Ele não era romântico e tão pouco saberia descrever o amor, mas sabe que é um sentimento profundo, algo impossível de se escavar totalmente, sempre com rachaduras e arranhões, nunca completo. Era um homem ocupado demais para pensar nisso, algo trivial para sua mente que não deixava o coração pulsar por um instante pensando neste detalhe, pois seu primeiro amor já se foi e nunca voltou, se perdeu e não foi achado, levou junto seu coração, que está guardado em uma caixa, da madeira mais forte, e deixou perdida em seu armário, onde nunca mais a encontrou, foi submetido em uma areia movediça, onde afundou por tentar escapar. Estava completamente preso.
Acordei novamente com você do meu lado e não consegui resistir ao sorriso que se formou no meu rosto, porque estava com medo de que tudo tenha passado apenas de um mero sonho. Estava lindo, o sol reluzia a luz em seu rosto e seu cabelo bagunçado adicionava um charme a mais em você e então minha mão depositava um leve carinho em sua bochecha, com medo de lhe acordar com meu toque pesado, mas permaneceu dormindo calmamente.
Gosto de pensar em quando você irá embora. A minha paz voltaria? Os dias de comida instantânea estariam de volta? Os dias de insônia em que passo horas assistindo desenho animado? Bem, devo admitir que você faria falta em alguns momentos, como as idas ao mercado, você conhece meu desconforto ao conversar com a pessoa do caixa, como também minhas plantas morreriam e infelizmente não teria a coragem para comprar adubo e uma boa terra. Francamente, você já faz parte da minha vida e infelizmente não deve haver universo algum em que você não esteja nela.
Talvez já fosse tarde demais. O mar estava agitado, como o coração de Kaveh. Se perder naqueles olhos pela última vez, apenas para esperar que algum dia, seu pequeno Haitham volte para si.
Esperava o beijo calmo e apaixonado da noite, onde suas mãos se misturavam nos fios loiros e lá se deixavam perdidas, o toque das mãos quentes em seu rosto frio o aqueceria, nada mais além disso.
Ele se imaginava todos os dias, sua mãos envolvendo o amendoado rosto de Kaveh, seus olhos se encontrando, bochechas levemente ruborizadas, o arrepio por todo o corpo e seus lábios se tocando a boca macia de seu sênior. Seus sonhos eram grandes demais para si mesmo.
O dia terminava e recomeçava, com apenas a pequena presença do garoto em seu próprio quarto. Observava a movimentação do lado de fora, pessoas solitárias, esperando algo que pudesse divertir a si mesmas e esquecer a solidão. Ele nem sempre se sentiu desta maneira.
Encontrar alguém com apenas uma camisa social branca e toalha na cintura era confortável, o cabelo amarrado em coque torto e frouxo com pequenos fios perdidos pelo pescoço, a xícara em mãos e a gentil voz dizendo onde estava, era algo que apenas ele poderia apreciar em toda a sua vida.
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