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E, de repente, ela para. Como se o tempo tivesse parado, como se a terra tivesse parado de girar, o som dos instrumentos parece longe para si, assim como as risadas de seus amigos. Seu foco é em uma única coisa. Seus olhos se fixam na montanha um pouco mais à frente da clareira onde estão. Com a luz da lua, consegue ver uma figura alta, com uma postura firme olhando para si.

Apesar da noite estar clara, Davina consegue perceber que a tonalidade e o brilho dos olhos dele parecem intensificados quando seus olhares se cruzam. Sem conseguir se conter, um suspiro deixa seus lábios. Aquele com certeza deveria ser um deus, não seria possível um mero humano ser tão belo quanto aquele homem. A pele polida e perfeita. Cada traço dele parecia ter sido desenhado a mão pelo mais talentoso pintor.

Tom tem certeza de que já encontrara muitas criaturas excepcionais em sua vida, mas ao olhar a dama a sua frente, se pergunta se algum dia conseguirá ver algo que supere sua beleza. Os olhos de coloração dourada e os pequenos pontos verdes prenderam sua atenção. A jovem era mais baixa que ele, os cabelos em um tom castanho dourados dela caiam em cachos por suas costas, as bochechas levemente coradas, algumas pintas espalhadas pelo rosto e os belos lábios cheios, estes pareciam implorar pelos seus. Tom por um momento se perguntou se ela fora fruto de uma poção do amor, assim como ele, pois não parecia minimamente possível alguém ser tão bela naturalmente.

Seja perfeita, mas não demais.
Seja gentil, mas não coração mole.
Seja educada, mas não muito amigável.
Seja uma Matthews, nada menos que isso.

Aurora Matthews é a pequena prodígio da Erudição. A garota tem vivido com sua tia desde o falecimento de seus pais. Jeanine a ensinou a ser a melhor, a correr atrás do que ela quer e alcançar. Sempre teve seus objetivos de forma clara em sua cabeça, foi treinada desde pequena para isso, mas um certo loiro da audácia pode desviá-la do seu objetivo.

Tom abre os olhos piscando forte por conta da incomoda luz branca que cerca o lugar.

"Olá, Tom." A voz rouca e forte do professor o faz virar-se para trás.

"Olá, professor." Sorri sincero. "É o senhor mesmo?" Questiona com a sobrancelha arqueada.

"Sim, por incrível que pareça." Dumbledore sorri de volta.

O rapaz fecha os olhos e suspira fundo. Estar morto não parecia tão ruim assim, mas de imediato, uma pequena pontada em seu coração o lembra de um detalhe importante.

"O que acontece agora, Tom?" Dumbledore pergunta verdadeiramente curioso.

"A melhor parte da minha vida, o momento em que eu cheguei aos extremos entre o bem e o mal. Quando eu conheci meu grande amor."