Uma preocupação vem percorrendo a cabeça de Johnny nesse último bimestre: ele precisa de nota em matemática, se não, ele verá todos os seus amigos saindo da escola e ele ficará lá por mais um ano junto com o pessoal da segunda série, estes que ele odeia. Como uma maneira de recuperar a matéria perdida, ele começa a ter aulas particulares com um dos alunos que ele jamais pensou que poderia se relacionar — Jung Jaehyun, aquele que era a perfeita definição de CDF e que todos achavam que não tinha vida social. Tudo o que Johnny menos imaginou, foi sentir borboletas e arrepios pelo seu corpo toda vez que Jaehyun brigava consigo por não saber uma conta de matemática básica.
‘Que raio de nome é esse?’ foi a primeira coisa que Lucas pensou quando acordou em seu aniversário de 16 anos com o nome de sua alma gêmea tatuado acima do seu quadril.
A letra era bonita, um cursivo inclinado, os círculos redondos e as curvas todas nos lugares certos. Lucas sentiu inveja quando se lembrou de sua própria letra, feia e torta, logo depois sentiu pena de sua alma gêmea por ter que passar o resto da vida com aquele garrancho horrível no corpo.
Duas pragas. Um Papai Noel metido a Michael Jackson — e muito malvado. Um casal irresponsável.
Uma cafeteria refinada, perto da atração natalina peculiar do shopping, e este mesmo casal degustando os mais variados cafés — essa é a véspera de natal de Youngho e Jaehyun, resumidamente. A de Chenle e Jeno, contudo, compunha-se de “vamos-dar-uma-lição-nesse-Papai-Noel-de-Araque-Fã-do-Michael-Jackson-porque-ele-negou-bengalinhas-doces-pro-Jeno”.
Tudo que Seo Youngho queria naquele natal era ouvir o Road To Ruin, dos Ramones, com Jung Jaehyun, mas para obter o Road To Ruin era necessário um sacrifício. E este sacrifício chamava-se: “Levar Zhong Chenle e Lee Jeno ao shopping para ver o Papai Noel. Vale o dobro”. E, bem, o resto é previsível demais.
Jaehyun não via muitas cores. Havia perdido-as dentro do escritório abarrotado de documentos e poeira durante uma vida que achava que gostava de ter. Em 27 de maio, entretanto, John Suh, um amante assíduo de azul e Etta James, se dispôs a apresentar a ele todas as cores que faziam parte de sua vida.
Se perguntasse a Mark ou Jisung porquê eles não se gostavam, com certeza eles responderiam que era porque o outro tinha a cabeça muito grande, e não era novidade pra ninguém que eles não aguentavam ficar perto um do outro por muito tempo, mesmo sem um motivo plausível. Mas aquilo mudou completamente quando, obrigados pela diretora e seus pais, depois de uma briguinha besta na escola, começaram a passar um tempo juntos para estudar.
Eles só não contavam que Johnny e Jaehyun pareciam ficar estranhos quando estavam perto, e até que formavam um casal bonito; e mesmo que não suportassem a cabeçona um do outro, estavam dispostos a se juntarem, só para que seus pais ficassem juntos.
Estava ali já faziam mais ou menos uns quinze minutos, seu corpo tremia, seu coração batia acelerado em seu peito e suava frio. Estava com um frio horrível na barriga por culpa da adrenalina, não sabia se era seguro continuar ou se era melhor sair e tentar fugir.
[...]
Não parecia certo se declarar num momento tão turbulento e complicado como esse... Ou será que valeria a pena?
[dark angst / trigger warning, detalhes nas notas]
— John, você sabe que eu te amo, né, cara? — Jaehyun abraçou John pelos ombros.
— Qual é? — deu um olhar suspeito ao amigo, que costumava odiar sentimentalismos.
Um silêncio pairou no ar, dando espaço aos sons dos pequenos meninos que andavam de skate mais à frente no parque.
— Nada, só... Queria reforçar, você é mais que amigo, é meu irmão, quero que se lembre disso mesmo que um dia eu pise na bola.
[...]
— Mas é sério, John, não me odeie. — disse pela última vez, olhando diretamente nos olhos do amigo, que assentiu, mesmo estranhando a fala e atitude do outro.
Pegas-me na mão, levantas-ma acima da cabeça e fazes-me rodopiar. Dançamos sem melodia, sem ritmo contado, sem motivo, até parares e me apertares nos braços. Beijas-me a cabeça, o rosto, os ombros, o pescoço. Mais uma pirueta. Tu compreendes-me e eu compreendo-te. Lês nas entrelinhas as palavras que não disse, mas que estão lá.
“Jeong Yoon-oh, ou também, se preferir, Jaehyun, concedo a ti, e somente a ti, o saber antecipado de sua morte para que se arrependa de seus pecados cometidos em terra e possa adentrar ao Reino Dos Céus e conseguir a vida eterna. Hoje, à meia-noite, encontrarei a ti e o levarei junto comigo para todo o sempre”, disse a voz de Deus — ressonante e profética como um trovão — advinda dos céus.
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