Demi acordou e tentou se espreguiçar, o que foi em vão, já que algo lhe impedia. Ela então abriu os olhos e se deu conta de que Justin estava dormindo de conchinha com ela. Ela sorriu boba e tentou se levantar, ele se remexeu um pouco, mais não acordou.
Demi se levantou e foi até o banheiro, onde tomou um banho relaxante, se lembrando da noite anterior, com certeza fora um noite inesquecível, mas o que viria agora? Justin a trataria com indiferença como sempre fizera?
Demi espantou seus pensamentos e terminou seu banho, foi até o closet se vestiu e voltou para o quarto, onde Justin ainda dormia tranquilamente. Ela foi até o lado da cama onde ele estava e se abaixou.
- Eu te amo – Demi disse, fazendo carinho em seus cabelos bagunçados.
Justin se remexeu e Demi se assustou, será que ele ouviu o que ela disse? Justin abriu os olhos e fitou Demi, que corou na hora.
- Bom dia – Demi disse, se levantando.
- Bom dia – Disse Justin desanimado, o que fez Demi soltar um suspiro triste.
- Bom, eu vou preparar o café da manhã – Demi disse, sem graça.
- Porque Rose não faz isso? - Perguntou Justin se espreguiçando.
- Rose agora só trabalha as terças e quintas.
- Porque isso? - Justin perguntou, enquanto se sentava na cama.
- Ela precisa cuidar da mãe que está doente – Demi disse, meio triste, era muito apegada a Rose.
- Hum, entendi. Acha que pode cuidar de tudo sozinha por aqui? - Justin perguntou.
- Sim, afinal não tenho mais nada para fazer. Vou preparar o café da manhã senão você vai se atrasar – Demi disse, indo para a cozinha.
Justin suspirou e foi até o banheiro tomar seu banho.
Justin não sabia porque, mas estava angustiado, como se algo ruim fosse acontecer. Tentou tirar isso de seus pensamentos mas não conseguiu. Ele se arrumou e desceu para tomar café. Encontrou Demi distraída lavando algo na pia e abraçou-a por trás.
Demi se arrepiou dos pés a cabeça, sabia que era Justin, jamais confundiria aquele toque. Mas porque isso? Justin nunca a abraçou dessa forma, sem ter um “motivo”. Demi virou-se de frente para ele, e viu que ele estava triste.
- O que houve? - Perguntou, enquanto acariciava seu rosto.
- Nada – Resmungou e se afastou dela, porque abraçou-a?
- É sim, me fala – Demi disse, terminando de lavar a louça, e se sentando junto dele.
- Não sei, estou me sentindo estranho – Disse fazendo um gesto, Demi não entendeu nada.
- Como assim estranho? - Perguntou-o.
- Nada, vou trabalhar – Justin disse, levantando-se.
- Mas você nem tomou café.
- Não estou com fome – Justin disse, em seguida pegou sua maleta e saiu, rumo à empresa.
Demi estranhou, nunca viu Justin daquela forma. Mas como Justin sempre foi “estranho” mesmo, decidiu não se importar muito. Tomou seu café da manhã, e foi limpar a casa.
Justin estava tendo um dia normal na empresa, nada de muito irregular. Quando chegou, leu e assinou alguns documentos, fez o que tinha que fazer e agora lá estava ele, olhando pela janela de seu escritório.
A rua movimentada como sempre, pessoas apressadas, atrasadas e até mesmo outras correndo de um lado para o outro. Justin estava se sentindo completamente angustiado, como assim? Nunca se sentiu daquela forma. Porque estava daquele jeito?
Quando voltou ao trabalho, sua secretária informou-lhe que sua mãe havia ligado, disse que precisava falar com o mesmo urgentemente. Ela havia tentado ligar para o seu celular várias vezes, mas o mesmo só dava caixa postal, pois estava sem bateria.
Justin entrou em sua sala e sentou-se em sua cadeira, pegou o telefone e discou o número da casa de sua mãe, mas o mesmo chamou até cair, então ligou para o celular da mesma. O que ela queria falar com ele? Urgentemente? A cada toque, Justin sentia o ar lhe faltar e a angustia aumentar. Até que sua mãe atendeu.
- Alô – Disse, chorosa.
- Mãe? O que houve? - Perguntou ele, assustado.
- Fi...lho – Patrícia disse, soluçando por causa do choro.
- Mãe porque está chorando? Me fala mãe, o que houve? - Justin perguntou, precisava saber o que estava acontecendo.
Justin nada ouviu como resposta, a não ser o choro excessivo de sua mãe.
Era algo que ele realmente queria saber, era uma sensação ruim. Justin tentou espantar os pensamentos e voltar ao trabalho, o que não teve muito sucesso. Mas conseguiu se distrair durante o almoço junto com Liam, Ryan e Chaz.
Justin passou aos mãos pelos cabelos nervoso, o que estava acontecendo afinal? Porque sua mãe estaria daquela forma? O que estava acontecendo meu Deus? Seria algo com Demi? Só de pensar no fato, sentiu seu coração apertar.
- Filho? - Ouviu a voz de seu pai do outro lado da linha.
- Pai, pelo amor de Deus o que está acontecendo? Algo com a Demi? - Justin perguntou desesperado.
- Não filho, não é nada com a Demi – Jeremy disse, e suspirou em seguida.
Mesmo sem perceber Justin sentiu-se mais aliviado, nada tinha acontecido a ela, a sua Demi.
- Ér... que... – Seu pai não sabia como dizer.
- Pai por favor, me fala o que aconteceu de uma vez? - Justin perguntou em um murmuro, sabia que não era nada bom.
- Seu primo, Alfredo, ele... - Jeremy não conseguiu terminar a frase, lágrimas já caiam por seu rosto.
- O que tem o Alfredo? - Justin perguntou, dando um pulo da cadeira.
- Ele sofreu um acidente – Jeremy disse de uma vez.
Justin sentiu o ar lhe faltar, como assim seu primo havia sofrido um acidente?
- Co...mo ele está? - Justin perguntou gaguejando.
- Nada bem, o acidente fora muito grave, os médicos disseram que somente um milagre para salvá-lo.
- Em que hospital vocês estão? - Justin perguntou-o.
Jeremy passou o endereço do hospital para Justin, que saiu transtornado até lá. Precisava vê-lo.
Alfredo era filho de seu tio Kenny, irmão de seu pai. Patrícia e Jeremy criaram Alfredo como se fossem seu filho, já que seus pais moravam na França e o mesmo não queria morar com eles na época. Justin e Alfredo foram criados como se fossem irmãos, sempre foram amigos, tinham um carinho muito grande um pelo outro. Mas um pouco antes de Justin se casar, Alfredo foi morar com os pais na França, e desde então nunca mais voltou.
Justin chegou ao hospital e foi diretamente para a sala de visitas. Onde encontrou seus pais, chorando. Jeremy quando viu o filho, se levantou e foi até ele o abraçando, ambos choraram. Justin não conseguia dizer nada, apenas chorar, aquilo não poderia estar acontecendo.
Ele largou seu pai e se direcionou a sua mãe, Patrícia abraçou o filho, agarrando-o como se estivesse querendo comprovar que ele estava bem. Depois de alguns minutos ambos já tinham se acalmado um pouco.
- Porque não me contaram que Alfredo tinha voltado? - Justin perguntou, olhando para os pais.
- Ele chegou ontem de viajem, ele não quis lhe dizer nada porque queria-lhe fazer uma surpresa – Jeremy respondeu, estava abraçado à esposa.
- Ele estava indo justamente até a empresa quando sofreu o acidente – Disse Pattie, se pronunciando pela primeira vez.
Justin jogou a cabeça para trás em sinal de rendimento, aqilo não estava acontecendo. Nada poderia acontecer a Alfredo, seu primo, seu amigo, seu irmão.
Seu pai já havia lhe explicado que Alfredo estava passando por um cirurgia complicadíssima, e corria o risco de morte com ou sem a cirurgia. Precisavam tentar de tudo para salvá-lo, Alfredo não poderia morrer, isso não. Lágrimas rolaram por seu rosto somente em pensar nessa hipótese.
“Ele não” - Justin gritou em pensamento.
No momento em que o médico adentrou a sala, com uma cara nada boa.
- E então doutor? - Jeremy perguntou-o.
- Ocorreu tudo bem não foi? Alfredo está bem não está? - Perguntou Justin levantando-se, no fundo ele sabia que não era isso não estava acontecendo, Alfredo não estava bem, ele sentia.
- Eu sinto muito, nós tentamos de tudo, mas ele não sobreviveu – Disse o médico.
Justin caiu ajoelhado, com as mãos no rosto. Jeremy foi até o filho levantando-o, enquanto a esposa se sentava, paralisada.
- Ele está mentindo pai, ele está mentindo – Justin gritava – Alfredo está bem.
- Justin meu filho, você sabe que isso não é verdade – Jeremy tentava acalmar o filho, sem sucesso.
- Diz pra mim pai, diz que é mentira dele – Justin dizia apontando para o médico – Diz que ele é um mentiroso pai.
- Justin meu filho, infelizmente ele está dizendo a verdade, Alfredo já não está mais entre nós – Jeremy tentava ser forte, mas estava destruído por dentro.
Jeremy colocou Justin sentado na poltrona, e foi resolver algumas coisas ali mesmo no hospital. Quando voltou, encontrou sua esposa abraçada a Justin, Patrícia chorava muito, enquanto Justin estava paralisado, como se estivesse em choque, sem expressão alguma no rosto.
Jeremy excitou em deixar Justin dirigir até em casa, sabia que o filho não estava em condições para dirigir, mas Justin simplesmente disse que iria embora, entrou no carro e se foi.
(...)
Demi estava desesperada e angustiada em casa, já estava tarde e nada de Justin chegar. Ligou para o celular dele, mas o mesmo só dava caixa postal, ligou então para empresa e a secretária de Justin lhe disse que ele havia saído há muito tempo, e não disse aonde ia.
Demi estava na sala, andando de um lado para o outro, quando ouviu um barulho de carro e em seguida a porta se abrir. Demi já iria reclamar com Justin, quando olhou-o e viu a cara com que Justin se encontrava.
Ele parecia em choque, sem expressão alguma no rosto, o que havia acontecido? Justin sentou-se no sofá e jogou a cabeça para trás com as mãos no rosto.
- Justin? - Demi chamou-o, sentando-se ao seu lado.
Ela não obteve resposta.
- Justin? - Chamou-o novamente, Justin olhou-a – O que houve? - Perguntou-o, fazendo carinho em seu rosto.
Justin nada respondeu, simplesmente abraçou-a e começou a chorar. Demi não sabia o que fazer, Justin Bieber chorando? Algo realmente grave havia acontecido, mas o que? Demi resolveu deixá-lo chorar, colocar tudo para fora. Depois de alguns minutos, Demi percebeu que ele havia parado de chorar e resolveu perguntar.
- Justin... - Ele se afastou dela, olhando-a – Me conta o que aconteceu? Porque você está assim? - Perguntou-o alisando seu rosto, limpando as lágrimas que teimavam em cair.
- Ele... se foi – Justin fungou.
- Ele? Ele quem? - Demi perguntou-o.
- O Alfredo – Justin disse, e voltou a chorar – Ele... se foi Demi.
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