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História You'll Be In My Heart - Chapter Fourteen - História escrita por little_ange-r-l - Spirit Fanfics e Histórias
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História You'll Be In My Heart - Chapter Fourteen


Escrita por: little_ange-r-l

Notas do Autor


Meu Deus, a minha prova de ondulatória foi INCRÍVEL :3

Bem, relevando esse fato sem importancia alguma, vamos ao capitulo:

Eu queria saber se voces querem que eu mude o nome de "Yorak" para "Cosmo", então, se alguma alma gentil puder dar sua opnião, eu agradeceria muito <3

Também temos a tristeza da mamãe Krolia - por que eu faço isso com ela? :( -.

Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 15 - Chapter Fourteen


Lance abriu os olhos, lentamente, enquanto se acostumava com a luz. Abria e fechava as pálpebras, até ver árvores ao seu redor e olhar para baixo, vendo o seu amado dormindo em seu peito, com a boca entreaberta e babando em seu peitoral. Deu uma risada pelo nariz e o abraçou mais forte.

Ouvindo um grunhido, afrochou o aperto, olhando o moreno coçar os olhos e bocejar, o encarando de volta. O menor sorriu, ainda com sono.

- Oi... – Falou, com a voz grogue pelo sono. O maior sorriu de volta.

- Oi. – O respondeu, com a voz rouca. – Como você dormiu? – Perguntou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha dele, fazendo com que o mesmo sorrisse um pouco mais, com os olhos fechados.

- Ah, eu dormi bem sim, e você? – O cubano arregalou os olhos, levantando seu tronco, o que fez o coreano saísse de cima dele, com os olhos assustados.

- Díos mío, eu dormi aqui! Como eu dormi aqui? – Se ponderou, levantando do chão e indo em direção ao portão, até sentir que não tinha chão e cair, gritando.

Sentiu seu pé ser segurado e parou de cair. Seus braços ficaram para baixo e olhou para cima, vendo o sorriso de diversão do mais velho e sorriu também.

- Então, eu não sabia que você tinha aprendido a voar. – Falou, dando uma risada. Segurava o pé do acastanhado com a mão direita e com a outra se segurava num cipó. Virou o mais alto de cabeça para cima, segurando o seu punho e o levou até o chão, descendo também.

- Há-há, você é bem engraçado. – O mais novo revirou os olhos, voltando a sorrir. Mas parou ao perceber que já estava de manhã. Ele dormiu ali e ninguém percebeu a sua ausência?

Keith percebeu que o latino tinha mudado de expressão, fazendo um carinho no seu rosto. O deu um sorriso, tentando anima-lo, conseguindo com sucesso.

- Que foi? – O de olhos claros suspirou.

- Eu me pergunto se alguém sentiu minha falta. – Os orbes violetas se reviraram.

- Claro que sentiram, Lance. Eles são seus amigos. – Disse, escutando o sinal do portão ser aberto. O mais velho suspirou, coçando o braço, e olhando para baixo. – Acho que ‘tá na hora de você ir. – O mais novo segurou seu rosto, o levantando e o encarando.

- Eu vou, mas eu volto amanhã. Não precisa se preocupar. – Acariciou a sobrancelha esquerda do mais baixo com o dedão, sorrindo. Segurou o rosto dele com as duas mãos e beijou sua testa, lhe dando um selinho logo depois. Começou a andar para longe do mais velho, até parar e se virar para ele, formando as mãos em um cone e gritando. – Sua mãe falou que sentia a sua falta! Tchau, babe! – Deu um aceno e o menor deu um aceno de volta, sorrindo.

Ao ver o portão fechar, se virou e subiu numa árvore, se escondendo por entre as folhas.

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- Lance, me desculpa de verdade pela Acxa! – Ezor lhe falou, esbaforida e o maior apenas arqueou uma sobrancelha.

- Como assim? – A mulher levantou a própria sobrancelha.

- Como “como assim”? Lance, você ficou preso naquela jaula por mais de doze horas. Já são oito e meia da manhã.  – O cubano ergueu as duas sobrancelhas.

- Já? É que eu acabei dormindo quando os fogos começaram a aparecer. – A mais velha cruzou os braços, semicerrando as pálpebras.

- E o item- – Ela balançou a cabeça, num intuito de esquecer o que iria dizer. – Evapora. – Apontou para fora, indicando a saída. – Pode ir. E se quiser faltar na sexta-

- Não, não precisa. – Balançou a mão, indicando para esquecerem o assunto. – Até sexta, Ezor. – Deu um tchau com a mão, indo para o seu carro.

A menor cruzou os braços, pensativa.

Como ele conseguiu ficar tanto tempo sem ver o item 42-63?, pensou. Não pode ser possível.

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Saiu da empresa, com um sorriso nos lábios. Tudo ocorreu bem! Tá, talvez nem tanto, mas do mesmo modo. Ele tinha se desculpado seu namorado e ele não estava puto!

Dirigiu até a sua casa e ao abrir a porta, sentiu suas costas irem ao chão, e grunhiu. Olhou para os dois o abraçando, que pareciam segurar o choro. Bem, a Pidge parecia segurar, o Hunk já estava chorando há muito tempo.

- Onde você estava?! – A garota perguntou, com a voz embargada e raivosa.

- Não faz ideia de como nos preocupamos! Ligamos ‘pro Shiro, ‘pra Krolia, ‘pro pai da Pidge e ninguém te viu! O Shiro nos disse ‘pra esperar até amanhã de tarde, ou seja, hoje de tarde! – O rapaz falava entre as lágrimas, o que fez o cubano dar um sorriso pequeno e abraça-los de volta.

- Não se preocupem. Eu ‘tava com o Keith esse tempo todo. – A italiana se soltou do corpo do mais velho, ajeitando seus óculos.

- Você ‘tava fazendo o que com o Keith esse tempo todo? – Perguntou, com um sorriso malicioso, o que fez com que o de olhos claros corasse.

- N-nada! – Falou, mais alto do que deveria e tentou tirar o samoano de cima dele, que apenas negava com a cabeça. – A ge-gente só conversou! Tínhamos assuntos ‘pra tratar. – Falou, coçando a nuca e voltando a empurrar o maior, que acabou cedendo. Segurou a mão do mais novo, sendo puxado para cima. A menor arqueou uma sobrancelha.

- Como assim “assuntos ‘pra tratar”? – Cruzou os braços, semicerrando os olhos. – Que merda você fez? – O latino arregalou seus orbes.

- Nenhuma! – Gritou, assustando os amigos. – Não fiz merda nenhuma! – Cruzou os braços, emburrado e bufando. A menina levantou a sobrancelha novamente, mas não comentou nada.

- Ei, Lance? – O oceânico falou e ouviu um “hum?” vindo dele. – Quer comer algo? Não sei se tinha comida ‘pra você lá. – Conseguiram ouvir um grunhido vindo do estômago de Lance, e o garoto riu.

- Eu ‘tô morrendo de fome. O que tem ‘pra comer? – Perguntou, juntando as mãos.

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Os braços de Akira ao redor de sua cintura a fizeram sorrir, enquanto colocava o cobertor por cima de seu filho e cantava uma canção para ele. Sentiu beijos em sua nuca, o que a fez dar uma risadinha, e beijar sua bochecha. Se entreolharam e sorriram, voltando a encarar o filho deles.

- Ele ‘tá crescendo tão rápido. – O homem falou. – Daqui a uma semana ele vai fazer seis anos. O Shiro disse que viria lá do outro lado do país só ‘pra comemorar o aniversário dele. – A coreana sorriu.

- O Shiro adora o Keith. Não vejo como ele não faria alguma força ‘pra vir. Mas não diga nada ao Keith. Vamos deixar em surpresa. – Disse, pondo o dedo na boca, como se pedisse silêncio e o seu marido riu.

- Não se preocupe. Minha boca é um túmulo. – Juntou o dedão com o indicador da mão esquerda e fingiu fechar a boca, como um zíper, e a mais nova sorriu risonha.

Já tinha se passado da meia-noite e o casal já tinha ido dormir, quando a asiática desceu para a cozinha para pegar um copo de água para beber. Apertava o botão do filtro, mas o soltou ao perceber duas pessoas conversando do lado de fora da casa. Arqueou a sobrancelha e se virou para o relógio, os encarando novamente depois. Já estava muito tarde. O que eles faziam ali? Continuou a observa-los, deixando o copo no balcão e seguindo um deles, que parecia o mais suspeito. O olhava pelas janelas de sua casa, até ver que o mesmo segurava algo com a mão. Semicerrou os olhos tentando ver o que era, os arregalando ao ver que era uma dinamite. Saiu da cozinha, subindo as escadas correndo e indo em direção ao seu quarto, pulando em cima do acastanhado.

- Akira! Akira! Acorda! – Empurrava o americano, que abriu um dos olhos, com um semblante de sono, e se encolhendo mais.

- O que você quer, Krolia? São, tipo, uma da manhã. – Bocejou e grunhiu ao sentir ser empurrado.

- Akira, tem um homem armado do lado de fo- – Foi interrompida ao ouvir uma explosão e sentirem o cheiro de fumaça. O mais velho pulou da cama, indo em direção ao guarda-roupa e se trocando, colocando a roupa de bombeiro. A mulher fez o mesmo, até escutar um choro de criança e se virar para o quarto do seu filho. Não.

Se levantou da cama, indo em direção ao quarto do mais novo, até sentir uma mão segurar seu braço.

- Me solta! Eu tenho que tirar o Keith de lá! – Gritou, tentando sair do aperto de seu marido.

- Krolia! – A virou para si, vendo as lágrimas que ameaçavam cair. – Termine de se arrumar! Eu vou buscar o Keith! – Abriu a porta, vendo algumas partes do teto cair e atiçarem mais o fogo. O choro foi aumentado e o de olhos escuros encarou a mulher novamente. – Pegue os planos e saia daqui! – Se virou para o corredor destruído.

- Não vou deixar você aqui! – Deixou as lágrimas caírem, fazendo o estadunidense encara-la novamente e ir em sua direção, a dando um beijo rápido. Colocou as duas mãos em suas bochechas e secou as lágrimas dela.

- Eu vou voltar. Eu prometo. – Disse, entregando um embrulho e um caderno. – O presente é ‘pra o Keith e o diário é ‘pra você. – Lhe deu um beijo na testa e correu para fora de seu quarto.

A coreana continuou a olhar o caminho feito pelo maior, mas balançou a cabeça e foi fazer o que lhe foi mandado. Derrubou todos os livros das prateleiras e colocou a senha num painel, fazendo com que a parede se abrisse e ela pegasse os papéis e colocasse numa bolsa.

Saiu de seu quarto, indo na direção do quarto de seu filho, gritando o nome dos dois. Tossia enquanto corria até lá, até ser parada quando um pedaço de madeira queimado caiu do teto. Arregalou seus olhos, sentindo a visão embaçar.

- Não. Não, não, não. – Pôs as mãos na boca, tentando conter os soluços.

- Krolia! – Ouviu um grito e levantou a cabeça. Conseguiu ver uma silhueta de um homem segurando uma criança e sentiu ficar aliviada. – Pegue o Keith e saia daqui! – Ela franziu a testa, abrindo a boca, indignada.

- Eu não vou te deixar aqui! E eu já falei isso! – Gritou.

- Não há tempo ‘pra isso! – Falou, abrindo um espaço para passar o mestiço, que tossia e tinha os olhos fechados. – Vão embora! Eu vou arrumar algum jeito de sair! – Disse, se virando para o outro lado e começando a correr.

- Akira! – Lhe chamou, que não se virou, continuando a correr. Outra parte do teto caiu perto dela, a fazendo andar para trás. O menor deu um grito sobre o seu busto, assustado. Apertava o cabelo dela, num ato de medo. – Shi, shi. – Falou, andando para trás, ainda observando o outro lado do corredor. Ouviu uma tosse vindo do mais novo e a coreana deu umas batidinhas em suas costas. Olhou uma última vez para lá e correu em direção as escadas.

Tossia enquanto segurava o seu filho nos braços. Pedaços de madeira caíam em todos os lugares, fazendo barulhos e afastando mais o fogo para outros cantos, assustando o mais baixo, que era parcialmente acalmado pela mãe.

A mulher foi em direção a garagem. Sentou o de rapaz no veículo, indo em direção a um balcão e pegando dois capacetes, até escutar um barulho de cima. Encarou o teto e arregalou os olhos ao ver o fogo que queimava aquela parte e que caía de vez em quando, até tudo desabar e a morena pular dali, caindo no chão, ao lado da moto. Tossiu e se levantou, não encontrando mais o seu filho, o que a fez se desesperar.

- Keith? Keith, cadê você? – Perguntou, ouvindo o choro e se virando para um canto, enxergando seu bebê ali. Suspirou e correu em sua direção. – Vem cá, Keith. A gente tem que sair. – Falou, rodeando seus braços nele, que a empurrou, com os olhos assustados.

- Não! Eu quero o papai! Cadê o papai? – Perguntou, gritando. A mais velha sentiu os olhos marejarem, mas tentou esquecer daquilo, forçando um sorriso.

- O papai vai chegar daqui a pouco, mas a gente precisa sair daqui! – Gritou de volta e o menor apenas assentiu, lentamente. A asiática puxou o menino para si no momento em que um móvel caía no lugar que ele estava. O sentou na moto novamente e o vestiu com o capacete, com ele tossindo. Fez o mesmo nela e ligou o veículo, saindo da garagem e parando na frente da calçada, esperando seu marido sair de lá.

- Vamos, Akira. Sai logo ‘daí. – Falava consigo mesma, enquanto seu filho encarava a casa, estranhando o fato de seu lar estava pegando fogo. Olhou para cima, olhando a coreana.

- Mamãe, cadê o papai? – Ele perguntou, sem entender o que acontecia. A maior o olhou de volta, forçando um sorriso.

- Ele já ‘tá vindo, querido. Só mais um tempinho. – Voltaram a olhar a casa sendo incendiada pelo fogo, até a mais velha perceber que havia mais pessoas por ali e decidiu sair do local, indo para um banheiro químico e tirando o uniforme da Blade of Marmora e a colocando na sua bolsa, voltando para a sua casa.

Viu a ambulância levando uma maca com um homem e ela sentiu a visão embaçar. Pegou o mestiço no colo e correu em direção ao veículo. Bombeiros tentavam apagar o fogo da casa, mas a mulher sabia que não tinha salvação. Aquela casa nunca mais seria utilizável.

Foi barrada por um cara que trabalhava ali, dizendo que só a família podia ir com eles.

- Eu sou a mulher dele e esse é o nosso filho! – Gritou com ele, mostrando o garoto adormecido em seus braços. – Eu tenho que ir com ele! – Deixou as lágrimas caírem, fazendo o homem revirar os olhos e deixa-los entrar. Ela agradeceu e entrou na parte de trás do veículo, vendo seu marido deitado na maca, com o rosto e as roupas com manchas negras. O lado esquerdo de seu rosto tinha queimaduras. Ele respirava com dificuldade e tinha os olhos fechados. Pegou a mão do americano e a apertou, chorando. Sentou no banco, encarando o menor que estava dormindo. Ele também tinha manchas negras em seu rosto e roupas. Deu um beijo em sua franja, o que o fez se mover mais para perto dela, a fazendo dar um pequeno sorriso.

Chegando no hospital, levaram Akira e Keith para diferentes salas, mas ao lado uma da outra. A coreana ficou esperando no corredor, roendo as unhas – hábito que não fazia desde que teve Keith –, esperando. Andava para lá e para cá, esperando pelos médicos lhe chamarem. O primeiro, que era o do Keith, falou que ele estava bem e que poderia sair daqui a alguns dias. E então, veio o médico de Akira, dizendo que ele não estava bem, por ter inalado fumaça demais e ter algumas queimaduras de segundo grau.

Entrou na sala do marido, o encontrando acordado, mas num estado deplorável. Chegou perto dele, ouvindo uma risada fraca.

- Eu acho que não vou poder cumprir a minha promessa. – Virou o seu rosto, dando gemidos de dor e desconforto, e Krolia apenas deixou as lágrimas caírem, dando uma risadinha.

- Você é um ridículo. – Falou, chegando perto da cama e pegando em sua mão, a beijando.

- Só faça um favor ‘pra mim, sim? – Ela assentiu, chorando, e com a mão dele segurando seu rosto. – Dá o presente ‘pro Keith no aniversário dele, por favor. – Sussurrou, com o olhar desfocado e a voz baixa. A asiática já tinha os olhos vermelhos de tanto chorar.

- Eu amo você... – Sussurrou para o mesmo, que deu um sorriso fraco, sem encara-la.

- Eu também te amo, Krolia... – A menor abaixou o rosto e juntou os lábios, dando um último beijo: de adeus.

Ouviu um barulho conhecido por todos. Tirou sua boca da dele, com as lágrimas saindo de seus olhos, caindo no rosto dele. Observou a máquina que via os batimentos cardíacos dos pacientes. E esta em questão, mostrava uma linha vermelha reta, revelando que o coração tinha parado de bater. Voltou a encarar o marido, gritando, dizendo que ele não podia deixa-la sozinha para criar uma criança de cinco anos, que não podia deixa-la sozinha por viver sem ele, que ele não podia morrer. Abraçou o corpo já morto do americano, tendo que ser retirada da sala por dois guardas dali, sendo colocada no quarto do filho, que ainda dormia, por isso mesmo, ela não gritava mais. Chegou perto do menor, pegando sua mão e a apertando, ainda chorando.

Não podia perde-lo.  

Jogou água gelada em seu rosto, a esfregando pela face em seguida. Suspirou e observou seu reflexo, percebendo as grandes olheiras abaixo dos olhos e as rugas de preocupação em volta dos mesmos. Enxugou sua cara com uma toalha, suspirando novamente, e descendo para o térreo, encontrando Romelle brincando com Cosmo. A garota vestia uma regata branca e uma bermuda jeans. Seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo, por ter saído para comprar comida no mercado. Olhou para a morena, sorrindo.

- Oi! – Disse, animada. A coreana deu um sorriso fraco.

- Oi. – A respondeu, indo para o seu lado e se sentando no sofá. Ficou brincando com os dois, até ouvir uma batida na sua porta, se levantando e indo em sua direção. A abriu, encontrando todos os paladinos. Sorriu para eles, acenando. – Olá, garotos.

- Ei, Krolia! De buenas? – Lance perguntou, a abraçando e chegando perto da loira, que o cumprimentou.

Todos passaram pela porta, conversando com a mesma, até Pidge e Matt passarem, segurando duas bolsas gigantes e pesadas. A mais velha arqueou a sobrancelha.

- O que é isso? – A asiática perguntou, trancando a porta em seguida.

- Tralha nerd, Krolia. – O cubano falou, interrompendo a italiana que iria dizer algo. Os irmãos reviraram os olhos.

- O nome disso, Lance, é invenções que podem salvar sua bunda mole. – O latino arregalou os olhos, indignado.

- A minha bunda é bem dura, ‘pra sua informação! – Cruzou os braços, bufando.

Alguns riram, enquanto outros apenas negavam com a cabeça, com as bochechas coradas.

- ‘Tá, mas não é sobre a sua bunda que isso aqui é! – A garota falou, com os olhos brilhando, e colocando a mão dentro da mochila. Tirou sua mão de lá, mostrando a todos um capacete branco com detalhes verdes, fazendo todos brilharem os olhos e falarem “uoh”. Katie sorriu, convencida. – Pode crer, né? – Disse, com os olhos fechados e concordando consigo mesma. Sentiu o objeto ser tirado de sua mão e abriu as pálpebras de supetão, a procura de sua “arte”. Sua cabeça ferveu ao ver quem o tinha pego.

- Que irado, Pidge! – O latino praticamente gritou, olhando o capacete em suas mãos, encarando-a em seguida. – Mas me diz aí, onde é que ‘cê comprou isso? – Arqueou a sobrancelha e a menina pegou sua invenção novamente.

- Eu que fiz, Lance! E para de mexer no meu capacete! Ele é meu! Meu! – Enfatizou o “meu”, guardando o objeto novamente. – O seu ainda ‘tô fazendo. – Falou, tirando outros dois capacetes, um preto e outro rosa, os entregando à Shiro e Allura, respectivamente. Eles arregalaram os olhos.

- ‘Pra que isso? – A britânica perguntou, com a sobrancelha levantada. – Você quer que nós usamos isso para...?

- ‘Pra se infiltrarem no Galra Empire, obviamente. Dã. – A mais nova revirou os orbes.

- Você quer que nós dois entremos lá sozinhos? – O japonês perguntou também, fazendo a europeia bufar.

- Só peguem logo eles e vejam se cabem no cabeção de vocês! – Praticamente jogou os objetos nos peitorais de cada um, que se assustaram, pegando os capacetes. – Vão, podem testar. – Falou, pegando uma garrafinha de refrigerante e abrindo a tampa, colocando um canudinho ecológico e bebendo um pouco.

Os noivos se entreolharam e deram de ombros, colocando em suas cabeças. O rosa entrou perfeitamente no crânio da mulher, e o mesmo ocorreu com o asiático.

- Pronto, Pidge, coube. Posso tirar agora? – A inglesa fez a pergunta, encarando a menor, que negou com a cabeça, ainda sugando o canudo.

- Vão os dois lá em cima e vejam se o microfone ‘tá pegando. – Os dois a obedeceram, subindo as escadas e testando os capacetes. – E aí? – Perguntou, dando outro gole. Ouviu eles assentirem e voltaram para o térreo.

- ‘Tá muito top, Pidge. – Allura falou, com os olhos brilhando e tirando o objeto de sua cabeça e entregando para a menor, que negou. A maior arqueou a sobrancelha e a outra sorriu.

- É de vocês. E – Abriu a mochila novamente, tirando mais coisas lá de dentro. – tem isso aqui também. – E mostrou um conjunto de armaduras brancas com detalhes em rosa e outra em preto. Os olhos dos mais velhos brilharam e pegaram elas das mãos da garota, que sorria convencida. – É, eu sei que sou foda. – Ouviram uma tosse forçada e a europeia revirou os olhos, apontando para o irmão. – E com a ajuda do Matt também. Mas eu fiz praticamente tudo. – Sentiu um tapa na sua nuca, dado pelo loiro. A mais nova coçou o local dolorido, grunhindo.

- Isso é incrível, Holts! – Shiro falou, voltando da parte superior, já vestido com a armadura e sendo seguido pela britânica, que sorria mostrando todos os dentes. O italiano deu um assobio.

- Isso sim é que é obra prima. Shiro, ‘cê é o maior gato. – As bochechas do japonês coraram com a fala do europeu, fazendo todos rirem ali.

Katie rodeou os dois, com a mão no queixo, pensando. Puxou o braço do platinado para cima, olhando a região de sua axila. O soltou e levantou seu pé, o fazendo quase cair, e se segurar em Allura. A mulher deu uma risada, recebendo um olhar de raiva em troca. A de óculos deu apenas uma olhada na de rosa, assentindo para si mesma e soltando o pé do mais velho.

- ‘Tá ótimo. – Disse, simplicista. Foi para perto de seu irmão e pegou sua bebida, mordendo o canudo. – Talvez eu possa dar uma melhorada no design. – Falou, sem olhar nos rostos de ninguém.

- Já ‘tá bom assim, Pidge. – A platinada a interrompeu, retirando o capacete, o que fez seus cabelos se desmancharem do coque simples e caírem pelos seus ombros. – Não precisa de mais nada. – A respondeu com um “hum” e encarou Lance e Hunk.

- Eu ainda ‘tô no reparo do de vocês. – Os olhos do samoano se arregalaram.

- Como assim “os nossos”? – A menina arqueou a sobrancelha.

- Ué. ‘Cê mesmo disse que queria ajudar. Desistiu? – Ele encostou os dedos indicadores.

- Sim, óbvio que eu quero ajudar, mas eu achava que eu ajudaria daqui. Não ir lá e lutar. Vocês sabem que eu não sei bater nos outros.

- É, mas a diferença é que esses “outros” machucaram o Keith. – Lance, disse, cruzando os braços, com raiva. Os amigos se entreolharam.

- Desculpa, cara. – O oceânico disse, coçando a nuca. O cubano arqueou as sobrancelhas, se virando para ele, e negando com a cabeça e as mãos.

- Não, me desculpa você. – Falou, olhando o chão. – Não devia ter falado daquele jeito. Desculpa. – Abraçou seu próprio corpo. – Eu posso ir embora? É que eu ‘tô com fome. – Comentou, já abrindo a porta, mas foi parado por Krolia, que a fechou, sorrindo.

- Eu vou com você. Eu ‘tô precisando sair um pouco desse lugar. – Disse, com os olhos desfocados, mas sorrindo novamente. – Me segue. – O chamou com a mão para outro cômodo. – Podem conversar enquanto estamos fora. Vem, Lance.

Foram para a cozinha e a coreana abriu uma portinha no chão, que dava no sistema de esgoto. Os olhos do latino brilharam.

- Não! Como você tem coisas tão fodas? – Perguntou, animado, fazendo com que a morena risse nasalmente. Desceram pela escada, encontrando uma moto preta. O acastanhado foi em direção ao veículo, tocando no estofado. – Bela garota você tem. – Agradeceu, pegando dois capacetes e entregando um para ele, que o colocou, sendo imitado pela asiática. A mulher se sentou na garoupa, sendo abraçada pelo de olhos claros que ficou atrás dela. Ela girou a chave e apertou no acelerador, andando rápido demais para o gosto de Lance. – Vai devagar! – Gritou para a mesma escutar. Já estavam na rua e a maior apenas riu, fazendo o que lhe foi pedido. Foi até um café, estacionando a sua motocicleta e deixando o capacete nela. – Qual o nome dela? – O menor perguntou, com as mãos nos bolsos da jaqueta. A mais alta arqueou a sobrancelha.

- Nome de quem? – Lhe fez a pergunta, passando pela porta de vidro do local.

- Da sua moto, oras.

- Bem, ela não tem nome. – O mais novo arregalou os olhos, indignado.

- Como não tem um nome? Temos que mudar isso. – Falou, se sentando na cadeira. – Diga-me um nome que lhe traga felicidade.

- Não sei. Por que você não escolhe? – Cruzou os braços, sorrindo.

- Porque não é assim que se faz. A moto é sua, você escolhe. Vai! – Afinou a voz, animado. A mulher olhou para cima, pensando.

- Eu sinto muita falta da Coréia. – Voltou a encara-lo, que sorria abertamente.

- Ótimo! O nome dela pode ser Korean! – A mais velha segurou o riso. Parecia Keith inventando nomes quando tinha seis anos.

- Claro, a vontade. – Pegaram os cardápios e fizeram seus pedidos, esperando.

Alguns minutos depois, Krolia ouviu um suspiro vindo do menor, que cruzou os braços e fechou a cara. Arqueou a sobrancelha.  

- Algum problema? – O cubano a encarou, voltando a olhar a mesa em seguida.

- Só... me sinto culpado pelo o que eu fiz com o Keith. – Falou baixo e receoso, como se tivesse medo da reação da mais velha. A maior estreitou os olhos.

- O que quer dizer? – Ele olhou pela janela, como se tivesse algo mais interessante lá.

- É eu fiz uma besteira, Krolia. Eu falei merda ‘pro Keith. Mas ele já me desculpou, não estamos mais brigados, não se preocupe. – A mulher deu uma risada anasalada.

- É bem a cara do Keith te desculpar na hora. Ele te ama muito, Lance. – As bochechas do mais novo se avermelharam e ele deu um sorriso envergonhado. Coçou a nuca.

- É. É realmente bem a cara do Keith mesmo. – Deixou de sorrir, o que fez a coreana parar também. – Mas o que eu disse a ele... não tem perdão. – Abraçou seu corpo, com os dentes trincados e os olhos semicerrados. – Eu o chamei de monstro. De monstro. Ele é a melhor pessoa que eu conheço no mundo! Ele nunca poderia ser um monstro. Eu é que sou. – O menino sentiu lágrimas caírem de seus olhos, e os coçou com as costas da mão, dando uma risada forçada. – Me desculpe. Se ficar com raiva de mim por ter feito isso com o Keith, pode ficar. Eu vou entender. Eu mereço isso.

Lance viu uma movimentação a sua frente e percebeu que a mais alta tinha se levantado e saído do seu campo de visão. O acastanhado não se importou. Ele merecia aquilo. Merceia que a sua sogra passasse a lhe odiar. Merecia que o seu namorado não o amasse mais.

Deu um pulo quando sentiu braços ao seu redor e abriu as pálpebras, vendo a morena sorrindo terna para si.

- Não vou ficar com raiva, Lance. Nem o Keith. Ele já te perdoou pelo o que você mesmo disse. E eu não poderia ficar com raiva, porque se fosse eu no seu lugar, eu provavelmente iria jogar a primeira coisa que viesse na minha frente nele, xinga-lo com todas as minhas forças e aí sim eu iria abraça-lo e chorar. – O menor deu uma risada fraca, a abraçando de volta. Você não merece sofrer, Lance. Nem você, nem o Keith. E é por isso que vamos tira-lo de lá e vocês dois finalmente poderão ser felizes. – Falou, acariciando as madeixas amarronzadas do menor, que estava de olhos fechados, apenas apreciando o carinho e as palavras proferidas para ele. – Ah, a propósito, eu tenho uma coisa ‘pra você. – Falou, abrindo a bolsa e retirando um caderno antigo de lá. o segurou com as suas duas mãos, sorrindo tristemente. Voltou a encara-lo. – Esse foi um presente do meu marido de quando ele morreu. É o diário de recordações dele e ele queria que eu o entregasse ao Keith, ‘pra ele continuar a escrever. Ainda tem muitas folhas em branco. Mas eu não vou dá-lo a Keith. Vou dar a você. – O garoto arregalou os olhos.

- O que? Por que? Não, você deve dar ao Keith. Ele é seu filho e o pai dele queria que a senhora desse a ele e-

- Lance. – O interrompeu. – Eu quero dar a você agora, mas o diário é dos dois. Eu também já escrevi nele. Digamos que é um diário... ‘pra todos escreverem. É sempre bom ter uma lembrança a mais. E eu não prciso mais dele. Por isso mesmo, ele é seu agora. – Falou, o entregando ao mais novo, que o pegou, dando um sorriso envergonhado.

- Obrigado.

- E faça um favor a si mesmo e pare de se culpar por algo que você não fez. Acredite em mim, não foi o único que errou com o Keith. – Disse baixo, o que deixou o mais novo curioso. Será que eles tinham brigado ou coisa parecida? – Você está curioso, não é? – O mesmo assentiu e ela suspirou, se separando dele, mas segurando sua mão. – Isso foi no dia em que ele foi dito como morto. Ou no dia anterior. Ele tinha uma missão importante da Blade of Marmora e eu falei que ia ser muito perigoso e que ele podia ter medo. – O latino arregalou os olhos.

- E ele odeia ser chamado de covarde. – Sussurrou e a mesma assentiu.

- Brigamos por causa disse e ele decidiu que a melhor coisa a fazer era fugir. Mas ele acabou se fodendo, como eu sabia que ia acontecer. – Bufou e cruzou os braços, rindo junto a Lance. Ao pararem, ela olhou para a mesa, ainda sorrindo. – Isso foi tão errado. Há alguns meses eu ‘tava chorando por causa dele. E agora eu ‘tô feliz por causa dele. Eu não sei mais o que sentir. – Riu de nervoso, mas se recompôs logo depois, num suspiro. – Eu só não sei o que sentir. – Falou, segurando a testa com uma das mãos.

- Acho que o que você precisa é relaxar. – O encarou, sorrindo.

- Tem um pouco de droga com você? – Os olhos do mais baixo se arregalaram.

- NÃO! – Gritou, chamando a atenção de todos, o que fez suas bochechas esquentarem e ele se encolher na cadeira, tentando esconder o rosto com o cardápio. – Não foi isso que eu ‘tava querendo dizer! – Falou num sussurro. – Eu queria dizer ‘pra você tirar umas férias. Ir ‘pra praia, ou sei lá. – Disse, colocando o cardápio na mesa novamente. – Díos mío, você é igual ao Keith. – O de olhos claros fechou a cara, o que fez a maior sorrir.

Seus pedidos chegaram e eles conversaram sobre coisas banais, rindo diversas vezes, como duas crianças. Saíram de lá e voltaram para a casa da mulher, que, ao chegar lá, percebeu que todos já tinham ido embora e decidiu dar uma carona ao Lance. Parou em frente à residência do rapaz, que desceu da moto e agradeceu, indo em direção a porta. Ouviu seu nome ser chamado e se virou para a coreana, que sorria. Ela segurava o capacete com um dos braços, enquanto o outro segurava no acelerador. Estava sentada, com um dos pés no chão, se segurando para não cair.

- Boa noite, Lance! – A mesma gritou, colocando o capacete e se preparando para ir embora. O acastanhado sorriu.

- Boa noite, sogrona! – Gritou de volta e pôde escutar uma risada. Ela deu partida e foi embora.

O garoto observou a mais velha sumir na esquina e se virou para a porta, a abrindo e depois, girando a chave para tranca-la.

 

Lembre-se de tudo que queríamos
Agora, todas as lembranças estão assombradas
Nós fomos feitos para dizer adeus
Mesmo com o rosto erguido
Isso nunca teria funcionado do jeito certo
Nós nunca fomos feitos para fazer ou morrer

Eu não queria que nos consumíssemos, eu
Eu não vim aqui para te machucar, agora eu não consigo parar

Saiba que te amo tanto
Eu te amo o suficiente para te deixar ir

Eu quero que você saiba
Não importa
Onde nós tomamos esta estrada
Mas alguém tem que ir
E eu quero que você saiba
Você não poderia ter me amado melhor
Mas eu quero que você siga em frente
Então eu já fui
Então eu já fui

Lembre-se de todas as coisas que queríamos
Agora, todas as lembranças estão assombradas
Sempre fomos feitos para dizer adeus
– Already Gone, Slepping at Last


Notas Finais


Bom, foi isso, espero que tenham gostado!

Me desculpem qualquer erro e tchauuu~


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