P.O.V Harry
Assim que deixo Lottie em casa, um sorriso se instala em meu rosto, e penso que irá ser difícil tirá-lo.
Eu não posso descrever o quanto estou feliz, e isso é meio gay, mas foda-se!
Nenhuma garota já me deixou assim antes, não que eu me lembre. Estou de quatro por ela, devo admitir, e dane-se o que podem pensar, eu percebi, demorei, mas percebi que gosto dela e não quero machucá-la nunca mais!
Ligo o rádio, uma forma de tentar extravasar minha felicidade, e Come Together começa a tocar nos autos falantes do carro. Estou tão empolgado que quero gritar, mas suprimo a ideia ao imaginar o quanto eu pareceria um louco ao fazer isso, portanto só aumentei mais o rádio e cantei a canção junto.
Paro em um sinal e eu canto o refrão da música, e só então vejo, no banco do passageiro, que Lottie esqueceu sua mochila no carro. Penso que poderia entregar amanhã, mas a tentação de ver seu sorriso pelo menos mais uma vez hoje é muito maior!
Sorrio ao olhar a bolsa, o destino só podia me amar para me dar mais uma chance dessas...
Faço o retorno, sorrindo de orelha a orelha. "Você não pode estragar tudo Harry! Vá com calma", minha cabeça martela, e tem razão! Sei como Lottie é, e isso tudo pode ser demais para ela, então tenho de ir com calma, para seu bem e para não afastá-la de mim, já que sou ótimo nisso.
Chego rapidamente e estaciono novamente em frente a sua casa. Suspiro profundamente no caminho até sua porta, ensaiando o que falar, por que eu estava tão nervoso? Eu tinha acabado de vê-la, como sou idiota!
Paro em sua porta me aprumando, me preparando para tocar a campainha, até que escuto vozes alteradas, como se estivessem discutindo. E uma delas eu reconheço como sendo de Charlotte e a outra não consigo identificar, infelizmente.
Talvez tenha sido um erro voltar agora, é uma discussão em família, e não tenho que me intrometer...
Gritos.
Ou não!
Franzo o cenho e rodo a maçaneta rapidamente. Meu coração bate rápido no peito e eu respiro com dificuldade. Eu não acredito acredito no que meus olhos vêem: Jason pressionando, ou agarrando, Charlotte contra a parede a força, e ela tentando afastá-lo com os braços, sem muito sucesso. Ele tenta beijá-la sem ter consciência de eu estar vendo tudo!
Não sei o que há comigo, mas tudo fica em silêncio e desfocado volta, eu só vejo os dois e meu único pensamento é de que quero matar esse filho da puta!
Ela grita novamente, claramente chorando em desespero, e então tudo acontece muito rápido, em um segundo estou perto deles, arrancando Jason de perto dela com violência, desferindo, em seguida, um soco em seu rosto. Ele, por segundos, não entende muito bem o que acontece e com isso eu lhe dou outro soco, fazendo ele cair no chão com um estrondo.
Respiro pesadamente e olho para Charlotte praticamente grudada na parede, o rosto marcado em lágrimas e choque, e ao me olhar ela chora ainda mais. Seus braços estão cheios de marcas e hematomas vermelhos, que iriam ficar roxos mais tarde.
Me aproximo cautelosamente. Ela parece se assustar um pouco, e a abraço delicadamente. Ela chora livremente em meu peito, eu afago seu cabelo na tentativa de acalmá-la, mas ela não iria se acalmar, não agora! Não depois do que tinha acabado de acontecer. Ela não estava bem, eu sabia disso!
Beijo sua cabeça e a direciono para as escadas, para seu quarto. Eu iria cuidar dela, e seria uma honra fazer isso!
Subimos e entramos em seu quarto, ela passa por mim e se senta em sua cama, já havia parado de chorar e encarava o nada em silêncio.
Me aproximo devagar e sento ao seu lado te olhando, ergo uma mão e sou interrompido por ela:
- não me toque - diz de forma fria e se esquiva de mim sem me olhar. Eu abaixo minha mão e olho para minhas pernas, eu não sabia o que dizer.
- sinto muito - a primeira e única coisa que passou por minha cabeça. Ela levantou a cabeça, os olhos brilhantes e desolados, ela parecia tão vulnerável - se é que isso ajuda - acrescento e a olho.
- por que você voltou? - não era bem a pergunta que eu esperava.
- você esqueceu sua mochila no carro - dei de ombros - voltar me pareceu ser o certo a se fazer - aquilo era um pretexto, ela não queria falar sobre aquilo, mas não vou desistir dela, ela tem que saber que estou aqui por ela! - Lottie - digo suavemente. Ela voltara a encarar o chão - não finja que é forte, eu sei que é, mas não precisa ser o tempo todo - ergo minha mão novamente e boto em suas costas. Ela não recua e considero isso uma pequena vitória. Ela volta a chorar, mais intensamente. Meu coração se aperta de vê-la assim e dentro de mim eu juro, juro que vou matar Jason Crosby!
Minha mãopassa de suas costas para seu ombro, a puxando para mim. Ela, em segundo algum, exitou em se aproximar.
- eu nunca vou te machucar Lottie, nunca mais quero te fazer sofrer - digo afagando seus cabelos, enquanto ela chora em meu peito - você confia em mim para isso? - pergunto um tanto exitante de sua resposta.
- confio - ela diz baixo com a voz embargada, eu sorrio com sua resposta.
- eu também confio em você, e sabe de mais uma coisa? - ela levanta pouco sua cabeça e me olha nos olhos - Jason vai pagar por isso, e muito caro - ela quase sorri e eu lhe dou um beijo na testa.
Os minutos seguintesse resumiram em silêncio, até que deitamos e Lottie dorniu em meu braço. Já era tarde e eu precisava ir para casa, nãoque eu não quisesse ficar, na verdade, eu queria muito! O problema mesmo é minha mãe mandando mensagem o tempo todo, como a mãe protetora que é e atrapalhando o sono dela.
Deixo um pequeno bilhete em sua cabeceira, lhe dou um beijo no rosto e antes de sair do quarto, passo no banheiro e olho em sua mochila a procura de lâminas. Sei que Lottie sempre acana recorrendo a elas, como se solucionassem seus problemas e eu não quero mais vê-la machucada, não mais do que já está!
Acabo por encontrar duas em sua mochila, nenhuma no banheiro e uma na cabeceira. Ela vai ficar puta comigo? Provavelmente! Mas que se dane, não serei eu a patrocinar um possível suicídio, não mesmo!
Apago a luz e saio do quarto. Ela parecia um anjo dormindo, quase como se nada tivesse acontecido, quase.
Desço as escadas e encontro com Jason em pé no meio da sala, segurava um papel com sangue e em seu nariz havia uma marca também de sangue. Sua mandíbula estava num vermelho quase roxo e ainda assim eu queria quebrar a cara dela. Fazê-lo pagar por tudo que fez a pobre Lottie.
Ele me vê e abaixa o olhar. Isso meano desgraçado!
Avanço em passos largos até ele e logo estou em sua frente, respiro fundo para não dar outro soco nele, preciso manter a postura firme e fria:
- nunca mais ouse ticar em um fio de cabelo da Charlotte - digo rente a seu rosto e ele assente com a cabeça - ouviu? - grito.
- ouvi, Harry - me olha com provável ódio no olhar.
- onde estava com a cabeça? Ela é sua prima - ele parece aurpreso e chocado ao me ouvir falar isso - é, eu sei de tudo - digo com escárnio estampado em minha voz - você é deprimente, um porco imundo e não merece estar sob o mesmo teto que ela - ele fecha as mãos em punhos, eu rio secamente e o olho com frieza - experimenta tocar nela de novo, e não vou exitar em quebrar a sua cara - sou interrompido por uma porta se abrindo e revelando uma senhora simpática e sorridente.
- cheguei...ah, oi filho - sorri assim que nos vê - está com visitas - sorri para mim - não sabia que vocês eram amigos - eu olho para Jason, que encara a cena incrédulo.
- somos grandes amigos, não é Jay? - bato em suas costas "amigavelmente" e ela sorri - mas infelizmente tenho que ir, surgou um imprevisto - minto e Jason me olha com um olhar bizarro.
- oh, que pena - lamenta - eu iria convidá-lo para jantar!
- talvez um outro dia senhora Crosby - sorrio - mas agradeço mesmo assim - continuo sorrindo.
- não vou esquecer, hein Harry - diz com uma risadinha e sai da sala.
- até mais senhora Crosby - ela acena e sobe as escadas, me volto para Jason - acho que nos entendemos não é mesmo? - o olho desafiadoramente.
- por mim sim - sua voz me diz o contrário, mas foda-se.
- então até mais... Jason - digo e saio, batendo a porta, ouvindo em seguida um grito frustrado. Eu rio com isso.
Volto para casa, ainda com aperto no coração. Não queria deixá-la sozinha, não estando tão frágil do jeito que está!
Chego em casa e minha mãe me enche de perguntas, e ignoro a maioria delas e digo que estava com Louis. Ela sabe o quanto somoa próximos e me deixa em paz, pelo menos por enquanto.
Tomo um banho e deito na cama vestindo apenas uma box branca. Jogo o lençol branco sobre meu corpo e tento relaxar, mas é difícil quando se tem o melhor e o pior dia em um só.
Adormeço fitando o teto e a última imagem que vejo antes de adormecer, são os olhos marejados de Charlotte.
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