pouco para o lado, aparentando estar confuso. 

— Eu… Me desculpe, eu não consigo fazer isso… — Eu disse abraçando meu próprio corpo e abaixando o olhar. Vi-o se levantar e sair dali com uma expressão séria. 

Droga, o que eu havia feito? O que eu havia causado? O que Yeonjun estaria pensando agora? Eu realmente não queria tê-lo magoado, mas foi uma ação por impulso e eu sequer havia pensado direito antes de o fazer. 

Capítulo 10 — Apaixonado? 

Pov Yeonjun. 

Eu andava pelas ruas a passos um tanto apressados, eu sentia um misto de emoções como raiva, tristeza, frustração e surpresa. Não entendia o porquê de todas aquelas emoções e eu apenas sentia uma vontade imensa de chorar, gritar e beber até não aguentar mais. 

Aquilo era… Paixão? Beomgyu estava realmente certo sobre eu estar apaixonado por Soobin? Não. Eu não poderia fazer aquilo por muitos motivos, não podia sentir aquilo pelo Choi. 

Quando percebi eu já estava à frente da pequena lanchonete azul, eu a frequentava desde que cheguei em Seoul, e particularmente havia se tornado meu lugar favorito. 

Adentrei o local soltando um breve suspiro sentindo o cheiro doce de frutas, logo então me sentei na última cadeira da mesa do local, a qual se localizava ao lado da grande janela que dava vista a rua. Não demorou muito para que uma atendente viesse até mim, com um grande sorriso no rosto. 

— Eai, Yeonjun! Que carinha é essa? — Yeji perguntou retirando o bloquinho de notas do bolso enquanto me olhava com a cabeça levemente inclinada para o lado. 

— Ah, Yeji! Bom, não é nada… Vou querer o mesmo de sempre. — Mudei de assunto vendo a garota assentir e murmurar um "É pra já", saindo dali logo depois. 

Não demorou muito para que a garota voltasse até minha mesa, me entregando o milkshake de chocomenta. Agradeci já a pagando e não demorei a beber o líquido, ah, aquele milkshake era o único lado bom da vida. 

Distraído, sequer percebi quem entrou no estabelecimento, pois eu estava muito ocupado bebendo sorvete enquanto olhava pela janela, vendo o sol começar a se pôr. 

— Yeonjun! Você por aqui? Ah, você deve estar triste… O Soobin te decepcionou, não é? — Ouvi a voz de Heeseung se aproximar e arregalei os olhos, tirando os lábios do canudinho e levando o olhar a ele no mesmo momento. 

Ele era a pessoa que eu menos queria encontrar naquele momento, principalmente depois do acontecimento desagradável em casa. 

Dia seguinte... 

Pov Soobin. 

Eu estava preocupado com Yeonjun, o mais velho sequer havia voltado para casa depois do que aconteceu na noite anterior, eu me perguntava onde ele estava e o que estava fazendo. 

Quando pensei em ligar para ele, ouvi algumas batidas na porta de entrada e um sorriso aliviado se fez presente em meus lábios, quase corri em direção a porta e quando a abri, meu sorriso se desmanchou na hora quando vi quem estava ali com Yeonjun. 

— Heeseung..? — Eu estava completamente confuso, sem entender o motivo pelo qual ele estava junto ao Choi. 

Sem dizer nada, o mais velho apenas adentrou o apartamento quase me empurrando dali, e logo pude ouvir uma risada um tanto alta vindo do Lee. 

— Eu vim te buscar para voltarmos para casa, querido. — Seu tom de voz falso era visível, aquele apelido me irritava, só pelo simples fato de estar vindo dele. 

— O que?! — Exclamei surpreso e logo me afastando, vendo o menor se aproximar de mim a passos lentos. 

— Eu vim buscar você, Soobin. Eu estava com tanta saudade… — Um sorriso se fez presente em seus lábios e não hesitei em correr até Yeonjun, me escondendo atrás de si por mais que ele ainda fosse menor que eu. 

Levei o olhar ao Lee por cima do ombro do Choi, sentindo meu coração acelerado devido ao grande medo que sentia naquele momento. 

— Não chegue perto de mim, saia! — Gritei assustado, sentindo meu corpo tremer e sem que eu percebesse, já estava agarrado ao corpo de Yeonjun como um filhote assustado. 

— Soobin…— Ouvi-o sussurrar e recuar por um momento, se soltando de mim. — Vá com ele. — O olhei confuso, sem entender o porquê de ele estar fazendo tudo aquilo. — Eu… Eu não quero mais você em minha casa, então por favor, vá embora. 

Então, naquele momento senti meu mundo desmoronar, ele tinha todo o direito de me expulsar de sua casa, mas aquelas palavras doeram como alfinetadas, meus olhos se encheram d'água e não demorou muito para que as lágrimas começassem a descer por minhas bochechas. 

— Mas… por que? O que eu fiz, Yeonjun? Por favor, eu não quero ter que voltar com ele… — Sussurrei a última frase vendo-o desviar o olhar e ficar em silêncio. 

Quando percebi Heeseung já estava próximo o suficiente, logo então senti sua mão segurar meu pulso com força, me puxando para a porta. 

— Me solta, me solta! — Comecei a gritar e me debater, tentando me soltar do Lee. Levei o olhar em direção ao Choi, vendo que ele apenas observava a situação tentando ignorá-la. — Yeonjun, por favor! Por favor não o deixe me levar! — Choraminguei quase esperneando, enquanto eu chorava desesperadamente. 

O olhar frio que ele me deu me trouxe arrepios, mas ainda sim tive a impressão de ter visto a culpa em seu olhar, e a relutância em me olhar diretamente apenas me fazia ter certeza sobre essa impressão. 

Acabei por abrir mão da minha situação, ficando em silêncio quando estávamos já no elevador, em caminho a recepção. Eu já não via motivos para lutar, pois sentia como se eu houvesse perdido uma parte de mim naquele dia. 

[...]

Eu estava sentado em um dos sofás com os braços envolvendo meu próprio corpo, e a perna direita se mexendo apressadamente, ansioso e nervoso ao mesmo tempo. 

— Por que… ? — Perguntei recebendo um olhar confuso do Lee. — Por que você me quer aqui? Você nem ao menos se importa com a minha saúde… Nem ao menos se importa se eu estou bem ou não com a nossa relação. Você sequer se importa se eu quero ou não transar com você, apenas pensa em si mesmo! Não passa de um egoísta! — Terminei a fala me levantando bruscamente do sofá, dizendo tudo aquilo num tom de voz alta enquanto as lágrimas começavam a rolar por minhas bochechas, olhando o Lee que aparentava estar surpreso. 

— O que? — Se levantou do sofá vindo em minha direção e me fazendo recuar, dando alguns passos para trás e logo caí no sofá. O mais novo sentou-se em meu colo, abrindo um sorriso debochado nos lábios. — Quem você pensa que é para gritar comigo assim, hm? — Perguntou levando uma das mãos à minha mandíbula e a segurança com força, apertando-a. — Você não tem o direito de opinar sobre nossa relação, pelo menos, não quando tentou fugir de mim. 

Eu o olhava assustado, engolindo o seco e quando menos esperei, senti a ardência de seu tapa em minha bochecha, me fazendo ficar com o rosto virado para o lado devido a força do tapa. 

— Pare de chorar como um bebê, Soobin. Sinceramente? Se você não fosse assim eu te daria amor e carinho, mas realmente não é como se você merecesse isso. — Terminou se levantando novamente e pegou um copo d'água em cima da mesa, não demorando muito a joga-lo em cima de mim, molhando quase minha roupa inteira. — Olhe só, você não passa de um coelhinho assustado, não tem direito algum sobre mim. 

— Eu… Me desculpe… — Falhei miseravelmente em lhe enfrentar, eu tinha medo do que ele poderia fazer se eu dissesse qualquer coisa. E pedir desculpas era realmente muito para mim quando isso se tratava a ele. 

— Cale a boca, sua voz me irrita. — Disse novamente se sentando em meu colo e começou a beijar meu pescoço, e eu em resposta, apenas suspirava sem saber o que fazer.

Uma semana depois... 

Alguns dias se passaram depois de eu ter voltado para casa, estava tudo acontecendo da mesma forma que acontecia antes de eu fugir de casa. Viver ali era como viver no inferno, onde Heeseung era o próprio diabo. 

Naquele momento o Lee havia ido trabalhar e eu estava ali, sentado no chão, escorado na porta do quarto enquanto esperava que o mais novo chegasse para destrancar a porta a qual ele havia trancado. 

Pude ouvir alguns barulhos vindo da janela, o que me fez franzir as sobrancelhas curioso. Me levantei do chão indo em direção de onde eu havia escutado o barulho, arregalando levemente os olhos ao ver uma pedra sendo arremessada ali, logo me afastando rapidamente. O barulho alto de vidro ecoou pela casa e não pude evitar ficar assustado, logo novamente me aproximei da janela, ficando surpreso quando vi Yeonjun ali. 

Ele havia vindo me buscar? Mas… Ele estava bravo comigo, não estava? 

Continua...