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Funciona assim: todo mundo tem uma marca de nascença que simboliza o primeiro local de contato com a sua alma gêmea. Antes de ser tocada pela “pessoa prometida”, ela é opaca e sem vida. Para fazê-la brilhar, só encontrando a sua cara-metade.

Não que nada disso importasse para Jisung. Afinal, ele não tinha uma dessas.

Ele estava bem longe de ter uma dessas.

O que ele tinha, entretanto, era estresse, uma baita dor nas costas, duas contas de luz atrasadas, um emprego que só não era pior que estar desempregado e a mal-vinda e exclusiva atenção de Lee Minho, o desocupado aspirante a bad boy da faculdade que adorava tirá-lo do sério.

As olheiras profundas que Jisung carregava deixavam bem claro a todos naquela escola que o garoto não dormia direito há um bom tempo. Já havia tentado de tudo para ter uma noite inteira de sono; de remédios controlados a chazinho de camomila.

Cada noite era um novo tipo de inferno particular, pelo menos até descobrir que Lee Minho e seu cafuné gostosinho poderia colocar qualquer um para dormir.

Quando Seo Changbin alcança a maioridade e é expulso do abrigo onde até então vivia, a necessidade o leva a usar cada centavo das suas economias — que juntou durante toda adolescência, dando duro em trabalhos informais — para alugar um apartamento minúsculo no humilde conjunto habitacional Miroh, um lugar sem qualquer outro atrativo que não seja o aluguel extremamente baixo.

No entanto, embora o aluguel coubesse no seu apertado orçamento, Changbin deverá reunir todo o resquício de coragem para permanecer lá quando certos boatos sobre seu vizinho de porta chegam aos seus ouvidos e passam a assombrá-lo. Mas será que todos aqueles boatos têm algum fundamento lógico ou são apenas as más-línguas trabalhando avidamente para distorcer os fatos?

Quem diria que por trás da face carrancuda e do olhar afiado de Changbin se escondia um ser humano frágil que tem verdadeiro pavor do pequeno bichinho esverdeado que vez ou outra subia pelo ralo do seu banheiro, hum? Mas Seo Changbin tem, oh se tem, e não é pouco, não.

A salvação do moreno, no entanto, é que ele também tem Bang Chan como melhor amigo e que o australiano sempre o protegeria daqueles "bichos medonhos" que tinham o olhar mil vezes mais ameaçadores que ele próprio.

Kim Seungmin era um vampiro. Tinha presas, bebia sangue e até andava com aquelas capas um tanto ridículas. Como se vivessem em uma história antiga, Seungmin nutria um rancinho pelos lobisomens, no entanto, Hwang Hyunjin não queria saber disso. O lobinho, sempre muito animado, adorava ficar ao redor do morto-vivo, seja o irritando ou apenas enchendo seu rostinho gelado de lambeijos.

Porque, mesmo após uma noite bastante agitada entre quatro paredes, um beijinho de boa noite não podia faltar.

Hyunjin, um policial recém-aceito no nono batalhão da cidade, estava cansado de ver Kim Seungmin tirando seu pequeno irmãozinho do sério. Talvez um passeio de camburão o fizesse pensar duas vezes antes de irritar Jeongin.

Han Jisung havia desenvolvido uma péssima mania de sempre chegar atrasado nas aulas de natação. Ele só não imaginava que isso o renderia um fim de tarde sozinho na piscina com o carinha que gostava — e, quem sabe, possível namorado —, Lee Minho.

Os distúrbios do sono de Felix nunca tinham atrapalhado ninguém além dele mesmo. Bem, isso até Jisung se mudar para o apartamento debaixo.

Na noite de Halloween, oito amigos se juntam para uma pequena social. Mas, ao acharem uma foto antiga de Christopher, eles fazem uma aposta para ver quem tem a melhor história sobre a fantasia do Bang.