handporn.net
História Zenóbia: A magia além do arco-íris - Os Tariq convidam à formatura (Revisado) - História escrita por nikahgreenleaf - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Zenóbia: A magia além do arco-íris >
  3. Os Tariq convidam à formatura (Revisado)

História Zenóbia: A magia além do arco-íris - Os Tariq convidam à formatura (Revisado)


Escrita por: nikahgreenleaf

Capítulo 26 - Os Tariq convidam à formatura (Revisado)


Fanfic / Fanfiction Zenóbia: A magia além do arco-íris - Os Tariq convidam à formatura (Revisado)

 

Quando Alicia foi para a tenda indicada por Pio todos já estavam adormecidos em suas redes, exceto Inara, que comia amoras.

- Olá Alicia, achei que não vinha mais dormir.

- Estou sem sono.

- Quer uma amora? Estão tão doces.

- Não, obrigada.

- Tem certeza? Por que são as ultimas e tão doces... Que pena.

  Pio sorriu.

- Vejo que gostou muito das amoras, há mais delas na floresta, depois do lago.

- Jura? Podíamos ir buscar mais amanhã cedo não é Alicia?

- Na verdade queria ficar dormindo amanhã.

- O dia todo? Não seja tola, além do mais, eu nunca te pedi nada.

- Está bem Inara, amanhã colherei amoras com você.

- Que bom, então vamos dormir. Boa noite Alicia.

- Boa noite.

  Pio foi para a sua tenda.

  Na manhã seguinte Inara preparou uma cesta de pães e acordou Alicia.

- Vamos Alicia, esse é o melhor horário para colhermos amoras.

- Tão cedo, você falou para o Sadoc que íamos sair?

- Claro, ele disse que não há problema, agora acorde.

  Alicia demorou a se levantar, tinha olheiras e não estava muito animada com o passeio.

- Para que tudo isso de comida Inara? Não vamos ir tão longe.

- É que ainda não tomamos café e esses pães são deliciosos, sente só o cheiro.

- É, parecem bons.

  Alicia convidou Fernanda para ir.

- Estou tão cansada Alicia.

- Mas você adora amoras!

- Também tenho dor de estômago.

- É grave?

- Não, já vai passar, só preciso dormir mais um pouco.

  Também chamou Toribio.

- Combinei de aprender um novo jogo de cartas com Traful, fica para uma próxima vez senhorita.

  Inara e Alicia caminharam por cerca de meia hora, pararam para comer alguns pães, seguiram o rio, atravessaram parte da floresta, chegando ao lago, Inara quis sentar-se para comer mais pão, deram a volta pelo lago, Alicia não avistou nenhuma amora, Inara quis parar, disse que estava cansada, as duas deitaram-se em um tronco e Alicia acabou adormecendo, quando acordou Inara a fez caminhar mais, cansando-a por completo.

- Acho melhor voltarmos Inara, já deve estar na hora do almoço.

- E as amoras?

- Tudo que vejo são pinheiros e mais pinheiros, pinhas e mais pinhas, tenho quase certeza de que não há amoras aqui, nem fruto nenhum.

- Mas o Pio disse...

- Ele deve ter se enganado, já deve estar caducando, agora vamos voltar, estou cansada.

- Ainda é cedo e aquelas amoras são tão doces...

- Por acaso tinha alguma droga naquelas amoras? Deixa de ser gulosa mulher, há muita comida lá no acampamento cigano, depois você arranja mais dessas suas amoras suspeitas com o Pio.

- E se formos naquela direção? – Indicou um caminho. – Talvez haja amoras lá.

- Pois lá é que elas não estão, tenho certeza de ter visto um precipício naquela parte da floresta.

- Não sabemos.

- Pois eu tenho certeza.

- Vem, vamos dar uma olhada. – Pegou no braço de Alicia.

- Já disse que não vou Inara.

- Qual é o problema Alicia, tem medo de altura?

- E você não? Olha aqui, já passei por muitas coisas esses dias e caminhar na beira de um precipício não está na minha lista de diversão.

- Por acaso acha que eu a deixaria cair?

- Sei que não, mas eu sou desastrada e se caísse você não poderia fazer nada.

- Tem razão.

- Então vamos voltar agora, ou quer ficar aqui sozinha?

- Está bem, mas antes quero passar pelo lago para beber água.

  Foram até o lago. Inara parecia uma tartaruga caminhando de volta ao acampamento, enfim, quando estavam quase chegando depararam-se com uma pequena tenda laranja, havia duas ciganas na entrada.

- O que é isso? – Alicia já estava cansada de surpresas.

- Hoje será uma noite muito especial para os Tariq. – Uma delas respondeu. - Vocês não podem entrar em nossas terras vestidas assim.

- E quer que entremos como, nuas? – Alicia estava cansando-se.

- As senhoritas devem voltar ao rio, se banhar, depois retornarão a esta tenda para lhe entregarmos roupas apropriadas.

- Só podem estar de brincadeira!

- Calma Alicia, faremos o que elas pedem, senão não poderemos retornar ao acampamento.

- Quem disse que eu quero ir para lá Inara? Aí que raiva! Justo hoje, que eu queria ficar sozinha, pensando na minha formatura, mas não, até no meio de uma floresta eu não tenho sossego!

  Retornaram ao rio, se banharam, Alicia reclamou da água fria, depois foram até a tenda das ciganas, onde a garota recebeu um tratamento especial.

  Fizeram suas unhas, cachearam seus cabelos e lhe entregaram um longo vestido vermelho, bem característico dos ciganos, um lenço de ceda preto foi amarrado a sua cintura, recebeu brincos, um bracelete e pulseiras de ouro, uma para o pulso e outra para o calcanhar, batom rosado, pó de arroz e uma mistura de sombras que realçaram seus olhos, um lindo botão de rosa vermelha para por no cabelo e um pouco de perfume com cheiro amadeirado.

  Inara colocou um vestido verde, um lenço vermelho e um anel de ouro.

  Alicia olhou-se no espelho da tenda e mal se reconheceu. Há quanto tempo não se maquiava? Sentia-se como uma princesa. De pés descalços, poderia ser comparada a uma ninfa.

- Nossa. – Cutucou Inara. – Essa tal noite dos Tariq deve ser chique de doer.

- Senhoritas!

  Inara saiu da tenda, era a voz de Toribio, que estava acompanhado por Eanes, ambos com roupas ciganas, o elfo mais jovem parecia não estar muito confortável. Inara os cumprimentou.

- Olá senhores, como estão elegantes, a caráter para esta noite.

- Noite? – Alicia, afoita, saiu da tenda olhando para o céu escuro. – Nossa, eu nem percebi que anoiteceu.

- Como está linda senhorita. – Toribio beijou a mão de Alicia. – Não é Eanes?

- É... – Eanes demorou para responder, parecia chocado e ao mesmo tempo admirado, nunca vira Alicia de vestido. – Você fica bem de vestido. – Murmurou. – Quero dizer... – Recobrou a linha de raciocínio. – Nem parece mais um menino.

  Alicia fingiu não ouvir o comentário e notou os cavalos brancos.

- O que os dois fazem aqui com os cavalos? O acampamento é tão perto. Estão com preguiça de andar?

- Viemos busca-las. – Toribio respondeu.

- A essa distância? Eu posso muito bem ir a pé, obrigada.

- Não seja descortês Alicia. – Inara a cutucou. – Não temos sapatos. Já pensou o quão desagradável será caminhar por essa floresta descalças?

- É, deve ser muito ruim.

- Então senhorita... – Toribio sorriu para Alicia. – Quer que eu ou o meu irmão a leve até o acampamento?

- Eu posso escolher?

- Claro, é uma noite muito especial.

- E por que é tão especial?

- O meu irmão quer dizer que, na noite dos Tariq as mulheres escolhem os seus acompanhantes. – Eanes falou depressa, antes que Toribio estragasse a surpresa.

- E só nos sobraram os elfos? – Alicia colocou as mãos na cintura.

- Como? – Eanes ficou vermelho.

- Estou brincando gente, calma! – Alicia riu da cara deles. – Mas, se é para escolher, terei um imenso prazer em ser acompanhada por você Toribio.

- É uma honra para mim senhorita.

- Então eu o acompanho. – Inara sorriu para Eanes.

- Melhor companhia impossível. – Eanes beijou a mão de Inara, encarando Alicia.

  Cavalgaram até a entrada do acampamento. Estava completamente limpo, repletos de enfeites feitos com pinhas e flores. Havia dez mesinhas improvisadas com tábuas, toalhas coloridas e vasos de flores, também havia um pequeno palco, encoberto por cortinas vermelhas. O conjunto de mesas mais o palco formavam um circulo, no centro dele pétalas de flores foram cuidadosamente espalhadas pelo chão, tochas e lampiões iluminavam o cenário.

   Sadoc apareceu acompanhado de Fernanda, ambos vestidos com a tradicional roupa cigana.

- Olá senhoritas, elfos. – Sadoc saldou-os. – Reservei uma mesa na frente, próxima ao palco, para podermos curtir o show.

- Desde quando você usa a palavra curtir Sadoc? Aliás, você sabe o que é show? – Alicia, desconfiada, encarou Fernanda.

  A menininha sorriu-lhe

- Relaxa Li.

  Traful os levou a uma mesa, imediatamente o local ficou cheio de pessoas, todas bem vestidas e alegres, sentaram-se nas mesas. Quirá serviu vinho e água, seguidos de pão com uma espécie de patê de carne. Alicia estava intrigada. As cortinas vermelhas abriram-se, era Pio com sua banda, todos o aplaudiram.

- Obrigado. – Ele agradeceu. – Obrigado por comparecerem a essa festa, um pouco diferente, mas muito especial e importante para muitos jovens, um ritual de passagem e amadurecimento, uma festa de formatura, dedicada a nossa mais nova integrante, Esmeralda.

  A banda de Pio começou a tocar.

  Alicia arregalou os olhos de surpresa.

- Uma festa de formatura, aqui, pra mim? Não acredito!

- Ideia de sua irmã. – Quirá sorriu. – Para alegrar o seu rosto Esmeralda.

- Tudo isso é para mim Fê? Você se lembrou do dia da minha formatura, obrigada. – Deu um abraço forte em Fernanda.

- Calma Alicia, está quebrando os meus ossos!

- Obrigada Fê, obrigada a todos, não sabem o quanto isso significa!

- Na verdade sabemos. – Toribio levantou-se da mesa. – A senhorita Fernanda nos deu algumas aulas de dança e disse que eu tenho dois pés esquerdos, não acredito que isso tenha sido um elogio, mas como sou o seu acompanhante... Gostaria de dançar?

- Eu adoraria Toribio, obrigada.

  A música começou, tinha um ritmo frenético, Alicia aprendeu rápido os passos ciganos enquanto Toribio mal saía do lugar, ainda sim a garota continuava a sorrir, muito alegre.

  Foram servidas saladas, cabrito e farofa doce, havia muito vinho e suco de maçã. Alicia dançou boa parte da noite com os Tariq, já que Toribio se cansou rápido, todos dançaram um pouco, até Eanes, que demonstrou ser um exímio dançarino ao lado de Inara.

  A música parou. Houve uma apresentação de fantoches feita por crianças, depois Pio contou mais uma lenda em forma de teatro, o grupo de Traful também se apresentou com um show de malabarismo e cuspidores de fogo. Alicia aplaudia a todos, encantada. Foram servidos bolos e pães doces.

  Já era madrugada quando Quirá subiu ao palco.

- E agora, por maioria dos votos, vou anunciar o rei e a rainha do baile. Subam ao palco para receberem suas coroas, o encantador Toribio e a sua bela acompanhante Esmeralda.

- Isto está me cheirando a armação. – Alicia levantou-se, puxando Toribio até o palco.

  Quirá os abraçou colocando uma coroa feita com flores na cabeça de cada um.

- Minha querida Esmeralda, tão linda. – Apertou as bochechas de Alicia. – Agora cantarei uma canção para o rei e a rainha do baile dançarem.

- Dançar? De novo? – Toribio desanimou.

 Era uma bonita canção e lembrava a um tango. Contava a história de um homem com a alma de lobo e o coração de fogo, indomável, o primeiro Tariq, que saiu de sua casa para conhecer o mundo.

  Toribio pisou mais de uma vez nos pés de Alicia, ainda sim a garota sorria, sentia-se radiante com sua coroa e seu lindo vestido, nem se preocupava com a maneira como dançava ou com a opinião dos outros convidados que a observavam.

  Inara fez um comentário a Eanes.

- Nunca vi Alicia tão feliz, parece até uma dama da nobreza.

- Ela está mesmo diferente.

  A música acabou. Todos aplaudiram.

  Pio subiu ao palco com vários rolos de papéis na mão.

- Agora vamos fazer a entrega dos diplomas. Inspirados por essa diferente festa, peço permissão de Esmeralda para entregar o diploma a alguns de nossos jovens e amigos que aprenderam a ler e a escrever esse ano.

  Alicia concordou no mesmo momento.

  Pio começou a chamar alguns nomes. No palco subiram crianças, jovens e idosos, um senhor ficou tão emocionado que não parava de chorar, outro adolescente distraiu-se com os aplausos da multidão e caiu do palco. Levantou-se imediatamente.

- Eu estou bem! – Acalmou a todos.

  As crianças não paravam de rir.

  Fernanda também foi chamada, ficou surpresa. Enfim chamaram Esmeralda, todos a aplaudiram de pé.

  Ela abraçou a Pio e Quirá, que estava mais emocionada do que a própria formanda.

  Sadoc também subiu ao palco.

- Eu só queria parabeniza-la. Sei que seus pais não estão presentes, mas teriam muito orgulho da senhorita, como fui nomeado o seu protetor pelo próprio rei Leonel, sinto que devo representar seus pais, não substituí-los, apenas representa-los.

  Os olhos de Alicia encheram-se de lágrimas.

  Sadoc prosseguiu.

- Soube, pela senhorita Fernanda, que vocês costumam ganhar um carro de formatura, demorei a entender o que era um carro, mas finalmente compreendi que não temos nada parecido com isso em nosso mundo, mas sei que é um meio de transporte então...

  Um menino trouxe um dos cavalos que puxavam a carruagem, ele estava banhado e tinha vária fitas coloridas enfeitando a sua crina.

- Este é o meu presente para você e aposto que cavalos são muito mais espertos do que carros. – Sadoc sorriu.

- Obrigada Sadoc! – Alicia abraçou o cavaleiro.

   Sadoc ficou emocionado.
             - Não há de que senhorita, não há de que.

 A banda de Pio tocou mais uma música e brindaram a festa com mais vinho e suco, cada Tariq se despediu e voltou para sua tenda.

  Alicia e Fernanda ficaram rodando no meio do “salão”.

  Toribio, Eanes e Sadoc foram se despedir.

- Então os cavalheiros já se cansaram? – Alicia brincou.

- Quem pode sobreviver a toda a sua energia senhorita? – Os pés de Toribio doíam.
         - Espero que isso tenha sido um elogio senhor, mas novamente agradeço a todos por essa noite maravilhosa, obrigada pelo lindo presente Sadoc. – Abraçou-o. – E por ter me ajudado a enfrentar essa viagem.
            - Para mim é uma honra acompanhar a você e a sua irmã senhorita.
            - E Inara?
            - A senhorita Inara não está acostumada aos efeitos do vinho e foi se deitar.
            - Está bem, depois eu falo com ela.
            - Boa noite senhorita.
            - Boa noite Sadoc.

   O cavaleiro se retirou, Alicia deparou-se com os elfos.

    Fernanda riu.

- Mesmo contra a vontade esses dois se dedicaram muito para preparar a sua festa Li.
          - Tenho certeza que sim. – Alicia beijou a bochecha de cada um. – Obrigada pelo esforço.

 Os elfos foram se deitar, Toribio estava com uma terrível dor nos pés e Eanes parecia um pouco perturbado.

- Acho que também devemos ir dormir Li.

- Já esta cansada Fê?

- O que mais quer fazer? Já vai amanhecer.

- Isso mesmo.

- O quê?

- Vamos ver o nascer do sol.

- Aí Alicia... Estou com tanto sono.

-Não seja estraga prazeres, você me preparou toda essa festa divertida e vai me negar um pedido tão simples?

- Você é terrível sabia?

- Venha logo pirralha.

  Sentaram-se em uma mesa.

- Gostou mesmo da festa Li?

- Muito, bem diferente, acho que nem a festa da escola seria tão boa.

- Diferente como?

- Aí, você sabe, o lugar, as comidas, as músicas, essa coisa de rei e rainha do baile, foi bem interessante, até parecia uma formatura daqueles filmes americanos não é?

- Eu imagino... – Fernanda mordeu os lábios, não sabia que uma formatura brasileira seria tão diferente da americana.

  Conversaram a noite toda, mais a respeito da formatura e de como aquele mundo era tão estranho, quando o sol surgiu Fernanda já havia adormecido, protegida no colo da irmã.


Notas Finais


"O poeta nunca será um lobo solitário...haverá sempre sonhos em sua companhia."


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...