limantizando

Maurílio não costumava ser ciumento, ainda que tivesse pouca experiência romântica em sua vida, sabia que ciúmes era um cliché que não fazia muitas aparições em frente às câmeras.
Mas Milena tinha história, e ele não conseguia parar de pensar nisso.

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Quem diria que seria ciúme a combustível necessário pra fazer o motor de Julinho pegar e ele finalmente ficar com Maurílio?

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Era só mais um telefonema de seu namorado, num sábado à tarde, brincando e provocando como era de costume. E talvez fosse o calor no quarto. Talvez fosse a distância. Talvez fosse a maldita saudade. De qualquer maneira, Maurílio estava mesmo perdido.

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Tudo se encaminhava da forma mais natural possível. Suave. Como coisas que simplesmente tinham de ser e de repente eram.

Mas, dados três meses naquele ritmo gostoso e natural, Julinho foi se tocar do que raios estava acontecendo. E, como qualquer cidadão de bem de carteira assinada e com seu histórico de relacionamentos sobre os ombros, fez a única coisa que lhe cabia naquela situação: Surtar.

Quatro momentos em que Amanda e Maurílio resolveram se comunicar através dos filmes água com açúcar que eles gostam.
Ou
Amanda descobriu que seu irmão estava apaixonado por Julinho em quatro momentos.

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Aquele sábado à tarde, pós praia de manhã cedo, solzinho gostoso, que dá pra dar uma cochilada tranquila num quarto com ventilador de chão que faz um barulho ritmado, com seu namorado num sono pesado do seu lado.

Julinho da Van vivia a vida boa.

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Julinho tem todo o direito de não gostar do motorista de uber, inescrupuloso, que oferece chokito e usa tornozeleira de reggae - e claro, que de vez em quando dá carona para seu namorado.

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Estavam juntos há seis meses, em um relacionamento estável, equilibrado, em que os dois se gostavam de verdade, e ele nem precisava entrar no mérito do sexo fenomenal.

E foi o primeiro relacionamento sério em que Julinho não fez merda. E ser acusado assim doía muito.

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