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História Zugzwang - Garfo - História escrita por meizo - Spirit Fanfics e Histórias
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História Zugzwang - Garfo


Escrita por: meizo

Capítulo 3 - Garfo


Apesar de levemente perturbado pela situação em que Zoro vivia — ele não conseguia ser imparcial diante a possibilidade de alguém passar fome —, Sanji não se impediu de prosseguir com seus caprichos. Decidiu por iniciar com algo mais leve para parecer amistoso aos olhos do alfa que queria desmascarar. Escolheu um clube de alto padrão onde a maioria das anfitriãs eram ômegas (mas não somente, pois haviam mulheres betas e alfas também) e mandou uma mensagem com instruções para Zoro comparecer lá assim que saísse do novo trabalho. Era o clube mais famoso do seu território e também o mais difícil de se conseguir uma entrada. Para Sanji, é claro, a passagem era sempre livre, pois era ele o protetor autointitulado daqueles tipos de estabelecimento.

Chegou cedo ao local para verificar se tinham atendido sua petição, mas já estava tudo do jeito que pedira. O clube normalmente era requintado, mas em dias de comemoração o lugar ficava ainda mais bonito. Os enfeites tinham sidos substituídos por elementos dourados, lustres grandiosos pendiam do teto e um pianista tocava ao vivo. O ambiente parecia digno da vinda da realeza, Sanji não duvidava que estar em tal lugar faria o ego do alfa de cabelos verdes subir nas alturas.

Satisfeito, sentou-se em um dos sofás e aguardou a chegada do outro.

— Por que está tão interessado nesse homem? Está fazendo isso tudo por tédio? — questionou Gin que estava sentado em um sofazinho adjacente ao de Sanji, bebendo água com gás pois estava dirigindo. Ele viera sem ser convidado ao entreouvir Bellamy comentando sobre a preparação que Sanji encomendara.

O Vinsmoke verificou o relógio de pulso. Estava perto de Zoro chegar.

— Não estou tão interessado. E me admira você ter tempo de se preocupar com meu tédio quando tem tanto assunto do velho pra resolver e ainda dois filhos para criar. Sua esposa vai acabar te deixando.

Gin suspirou.

— De fato, sou um homem ocupado, então por favor pare de preocupar Zeff. A oferta para você recomeçar a vida em outro lugar ainda está aberta, você sabe.

Sanji deu um sorriso que mal alcançou os olhos, observando o movimento tranquilo do clube. Não importava quantos anos se passassem, Zeff sempre lhe tratava como ainda fosse alguém a ser protegido. Era uma prova, acima de tudo, de sua amabilidade como pai. Infelizmente, não havia para onde Sanji pudesse fugir mesmo se desejasse por essa opção. A sombra que o cercava já penetrara muito fundo de si para conseguir viver como alguém ordinário na sociedade, alheio a podridão em torno.

E se a corruptividade em sua alma já era uma mancha permanente, então era ali que pertencia.

— A minha resposta permanece a mesma.

Gin não respondeu, ficando quieto ao dar um novo gole em sua água com gás. Ele não parecia que sairia dali tão cedo, então Sanji apenas o ignorou enquanto esperava os minutos finais antes da aparição de Zoro.

Entretanto, ao completar duas horas após o horário combinado, Sanji suspeitou que o alfa não tinha intenções de comparecer. O primeiro insulto tinha se mostrado ser uma pequena confusão com números e o assédio de um bar, mas este segundo não poderia ter uma explicação plausível, poderia? Sem perceber Sanji batia o pé impacientemente no chão, enquanto fingia prestar atenção em um jogo de cartas que duas garotas disputavam na mesinha a sua frente.

Começava a pensar em como o puniria pelo insulto quando viu Zoro ser guiado pela recepcionista para dentro do salão principal. Diferente do primeiro dia, que Zoro estava usando um macacão de construção civil com o zíper aberto até a metade revelando a regata por baixo, dessa vez ele vestia um terno básico preto — da marca mais barata do mercado popular — por estar trabalhando como segurança em uma boate famosinha das redondezas. Admitiu a contra gosto que a vestimenta lhe caia bem, mas, claro, não tão bem quanto esse estilo de traje combinava com o próprio Sanji, que estava em um bonito traje azul.

Ao vê-lo se aproximar percebeu que Zoro estava um pouco suado, mas seu olhar não vacilou ao encontrar o de Sanji. Talvez houvesse, de fato, uma explicação cabível para o atraso. A recepcionista deixou-os para voltar a seu posto e Zoro continuou em pé diante de Sanji. Em seguida estendeu o envelope pardo com a taxa do mês.

Sem muito interesse Sanji pegou o envelope e o deixou sobre a pequena mesa de vidro.

— Roronoa. Está atrasado.

A resposta foi curta e rápida:

— Me perdi.

Sanji perscrutou a expressão dele em busca de sinal de mentira, mas só viu uma estoicidade irritante. Como um homem daquele se perdia em um trajeto de duas ruas de diferença entre a boate e o clube? Pigarreou para disfarçar o princípio de um sorriso. A irritação pela demora ainda estava presente, porém os absurdos que envolviam Zoro faziam a situação ganhar certo tom de divertido, por mais louco que pudesse parecer.

— Suponho que mesmo morando neste bairro há vários anos, ainda não tenha tido tempo de se habituar a estas ruas. — Havia certa nuance de constrangimento no modo como Zoro apertou os lábios e se forçou a manter o olhar no de Sanji. Cruzou as pernas e indicou o lugar vazio ao seu lado no sofá — Sente-se. Beba comigo.

Ao se sentar, depois de considerar a ordem por meio segundo, ficou óbvio o quanto Zoro estava desconfortável. Sanji não entendeu esse comportamento, então sinalizou discretamente para duas moças se aproximarem dele, imaginando que Zoro queria companhia. Uma das mulheres se moveu para trás do sofá, repousando as mãos nos ombros fortes e começando uma massagem lenta. A outra tentou se sentar no colo de Zoro, mas antes que ela conseguisse concluir a ação, ele a empurrou para que sentasse no espaço vazio ao lado direito. Sem ficar desestimulada, a mulher circundou o braço de Zoro e o pressionou contra os seios volumosos.

— Há muita tensão em seus ombros, aposto que há mais músculos enrijecidos em todo seu corpo. Quando foi a última vez que relaxou?

Zoro não respondeu, mas a dupla não desistiria tão fácil de iniciar uma conversa. Estavam habituadas a lidar com tímidos e taciturnos. Uma terceira mulher se aproximou e serviu uma taça de vinho para cada um deles, deixando a garrafa na mesa antes de se retirar.

— Preciso concordar com ela — disse a segunda mulher, pressionando deliberadamente os dedos ao longo do braço de Zoro. — Seus braços são bem fortes. Trabalha com algo que exige essa musculatura incrível?

Por algum motivo Zoro não parecia disfrutar da atenção que as belas ômegas estavam lhe dedicando, parecia até mais desconfortável e deslocado do que quando chegara ali. As mulheres continuaram enveredando uma conversa quase unilateral, dando-se por satisfeitas quando ele respondia com um murmúrio ou respostas monossilábicas. Sanji quase sentiu pena delas, mas deleitava-se assistindo o desenrolar da cena.

Uma segunda garrafa foi deixada sobre a mesinha de vidro e embora Zoro estivesse bebendo consideravelmente, não demonstrava sinais de alteração pelo álcool. Com uma pequena troca de olhares com a moça morena sentada junto a Zoro, Sanji indicou que ela prosseguisse com o combinado. A mão dela desceu sem preâmbulos para a coxa forte, subindo lentamente os centímetros em direção a virilha, mas Zoro apenas pegou a mão dela e tirou dali. Aquele clube de anfitriãs não era do tipo que fornecia serviços sexuais. Era, de fato, apenas um clube para jogar conversa fora, ser um pouco bajulado pelas anfitriãs e ter bebidas de qualidade. Mas Zoro não precisava saber disso.

— O que está achando daqui? — Sanji perguntou em certo momento, quando percebeu que não estava conseguindo as reações desejadas.

O outro lhe deu um olhar desconfiado, como se tudo aquilo fosse uma piada de mal gosto. E de certo modo, era.

Ah, aquilo não deveria estar sendo tão divertido.

— Brilhoso demais, mas a bebida é boa.

Sanji pensava sobre essa resposta simples quando um cliente iniciou uma balbúrdia em um dos sofás mais distante. O homem vestia roupas de marca famosa, embora não ficasse tão bem nelas. Com um impulso do pé derrubou a mesinha diante o sofá onde estava, levando ao chão tudo que estava em cima dela. A garrafa e a maioria das taças rolaram sobre o carpete felpudo, mas uma delas caiu direto no chão polido e se estilhaçou. O homem estava trôpego pela quantidade de álcool consumida e emitia uma aura de irritação, era mais um exemplo de alfa que se achava no direito de exigir algo.

— Eu já disse que pago o valor que quiser. Tenho muito dinheiro! — exaltou-se tirando a carteira do bolso e jogando-a na mulher loira que era o alvo da intimidação. — Acha que uma vadia como você pode rejeitar meu dinheiro? Depois de todas as bebidas que paguei e do apoio financeiro que dei a essa espelunca? Praticamente sou eu que banco esse lugar!

Sanji não reagiu. Por mais que o lugar fosse cuidadoso na seleção de clientes, as vezes acontecia de um grão de má qualidade passar despercebido na vistoria. Aquela não era a primeira nem seria a última vez que precisariam lidar com clientes ruins. Porém, foi com surpresa que viu Zoro se preparar para ir na direção do homem que pretendia agredir uma das funcionárias do clube. Impediu-o de se levantar segurando-o pelo ombro e fazendo um sinal para que permanecesse quieto.

Zoro franziu o cenho, confuso pela interrupção, mas Sanji sabia o que acontecia com quem desrespeitava as regras do clube e esperou que a cena explicasse por si só. Como previra, o homem não teve sequer chance de encostar na moça loira antes de ser derrubado no chão com golpes precisos de autodefesa e ser contido onde estava por outras duas funcionárias.

O claquear dos saltos de Nami, a dona do clube, surgiu das escadas que levavam ao escritório no andar de cima, o som sendo amplificado devido o silêncio dos demais clientes. Ela, também ômega, caminhou lentamente em direção ao homem retido no chão, olhando-o com desgosto.

— Aparentemente houve um equívoco aqui, sr. Kumatsu. O valor doado que mencionou, em nenhum momento o senhor foi obrigado a isso, não chega nem perto do valor de nossos maiores investidores. Ademais, valor algum tornaria possível serviços sexuais, visto que não somos esse tipo de estabelecimento e preservamos, acima de tudo, o bem-estar de nossos funcionários. Esclarecido isso, a partir de agora o senhor está permanentemente proibido de entrar no Oásis. — disse, em seguida ordenando que duas mulheres altas o jogassem porta a fora. — E não esqueçam a carteira. Não precisamos desse tipo de dinheiro.

Após isso o lugar voltou ao normal, com conversas amenas em uma agradável meia-luz e música suave. Ninguém comentou o ocorrido, mas a mensagem estava clara: as funcionárias também podiam e iriam se defender quando necessário. Zoro ficou visivelmente orgulhoso da atitude daquelas mulheres, embora não as conhecesse de fato. Pessoas que demonstravam ter atitude subiam muito em sua estima. Ao seu lado, Sanji o observou atentamente durante todo o ocorrido, mas Zoro não entendeu essa atenção exagerada. Tomaram mais algumas doses de álcool e, por fim, Sanji o liberou para ir embora.

*

No pagamento seguinte Sanji marcou para a entrega ocorrer durante uma partida de luta livre que acontecia ilegalmente no subsolo de um antigo teatro. Ele achou que a explicação sobre Zoro ter se perdido da última vez fosse mentira, então colocou um homem no encalço dele na noite combinada para verificar os fatos. Entretanto, Zoro chegou com uma hora de atraso e, por meio de mensagem, o homem que o seguira desde a saída do emprego temporário de segurança, informou que Zoro tinha ficado circulando erroneamente por tanto tempo que ele não resistiu e acabou se revelando para guiá-lo para o local certo.

Sanji fechou o celular e colocou no bolso, avistando Zoro se aproximar com dificuldade graças aos assentos quase todos preenchidos com pessoas que torciam animadas. Um dos homens da arena foi jogado ao chão com um golpe que era marca registrada do outro lutador e a plateia agitou-se, dificultando ainda mais o progresso que Zoro tomava entre as fileiras. Por fim, quando chegou perto o suficiente, ocupou a cadeira vazia ao lado de Sanji depois de um simples gesto indicativo deste. Não precisou falar e mesmo se tivesse tentado, mal teria sido ouvido por causa dos gritos e vaias ao redor.

A maioria dos esportes de luta legais possuíam uma alta dose de encenação, mas ali, nos ilegais, era possível ter o tipo de distração com violência genuína que as pessoas precisavam. Era o ambiente ideal para alfas que possuíam uma tendência natural a gostar de agressividade e sangue, talvez gostassem mais disso do que de sexo. E foi por esse motivo que Sanji escolheu encontrá-lo naquele evento.

Desviou o olhar do homem que cuspiu um dente dentro do ringue — particularmente achava esse tipo de entretenimento animalesco pouquíssimo atrativo — e examinou de soslaio a expressão do Roronoa. Os olhos escuros de Zoro observaram com atenção a movimentação ao redor antes de enfim encarar o ringue. Entretanto, sua feição tornou-se desinteressada em questão de segundos. Sanji franziu o cenho. Seria suas reações desinteressadas uma simulação? Teria Zoro percebido que Sanji apenas queria despertar o pior dele?

— Saudades do período que lutava? — perguntou quando o barulho abaixou para um nível tolerável.

Zoro uniu as sobrancelhas numa expressão questionadora, mas apenas bufou antes de responder. Ainda estava se acostumando a ideia de alguém saber tantos detalhes de sua vida sem essa informação ter sido dada por ele próprio.

— Não.

— Vi alguns vídeos. Você lutava bem e estava conseguindo uma boa fama, mas parou de repente. Por quê?

Uma nova onda de gritos e vaias surgiu quando um dos lutadores agarrou o outro em uma chave de braço bem executada. Zoro cruzou os braços pensando nas suas antigas lutas enquanto esperava o barulho diminuir. Era verdade que ele ganhara uma boa grana e seguiu invicto mesmo depois da oitava luta, mas sua irmã lhe flagrou com um olho inchado e roxo quando veio em sua visita surpresa e implorou para que parasse de fazer seja lá o que estivesse deixando-o em tal estado.

Kuina não sabia todos os detalhes sobre o desaparecimento do pai e as dívidas herdadas por Zoro, mas procurava não incomodar muito já que seu irmão se recusava a esclarecer suas dúvidas. Ela foi tão categórica e trouxe tantos motivos para Zoro não se envolver com atividades que o lesionassem intencionalmente que ele se viu obrigado a ceder a suas exigências. Kuina sempre fora boa com palavras.

— Kuina pediu.

Sanji ficou paralisado por um momento, encarando-o boquiaberto. Então Zoro tinha desistido da luta e do dinheiro razoável que ganhava só porque a irmã não o queria fazendo aquilo? Ele era do tipo de irmão que fazia tudo o que a irmã ordenava? Imaginou Zoro de joelhos enquanto Kuina repreendia-o, mandando que parasse de lutar e ele acatando obedientemente a ordem. Seria ele um sis-con?

Aquela cena imaginária junto a resposta dita no costumeiro tom sério do outro foi demais para Sanji, que inclinou a cabeça para a frente e cobriu a boca com uma das mãos enluvadas, tentando reter a risada que imergia de seus lábios. A risada, apesar de abafada também pelos gritos de comemoração da luta recém terminada, atraiu a total atenção de Zoro.

Quando parou de rir e enxugou uma lágrima no canto do olho, percebeu o olhar dele sobre si. Tossiu, retomando o controle de suas feições e se levantou para ir embora. A luta tinha se mostrado mais uma tentativa falha, não havendo mais sentido permanecer por mais tempo naquele ambiente tão pouco interessante e fedendo a excitação de alfas.

— Com suas habilidades poderia ter sido recrutado facilmente por alguma equipe oficial de artes marciais. — comentou numa última tentativa de interessar o Roronoa. Mas Zoro apenas bocejou, entediado. — Nos vemos no próximo pagamento.

*

Para prevenir atrasos, Sanji o buscou em seu carro ao final do expediente de faxineiro em uma pequena escola de natação. O seu problema de senso de direção parecia ser considerado bastante incomodo pelo mafioso, mas Zoro achou estranho receber carona mesmo assim. Já tinha sido chamado algumas vezes para se encontrar com Sanji e até o momento não entendera aonde aquele homem queria chegar. Primeiro o ômega exigiu que o pagamento fosse entregue pessoalmente, depois decidiu que a entrega seria feita em duas parcelas durante o mês e agora Sanji o levava para fazer visitas a pontos estranhos como o clube cheio de mulheres e a arena de luta clandestina. Zoro não tinha especial apreço por essas saídas e até preferia se envolver o mínimo possível com gente da máfia, mas havia o detalhe daquele loiro saber tudo sobre sua irmã.

Zoro praguejou, olhando através da janela sem prestar realmente atenção ao trajeto. Devia haver algum motivo obscuro por trás das ações desse ômega, Zoro só não sabia qual era e nem o porquê de ter sido escolhido. Tentou chegar a alguma conclusão conversando com colegas do trabalho — sem mencionar que era ele próprio que estava na situação ou que a máfia estava envolvida —, mas somente recebeu respostas baseadas em experiência de filmes. Segundo Yosaku, um colega faxineiro da escola de natação, esses convites e insistência em ver pessoalmente só podia significar uma coisa: ele estava sendo cortejado. Zoro não acreditou muito nisso na hora, mas começou a duvidar quando o carro parou no estacionamento do lugar que visitariam àquela noite e Sanji borrifou perfume no corpo dele sem aviso prévio.

— Você cheirava a cloro. — Sanji disse simplesmente, saindo do carro.

Zoro, aturdido pelo súbito cheiro floral impregnado em sua pele e roupa, seguiu o outro pelo estacionamento, indo em direção a entrada de um dos maiores cassinos da região. A fachada não era grande coisa, mas dentro era tudo brilhante e ostentoso, lembrando a Zoro do clube chique de anfitriãs mestres na autodefesa. E assim como no clube, Sanji parecia conhecer bem aquele ambiente e as pessoas que ali frequentavam, pois enquanto passeava entre as mesas de jogos, várias pessoas o cumprimentavam com respeito.

Após um momento com Sanji dando uma apresentação rápida do lugar e do funcionamento do cassino, eles encostaram em uma mesa de roleta para jogar. Um funcionário do cassino apareceu pouco depois trazendo algumas poucas fichas e deslizando-as diante Sanji, que agradeceu o gesto.

— Crocodile envia saudações, sr. Vinsmoke. Por conta da casa. — disse ele antes de desaparecer.

Havia mais duas pessoas juntas a essa mesa, um homem beta de meia-idade vestido como se fosse o próprio Al Capone e uma mulher alfa de cabelo trançado que mal tirava os olhos de cima de Sanji. O crupiê de expressão neutra informou que podiam iniciar as apostas e Sanji pousou os olhos azuis em Zoro. Um suspeito sorriso benevolente nos lábios.

— Escolha um número para mim, Roronoa.

O alfa ficou desconfiado. O histórico de dívidas de jogos de seu pai o fizera ter um péssimo sentimento com apostas, mas apontou um número qualquer só para não prolongar aquilo. As palavras de Yosaku sobre Sanji estar cortejando-o, por algum motivo, não saía de sua cabeça. Mas a que fim um cortejo levava? Duvidava que aquele loiro quisesse um relacionamento amoroso, então ele queria apenas seu corpo? Era o motivo mais provável, mas se esse era mesmo o caso não teria sido mais fácil pedir direto para terem sexo? Demorar-se em um cansativo cortejo parecia uma grande perda de tempo para Zoro.

A mulher alfa ganhou a primeira rodada e comemorou com um gritinho, e na rodada seguinte Sanji pediu novamente para Zoro escolher um número. Ele assim o fez, embora um desconfortável sentimento de estar desperdiçando dinheiro tenha se acomodado dentro dele. O que era uma tolice, pois o dinheiro usado ali não lhe pertencia e parecia ter sido dado de cortesia a Sanji pelo dono do cassino. Bufou quando o ganhador da segunda rodada foi o homem beta. O crupiê empurrou as fichas apostadas para o ganhador e de repente Zoro cansou daquele jogo.

Perder dinheiro lhe incomodava, o olhar do crupiê que parecia julgar sua aparência lhe enervava e não aguentava mais tentar entender o comportamento daquele mafioso que adquiriu o direito de suas dívidas herdadas. Além disso, Zoro estava começando a se sentir inadequado naquele lugar. Como estivera trabalhando na escola de natação antes de ser levado ali, ele não tivera tempo de vestir algo mais apresentável do que uma camiseta azul e uma bermuda verde-musgo — não que tivesse roupas boas o suficiente para se igualar ao projeto de Al Capone à mesa, por exemplo. Quando a mulher não estava devorando Sanji com os olhos, olhava Zoro dos pés a cabeça antes de dar um sorriso repleto de escárnio.

Ademais, aquelas saídas aparentemente casuais lhe deixavam incômodo. Preferia que a relação entre eles fosse do modo mais impessoal possível, então se Sanji estava fazendo tudo aquilo por desejar seu corpo, Zoro resolveria depressa para voltarem a simples relação de endividado e cobrador de dívidas.

— Quando vamos transar? Prefiro parar com essas... — ele gesticulou para a mesa de jogos e para o ambiente ao redor. — ... Besteiras. Não preciso de cortejo, não sou uma princesa.

Os olhos de Sanji se arregalaram tanto com as frases ditas em alto e bom som que Zoro pode ver com detalhes a íris azulada. Os dois competidores e o crupiê piscaram desconcertados.

— Que... Do que você está falando? — Sanji conseguiu dizer depois de ter se recuperado do choque. Seu tom demonstrava certo espanto.

— Me levando para encontros, me oferecendo bebidas e toda essa baboseira de cortejo. Se queria foder era só ter falado.

Sim, isso resolveria tudo. Depois que transassem ele perderia o interesse em Zoro e voltariam ao normal. Contudo, por um momento achou ter interpretado algo errado, pois o Vinsmoke demorou muito a dar uma resposta. Mas quando um sorriso malicioso brincou nos lábios do outro, soube que não estivera errado.

Sanji levantou-se, informando que encerraria suas jogadas na roleta.

— Vamos para um quarto, então.


Notas Finais


ai, desculpa se encontrarem alguma frase meio desconexa, mas é que nesses dias meu cérebro anda funcionando em 50% e na releitura acaba passando muita coisa :v


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