Lista de leitura Hannigram

"Will se sentia extremamente solitário.

Dentro daquela igreja na Florença, os pensamentos do Graham voavam longe como pássaros livres, indo sempre para onde quer que Hannibal estivesse. Fazia meses que o moreno não via o maior e por mais que aquilo devesse deixar o homem aliviado, na verdade, a ausência do Lecter latejava como uma ferida aberta, pulsando e pulsando sem parar.

O agente do FBI suspirou. A igreja estava bem silenciosa naquele momento e ele era a única pessoa presente ali. Mas, dentro de sua mente, Will conseguia ter vislumbres de Abigail e de Hannibal, dois fantasmas que o assombravam noite e dia. Se os dois estivessem ali, talvez o Graham pudesse admirar a beleza da igreja com mais afinco. Seus olhos poderiam captar cada pequeno e grande detalhe."

"A noite era fria e escura. Assim como os sonhos de Will.

O agente especial do FBI se contorcia devagar na cama, o suor impregnando sua testa, grudando seus cabelos junto da pele quente. Os pesadelos o assombravam naquela madrugada, como sempre costumavam fazer. E o Graham gemia aflito, o peito subindo e descendo depressa, em uma tormenta.

O coração dele batia depressa assim como as asas de uma borboleta, parecendo querer rasgar seu peito. O homem sussurrava palavras incoerentes, balançando a cabeça de um lado para o outro.

- Não. - Will murmurou, a voz quebrada pelo choro que logo viria. As lágrimas geralmente eram inevitáveis. "

"O Lecter só desviou o olhar do teto assim que ouviu passos ecoando pelo local. Ele virou ligeiramente a cabeça, olhando por cima do ombro e viu Will caminhar em sua direção. O Graham tinha a postura relaxada e usava uma camisa azul que parecia iluminar seus olhos. Ele estava bonito como sempre, transmitindo paz.

O moreno parou ao lado do mais velho e também colocou as mãos nos bolsos, encarando o teto, deixando o pescoço branco como lírio exposto. Os cachos de seus cabelos caíram um pouco para trás e Hannibal podia ver um leve rubor em suas bochechas.

– É incrível, não é? – O Graham perguntou com admiração.

– Sim. Há muita beleza nesse lugar. – O Lecter respondeu, sorrindo de leve. – Este lugar parece nos levar através do tempo, para outro local.

– E também nos faz ficar em paz. – Will observou, andando devagar, ainda olhando para cima, seus passos ecoando nas paredes. – A sensação de paz é boa, não é? Ela nos faz esquecer das dores, cura nossas feridas."

O Louco.
Tanto começo como fim, levando a bagagem de uma vida nos ombros.
Representado muitas vezes como a forma mais crua do ser humano, podendo significar tanto um instinto ancestral pelo desconhecido como também a ingenuidade. A inocência.
Há muita chão para O Louco percorrer. Muitas ilusões para a cara bater. Guiado, irracionalmente. Impulsivamente.
Um abismo para olhar e o espelho a refletir de volta.
Seguir o horizonte sem fim ou cair nas profundezas de si mesmo.

De volta a Ele.
De volta à Morte.

A xícara de porcelana está quebrada. O veneno foi poderoso demais para o mangusto. Will Graham nunca esteve melhor

Will Graham sempre foi um jovem tímido porém muito inteligente. Portanto, quando ele passou para uma das melhores universidades de psicologia forense não houve nenhum espanto. Daqui a um dia sua vida mudaria completamente, deixaria sua casa e a segurança de sua família para se inserir em um mundo novo, sob uma nova perspectiva.