Já estava amanhecendo quando eu li o último capítulo de "No corredor dos cobogós". Não imaginava que fosse gostar tanto, não sou muito de ler livros contemporâneos.
Mas esse, foi realmente muito empolgante, eu o devorei em horas. Vladimir tinha razão sobre ser uma leitura cativante. Não era atoa que parecia animado que eu lê-se para comentar as suas opiniões comigo. Eu me espreguiço, sentindo uma dorzinha nas costas. Ler várias horas seguidas tem o seu preço.
Me levantei da poltrona e fui em direção a estante. Coloquei em seu devido lugar e caminhei para fora da biblioteca. O hall estava completamente vazio, provavelmente estavam se preparando para dormir antes dos raios de sol cair sobre a mansão. Subi a escada e fui ao meu quarto.
Mas antes que eu pudesse pegar a maçaneta, escutei uma voz que era bastante familiar...
-E-Elena?
Eu me viro para encara-lo. Ivan.
Lá estava ele, no final do corredor. Ele se aproxima à passos lentos, parecia nervoso ao falar comigo. Cinco meses haviam se passado desde o meu acidente na janela.
Foi difícil pra mim aceitar a minha nova condição, mas consegui superar com o passar dos dias (e um pouco de conversa com o Raphael). E logicamente, não foi fácil conviver com o Ivan, que não era mais do que culpado nessa situação toda.
Mas o tempo foi generoso conosco e nos deu a chance de recomeçar do zero. Não me considerava "amiga" dele, nós nem tínhamos muitas conversas diariamente...
-Olá Ivan. Bom dia.
Ele estava com a sua roupa básica de sempre.A sua capa que tampa metade do seu rosto. A sua camiseta preta com detalhes brancos e uma calça jeans.
Ele olhou para mim com uma certa insegurança, como se o que ele fosse me dizer não me agradaria.
-Me desculpe incomoda-la, mas acho que seria bom nos conversarmos sobre algumas coisas pendentes há um tempo...
Eu pisquei, perplexa. Ela finalmente me contaria do seu passado? Depois de tantos desvios e desculpas esfarrapadas?
Cruzei os braços e olhei para ele.
-Bom...claro, pode ser no meu quarto? Será mais tranquilo aqui.
Eu vi as suas bochechas ruburizarem, ele olhou pra mim com um sorriso tímido no rosto. Meu coração amoleceu nesse momento, o seu jeito de reagir é tão...fofo.
Embora já tenha visto milhares de vezes.
-C-Claro! Pode ser.
Abro a porta do quarto para deixá-lo passar e entro logo em seguida. Fechei a porta e me sento ao lado de Ivan na cama. Ele encarava e apertava as mãos de um jeito nervoso, como se não soubesse como começar...
-E-Eu...é...
De repente, o seu semblante ficou triste, angustiado. Como se tivesse um nó na garganta, impedindo de falar. Meu coração ficou apertado ao vê-lo assim. Instintivamente, coloquei a minha mão sobre a sua, afim de tranquiliza-lo. Ele olhou para mim, surpreso.
-Está tudo bem, não vou forçá-lo a me dizer. Tome o tempo que precisar. Eu estarei aqui, ao seu lado...
Dizia isso com um sorriso no rosto. Por que fiquei tão carinhosa de repente?
Depois de alguns segundos, ele se vira para mim com o rosto neutro. Mas ainda mantendo o nosso contato delicado.
Ele começa a me contar sobre os seus fantasmas. Há alguns anos atrás, Ivan era bem diferente do que era hoje. De acordo com as palavras dele, ele era um verdadeiro festeiro, que vivia de festas no Moondance. Em uma dessas noites de bebedeira, Ivan começou a diminuir o seu melhor amigo, Loic. Afim de "impressionar" a sua namorada, Constance.
E com isso uma grande briga começou, Loic e Ivan começaram a brigar violentamente do lado de fora do Moondance. Em meio a isso, Loic acerta um soco em Ivan, que cai de costas e bate a cabeça em um muro. Depois disso tudo ficou preto.
Logo depois disso, Ivan foi encontrado por Aaron. A onde ele foi levado a mansão. E tudo aconteceu...
Ele havia passado por muita coisa. Ser um vampiro estava acabando com ele, mas aos poucos ele ia se habituando com o mundo da noite.
Ficamos calados por longos segundos, sem saber o que dizer...
-Ivan...Eu sinto muito...
-Está tudo bem. De qualquer forma, não adianta lamentar pelo passado. E para seguir em frente, tenho que supera-lo, ou me afogar nele para sempre.
Suas bochechas ruborizaram novamente.
-E eu...não quero me perder nele. Não agora que tenho uma razão importante...
Ele me olhou no fundo dos olhos, entrelaçando as nossas mãos. Fiquei arrepiada ao sentir a sua pele na minha.
-Elena, nunca haverá palavras para dizer o quanto eu sinto o que eu fiz à você. Mas eu quero que saiba...Que farei de tudo para fazer isso ser prazeroso pra você. E sei que dizer isso é tarde, mas estou disposto recuperar o tempo perdido.
Conseguia escutar o meu coração palpitar no peito. Estava surpresa e curiosamente...feliz. Eu apertei a sua mão na minha.
-Estou disposta a me esforçar para que a nossa ligação se torne prazerosa, Ivan. E juntos, vamos conseguir superar tudo isso.
Meus olhos se arregalaram quando senti o seu corpo abraçar o meu. Senti um calor absurdo subir nas minhas bochechas. O nosso abraço durou um tempo até que ele me soltasse, estava tão vermelho quanto eu. Nos encaramos e soltamos uma risada.
Começamos a conversar sobre várias coisas: livros, gostos musicais, filmes. E nem vimos as horas se passando...
Estavamos deitados lado a lado na cama, olhando para teto do quarto. Virei o meu rosto para olha-lo e o peguei olhando para mim. Nossos olhares se encontraram, e lentamente...muito lentamente...Nossos lábios se uniram.
Ele passou o braço na minha cintura para colar os nossos corpos. Estávamos em perfeita harmonia. Senti os seus lábios passearam na minha pele, me fazendo contorcer cada vez mais em suas carícias. Passei a mão debaixo da camisa para acariciar o seu abdômen. Senti o seu corpo ficar arrepiado pelo o meu toque.
Suas mãos vieram acariciar as minhas coxas, e logo em seguida as apertando, me fazendo soltar um gemido. O beijo se tornava mais feroz, mais selvagem. Estávamos completamente sedentos um pelo o outro.
Tomando a iniciativa, baixei a alça do meu vestido, deixando amostra as minhas partes de cima. Ele veio mergulhar o seu rosto nos meus seios. Sentia a sua língua saboreando tudo o que ela podia tocar, estamos em um caminho sem volta...
E eu quero isso.
-I-Ivan...Eu te desejo...
Vi um sorriso lindo se formar no seu rosto corado. Ele queria tanto quanto eu.
Deixei ele tomar às rédeas, com carinho, ele me vira na cama, fazendo eu ficar de costas pra ele. Ele me ajuda tirar as minhas últimas peças de roupa e ele faz o mesmo.
Estávamos completamente nus agora. Ele se posiciona atrás de mim, pronto para investir contra mim. Eu aperto os lençóis, meu corpo treme de ansiedade para ter esse corpo se fundindo a mim.
Lentamente, ele começa a investir. Esmago os lábios para não deixar nenhum gemido me escapar. Meu Deus, como é bom...
Consigo sentir a sua respiração ofegante acariciando o meu pescoço, ele treme de desejo assim com eu.
Sinto que estamos chegando ao ápice. Solto um grito de prazer quando sinto o líquido quente tomar conta de mim.
Nossos corpos estavam molhados de suor, nossas respirações ofegantes em perfeita harmonia. Ele caiu ao meu lado da cama, com um belo sorriso no rosto. Eu retribuo o sorriso.
-Foi...maravilhoso, Ivan.
-Sim...Perfeito...
Ele fica pensativo por uns instantes, mas logo volta o seu olhar no meu.
-Elena, eu sei que é cedo...E talvez você não esteja preparada...mas...
Vejo as suas bochechas ficarem vermelhas enquanto ele olha pra mim de um jeito apaixonado.
-Eu te amo, obrigado por ser a luz do fim do túnel. Obrigado por ser a minha luz. Sinto que posso passar por qualquer coisa com você ao meu lado.
Lágrimas grossas começam a cair do seu rosto. Meu coração fica apertado, sinto a emoção tomar conta de mim. Vou até ele e o abraço.
Ficamos naquela posição por alguns minutos até sentir o sono me invadir. Percebendo a minha exaustão, ele pega uma coberta e à leva até os nossos ombros. Eu me aconchego nele e fecho os olhos. Meu coração estava aquecido com os últimos momentos, e sinto que só irá melhorar.
Percebo a escuridão tomar conta do quarto. Nos indicando que a noite havia chegado...
Três semanas se passaram, e tinha a impressão que não existe mais uma tempestade ao meu redor, só havia luz. Eu refletia enquanto pentiava o meu cabelo na frente do espelho. Estava usando um vestido vermelho vivo com um coque simples enquanto me preparava para descer. Conseguia escutar os passos da multidão no andar de baixo, me indicando que a festa estava a todo vapor no grande salão.
Após terminar de passar o rímel, me olho no espelho mais uma vez antes de sair. Perfeito.
Paro no meio dos degraus da escada enquanto procurava o Ivan pela multidão. A onde está esse loiro?
Logo na frente, percebo Beliath brincando com o copo entre as mãos, enquanto conversava com umas garotas. Ele tinha um sorriso malandro no rosto. Não muito longe dali, Aaron e Raphael conversavam calmamente no canto da sala, ignorando a balbúrdia ao seu redor.
Vladimir estava afastado de todos, encarava a aglomeração a sua frente com um olhar de impaciência e preocupação. Caminho até o grande salão e continuo a procurar o meu vampiro.
Mas antes que eu pudesse perceber, Ivan estava no meio da sala, olhando diretamente pra mim. Estava com as suas roupas básicas, mas sem a capa dessa vez.
Antes que eu pudesse chamar o seu nome, uma música clássica toma conta do salão, fazendo todos ao redor formarem pares e começarem uma valsa lenta. Ele estende a mão para mim, com o seu sorriso tímido de sempre.
Com o meu coração se enchendo de calor por conta do momento, caminho até ele e lhe dou a mão. O seu braço passa pela minha cintura para me colar com a sua pele, entrelaçamos as nossas mãos e seguimos o ritmo da valsa.
Meus olhos o devoravam por completo. Cada expressão. Cada movimento. Cada sorriso...
Passo a minha mão na sua nuca e o puxo para um beijo ardente, ignorando todos ao redor. Seus braços me apertaram desesperadamente, sedento por esse contato.
Nossas línguas exploravam cada centímetro das nossas bocas, insaciáveis...
Meu corpo vibrava por conta da paixão arrebatadora que eu sentia por Ivan. E saber que compartilhavamos esse sentimento, era...mágico.
Um futuro começa a se estender diante de mim, um futuro que eu nunca imaginei querer ter um dia. Que agora, era o que eu mais almejava.
Ivan cola as nossas testas e rimos da situação. Sentindo o meu coração dançar junto com a melodia, eu digo:
-Eu te amo...
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