Lista de leitura B.a.d.u.m

A lenda do fio vermelho do destino se popularizou, e muitos acredita que seja apenas isso: uma lenda, mas Camus Roy sabe muito bem que isso não é verdade, contudo seu Akai Ito foi amaldiçoado e assim, não importa o quanto ele procure e reencarne, ele jamais encontrará sua alma gêmea. Camus estava condenado à solidão eterna, ou pelo menos assim deveria ser se ele não estivesse disposto a sacrificar seu ciclo de existências em troca de uma única vida, uma única chance de ser feliz, pelo menos até que esse fio se rompa totalmente.

Era como ele tinha lido uma vez em um livro “quando o santo não bate não tem jeito”. Tudo indicava que o santo de Dégel não batia com o santo de Radamanthys porque apenas isso poderia explicar porquê de ele não conseguir afastar aquela inquietação que sentia sempre que via o loiro. O que Dégel não sabia era que sua intuição estava certa, ele tinha sim motivos para ficar pé atrás com Radamanthys, mas o único que podia esclarecer suas dúvidas estava indeciso se o ideal seria mentir ou omitir certas coisas de seu adorado companheiro.

Não era segredo para ninguém a real natureza dos sentimentos do deus da morte para com o deus do sono. As interações fraternas eram cada vez algo mais distantes, afinal, ninguém controla seus desejos, os deuses não eram exceção. As vontades de Thanatos estavam embebidas em nuances de doce paixão, e ter Hypnos em seus braços seria o equivalente ao nirvana, pois só junto a ele poderia encontrar sua paz. Se aquilo fosse um sonho ele definitivamente não desejava acordar, apesar de que, até mesmo nos sonhos, era impossível não cair na tentação que Hypnos é.

"...Não há um motivo maior que me faça querer desistir.
E mesmo que estar aqui, sobrevivendo a esta guerra, seja minha aflição mais dolorida, fico e luto.
Morrer não é mais uma opção.
É uma escolha que faço, por você.
Viva, Hyoga!
Viva!..."

Para quem estava cansado da vida, na iminência de morrer, suas certezas se afunilaram e Milo entendeu que: sua existência era patética! Viver assim não parecia valer a pena, mas desta vez, a noite de Milo teria um final traje-cômico e inusitado.

Para quem desfrutava de um eterno marasmo, desta vez, a noite de Camus teria um final surpreendente. Ali, ao amparar aquele estranho nos braços, seus pensamentos se tornaram desordenados divididos entre a sede e o desejo de saciar-se, e a estranha sensação que aquele cheiro adocicado e sabor incomum lhe provocava, Camus não era de hesitar, mas estava hesitando diante de uma presa fácil.

Observando de longe o desenrolar da história, Hyoga rezava para que dessa vez, se Camus hesitasse, o resultado fosse um pouco mais animador do que apenas mais um novo irmão para aquela já estranha família, enfim, ninguém se atreveria a sair naquela tempestade, exceto três personagens prá lá de antagônicos, e o resto é apenas relatos de uma noite doce e estranha.

Máscara sempre o atormentava sobre ele ter medo de água, mas não era isso verdade, Afrodite não tinha realmente medo de água, ele só não gostava de tomar banho de noite, principalmente quando teria que encarar água fria, mas dessa vez Afrodite realmente sentiria medo após ir tomar banho de má vontade.

Todos no centro universitário conhecem a má fama do ruivo bonito do curso de jornalismo e, por isso mesmo, ninguém se atreve chegar nele por maior o interesse que tenha nele, afinal, ele sempre dispensa todos os pretendentes e ninguém quer ser arriscar levar um fora, Milo porém, achava que essa “má fama” faz parte charme do ruivo metido e está disposto a se arriscar e até a cantar “Ferra Minha Vida” se isso bastar para chamar atenção de Camus.

Há pessoas que ao se depararem com aquele homenzarrão de 2,10m de altura e 130 kg acabam formulando a ideia errada sobre a natureza de Aldebaran. Quem o conhece, no entanto, sabe que realmente apesar da aparência rústica que impõe respeito, Aldebaran é muito simpático, gentil e educado. Todavia, há uma faceta dele que só você conhece, aquela que ele só revelaria para a sua namorada, é por isso que você pode afirmar com todas as letras: Aldebaran, de santo, só tem a cara.

Dois dias depois de uma briga, Camus sentiu seu coração cheio de arrependimento, sua respiração irregular, sua cabeça latejando por causa do medo que sentia de perder o amor da mulher mais especial que ele conhecera. Agora, enquanto bebericava o vinho favorito de sua querida Milo, ele pensava em como resolver aquele desentendimento e voltar a viver em paz com a mulher da sua vida.

Por mais que estivesse feliz ao lado de Camus, Milo tinha dentro de si a certeza de que só sentirá completo quando puder ter um filho correndo por aquele espaçoso apartamento, no entanto, suas esperanças de ser pai estão minguando dia após dia, e lidar com a frustração de querer e não poder não está sendo fácil. Já Camus, por ser mais pragmático, enxerga o problema de modo diferente e até tem uma solução simples e efetiva para suprir a necessidade de Milo, no entanto, como convencê-lo de que um filho de coração pode amar e ser amado da mesma forma como um filho de sangue?