Pouco depois que enviei a mensagem meu telefone tocou.
-Oi!? -atendi de imediato ouvindo a risada baixa dela do outro lado da linha. -O que foi ?
-Nada, só pensando em como falar aos meus pais.
-Eu não contei, meu pai reparou o anel.
-E sua mãe?
-Ela disse que eu não fosse moleque e te fizesse feliz.
-Que bonitinha! ouça sua mãe.
-Vem pra cá.
-Já são quase nove da noite, meu pai e minha mãe também já estão em casa, provavelmente eles não deixariam. Você podia ter me avisado mais cedo.
-Eu pensei em te ligar de tarde, mas eu não quis parecer grudento demais e optei por ficar sozinho.
-Você é inseguro com certas coisas. Eu sou sua namorada agora, me liga quando quiser e se eu não atender, é porque não deu mesmo ou eu não vi.
Ela parece tão bem e segura em ser minha namorada. Eu posso, e devo me sentir assim também.
-Tudo bem! o que você tá fazendo?
-Deitada apenas.
-Você se recolhe muito cedo.
-Ah tá bom, e onde você tá por acaso? -fiquei em silêncio. -idiota.
-Eu quero sair desse quarto. -choraminguei.
-Você tá disposto a vir aqui? a gente fica num cantinho que tem no jardim, meus pais não precisam ver ou saber.
-Eu só vou trocar de roupa.
-Tá, eu vou descer. Cuidado! -desligou.
Abri o guarda-roupa e peguei um moletom preto da Adidas com uma calça pouco frouxa da mesma marca, boné preto pra cobrir a preguiça de pelo menos pentear o cabelo. Chinelo adissag da Adidas também! Saí do quarto e meu pai ainda se encontrava sentado no sofá vendo filme.
-Onde você vai? -tirou a atenção da TV para me olhar.
Eu devo falar a verdade?
-Comprar sorvete. -peguei a chave.
-Certo. -voltou a assistir e eu saí e fechei a porta.
Estava bem frio e não havia muitas pessoas na rua. Comecei a caminhar mais rápido e logo cheguei lá, que não ficava tão distante de onde eu moro. Tirei o celular do bolso e a enviei uma mensagem:
-"Eu acabei de chegar."
*_______ POV*
Depois de desligar o celular, desci com cuidado e sem fazer barulho para que meus pais não ouvissem eu abrindo a porta, principalmente.
Passei lá pra fora e fechei a porta devagar. Não troquei de roupa, permaneci de pijama. Recebi a mensagem e lentamente abri o portão.
-Entra. -dei espaço pra ele entrar.
Quando ele entrou, eu fechei o portão e nós sentamos lado à lado no cantinho que eu havia dito, onde era iluminado pela luz da Lua!
-Aqui é um lugar bom pra ficar.
-É. -olhei para o céu. -Eu passei um bom tempo da minha infância e início de adolescência sentada aqui, fazendo vários planos.
-Esses planos deram certo? -me olhou.
-Quase nenhum.. -segurei minhas duas pernas encolhidas. -Você sabe, quando a gente cresce é tudo diferente, quase nada sai como planejado! é um choque de realidade.
-Não custa sonhar.
-É. -encostei minha cabeça no ombro dele e ele encostou a cabeça na minha causando uma sensação confortável.
Digamos que eu tenho mania de encostar minha cabeça no ombro das pessoas.
-Seus pais estão dormindo já tão cedo?
-Eles dormem cedo.
-Eu disse ao meu pai que ia comprar sorvete. -riu.
-Mentiroso!
-Às vezes é preciso. -me cercou com seus braços e eu fiz o mesmo.
-Ótimo, eu tava com frio. -afundei mais minha cabeça em seu peito.
-Você poderia ter colocado um casaco por cima do pijama.
-Fui burra, mas tá tudo bem.
-Você tinha que ver a reação do meu pai quando eu deixei claro que eu agora tenho uma namorada. -soltou uma risada fraca e baixa.
A palavra "namorada" vindo dele ainda me causa uma sensação estranha, mas boa.
-Eu realmente não sei como minha família vai reagir, porque querendo ou não, a família toda fica sabendo.
-É inevitável, mas não há nada que possa se fazer.
-Uhum..
-Você é muito pequena ________! Olha suas perninhas de gnomo. -apontou e riu.
-Para Chanyeol! -empurrei ele mais para o lado esquerdo cruzando meus braços.
-Não fica brava! -me puxou de volta pela cintura e segurou minha nuca ficando com a testa encostada na minha.
Olhando fixamente e absurdamente perto, sempre vendo o brilho no olhar dele. E sempre me perdendo nesse buraco negro que são seus olhos.
-Meu coração é fraco sabia? -sussurrei após ele começar a roçar os lábios nos meus.
Mais uma vez nossas bocas se encaixaram perfeitamente sobre a noite fria, e com a Lua que banhava nossa pele que tornou tudo tão mais tranquilo e melhor. A língua dele começou a explorar a minha e eu não recuei, fiz o mesmo. Minhas mãos desceram até o abdômen dele coberto pelo moletom e fiquei surpresa ao saber que era definido. Depois, fomos dando fim ao beijo com diversos selinhos e pra finalizar, ele segurou meu rosto e beijou minha testa.
-Meu aniversário é esse mês já! você sabia? -tirou o boné, arrumou o cabelo e o colocou de volta.
-Como não saber? ano passado jogaram bolo no meu cabelo, e eu fiquei com muita raiva. -coloquei o cabelo atrás da orelha.
-Esse ano eu quero viajar, e você vai comigo. Então é melhor você ir se adiantando, falando logo ao seus pais que estamos namorando. -se encostou na parede.
-Mas pra onde você quer ir ?
-China.
-Quê? -abri os olhos exageradamente.
-É, China.
-Visitar a grande e tão falada Muralha.
-Você acha que nossos queridos pais vão deixar? É uma viagem pra outro país.
-Não é tão longe daqui.
-E ainda mais que precisamos de autorização.
-Desisto! Depois eu planejo uma coisa mais fácil, ainda tem tempo. -deitou no chão e deitou a cabeça no meu colo.
-Levanta, o chão é frio. -tentei empurrar a cabeça dele mas ele fez força para baixo. -Segura. -tirei o boné dele, o entreguei e afundei minha mão em seus cabelos começando a fazer cafuné.
-Minha mãe costumava fazer isso quase todas as noites. -fechou os olhos. -Depois dos meus nove/dez anos, ela não fez mais. Arrgh, eu gostava muito, muito mesmo.
-Tinha uma coisa que meu pai fazia sempre quando eu era criança, e eu também gostava muito: massagem nos meus pés! Eu considerava a melhor coisa do dia.
-Quando a gente é criança qualquer coisa se torna a maior maravilha. -colocou as mãos sobre a barriga e fazendo movimentos leves de cima até a barra da calça.
Ao ver o que ele fazia, voltei a pensar sobre o possível ou óbvio abdômen definido que ele possui, apesar de ser magro. Eu mantenho a vontade e curiosidade de ver, mas a timidez fala bem mais alto.
Ah, quer saber? Somos um casal e isso é comum! Ele não tem vergonha de quase nada, então eu também não vou ter.
Levei minha mão até a barra do moletom que ele usava e levantei o mesmo até a altura de seu peitoral.
-Você vai à academia e nem me fala. -dei dois tapinhas na barriga dele.
-Eu vou na que tem no prédio onde eu moro, só 3 dias na semana. -esticou o pescoço olhando para a barriga. -Vejo que estou obtendo resultados legais.
-Tem muita mulher por lá?
-Você tá com ciúme, é? -voltou a me olhar com um sorriso sarcástico.
-Eu só fiz uma pergunta.
-Respondendo sua pergunta, a resposta é: eu não sei. Eu só vou lá de madrugada, quando não há ninguém.
-Antissocial.
-Se eu dissesse que faço exercício com várias mulheres ao redor você ia ficar com ciúmes.
-Eu com ciúmes? -ri fraco.
Provavelmente.
-Vem me dizer que você não sente ciúmes de mim!? porque eu sinto de você. -voltou a cobrir a barriga.
-Tá, eu sinto! Mas é só um pouquinho assim. -mostrei a quantidade com os dedos, rindo.
-Mentirosa. -desmanchou o que eu fiz nos dedos anteriormente e riu também.
Sempre vale ressaltar o quanto o sorriso dele é lindo. Eu nunca disse pra ele o quanto ele é bonito, dos fios de cabelo até os pés. Talvez ele saiba.
-Você é muito bonitinho. -apertei o rosto dele de todas as formas.
-Ahh, ah. -apertou minhas pernas fazendo careta.
-Você tem que ir antes que fique mais tarde, mas eu queria que você ficasse. -me curvei dando um selinho rápido nele.
-Não vai ser fácil dormir com você aqui.
-Meus pais ficam o dia fora.
-O que você tá insinuando? -levantou a sobrancelha.
-O mesmo que você insinuou. -toquei a ponta de seu nariz. MAS, isso vai acontecer quando for pra acontecer, naturalmente e não fazendo planos. Assim não vai ter graça..
-Você tá preparada?
-Eu já nasci preparada. -pisquei um olho.
-Eu devia ficar animado ou ansioso? -sentou novamente com o mesmo sorriso no rosto.
-Para com isso. -puxei a ponta da orelha dele.
-Você começa e me manda parar?! -segurou meu braço e me levou pra perto dele.
-Eu não comecei nada.
-Eu tenho que ir. -sussurrou no meu ouvido que me causou arrepios e me fez apertar seus ombros. -Eu também não queria ir, mas é necessário por enquanto. -mordeu minha orelha.
-Por enquanto.
Resolvi quebrar a mínima distância entre nossos lábios antes que ele se fosse. Não é exagero, é um sentimento grande e forte que eu consegui criar em cerca de 3 meses. Levantamos de onde estávamos e fomos andando até o portão sem desgrudar nossos lábios! Abri o mesmo e passamos para o lado de fora.
-Eu já vou. -tirou o celular do bolso. -Quase onze da noite. -guardou o celular. -Até amanhã. -me abraçou de novo me tirando do chão e eu coloquei minhas pernas ao redor de sua cintura.
-Cuidado! -me colocou no chão novamente e me beijou antes de ir.
-Tchau. -saiu correndo devagar e logo eu entrei silenciosamente também.
Antes de subir as escadas e ir para meu quarto, passei na cozinha e aproveitei para comer alguma coisa antes de dormir. Feito isso, voltei pra o meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama.
-"Eu já cheguei em casa e provavelmente você está dormindo, então boa noite!"
-Pior que não estou ainda, eu fiquei com fome e fui comer primeiro.
-Hmm.. Amanhã não vou poder ir com você, o Sehun falou que vai passar aqui mais cedo porque vai comprar umas coisas que eu não sei o que é ainda.
-Tudo bem, o Jongdae vai comigo.
-Ok, eu vou tentar dormir agora. Te vejo amanhã, se cuida!!!
Guardei o celular, fechei meus olhos e dormi tranquila e feliz.
Mais uma vez.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.