Angosciato

Havia sido sua decisão de se tornar gerente de planejamento. Contudo, gostar de seu trabalho não o impossibilita de ser cansativo. Com um bocejo sem muita classe, ele enfim chegou ao seu quarto, podendo ver não somente sua cama, mas também aquele que fazia tudo isso valer a pena: Yaku Morisuke.

Enfim, percebendo que havia esbarrado em ninguém menos que Oikawa Tooru — Grande Rei?
A roupa de Oikawa não era muito diferente da sua. O mais velho trajava uma camiseta xadrez preta e branca e pesadas botas texanas. De fato estava bonito naquelas roupas, mas não foi isso que chamou sua atenção, e sim uma espiga de milho caída no chão, logo ao lado do pé de Oikawa.
— Baixinho! Que surpresa… — o levantador não conseguiu nem mesmo terminar sua frase quando Hinata tomou a palavra.
— Desculpa! De verdade, me desculpe. Eu te compro um outro milho.

Era como se sua mente estivesse travada, incapaz de processar o que seus olhos viam. O pano branco, a espada... Nada fazia sentido. A realidade parecia distorcida, como se o tempo tivesse desacelerado, arrastando-se em uma confusão sufocante.

Se aproximando da cabeceira da cama para tirar o seu telefone do carregador, o olhar de Kuroo recaiu sobre uma pequena girafa de pelúcia, que repousava preguiçosamente sobre os seus travesseiros.
Fora em uma festa junina como a que estava prestes a participar, que ele ganhou de presente, justamente de Yaku quando ainda estavam no ensino médio e ainda eram apenas amigos.
Sendo agora namorados, o sentimento de nostalgia que surgiu em seu peito lhe deu uma ideia.

Shinsuke não era alguém extremamente rígido, mas ainda assim isso deixava Atsumu determinado a ser o melhor dali. E, muito provavelmente, esse pensamento foi a causa de sua ruína.
Já no começo da apresentação, tropeçou no pé de Aran, caindo sem nenhuma sutileza. E apenas para piorar o que já se encontrava ruim, desabou com o corpo e todo o seu peso sobre o pé.

— Ei, Ushijima! — Ouviu chamar seu nome e, ao se virar, viu Semi Eita se aproximando. O rapaz parecia segurar algo em suas mãos, mas Ushijima não conseguiu identificar a princípio — Curtindo a festa?
— Está sendo legal.
Uma resposta curta e objetiva não era nada fora do seu personagem, todos sabiam disso. Contudo Ushijima ficou confuso com o modo que Semi pareceu desapontado com a sua resposta.
— Eu não queria fazer isso, Ushijima. — O colega começou enquanto alcançava as mãos do capitão — Mas você está preso.

De repente algo chamou a atenção de Yachi, uma barraquinha simples, porém bem arrumada. Os responsáveis por ela, um casal de velhinhos, vendendo de brinquedos a óculos de sol com frases divertidas e colares de cristal coloridos.
Seu olhar foi rapidamente fisgado por um de coloração roxa que fez com que Yachi lembra-se praticamente na hora de Shimizu. Consultou o horário no celular, estava alguns minutos adiantada. Talvez pudesse aproveitar para comprar algo para Shimizu, para demonstrar que estava pensando nela.

Yuki precisou se segurar para não rir ali mesmo com a expressão chocada de [Nome].
— Quê?
Yuki levou a mão ao peito. Quase merecia um Oscar pelo quão convincente foi fingindo surpresa.
— Você nunca ouviu essa lenda? A vó me contava o tempo todo — a mais velha continuou com a história inventada. — Você não sabia que se duas pessoas dividirem uma maçã do amor estão destinadas a ficarem juntas pra sempre?